Apaixonado pelo perigo - Cap 10: Primeiro encontro

- Você tem que parar de se meter em problemas - disse Anne enquanto escutava a respiração de Robinho - será que é pedir demais? Todo dia, uma cirurgia às pressas.

- Eu te falei - disse eu, encarando Robinho.

-Você sabe que ela está falando com você, né? - disse ele com um sorriso de canto de boca.

Quando percebi, Anne estava me encarando, dando a certeza de que ela se referia a mim.

-Ah, pera aí, gente! Ele que leva um tiro a cada 48 horas e eu que me meto em encrenca?

Acontece que qualquer hora isso vai custar a sua carreira. Não dá para ficar operando em qualquer lugar - disse Anne.

- Deixa ele - disse Robinho - a culpa foi minha mesmo.

Meu celular vibrou e, assim que li a mensagem, dei um sorrisinho, o que significava que tinha lido o nome de Erick na tela.

"Posso te sequestrar para almoçar?" Erick.

"Depende, vai pagar a conta?" Yuri.

"Só se pudermos chamar esse almoço de um encontro." Erick.

"Como assim encontro?" Yuri.

"É tipo quando duas pessoas estão se conhecendo e se gostando, geralmente elas marcam um encontro" Erick.

"Eu sei o que é um encontro, é que pensei que, como tem uma filha...
Esquece, eu aceito, claro que aceito" Yuri.

"Pensou que eu não me relacionaria com outro cara? Te pego às 13h, pessoalmente quero entender melhor essa sua linha de raciocínio." Erick.

- Posso saber quem tirou esse sorriso do seu rosto? - disse Anne.

- Não é nada, é só uma pessoa que estou conhecendo.

Disfarcei e fui para casa me arrumar, esperando dar o horário de encontrar Erick.

Ele me buscou a um quarteirão da minha casa para não ficar dando bobeira pela comunidade e estávamos indo almoçar em um restaurante próximo à casa dele. Estava tudo sendo perfeito, Erick, além de lindo, era extremamente inteligente e super agradável.

Então quer dizer que você pensou que eu teria problema em me relacionar com algum homem, correto? - disse ele.

- Você é policial, quando eu imaginaria...

- Ah, sério? Você sabe que o que mais tem é policial "sigiloso" né? A única diferença é que eu sei do que gosto.

Rimos por alguns segundos e eu estava doido para fazer mais perguntas a ele, mas temos que ser invasivos.

-Pode tirar sua dúvida - disse ele - estou vendo que quer perguntar algo.

- Eu queria saber da Isa. Você é BI? E a mãe dela?

-Então, a Isa é meu presentinho que deu sentido à minha vida, sabe? A história é longa e não é ideal para um primeiro encontro, mas já que quer saber... - disse ele, fazendo sinal para o garçom e pedindo mais uma taça de vinho.

Fiquei atento para ouvir cada segundo da história de Erick e, a cada vez que ele me contava uma nova informação, era uma mistura de sentimentos, pois tínhamos algumas coisas bem parecidas em nossa infância.

Erick tinha 15 anos quando descobriu que gostava de meninos. Tudo começou na escola, com um colega de turma que tinha acabado de se mudar para a escola dele.

Os pais de Erick eram militares, então já dá para se imaginar que na casa dele tudo era bem rigoroso, então, ele começou a ficar com o menino de sua escola, só que escondido. A medida que eles iam se gostando mais, foram intensificando os encontros, e foi uma vez dessa, que enquanto diziam estar fazendo trabalho de escola, o pai de Erick flagrou ele e o menino se beijando em seu quarto.

Foi uma coisa horrível, Erick levou uma verdadeira surra, foi trocado de escola e o pai dele o enfiou dentro da igreja. Ele não podia mais sair de casa para nada e sua vida virou escola, igreja e casa. Foi na igreja que, aos 17 anos, ele conheceu Amanda, que se tornou sua melhor amiga, a pessoa para quem ele se abria de tudo.

