O Rapaz da guarita

CAPÍTULO 1

Trabalho em uma empresa pequena, de importação e exportação. Tenho um cargo de confiança, e às vezes trabalho aos Sábados para colocar a coisas em dia. Geralmente, aos Sábados há expediente somente até as 13h, mas eu fico até mais tarde, pois tenho a chave da porta. E a empresa é protegida por uma guarita, com revezamento de seguranças.
Nesse Sábado, estava ainda em horário de expediente quando Seu Lucas, um dos seguranças, me procurou.
-Com licença seu Bruno. Quero te apresentar o Daniel, ele é novo aqui e vai revezar com a gente.
-Prazer, Daniel. Bem vindo.
-Obrigado.
E saíram para conhecer outras pessoas no andar.
Foi impossível não notar o tal Daniel. Moreno jambo, quase mulato, com pelo menos 1,85 de altura e corpo proporcional, pernas grossas apertadas em um jeans justo, barba cerrada, cabelo máquina um...
"Volta pra terra, Bruno - pensei - muita coisa prá fazer..."
O expediente se acabou, as pessoas se foram e fiquei sozinho, terminando o que tinha ido fazer. Tranquei a porta e fiquei digitando alguns arquivos e organizando minhas coisas. Não queria correria na Segunda Feira.
Quando era por volta das 14h30 me dei por satisfeito, e resolvi sair. Desliguei tudo e me dirigi à portaria. Para minha surpresa, não havia ninguém lá. Nem Seu Lucas, nem o rapaz novo... Apertei o interfone e fiquei aguardando.
Foi aí que ouvi a descarga do banheiro anexo à guarita. A porta se abriu e Daniel saiu de lá, um pouco esbaforido, ainda ajeitando o cinto e a camisa com alguns botões a serem fechados.
-Desculpe seu Bruno. Fui dar uma aliviada, sabe como é... E piscou prá mim, com uma cara de safado que a gente reconhece de longe.
-Tudo bem. Você pode abrir prá mim?
- Claro, já vai? É cedo...
- Já estou além do meu horário rapaz... Cansado.
- Sei...
Ele deu aquela tradicional apertada no pau, e foi impossível não vislumbrar o tamanho da mala guardada ali. Tive que me segurar prá não botar aquilo prá fora e cair de boca, mas minha reputação estava em jogo. Era o primeiro dia do rapaz, e eu já sonhando sacanagem. Tinha que me controlar. Apesar de minha opção sexual não ser segredo na empresa, nunca tinha dado motivo algum para piadas, brincadeiras ou qualquer especulação que colocasse em dúvida minha moral e discrição. Não seria agora...
Pelo menos assim eu pensava!
- Bom - ele emendou - a gente ainda vai se ver bastante não é? Saiba que estarei sempre às ordens seu Bruno. Precisando, é só chamar.
E de novo aquele olhar...
- Obrigado Daniel. Mais uma vez, bem vindo. E pode contar comigo também.
- Bom saber seu Bruno.
- Sem formalidades, ok? Bruno tá legal.
- Valeu Bruno. Bom descanso então.
E estendeu a mão prá mim. Apertei sua mão retribuindo o aperto forte e másculo. Sua mão era quente, grande, macia.
Saí, entrei no carro e ele ficou me olhando, um olhar investigativo e penetrante.
Abri o vidro.
- Você fica aqui hoje até que horas, Daniel?
- Até as dez, Bruno.
- Deve ser duro ficar sozinho, né? Nada prá fazer...
- Não é fácil, sabe... Mas é o trabalho. Tem um rádio na guarita, uma TV pequena também. À tarde tem futebol ao menos... A gente vai se distraindo como pode.
- E a noite... Vai se divertir?
- Não, vou prá casa mesmo. Tô meio sem grana, começando agora. Moro não muito longe daqui, casa simples, mas arrumadinha. Vou pegar um vídeo e ficar por lá.
- Legal...
- E o Senhor... Opa, você?
- Nada de mais também.
- Qualquer coisa cola aí. A gente toma uma breja, se conhece e assiste alguma coisa...
- Valeu.
Saí assustado. Quanta camaradagem. E quanta audácia, de certa forma. Nem me conhecia, sabia que eu era superior, mas estava me chamando prá tomar uma cerveja e assistir a um vídeo na sua casa... E foi de uma forma tão natural, que apesar de absurdo, aquela ideia não me saia da cabeça em casa, tomando banho, pensando naquele corpo, aquela mão forte, aquele jeito de safado e carente, aquele volume... Será?
Terminei meu banho de pau duro pensando nele. Deitei na cama e dormi. Quando acordasse, eu decidiria...
Acordei por volta de umas oito da noite. E ele me veio logo na cabeça.
Pensei e decidi. Minhas opções eram duas:
Pedir uma pizza e ficar sozinho em casa ou esperando alguém ligar, ou me aventurar na cerveja e vídeo com o rapaz da guarita... Loucura?
Levantei-me, me arrumei rapidamente, preparei algo para comer, zapeei pela TV por um tempo, e quando percebi estava dirigindo para a empresa. Em vinte minutos estava lá, faltavam 10 minutos para as dez da noite. Eu gostava de ser pontual.
Quando estacionei o carro ele já estava saindo da guarita, com um sorriso aberto revelando dentes lindos e um gingado delicioso...
- Seu Bruno! Só de passagem ou aceitou meu convite?
- Se me chamar de "Seu" de novo, dou a meia volta, heim...
- Desculpe. É o costume.
- Ok. Então... Tô aqui. Vamos lá, estou de boa, e nada como um papo novo.
- Legal! Me dá mais dez minutos e eu saio. Pode me esperar no carro se quiser.
- Beleza.
Ele saiu todo feliz, me lançou mais uma vez aquele olhar sacana e feliz, e se sentou na guarita, já mexendo em suas coisas.
Por um momento me perguntei se não estava arranjando encrenca, inventar uma desculpa, um telefonema e me mandar... Ou simplesmente aproveitar o momento, sem expectativas. Poderia ser simplesmente o início de uma nova amizade, Daniel me parecia gente boa. E aqueles olhares podiam ser simplesmente coisa da minha imaginação, e mesmo se não fossem, tomariam o rumo que eu deixasse tomar. Eu sabia disso. Então relaxei e fiquei esperando por ele.
Deu dez horas e ele veio, todo feliz. Entrou no carro e me ditou o caminho. Era realmente perto, em poucos minutos estávamos lá. Uma casinha pequena, mas como ele tinha antecipado, arrumadinha e aconchegante. Uma sala bem decorada, mas com poucos móveis, um quarto grande, cozinha pequena e uma área externa que podia ser mais bem aproveitada.
- Fica a vontade Bruno. Vou tomar um banho rápido e já venho. Liga a TV.
- Ok. Vai lá que eu me viro.
- Ou melhor, enquanto eu tomo banho dá um pulo no posto na esquina e pega cerveja prá gente.
- Boa. Vou sim. Tem preferência?
- Não, pode trazer a sua preferida. A porta vai estar aberta.
Ele me ofereceu a grana, mas recusei. Achei legal a atitude. Voei ao posto e peguei a cerveja. Ao voltar deixei tudo na cozinha e me joguei no sofá da sala. Dava prá ouvir o som do chuveiro.
Eu, claro, curioso...
Cinco minutos e ele voltou, passando pela sala enrolado em uma toalha. Foi impossível não corar. Ombros largos, um peitoral bem definido e liso, com poucos pêlos descendo naquele caminho da perdição. As coxas agora mais reveladas eram torneadas e lisas, uma bunda redonda e aquele volume...Tentei me fixar na TV.
- Tá vendo o quê?
Eu nem sabia mais...
- Hã... Tava procurando algo...
- Sei...
Aquele sorriso.
- Vou me vestir e já venho.
Quase pedi prá que ele não se desse ao trabalho, mas resolvi ir devagar. Não sabia ao certo até onde iam as pretensões dele, ou até onde aquilo era ingenuidade e camaradagem mesmo. Já estava ficando confuso. Ele voltou vestindo uma regata justa e bermudas folgadas. Passou direto e já veio da cozinha com duas cervejas abertas, se jogando no sofá ao meu lado.
