Após uma deliciosa transa Gui sorrateiramente chega em casa, mas é pego no flagra por Mim Samuel.
_ Nem me diga, dois dias praticamente virados. E você? Fazendo o que acordado até essa hora?
_ Não estava acordado, estava dormindo, acordei pra mijar.
Segunda feira braba a maioria com cara de ressaca, mas Italo não era um desses com um sorriso de orelha a orelha chega todo todo. Quem não estava com cara de feliz era Marcos e isso fez com que Gui ficasse incomodado.
Não demorou muito para o burburinho tomar conta do corredor, mas ninguém sabia do porque da cara de poucos amigos do supervisor.
Marcos tamborilava os dedos sobre a mesa do escritório, o olhar perdido na tela do computador. Os números piscavam diante de seus olhos, mas sua mente estava longe dali. O ar-condicionado soprava uma brisa fria sobre sua pele, mas ele sentia o calor subir pelo pescoço, misturando-se à culpa e ao medo.
Guilherme, sentado a algumas baias de distância, não perdeu a inquietação do namorado. Ele conhecia cada pequeno detalhe de Marcos.O modo como sua mandíbula ficava tensa quando algo o incomodava, o jeito que ele passava a língua pelos lábios, a mão nos cabelos encaracolados quando estava nervoso. E agora, tudo nele gritava que algo estava errado.
Levantando-se discretamente, Gui foi até a mesa do supervisor. Com um sorriso de canto, se apoiou na mesa, inclinando-se levemente para perto. Seu perfume adocicado invadiu os sentidos de Marcos, fazendo-o prender a respiração por um instante.
_ No que tanto pensa, Super?
A voz de Gui saiu baixa, quase um sussurro. Marcos balançou a cabeça, tentando afastar os pensamentos.
_ Nada demais, só trabalho.
Gui arqueou uma sobrancelha, desconfiado. Seu olhar verde faiscava sob a luz branca do Callcenter. Sem perder tempo, sua mão deslizou por baixo da mesa, os dedos firmes traçando um caminho provocante pela coxa do supervisor, subindo lentamente.
Marcos arregalou os olhos, o ar escapando de seus pulmões em um pulo sutil. O toque de Guilherme era fogo queimando sua pele, um convite perigoso à rendição. Mas ele não podia ceder. Não ali. Não agora.
Com um movimento rápido, segurou o pulso do namorado e afastou sua mão, cerrando os dentes.
_ Aqui não!
A voz de Marcos saiu mais rouca do que pretendia. Seus olhos castanhos intensos dentro dos olhos verdes do jovem rapaz.
Gui se afastou, a frustração evidente no brilho de seus olhos. Ele lambeu os lábios, sem esconder o desejo misturado à decepção.
_ Certo... Você tem razão, desculpa.
Murmurou, endireitando-se e virando as costas, deixando Marcos com o coração martelando no peito.
Gui voltou para seu lugar, percebendo seu semblante chateado, fiz sinal para ele que apenas me sinalizou de volta dizendo que não era nada. Voltei meus olhos para a baia de Marcos que inquieto passava a mão nos cabelos.
_ Xiiiiii será que o facão vem por ai?
Jogou lenha na fogueira, Ítalo.
_ Ta repreendido.
Grita Helena levantando a mão direita.
_ Não sou de concordar com a Helena, mas dessa vez ela esta certa. Ta ruim esse salário e a encheção de saco, mas sem é pior.
Diz Valesca.
Depois de atender algumas ligações Guilherme coloca uma pausa e sai sem olhar para Marcos que se levanta e vai atrás do garoto.
_ Não estão achando estranho o comportamento do Guizinho e do Super não?
Levanta suspeita Italo.
_ Mas hoje você esta demaizão, hem Italo? Deixa de teorias da conspiração.
Digo.
Guilherme estava no bebedouro, Marcos chega por trás do rapaz e em seu ouvido sussurra.
_ Me segue!
Em um beco escondido atrás do callcenter Marcos encontra Guilherme.
_ Me desculpe precisamos conversar, mas não aqui na empresa te chamei para não ficar com pensamentos bobos.
Diz o supervisor acariciando o rosto de Guilherme.
_ Cansou de mim, foi? Eu bem vi que começou o treinamento dos novatos ja se interessou por algum foi?
_ Eram bem esses pensamentos bobos que eu queria evitar. Não seu bobinho não cansei de você muito pelo contrario, eu estou pensando em um jeito da gente…
_ Se assumir? Para todo mundo? Andar de mãos dadas, sair juntos?