Amanda sabia que Erick era gay e, para ajudá-lo a encontrar os garotos, eles resolveram fingir um namoro, e tudo corria muito bem. Eles viveram assim por anos, quando foram ver eles na estavam com 26 anos, morando junto como verdadeiros e melhores amigos, mas para o mundo, eram o casal perfeito. Mal sabiam que eles mantinham seus casos por fora.

Aos 27 anos, Amanda descobriu que tinha leucemia. Junto com Erick, ela começou o tratamento e foi nessa loucura toda que ela fez um pedido a ele: uma filha. O sonho dela sempre foi ter uma filha e ela queria realizar esse sonho dela.

Foi assim, aos 27 anos, que Erick teve sua primeira e única vez com uma mulher. Eles levaram essa questão para o médico, que disse que era possível que ela tivesse um filho, desde que tivesse um acompanhamento médico especializado por conta dos riscos. E assim foi feito, com 28 anos, a pequena Isa havia nascido e feito da Amanda a pessoa mais feliz do mundo, pois meses depois ela não aguentou mais o tratamento e acabou falecendo.

-Nossa - falei, enxugando as lágrimas dos meus olhos - vocês foram amigos até o fim.

- Ela era a pessoa mais importante da minha vida, por ela que hoje eu me permito a ser quem sou. Todos os dias, quando vou fazer algo, eu sempre me pergunto o que ela acharia disso.

Sem pensar duas vezes, segurei as mãos dele e, por cima da mesa, cheguei meu corpo para frente e encostei meus lábios nos dele.

Continuamos conversando e curtindo nosso dia juntos e foi simplesmente perfeito.
Mais tarde, já estávamos no carro depois do almoço e vi que Erick estava na direção contrária da minha casa.

-Eu moro para o outro lado, você sabe, né? - perguntei.

-Claro que sei, mas hoje quero que você vá para minha casa.

Erick ligou o som do carro que tocava a música "Hoje" do JotaQuest e começou a cantarolar. O dia estava sendo perfeito, e quando dei por mim, já estava na casa dele, mais especificamente em sua cama.

Erick me beijava e era completamente carinhoso, a cada peça de roupa minha que ele tirava ele me dava um beijo em uma parte diferente do meu corpo. Eu estava completamente arrepiado.

Quando ficamos totalmente pelados ele me puxou em direção ao banheiro e tomamos um banho juntos entre beijos e carícias. Sentir aquele homem enorme me envolver em seus braços era completamente perfeito.

Terminamos o banho, nos secamos e voltamos à cama.

Enquanto estava de bruços na cama, Erick passava a língua no meu pescoço e ia descendo dando beijos pela minhas costas até chegar na minha bunda, que ele deu uma mordida e enfiou sua língua dentro dela.

Eu delirava de prazer e estava completamente arrepiado, ele sabia o que estava fazendo. Ele era carinhoso e ao mesmo tempo estava me proporcionando uma sensação incrível.

Naquele momento, rapidamente se passou pela minha cabeça tudo de ruim que aquele marginal havia feito comigo dizendo que gostava de mim, toda a humilhação, ele socando em mim enquanto eu pedia pra ele parar. Foi ali que caiu a ficha, aquilo que ele fazia comigo não era bom, eu merecia ser tratado bem.

Comecei a chorar, um choro num primeiro momento silencioso que logo depois desencadeou uma crise de ansiedade e eu estava ficando sem ar.

Quando Erick percebeu, no mesmo momento se sentou na cama e começou a acariciar meus cabelos perguntando se estava tudo bem.
Eu não conseguia responder, apenas chorava.

-Eu fiz algo? - disse ele - eu já parei me desculpa...

Mil coisas passavam pela minha cabeça e eu só conseguia chorar.

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Comentários


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rotta10 Comentou em 21/11/2024

Uaaallll maravilha de contos, adorei e espero mais?!




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Ficha do conto

Foto Perfil Conto Erotico euth1ago

Nome do conto:
Apaixonado pelo perigo - Cap 10: Primeiro encontro

Codigo do conto:
223248

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
20/11/2024

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