- Toma! Meu, que legal você ter vindo!
- Que isso. Eu que agradeço pelo convite.
- Estou a pouco em São Paulo, não tenho amigos ainda... É foda... Ops, desculpa...
- Daniel, esquece cara! Aqui somos amigos então, certo?
- Certo!
- De onde você é?
- Sou de Ribeirão. Toda minha família está lá. Decidi vir prá cá tentar uma sorte melhor, e minha tia tinha essa casa desocupada. Ela mora duas ruas prá baixo, e tá me dando uma força. Foi ela que me indicou na empresa, viu a plaquinha da vaga.
- Legal. É perto prá você né?
- Perto e não parece ruim. Já consegui um camarada...
Ele bateu com o punho cerrado no meu peito, sorrindo daquele jeito.
- E aí, o que vamos ver?
- Alguma sugestão?
- Bom, trouxe alguns vídeos que tinha... Não são muitos, vou pegar.
Ele voltou com uma caixa pequena, deveria haver uns 20 DVDs lá.
- Não repara cara, tem de tudo...
- Ok
Realmente, tinha de tudo... Desde "Cidade de Deus" até "X-Men 3". E entre esses títulos, alguns pornôs nacionais...
Ele riu.
- Te falei que tinha de tudo... Às vezes a gente precisa dar uma aliviada né?
- Claro - sorri sem jeito.
- Você é casado Bruno?
Opa!
- Não. Solteiro. E você?
- Também. Tenho uma mina em Ribeirão, mas não dava prá trazer ela.
- Sei... Quanto tempo com ela?
- Um ano...
- E aí, escolheu? Perguntou ele...
- Não sei. Vai, escolhe você.
- Tem certeza?
- Tenho. Pode escolher.
- Ele foi colocando os títulos na caixa, segurou um dos pornôs por um tempo maior, deu uma risadinha prá ele mesmo e pegou X-Man.
- Esse. Adoro! Gosta?
- Sim... Claro!
Caralho! - pensei - assistir ao Hugh Jackman na pele do Volwerine com aquele macho delicioso do meu lado ia exigir toda a concentração do mundo... Ele colocou o vídeo e mais uma vez se jogou ao meu lado, muito mais próximo. Parecia que a cerveja estava subindo. Na medida em que as cenas foram se sucedendo, a gente comentava alguma coisa e ia se aproximando. Ele já estava com os joelhos encostados na minha perna, dava prá sentir seu calor...
- Essa mina é uma gostosa, heim? - Resolvi jogar uma isca...
- É... Mas ele também é um homem e tanto né?
...
- Pode crer. Ele olhou prá mim e fixou o olhar.
- Você curte?
- O que você acha?
- Acho isso...
Sem falar, ele se deitou sobre mim e encostou seus lábios no meu. Era um beijo quente e molhado, que foi ficando mais intenso na medida em que ele segurava minha nuca com suas mãos grandes. Retribuí sem pensar. Fomos nos aproximando e enroscando nossos corpos, nos explorando com pressa e vontade. Eu passava as mãos em seu peito, seu pescoço, sem parar de beijá-lo. Ele passava as mãos em minhas costas, meu cabelo, minhas pernas, me puxando para si...
- Caralho... Que tesão!
- Velho, pensei em você o dia todo, desde que te vi...
- Me beija!
Desci com minha boca pelo seu pescoço, levantei sua regata e agasalhei seu mamilo com a língua molhada. Ele gemeu e se esticou gostoso...
- Ah, não para!
E aí a campainha tocou.

CAPÍTULO 2

- Poxa, você disse que não conhecia ninguém!
- E não mesmo! Não sei quem pode ser.
Fomos nos ajeitando e arrumando rapidamente. Ele deu uma espiada pela janela.
- Ah... Minha tia...
- Ah!
Ele saiu ainda desajeitado para atendê-la. Trocaram algumas palavras que eu ouvia, ela querendo saber como havia sido o dia do trabalho e ele justificando o carro parado na porta. Ela parecia mais que interessada em conhecer o novo amigo do Daniel, e trazia um bolo para o mesmo. De alguma forma, ele conseguiu removê-la da ideia e entrou...
- Desculpa, Bruno. Toda noite ela passa aqui, tá preocupada e quer me agradar.
- Sem problema.
- Volta aqui cara! Quero terminar contigo...
Ele se jogou em cima de mim. Nossos beijos foram se intensificando e quando vi já estávamos sem nossas camisas. Ele me oferecia seus mamilos eriçados e deliciosos enquanto se contorcia... Eu massageava ao mesmo tempo seu volume ainda preso na cueca, sentindo-o crescer em minha mão.
-Cara, que delícia! Como eu tava precisando disso!
- Então toma rapaz...
Tirei seu mastro da cueca, baixei suas bermudas e fiquei por um tempo admirando aquele instrumento. Era um cacete rosado, cabeça de cogumelo, ia se engrossando pela base e não era muito grande, uns 17 cm, mas delicioso... Não pensei duas vezes e caí de boca, mergulhando-o na minha garganta e chupando de forma bem molhada e gulosa. Ele gemia alto e acariciava meu cabelo, se abrindo todo prá mim.
Enquanto o chupava gostoso, passava as mãos por suas coxas e apertava forte sua cintura. Fui descendo com a língua até engolir as bolas e o saco, enquanto punhetava de leve.
- Caralho Bruno! Que delícia!
Fui deslizando pro chão e me agachei, fazendo com que ele se deitasse. Levantei suas pernas e mergulhei minha língua safada em seu buraco rosado. Ele urrou de tesão e se mexia todo...
Era uma delícia ver o prazer que ele estava sentindo. A vontade que eu tinha era de ficar ali horas, alternando minha língua em seu cacete e seu cuzinho...
- Ah... Agora é minha vez!
Ele saiu do sofá e me pegou como se eu fosse uma pluma. Colocou-me deitado no sofá onde estava antes, tirou minha calça e caiu sobre mim. Agora já podíamos sentir nossos corpos seminus um contra o outro.
Ele começou me beijando com fúria, descendo com seus lábios carnudos pelo meu peito, meu pescoço, minha barriga, minha virilha... Eu gemia de tesão.
Ele não teve cerimônias e abocanhou meu cacete que era uma rocha. Sorveu a baba salgada que escorria na cabeça e trouxe até minha boca, me deixando sentir o gosto da minha porra.
- Tesão...
- Você não viu nada Bruno.
- Delícia você, cara...
- E você... Deixa eu te dar prazer.
Voltou ao meu pau e me fez uma gulosa espetacular. Eu me deliciava vendo seu estado de êxtase e todo seu corpo perfeito dedicado em me dar prazer. Passava minhas mãos pelos seus braços fortes, suas costas rígidas, seu cabelo baixinho... Desci minha mão pelas suas costas e bolinei seu cuzinho aberto, apalpando sua bunda firme. Ele me engolia e me devorava com os olhos, com aquele olhar de sacanagem e tesão que tinha se revelado ainda na empresa...
- Cara, que bom você é.
- Gosta assim?
- Gosto de tudo.
- Geme pro seu macho!
- Ah!
Nos colocamos numa posição de 69, e ficamos nos chupando por um bom momento, até que não agüentamos mais...
- Vou gozar cara!
- Vai! Esporra gostoso... Vou gozar também...
- Me dá seu leite gostoso!
- Ahahahahahahahaaaa...
Eu gozei litros de um jato fresco e quente no mesmo momento que senti sua porra invadindo minha boca. Tirei o cacete e fiquei punhetando e passando a língua naquela baba gostosa, até que paramos, esgotados.
Ele me puxou para seus braços e trocamos nossa porra sem restrições e - digamos de passagem - sem muita responsabilidade... Mas não estava conseguindo resistir a tudo aquilo.
- Cara, que loucura!
- Que loucura deliciosa, ele riu...
- E o filme?
- Rsrsrs.
- Você tem compromisso amanhã cedo? Quer ficar aqui?
- Claro!
E trocando algumas idéias, dormimos um nos braços do outro.