Os olhos verdes de Guilherme brilhavam enquanto sua boca rosada com um belo sorriso dizia aquelas palavras.
_ Eu estava pensando em morarmos juntos ou termos um canto só nosso, sabe?
_ Ha você esta falando de um abatedouro é isso? Um apzinho escondido para comer na encolha o viadinho aqui né? O que foi? Ate o motel é muito pra mim? Não é discreto o suficiente?
_ Calma Guilherme não é nada disso, pelo contrario, eu estava pensando em algo mais sei la… a nossa cara, sabe?
_ Quer dizer escondido, não é? Eu aqui preocupado com você e você preocupado com a opinião alheia, quer saber Marcos, vai se foder, mas vai sozinho!
Guilherme sai furioso do beco e o clima no trabalho continua pesado o resto do dia.
Tentei conversar em casa com Guilherme, mas ele não estava pra papo. Na faculdade eu mal entrei Clarissa ja veio em meu encalço.
_ O que foi garota, eu hem? Sai da minha aba, se não percebeu ainda atrás de mim eu curto é um bom e gostoso macho, entendeu?
_ E parece que o macho dos outros é sua especialidade não é?
_ Não estou entendendo. Espera, você esta namorando alguém aqui da faculdade mona? Amem! Esta precisando mesmo quem sabe ele te ajuda com duas coisas essa cara e essa obsessão por mim.
_ Engraçadinho você, hem? Tô sabendo que ficou ontem a tarde toda na cola do professor Ronaldo.
_ Iiii querida se fiquei ou não, não é da sua conta, mas só uma questão, a toda certinha ai sabe que o professor é casado?
_ Divorciado.
Responde Clarissa.
_ Com uma filha?
_ FilhO, o professor Ronaldo tem um filho que mora com a mãe e bem problemático por sinal.
_ Espera, então a loira elegante que estava no clube com ele ontem e a garotinha….
_ Essas aqui?
Me mostrou Clarissa uma foto onde apareciam a o professor Ronaldo, Mariana e a garota.
_ Essa é Mariana a irmã do professor e essa é a filha dela.
Esclarece Clarissa.
_ Nossa entendi tudo errado.
Murmuro com cara de surpresa.
_ De toda forma então ele é hetero. Mas duas coisas como você sabe tudo isso e o que você tem haver com isso?
_ Eu ja sigo o professor Ronaldo a alguns anos ele na verdade ja trabalhou com minha mãe então ele adicionou ela e depois eu nas redes sociais.
Responde Clarissa.
_ Sei … se apaixonou pelo daddy, mas não chegou nele e agora fica igual um pitbull atrapalhando qualquer um que se aproxime dele é isso? Haaaa vai se tratar garota!
_ Vai se tratar você ficar dando em cima perturbando homem pai de familia, você não se enxerga não?
Rebate Clarissa.
_ Perturbando, eu? Pois fique sabendo que o professor gosxxxxxta da minha presença, do meu charme, do meu carisma. Veio ate me perguntar o… quer saber não te devo satisfações não e outra se você for na coordenação dar uma de X9 quem vai se ferrar é você porque quem aqui esta stalkeando o professor é você, quer ouvir você confessando?
Coloquei o gravador tocar com a voz da Clarissa. Fui esperto e quando eu perguntei como ela sabia das informações coloquei meu celular para gravar a vadia.
Clarissa parou arregalou os olhos verdes e tentou avançar em mim para me tomar o celular. Eu o ergui no alto com uma mão e com a outra espalmei na frente dela.
_ Calminha ai gata, esta louca? Da uma olhadinha ali.
Com a mão espalmada apontei para a câmera.
_ Quer mesmo ser expulsa no último ano por agressão? Alem do mais gata toda gravação minha vai direto para a nuvem, mesmo que você pegasse esse aparelho essa gravação poderia ser acessada em qualquer outro dispositivo.
_ Isso não vai ficar assim, não vai mesmo fofa, pode ir tirando seu hiperfoco de mim e do professor ou eu mando essa gravação para a polícia não é para a direção da faculdade não, POLÍCIA sabia que perseguir as pessoas desse jeito é crime?
Clarissa rosna e sai ate babando de raiva enquanto eu vou para a aula, feliz por saber mais sobre o professor mas confuso. Será que ele realmente é hetero sera que toda essa atenção, toda a tensão entre nós é apenas algo da minha cabeça?
Continua…
Autor: Mrpr2.