Acordei no Domingo por volta de umas oito horas. Meio que perdido, fiquei um bom tempo observando Daniel dormindo. Era um macho delicioso. Tinha traços fortes e um rosto de personalidade. E um corpo na medida, sem exageros e rígido. Não resisti, e como ele estava meio de lado, desci e abocanhei seu caralho que mesmo adormecido, era irresistível. Fui chupando e lambendo até perceber a reação e ele foi encorpando em minha boca. Aos poucos senti suas mãos acariciando meus cabelos e seu corpo todo reagindo aos meus carinhos.
- Bom dia rapaz... Desse jeito eu gozo de novo!
- Bom dia. Dormiu bem?
- Nossa! Ele me puxou para seu peito e me beijou gostoso.
- Como não dormia há tempos... Nada como uma boa relaxada.
Rimos juntos e nos levantamos para tomar banho juntos.
Apesar do tesão, nos contivemos e curtimos o banho nos ensaboando e trocando beijos quentes e gostosos. Terminamos com uma punheta conjunta, sentados no chão do banheiro e um esporrando no peito do outro.
- Cara,vamos tomar café.
- Energia!
Depois do café me despedi e voltei prá casa. Ele me convidou para retornar a noite, depois das dez, quando voltava da empresa, mas não prometi. Na Segunda precisava levantar cedo e não sei se seria uma boa. E queria colocar minhas idéias em dia. Não sabia se devia dar continuidade àquele caso, apesar de estar pensando seriamente nisso. Mas podia confiar nele?
E como seria nosso relacionamento na empresa?
E o medo de me envolver...?
Ele já tinha dito que tinha namorada, e não me parecia a fim de assumir um relacionamento homo, valeria à pena?
Cedo demais para tantas perguntas? Talvez... Mas precisava pensar. E então veio a Segunda feira...
Fui para a empresa naquela segunda na expectativa de encontrá-lo e de como seria seu comportamento. Será que poderia confiar em sua discrição? Teria ele contado algo há alguém? Minha desconfiança logo se dissipou. Não houve reação estranha ou olhares insinuantes. Ao chegar, notei que era outro segurança o responsável pela guarita naquele horário. Ele deveria chegar depois.
Passei o dia trabalhando bastante, mas sem conseguir me esquecer completamente dele. Criei algumas situações para passar pela portaria e ter a chance de buscar sua presença, sem sucesso. O turno mudou, e nada de Daniel... Já era naquele momento uma sensação estranha de “quase saudade”. Onde ele estaria?
Deu o horário de saída. Enrolei mais um pouco e saí da empresa por volta das sete e meia, ainda com esperança. Nada...
Fui embora chateado e disfarçando meu mal humor. Tomei um banho rápido, comi alguma coisa zapeando a TV e tentando me concentrar em algo até que resolvi dormir. Sem sucesso.
Por volta de meia noite não resisti. Levantei-me, me vesti rapidamente e voltei à empresa, no caminho já ensaiando a desculpa que daria a qualquer um deles, Daniel ou outro qualquer, por retornar àquela hora à empresa. Algo me dizia que seria uma tentativa sem sucesso novamente.
Mas eu estava errado.
Foi só estacionar em frente à entrada principal e eu o vi, sorriso estampado no rosto já se levantando e vindo em minha direção para abrir o portão principal, aquele gingado sedutor...
- Bruno, que surpresa!
- Oi Daniel! Pois é rapaz, esqueci uns documentos aqui... E preciso deles amanhã cedinho, pois tenho que visitar um cliente com eles nas mãos. Memória fraca...
- Que sorte a minha. Queria te ver seu furão. Fiquei te esperando no Domingo a noite, mas nem tinha seu número, e nem sei onde mora... Me deixou na mão.
E deu aquela coçada no volume já saliente entre as pernas.
- Poxa cara, não te prometi voltar. Tinha que trabalhar prá hoje.
- Eu sei, tô brincando... Aliás, mais ou menos...
Eu sorri. Ele também.
- Bom Daniel, deixa eu pegar as coisas lá. Na saída te dou um toque.
- Vai lá.
Entrei com uma sensação de felicidade e dever cumprido. Peguei alguns papéis quaisquer e fiz uma horinha. Saí e ele estava recostado sobre a mureta me esperando.
Camisa branca justa e revelando seu corpo magro definido, e aquelas coxas implorando para sair daquele jeans apertado e desbotado, que lhe conferiam um outfit moderno e despojado. Ele ficava bem, sabia se vestir.
- Está nesse horário louco essa semana?
- É, nem me fale. Não gosto. Mas parece que ficarei à noite até Quinta feira. É foda. Opa... Desculpe.
- Sem cerimônias né?
- Tá certo.
Ele entrou na guarita e se sentou na cadeira estofada, esparramando suas coxas e deixando aquele volume ainda mais destacado.
- Senti sua falta... Olha como você me deixa...
- Daniel, Daniel... Você está em serviço rapaz...
- Eu sei, inclusive a postos...
Ele segurou seu pau por cima da calça, delineando todo o contorno da cabeça e base comprida e ereta...
- Segura um pouquinho cara!
Colocou aquele cacete delicioso prá fora da calça, uma baba escorrendo pela cabeça cogumelo avermelhada.
- Você é doido – minha voz tremia – se alguém passa aqui e vê...
-Tá escuro Bruno. Da rua ninguém vê nada. E, aliás, eu vejo primeiro... Ajoelha aqui, de fora não tem como você ser visto.
Não resisti.
Entrei na guarita, me ajoelhei no meio de suas pernas passando a mão por aquelas coxas e explorando cada canto. Peguei aquele cacete entre os dedos, fiquei punhetando de leve e examinando cada detalhe daquele nervo pulsante cada vez de mais perto. Ele foi se deixando cair na cadeira, jogando o corpo prá trás e gemendo baixinho. Começou a acariciar meus cabelos e forçar minha cabeça delicadamente, mas com força em direção ao seu cacete.
- Engole vai...
Não resisti mais. Abocanhei aquele caralho delicioso e comecei uma gulosa caprichada. Abria minha boca o mais que podia e deixava minha saliva escorrer por todo o comprimento, deixando-o bem molhado e engolindo-o até as bolas para sorver tudo de volta. Ao mesmo tempo, acariciava suas coxas, sua bunda, seu cuzinho e ele se abria, gostosamente.
- Caralho Bruno... Que delícia.
- Gosta disso cara?
- Adoro, velho... Nada melhor que uma chupada de macho.
- Então geme prá mim... Mostra seu tesão...
- Ah... Caralho... Chupa, meu macho... Engole essa pica... É toda sua...
Eu engolia e chupava forte, admirando sua expressão de prazer total.
- Cara... Vou gozar...
- Enche minha boca de leite cara!
- Toma...
Senti os primeiros jatos de porra invadindo minha garganta. Ele gozava litros e se contorcia gemendo. Deixei parte do seu leite escorrer para fora da minha boca e mantive parte na garganta, lubrificando a seguir ainda mais seu pau...
Quando ele acabou, puxei seu rosto e entornei o que restava de seu leite em sua boca, num beijo molhado e aflito. Nos beijamos gostosamente sem pressa.
- Cara... Que loucura.
- Daniel... Desde ontem esperava por isso cara!
- Eu também.
- Fica mais cara...
- Não posso. Tenho que voltar já, já...
- Você volta prá me visitar antes de Quinta?
- Vou ver cara. Me dá seu número. Estava sem contato seu... Não sabia a que horas ligar aqui prá te encontrar.
- Tá certo. Anota aí. E me liga cara. Ainda tem muita coisa que quero fazer contigo. Sem pressa.
- Eu também.
- E tenho um convite prá ti.
- Convite? O que é?
- Agora não. Na próxima vez que aparecer.
- Sem graça. Mas tudo bem, não sou curioso.
- Sei...
Puxei seu rosto e o beijei novamente. Era fácil ficar assim. E além de tudo, ele era um bom papo. Boa companhia. Eu tava começando a ficar preocupado. Envolvido...
- Até, Daniel. Juízo e bom trabalho.
- Pode deixar. Bom descanso, cara. Se cuida.
- Valeu! Você também.
Eu saí e foi inevitável não chegar em casa e bater ainda uma punheta incrível pensando nele. E dormir um sono tranqüilo e confortante.


CAPÍTULO 3

A terça e a quarta feira passaram de forma arrastada e agonizante. Eu tinha muita coisa prá fazer, o que fez com que não por “estratégia”, eu realmente não tivesse tempo de visitá-lo à noite. Estava cansado, mas pensando nele direto. Para não deixar cair no esquecimento – aquele instinto de sobrevivência – mandei um torpedo para que ele registrasse meu número e dando uma justificativa. Queria demonstrar que estava “interessado”, mas não ansioso e descontrolado. Pura estratégia. O mesmo jogo de sempre...
Ele me respondeu usando as mesmas armas. Uma mensagem implícita de “estou aqui”, mas “estou tranqüilo”. Saco! Essa é a diferença de um relacionamento entre homens – na maioria das vezes – o jogo é mais equilibrado, mais instigante. Mais gostoso...
E na Quinta feira de manhã, quando minha tática já estava gasta e eu disposto a liberar um pouco meu telefone tocou. Era ele. Era o convite. Era estranho...
- Fala Bruno!
- E aí rapaz?
- Trabalhando muito?
- Nem imagina, cara. Mas faz parte...
- Pode crer. Mas tudo bem?
- Sim, beleza... E você?
- Tudo bem também.
Silêncio...
- Lembra do meu convite ou já esqueceu?
- Ah! Puta, cara! Na correria tava me esquecendo. Fala aí.
- Quer sair comigo essa noite? É minha folga, lembra?
Eu lembrava, claro. Depois me senti meio adolescente me fazendo passar pelo “desligado”. Claro que ele sabia que eu me lembrava!
- Não. Mas, hoje...?
- É cara, minha folga é hoje. Mas se não der tudo bem.
- Bom, depende cara. Amanhã é dia de trabalho. Tenho que estar inteiro, rs
- Bom, vai depender de você...
Aquela voz insinuante.
- Fala aí e eu decido.
- Seguinte. Tenho uma festa prá ir, cara. Queria que fosse comigo. Mas tem um detalhe...
- Pode falar.
- Minha mina veio prá Sampa. Ela iria com a gente.
- Ah...
- Mas olha só. Não se preocupe. Ela trouxe uma amiga. Você vai ter companhia.
- Daniel, não sei... Eu...
- Eu sei, cara...
- Sabe o quê ?
- Confia em mim e vem. Você não vai se arrepender.
- Não sei...
- Seguinte. Pensa e me liga. Vamos sair às onze. Você passa aqui e pega a gente.
- Vou pensar cara. Te ligo se não for, oK?
- Ok... Pensa direitinho, por favor!
- Tá ok!
Desliguei o telefone e estava puto.
Caralho, o cara me espera a semana inteira prá me chamar prá uma festa com a mina dele, e ainda me "arranja" uma companhia... Será que ele achava que eu não tinha competência prá arrumar uma, se quisesse? Será que queria arranjar uma fachada prá mim também?
Apesar de minha discrição, era resolvido quanto à minha opção sexual. Não precisava e não queria sair com garotas como fachada. Saia com minhas amigas naturalmente, mas esse jogo de esconde não era mais prá mim! Valeria a pena alimentar algo assim?
E será que era isso mesmo? O que mais podia ser?
Fiquei bravo e curioso ao mesmo tempo. Teria que passar a noite inteira com ele fingindo estar conhecendo uma menina nova, jogando papo fora sem estar nem um pouco a fim, e provavelmente assistindo a beijos entre os namoradinhos, dancinhas provocativas, perguntas e mais perguntas... Ah!
Estava praticamente decidido a ligar e dizer não. Depois eu conversaria com ele e esclareceria tudo. Não que eu quisesse exclusividade, ou que ele terminasse seu namoro e ficasse comigo. Só queria um jogo aberto entre nós, uma curtição entre machos e sem envolver terceiros. Peguei o telefone e vi que tinha uma mensagem.
"Pensa direito e com carinho, cara! Não é o que você está pensando... Vamos que você vai gostar. Beijo, Daniel"
Caralho... Filho da puta!
Fui tomar um banho e então decidiria com mais calma o que fazer. Algo me dizia, no fundo, que talvez eu precisasse pagar prá ver. E que no máximo, se estivesse muito desconfortável e não curtindo o que quer que fosse, era só ir embora. Podia deixar isso claro com ele e arriscar... Porque não?
E foi assim que às onze eu passava em frente à sua casa para pegá-los. Seria uma longa noite...
Cheia de surpresas...

A primeira surpresa foi a apresentação de TODOS eles.
Ana era uma morena muito bonita, cabelos cacheados na altura do ombro, olhos marrons, um corpo bonito e sorriso largo. Estava vestida de forma discreta, mas sensual. Um decote que revelava seios bem feitos e valorizados... Era a namorada de Daniel.
Lucia era um pouco mais baixa, morena também, bonita e elegante. Cabelos lisos mais compridos, corpo violão e também vestida de forma discreta sem deixar de ser provocante.
Daniel estava um gato. Tinha aparado a barba, cabelos também feitos, uma calça que caia ainda melhor em suas coxas gostosas, camisa justa com botões abertos revelando seu tórax másculo. E aquele sorriso. Aquele olhar.
Ele me olhou de relance, como que dia mais uma vez "confia em mim" e me apresentou as meninas. Nos beijamos e trocamos palavras batidas enquanto entrávamos no carro. Por educação acho, elas entraram no banco de trás e Daniel ficou na frente comigo. Íamos nos apresentando e falando sobre coisas corriqueiras, a vida delas em Ribeirão, a adaptação de Daniel aqui, expectativas sobre a festa...
- Daniel me disse que você está dando uma super força prá ele, Bruno. Muito obrigada.
- Que isso Ana. Ele é um bom rapaz.
- Eu sei disso. Ele que se esquece às vezes...
O que me chamava a atenção - positivamente - é que não era aquele papo meloso de “amorzinho prá lá”, “amorzinho prá cá”... Eles se comportavam discretamente sim, mas era nítido um carinho e bom relacionamento entre os dois. Se olhavam de forma diferente...
A verdade é que quase fiquei com ciúmes. Aliás, fiquei!
Ao passarmos por um trecho escuro da rua e enquanto as duas conversavam no banco de trás observando o caminho, que era novidade, Daniel pousou sua mão esquerda em minha coxa, apertando e massageando. Com a visão do volume armado em sua calça, que só eu tinha, foi impossível não ficar de pau duro na hora.
Olhei prá ele e ele me deu uma piscadela safada, passando a mão direita pelo contorno de seu pau. Quase bati o carro...
Tirei sua mão assustado e foquei!
Concentrei-me no volante e no caminho, e não deixei ele se aproximar mais de mim. Dei um olhar quase de bronca que ele entendeu, e voltamos a conversar sobre amenidades. Em menos de dez minutos estávamos entrando em uma boate bonita, espaçosa e conhecida de região da Vila Olímpia.
Não precisou de mais de quinze minutos ali prá eu perceber que era uma balada alternativa, com todas as tribos presentes. Gente bonita e descolada. Muitos casais, mas também era nítida a presença de uma galera GLS. Casais quietinhos nos cantos, alguns namorando em mesas, outros dançando...
Ana puxou Daniel prá pista, e eu me encostei a um canto. Lúcia ficou conversando e prá minha alegria e alívio, logo se engraçou com um rapaz que a convidou para dançar.
- Você se incomoda se eu for, Bruno?
- Claro que não Lúcia. Fica à vontade.
- Ok. Já volto.
Fiquei observando o ambiente e o povo ali. E era impossível não notar Daniel e Ana dançando. Ele dançava bem, com um ritmo e pegadas firmes. Segurava na cintura de Ana de forma firme e se enroscavam sensualmente. Era um belo casal...
Logo percebi que ficar vendo aquilo não ia me fazer bem. Estava com um puta tesão vendo-o dançar, e não podia fazer nada. Coloquei a cerveja no balcão e me encaminhei ao banheiro masculino.
Tinha um carinha bonito no mictório. Parei ao seu lado e botei meu pau prá fora. Ele deu aquela esticada e encarou meu cacete. Me olhou de um jeito provocante. Aqui não Daniel! Pensei...
O carinha continuava me olhando, mas dei uma disfarçada. Decidi sair dali.
Ele veio atrás e me chamou na saída do banheiro.
- Fala rapaz... Tudo bem?
- Tudo. E você?
- Melhor agora. Prazer, Beto.
- Daniel.
Apertei sua mão e ele me puxou prá mais perto.
- Sozinho?
- Hã... Mais ou menos.
- Quer trocar uma ideia?
- Não dá agora, cara... Tem uma galera me esperando.
- Pô, relaxa. Vem aqui um pouco.
Ele me puxou prá um canto escuro do bar. Encostou-me na parede e começou a passar a mão em meu peito. Pelo canto do olho, vi Daniel chegando...
- Beto, melhor eu sair.
- Não, vem cá. Ele me puxou mais prá junto de si.
Daniel chegou com uma cara de bravo e sem cerimônias.
- Fala aí rapaz! Ele está acompanhado, sabia?
- Sabia, ele falou. Mas pô velho, você estava dançando com a mina.
- Não te interessa. Vaza.
O carinha saiu assustado e eu, boquiaberto...
- Pirou Daniel? Onde está a Ana? Vai ficar com ela, cara!
- Não vim aqui prá ficar com ela, Bruno! Vem cá.
Ele me puxou prá dentro do banheiro. Havia dois caras lá dentro. Sem nem se preocupar, ele me encostou na parede e começou a me beijar, segurando minha nuca e pescoço. Sua língua explorava cada canto de minha boca. Não resisti e retribuí sem me importar com os caras ali, que na boa, não estavam nem aí...
- Você é louco? E sua mina?
- Ela me espera cara. Eu tava louco prá ficar contigo hoje. Mas queria ficar contigo perto dela...
- Ela sabe?
- Claro que não. Talvez desconfie...
- Mas ???
- Bruno, isso me deixa louco cara! Fico cheio de tesão com a sensação de ter minha mina do lado, mas sabendo que a qualquer hora eu posso chegar em você, te beijar, te chupar, ser chupado... Sei que é loucura, mas queria te mostrar ao vivo como isso rola.
- Cara, não tô entendendo nada!
- Não tem que entender Bruno. Vou dançar com ela, provocá-la, deixá-la molhadinha e louca prá dar prá mim, mas se prepare... É contigo que vou prá cama essa noite, depois de tudo isso. É você que eu quero. É contigo que vou gozar gostoso.
- E ela, Daniel? Tá louco?
- Deixa isso comigo. Vamos voltar prá lá agora. Tenta aproveitar e fica de olho em mim... Eu não vou tirar o olho de ti. Se algum carinha chegar perto, eu apareço!
- Ah... Então você pode. Eu não?
- Se quiser pegar uma mina, tudo bem. Pode dançar como eu. Beijar se quiser. Vai me dar mais tesão ainda! Mas só com mulheres. Homens, não!
E saiu me deixando atônito. Que tipo de fetiche era aquele?
Já tinha me deparado com muitas coisas, mas isso...
O pior é que, de certa forma, me senti tentado a colaborar... E embarcar naquela loucura.


CAPÍTULO 4

Ele continuou dançando com Ana, daquele jeito. Notava seguidamente que enquanto ele a beijava, ela de costas e ele de frente prá mim, ele me observava pelo canto do olho. E lançava aquele olhar...
Olhar de "me espera!"
Nessa altura do campeonato, Lúcia já estava também aos beijos com um outro rapaz. Sentia-me sozinho ali, mas ao mesmo tempo parte de um jogo meio sacana de sedução. Cheguei a ficar com pena da Ana, cogitar sair dali, não participar daquele joguinho. Enquanto eu entrava em devaneio, o tempo passou. Deu quatro da madrugada e eles chegaram onde eu estava.
- Vamos embora, Bruno?
- Pode ser. E a Lúcia?
- Ela vem também.
- Então vamos.
Dessa vez, sem comentários, Daniel e Ana entraram no banco de trás. Lúcia vinha ao meu lado, quase dormindo. Tinha bebido e dançado muito. Estava cansada.
Atrás, eu notava que Daniel e Ana se beijavam, mas ela era realmente discreta, e controlava o impulso dele. Vergonha? Estratégia?
- Bruno, você pode deixar as meninas na casa da minha tia?
Ops!
- Como?
- Elas vão ficar na casa da minha tia, pois tenho que sair amanhã cedo prá empresa. Meu turno vira, lembra? E você pode ficar em casa comigo, cara. Aí se não for muito trabalho, me dá uma carona amanhã cedo. A gente pode dormir um pouquinho mais.
- Por mim tudo bem, mas...
- Não se preocupe, elas já sabiam. Aí elas dormem direito sem ser incomodadas, e podem sair quando acordarem. Vão prá 25 de Março amanhã, olha a coragem!
- Ah! Legal...
- Pode ser, Bruno? - Perguntou Ana.
- Claro. Deixo vocês lá.
- Ok.
Ele já tinha pensado em tudo então...
Deixamos as meninas na casa da tia. Ele saiu do carro para acompanhá-las até a porta, deu um beijo caprichado em Ana e ficou vendo-as entrar. Voltou pro carro e saímos. Mal tínhamos virado a esquina da rua e ele segurou minha coxa e se curvou sobre mim, beijando meu pescoço e orelha.
- Agora vai começar nossa noite, rapaz!
- Daniel... Você é louco!
- Encosta o carro Bruno.
- Aqui não, é perigoso!
- Encosta, vai ser perigoso se você continuar...
E se abaixou no meu colo.
Foi simplesmente impossível não parar o carro assim que senti o contato de sua língua engolindo meu cacete. Ele chupava forte e melado, engolindo até as bolas.
- Deita o banco!
- Cara, aqui não... Vamos prá casa!
- Já, já. Quero começar aqui, cara.
Ele chupava meu pau e com a mão esquerda subia pelo meu peito, apertando meus mamilos.
- Ah... A noite inteira foi uma preliminar prá isso, Bruno!
- Então vai, moleque... Engole esse caralho que é seu.
- Assim meu macho safado. Geme prá mim!
- Seu gostoso...!
- Quero você sem pressa essa noite, cara!
- Então vamos prá sua casa. Quero fazer você todinho...
- Porra ! Vamos lá então. Vai dirigindo que eu vou chupando seu pau, devagarzinho...
- Assim não consigo, Daniel!
- Consegue porra. É perto. Vai indo devagar...
Estava realizando uma das grandes fantasias que tinha: Dirigir com um carinha safado chupando meu pau. Ele gemia e fazia barulho, com os olhos virando e me encarando enquanto explorava meu peito, minha barriga, minhas pernas com a outra mão...
- Goza prá mim, antes de chegar.
- Não, cara! Quero gozar na cama, depois de fazer muita coisa contigo...
- Então tá...
Ele parou de chupar, e ficou batendo uma punheta de leve, deitado no meu colo. Eu não sabia o que era mais gostoso, a punheta ou a gulosa.
Finalmente chegamos e entramos correndo. Fomos tirando nossas roupas que iam ficando pelo caminho, nos beijando bem gostoso, sem pressa, mas com sede. Ele me jogou na cama de barriga prá cima e deitou com a cabeça na altura da minha cintura. Ergueu as pernas grossas e deixou uma dobrada, seu pau já duro como pedra se oferecendo prá mim.
Eu alternava minha boca entre seu cacete, suas bolas e seu rabo liso e quente. Ele se abria gostosamente e gemia alto sempre que sentia minha barba cerrada em seu cuzinho. Piscava gostoso...
- Me deixa te comer gostoso safado.
- Quer me comer?
- Quero fazer contigo o que sua mina nunca vai fazer...
- Ah! Porra, seu safado, é isso que quero!
- Provocou, rapaz...
- Me fode então!
Resolvi fazer com Daniel daquele jeito que eu amo fazer, sem pressa e curtindo cada momento. Eu o coloquei de lado na cama e o abracei forte por trás. Passei meu braço por baixo de sua cabeça e o puxei para junto de mim, meu peito encaixado nas suas costas, meu cacete encaixadinho em sua bunda carnuda e rígida. Ele mexia devagarzinho sentindo meu tesão. Eu segurava forte em sua cintura e alternava minha boca na dele e em seus mamilos...
- Que tesão, rapaz!
- Você é uma delícia Daniel... Olha essas coxas... Essa bunda...
Eu passava minha mão por todo seu corpo, seu peito, descia pela barriga, a virilha, as coxas, segurava firme seu pau duro e babão. Ele gemia e me puxava para si.
- Cara, quero que você seja meu macho...
- Vai me ter, seu puto!
- Quero que me acorde de madrugada procurando meu buraco, que me foda gostoso...
- Que mais?
- Quero te acordar com seu pau na minha boca...
- Mais?
- Quero sair contigo como dois brothers, provocar a mulherada, desfilar contigo como dois parceiros e depois de deixar muita mina louca de tesão por nós dois, voltar contigo prá casa e liberar esse tesão todo.
- Garoto mau!
- Piro nisso, cara!
- E eu tô ficando pirado na sua, seu foda!
Ele pegou meu pau por trás e encaixou na entrada de seu cu. Segurei na sua cintura e fiz dar aquela empinada. A cabeça deslizou gostosamente prá dentro, lubrificada pela baba que já cobria meu cacete.
- Me fode gostoso vai. Sem dó.
- Toma cacete então...
Comecei a bombar gostoso, segurando a perna esquerda dele no alto e beijando seu pescoço, sua nuca, sua boca. Ele gemia, se contorcia, se abria, piscava o rabo. Era uma delícia!
- Porra, não vou aguentar muito tempo assim Daniel!
- Solta tudo velho... Goza gostoso.
- Quero mais, tá muito bom...
- Soca! Me faz gostoso vai...
- Porra, vou gozar!
Segurei no seu caralho e comecei a bater forte. Ele gemia, arfava e gozou primeiro que eu, jatos de porra que caíram em seu peito. Não agüentei mais...
Tirei meu pau e esporrei como louco em sua barriga.
- Caralho!
Ficamos deitados um tempo, fazendo carinho como dois namorados e trocando beijos. Já era quase cinco da manhã, e ele tinha que estar na empresa às sete, eu às oito. Ia ser foda...
Fomos tomar um banho e conseguimos dormir por quarenta minutos, colocando nossos celulares prá despertar. Muito engraçado, a gente se vestia ainda de olhos fechados de tanto sono.
- Bruno, pode ficar, cara! Vou de busão. Você pode chegar atrasado, eu não! Tenho que render o Valdir.
- Claro que não cara, te levo. Depois durmo um pouquinho no carro.
- Olha só, não quero me sentir explorador.
- Relaxa, meu gato! Já te explorei bastante, né?
- Bruno, posso te falar uma coisa? – De repente ele ficou quase sério.
- Manda.
- Tô pensando em sair da empresa. Arranjar outro trabalho.
Gelei
- Já? Por quê? Por minha causa, cara?
- Sim e não.
Pairou um silêncio frio no ar. Não sabia se queria explicação.
- Acho que seria uma boa não te comprometer. Não dar na cara, sabe? Sei que você é tranqüilo, e não comentei absolutamente com ninguém cara, nada. Eu juro... Primeiro que nem tenho intimidade com eles, e não faria isso.
- Eu sei, Daniel. Se tivesse desconfiado de algo, tinha te questionado.
- E caído fora, né?
- Provavelmente.
- Então... Não sei você Bruno, mas eu tô a fim de ficar contigo. Sem pressão, sem cobrança, mas a fim de te curtir e deixar rolar. E fora de lá a gente não tem risco de deixar esse fator influenciar.
- Mas você faria o quê?
- Vou buscar algo na minha área, ué. Peguei esse trampo pois foi o primeiro, e minha tia já tinha o contato. Mas posso conseguir algo em banco, tenho experiência. Sei lá... Vendedor. Qualquer coisa.
- Se é pro seu bem, dou o maior apoio. Não por mim.
- Vai ser melhor. Não sei se numa semana como essa agora, no turno diurno, eu conseguiria te evitar o dia todo velho... Vai ser foda!
Rimos juntos. Ele chegou perto e me abraçou por trás, beijando minha nuca.
- Vou querer fazer assim...
Beijou minha orelha. Buscou minha boca...
- E fazer isso...
Começou a me encoxar, o volume já crescendo alisando meu peito...
- E isso...
Desceu a mão buscando meu tesão.
- Pára rapaz! Chega!
Ele riu alto, me apertando em seus braços. Sorriso lindo.
- Tá vendo?
- Safado.
- E então, o que acha?
- Cara, vai fundo. Te dou uma força, conheço uns contatos também. Eu te garanto que me controlaria – será? - mas acho que seria uma boa sim. Prá nós.
- Vamos saindo então, a gente vai conversando no carro.
Durante o caminho ele foi colocando suas razões, plausíveis, eu tinha que concordar. Tinha uma coisa com a qual eu estava bolado desde a noite passada. Queria perguntar, mas não sabia como. Decidi que não podia ter rodeios...
- Daniel, me explica uma coisa?
- Fala.
- Teu lance com a Ana.
- O que tem?
- Juro que não entendi cara... Tua mina vem prá cá ficar contigo, você me chama prá sair e conhecê-la com uma amiga. Dança e provoca a garota a noite toda. E vem fechar a noite comigo...? Qual é?
- Cara, sei que parece doideira velho. Não sei se é doença... Isso me dá o maior tesão.
- Não é doença, cara, é maldade!
- Mas não é por mal! Eu gosto dela, mas prá curtir... Beijar, bater papo, sair. Trepar mesmo eu tenho tesão assim cara, sei lá, outra pegada. E fico completamente louco de tesão quando sei que tem uma mina me querendo, louca prá se abrir prá mim, e meu macho tá ali, me vendo, acompanhando.
- Que tara doida, Daniel!
- Eu sei, é doença!
- Sei lá se é doença - eu ri - mas é maldade, poxa.
- Eu sei. Mas vai sobrar prá ela, não se preocupe.
- Seu puto.
- Ciúme?
- Não, mas preciso pensar nisso... Se você não a conhecesse, tudo bem. Mas sendo sua mina... É sacanagem.
- Hã, hã...
- Que foi?
- Tenho outro convite então.
- Ai, cacete, lá vem.
- Bom, te conto depois, estamos chegando. Mas é uma forma de lidar com isso sem tanta culpa.
- Vai lá. Eu vou tirar uma soneca até as oito no estacionamento.
- Eu venho te acordar.
- Sei lá se é uma boa...
Eu o deixei na esquina para não ter o problema de alguém nos ver chegando juntos. Ia dar uns minutos e chegava depois. Resolvi tomar um café na padaria. E pensar naquilo tudo.
Que tara louca. Mas tinha que admitir... Excitante.
O dia passou tranqüilo. Tinha realmente muita coisa prá fazer, então apesar de pensar no tal convite algumas vezes consegui - ou melhor, tive que - me conter. Trabalhei como um camelo. Quando saí, por volta das cinco percebi que já não era mais o Daniel na guarita, claro.
Fui prá casa, tomei um banho delicioso e já estava pronto prá dar uma relaxada e assistir o noticiário quando o telefone tocou. Era ele.
- Bruno?
- E aí rapaz?
- Chegou faz tempo?
- Não... Uma meia hora. E você, saiu que hora?
- Saí às quatro.
- Tá em casa?
- Tô, de saída na verdade. Vou levar as meninas na rodoviária. Quer ir com a gente?
- Pô cara, desculpa, mas acho que não. Tenho umas coisas prá terminar.
- Sei... Beleza.
- Dá um beijão nelas por mim, oK?
- Pode deixar. Vem cá, posso te ligar quando voltar? Queria falar contigo.
- Claro Daniel. Se eu demorar a atender, insiste... Pode ser que eu capote, velho. Tô podre, não dormimos nada noite passada.
- Combinado então. Até.
Eu estava realmente um bagaço. Não tava a fim de criar situação complicada de novo com a Ana, por isso a história de trabalho. Na verdade precisava dormir. E dormi... Dormi tanto que acordei com meu celular berrando do lado da cama. Quase morri de susto. Eram sete e quarenta da manhã!
- Caralho! - Olhei no celular, oito chamadas não atendidas...
- Porra!
Me arrumei rapidamente, engoli qualquer coisa e saí voando. Cheguei cansado e ao passar rapidamente pela portaria, ouvi alguém me chamando.
-"Seu" Bruno!!!
Me virei e ali estava ele...
- Daniel...
Olhei em volta e não tinha ninguém observando.
- Poxa, te liguei zilhões de vezes!
- Cara, eu vi. Mas capotei mesmo e só acordei hoje, assustado. Desculpa aí.
- Foi isso mesmo?
- Claro, velho. Olha só, depois a gente conversa, tá? Não encana.
- Beleza, bom trabalho então.
Aquele olhar... Aquela piscadela...
- Ah - ele voltou - não esquece que tenho um convite!
- Ok! Tô curioso! Deixa eu correr, tô atrasadão!
Apesar da vontade de entrar naquela guarita e ali ficar, entrei correndo pro trampo que me chamava. Mas o olhar dele me deixou a certeza que ele tinha aprontado alguma coisa...

CAPÍTULO 5

No meio da tarde notei uma mensagem no celular. -"Já estou em casa. Te espero aqui à noite. Precisamos conversar. Bj"
Achei que já era hora de desenrolar isso, então saí do trampo e fui direto prá casa dele. Só então me lembrei que ele não tinha ido ainda até minha casa. Estacionei e logo ele veio atender a campainha. Era um dia quente, bonito, primavera chegando em São Paulo. Ele usava uma calça de moletom, malha fina de mangas arregaçadas. Bonito como sempre.
- Entra aí.
- Cara, você não quer conhecer minha casa? Nunca foi lá. Depois te trago de volta.
- É ???
- Sim, porque não? Vambora... Não é longe.
- Peraí então. Deixa fechar tudo e pegar minha carteira.
Voltou rápido e pegamos o rumo da minha casa. Em meia hora estávamos lá. Fomos conversando de boa, comportados. Era claro ainda.
- Puta, Bruno, que legal seu AP...
- Valeu. É pequeno, mas ajeitadinho.
- Bem bonito sim. Parabéns. Bom gosto você tem!
- Eu sei... prá tudo!
Ele me puxou e abraçou forte. Retribuí o abraço, passando as mãos pelas suas costas largas. Ele se afastou um pouco, só o suficiente para pegar meu rosto com suas duas mãos, me olhar fundo nos olhos e engolir minha língua num daqueles beijos deliciosos. Ele explorava minha boca com sua língua sedenta com aquelas mãos grandes e ágeis na minha nuca, meu pescoço. Não sabia qual era a sensação mais gostosa... Nossas línguas entrelaçadas, suas mãos fortes me acariciando o cabelo e nuca ou a pressão de seu corpo contra o meu, já demonstrando o tamanho de seu desejo, retribuído...
Eu sabia que se não brecasse aquilo, iríamos parar na cama e nada viria de papo naquele momento. E eu queria mesmo conversar e resolver algumas coisas. Me afastei sei lá com que forças.
- Uau...
Ele riu, aquele riso hipnotizante...
- Tá difícil hoje é?
- Não, sou facinho... Só quero conversar contigo.
- Tá certo.
- Senta aqui.
Eu sentei no sofá. Ele me desobedeceu e deitou-se com a cabeça no meu colo. Me encarava.
- Pode começar vai...
- Você começa. Seu convite ???
Ele revirou os olhos.
- Ah, claro. Primeiro, uma decisão que tomei.
- Fala. Tô te ouvindo.
- Duas decisões, aliás. Boas, acho...
Encarei-o com cara de curiosidade. Passei a mão em seus cabelos.
- Decidi que essa é a última semana lá na empresa. Não quero mesmo te prejudicar, e não sei se vou conseguir me controlar sempre contigo lá.
- E você vai fazer o quê?
- Vou fazer algo, e rápido, tenho certeza. Confio no meu taco!
Ele segurou seu pau entre as pernas e apalpou forte.
- Caralho! Vai falar sério ou não?
- Hahahaha... Desculpa.
- E qual a segunda decisão?
- Conversei com a Ana hoje. Terminamos.
Medo...
- Daniel, não acha que se precipitou?
- Porque cara? Te falei, não tô amarrado nela. É só curtição, e ela tava se apaixonando prá valer, começando a falar coisas mais sérias.
- Poxa, vocês estavam há um ano juntos.
- Não ia rolar, eu aqui, ela lá. E não tô a fim. Melhor assim.
- Tá... Mas isso significa o quê?
- Significa que quero ficar contigo, pô.
Mais medo...
Ele viu na minha cara minha reação.
- Olha só Bruno... Quero deixar claro uma coisa.
E para reforçar essa seriedade ele se levantou do meu colo. Sentou-se ao meu lado e olhou sério prá mim. Ele sabia se fazer escutar.
- Fica tranqüilo que não quero te amarrar, cara. Não vou ficar na sua cola, não quero namorar, não quero morar contigo, não quero que você vá morar comigo, não quero exclusividade... Relaxa.
- Porra Daniel, quer o que então?
- Eu quero te curtir cara. Ficar com você. Te conhecer sem frescura, sem pressão. E mais...
- ?
- Quero poder sair contigo. Te mostrar... Sair prá ir ao cinema, tomar alguma coisa, dar um rolê, viajar juntos! Como dois amigos. Mas depois de tudo isso, voltar prá casa e fazer de tudo contigo, e deixar você fazer de tudo comigo. Sem limites e sem não me toques.
- E se a coisa ficar séria...?
- A gente vai conversando...
- Esse lance de "me mostrar". Me assusta, cara.
- Porra, Bruno!!! Desencana um pouco, vai! Não vou sair de mãozinha dada contigo. É justamente isso que não quero. Quero provocar a mulherada. Já te falei... quero provocar o mundo!
- Daniel, você é doido... Prá quê?
- Sou velho, sou... Mas gosto muito disso porra! E agora não tô ferindo sentimento de mais ninguém. Não tenho nada com a Ana, não vai ser com ela. E não é sempre, Bruno! Não preciso disso prá ter tesão em você, prá querer ficar contigo. Olha agora... É só um ingrediente a mais...
- Olha, vou te falar sério agora também. Mentira se eu dissesse que isso não me atrai, de certa forma. Gosto da sua companhia, rola uma química forte, o tesão é grande. Você é um puta cara boa pinta, mas, além disso, bom papo, safado na medida e sedutor. Me atrai... Mas não sei se eu sirvo prá esse papel de provocar Dani, a mulherada, o mundo, quem quer que seja! Sei lá, sou careta!
- Você não precisa se não quiser. Deixa comigo. E porra, de novo eu te digo, não vai ser sempre. Só às vezes, prá apimentar... Prá me dar um gostinho...
- Seu tarado...
Ele riu. Que papo doido! Não acreditava que eu estava discutindo aquilo ali, daquela forma, como se fosse normal, e quase gostando da ideia...
- E aí?
- Não sei! De verdade, não sei. Você me confunde.
- Meu convite...
- Ai... Fudeu. Lá vem... Manda, vai.
- Vamos viajar no fim de semana. Bate-volta no Domingo.
- Onde?
- Praia...
- Porra, mas nem tá quente, Daniel!
- Eu sei, não é prá pegar bronze, nem praia... Vamos, vai... Pegar uma brisa, andar na beira da praia, tomar um açaí, sair daqui.
- Esse fim de semana?
- Sim.
- Amanhã?
- É!
- O que você tá inventando, cara?
- Tu vai ver! – ele fez uma cara linda!
- Ah! Sabia! Lá vem bomba...
Ele me puxou com força pra junto de seu corpo.
- Vamos...! Diz que sim!
- Não sei.
- Sério? Vai perder essa chance? Caraca, tu não sabe nada hoje!
Ele se curvou e levantou minha camiseta. Com a língua começou a chupar meus mamilos enquanto apertava meu pau por sobre a calça. Com aquela pegada e língua safada, em pouco tempo meu cacete estava duro e sendo agasalhado pela sua boca faminta. Ele olhava com o rabo de olho e me chupava forte, explorando meu corpo - peitos, pernas, cintura - com suas mãos fortes.
Tirei sua malha e fiquei acariciando suas costas até onde conseguia.
Ele abriu sua calça...
Em pouco tempo estávamos num 69 delicioso. Ele me chupava gostosamente e eu revezava minha língua entre seu cacete, suas bolas e seu pau. Estávamos nesse esfrega-esfrega prá lá de bom quando ele parou, subitamente, olhando a janela da sala.
- É uma sacada?
- Hã?
- Aquilo é sua sacada? - Ele repetiu.
- Não, é o elevador! Claro, Daniel... o quê...?
- Deixa eu ver. – me interrompeu, levantando-se.
Foi até a janela que dava na sacada. Abriu, deu uma saída, voltou em segundos. Um sorriso maroto e sacana no rosto.
- É perfeita!
Perigo!
- Vem cá.
- O quê...?
- Vem cá...
Ele me puxou com força, e me empurrou de leve à sacada. Já estava escuro. Meu AP ficava no oitavo andar, e dava de frente prá uma rua calma, basicamente residencial sem prédios na frente, apenas algum comércio e casas térreas. A sacada era de um tamanho mediano, com tijolos de vidro até mais ou menos um metro de altura.
Ele estava só de calça, ainda desabotoada. Encostou-se na mureta da sacada como que desfrutando da vista, e dando uma empinada na bunda redonda.
- Vem aqui... Me abraça por trás.
- Tá louco?
- Vem cá... Não dá prá ver de fora, lá de baixo. Uma pena!
- Daniel...
- Ele rebolava e se mexia sensualmente e largou a calça que caiu até seu calcanhar. Estava usando uma boxer vermelha, apertada, realçando aquela bunda suculenta.
- Vem cara. Sou teu.
Dei uma olhada na rua, e realmente estava tranqüilo. O campo de visão de quem via da rua seria impossível me ver ali atrás. Para não correr o risco e ao mesmo tempo não querendo contrariar aquela loucura que já estava me contaminando, me abaixei e caí de boca no seu cuzinho.
- Isso, chupa gostoso. Fode meu cu com sua língua...
- Seu puto safado...
- Vai, fode esse cuzão!
Enquanto eu caprichava no seu buraquinho, ele batia uma punheta nervosa. Era nítido que a situação tinha deixado ele em estado incontrolável. Ele gemia baixo, mexia a bunda, rebolava devagar, olhando prá fora como se nada tivesse acontecendo. Estava me mostrando como fazer... Ele gozou rápido, sua porra escorrendo nos tijolinhos. Me empurrou prá dentro da sala e me jogou no sofá.
- Gostou?
- Ahã!
- Gostou! Olha como está seu cacete... Duro como pedra.
- Chupa! Me faz gozar também, por favor!
- Vou te fazer gozar também, mas assim, olha...
Ele subiu no sofá de frente prá mim. Sentou no meu colo e segurou minha nuca e cabelos daquele jeito que me deixava tonto. Beijava minha boca bem molhado, e foi sentando e roçando sua bunda no meu cacete, estourando de tesão. Com habilidade ele encaixou a cabeça do meu cacete na entrada do seu cuzinho, e foi descendo e mexendo devagar. Lambuzou sua mão com sua saliva e lubrificou um pouco. Meu pau deslizou para dentro de seu buraquinho apertado...
- Porra, que delícia... Vou cavalgar nessa rola, meu gostoso!
- Caralho... Que tesão!
- Tá vendo como você gosta de aventura rapaz?
Ele falava tudo isso mordendo de leve minha orelha, esfregando seu peito gostoso no meu e cavalgando no meu pau. Subia até quase sair com a cabeça e descia de novo, às vezes devagar, às vezes de uma vez só, piscando e apertando. A sensação era deliciosa... Seu rabo tinha a elasticidade necessária pro meu cacete, nem apertado demais nem largo, a medida certa. O puto gostava de dar. Seu cacete estava a essa altura duro como pedra e de acordo com seu movimento de sobe e desce, batia ora na minha barriga ora na dele... Eu segurava forte na sua cintura e acariciava suas coxas musculosas e suas costas, passando a língua em seu peito, seu pescoço, beijando sua boca... Era uma overdose de sensações mais que excitantes. Do começo na sacada ao término no sofá, aquela entrava definitivamente para a lista das melhores transas da minha vida... Senti o gozo vindo como um furacão...
- Vou gozar!
- Vamos junto! Pega no meu pau que eu gozo! Forte!
Ele piscou o cu, e foi só eu pegar e apertar seu cacete para ele explodir num gozo simultâneo comigo, como se não tivesse gozado nada há menos de quinze minutos. Caímos no sofá.
- Porra velho, isso é muito bom! Caralho!
- Delícia Daniel... Você é louco, meu!
Silêncio.
- Eu tô ficando louco em você! – ele disse, a cabeça recostada no meu peito, roçando seu cabelo de leve em mim.
- Amanhã vamos prá praia - eu disse.


CAPÍTULO 6

Arrumamos tudo e rumamos para o Guarujá. Além de tudo, Daniel tinha sorte. Apesar do fim de inverno chuvoso e primavera ainda não muito quente, o dia era bonito. Temperatura agradável. Era gostoso viajar com ele, definitivamente uma boa companhia. Íamos conversando sobre tudo e todos, despreocupadamente. Ele tinha comunicado sua saída da empresa, e o encarregado pela segurança tinha pedido prá ele ficar mais uma semana até colocar alguém no lugar. Já tinha espalhado currículos e até uma entrevista agendada.
Gostava disso nele. Era pró-ativo. Apesar de eu saber de sua origem humilde e do tanto que já tinha ralado na vida, falava bem, se vestia bem, sabia se valorizar, e muito. Ele tinha uma autoconfiança que seria desperdiçada se ficasse trancada em uma guarita de empresa pequena. Ele merecia mais. Sem preconceito, mas ele precisava de mais.
Por incrível que pareça ele se comportou no caminho. Nada alem de alguns beijos rapidinhos com o carro em movimento e algumas pegadas na perna e joelhos - mútuas. Suficiente para ficarmos de pau duro, claro, mas nos controlamos. Queria chegar vivo na praia.
Ao chegar, por volta das nove, não demoramos muito no apartamento. Jogamos nossas coisas, colocamos traje de banho e fomos caminhar na praia. Era um dia perfeito prá isso. Ele estava com uma sunga branca (claro!) que caía como uma luva naquele corpo gostoso e moreno. Eu coloquei uma azul que também me caía bem.
- Deixa eu ver... Tá gato!
- Gostou?
- Dá uma voltinha prá mim...
- Sai fora Daniel. Vambora.
- Porra Bruno, nunca tinha notado ASSIM essa bundinha... Uau.
- Vamos logo, vai.
Saímos e caminhamos despreocupadamente pela praia, na direção do ponto com mais movimento. Íamos pela beira da praia, onde as ondas arrebentavam. Aquela sensação gostosa da água no pé, areia massageando os pés e barulho gostoso do mar. Fiquei com medo dele pegar a minha mão - imagina!
Mas não... Caminhávamos como dois homens, amigos, curtindo uma praia. Éramos dois machos de não se jogar fora, e percebia que as mulheres notavam nossa presença. Umas olhavam descaradamente. Outras mais discretas. Homens também.
Ele já tinha começado...
- Bruno, vamos cair na água um pouco?
- Vai lá velho. Seguro suas coisas.
- Tem certeza?
- Tenho, depois eu caio...
- Beleza então.
Eu peguei as poucas coisas que carregava e sentei na beirinha da areia. Ele corria gingando pulando as ondas, até mergulhar como um peixe no mar. Deu algumas braçadas e se ergueu, sorrindo, me procurando na areia. Era uma visão de encher os olhos. Brincou um pouquinho mais e veio saindo, devagar, ajustando o volume na sunga agora molhada... Se jogou ao meu lado.
- Que delícia!
- Tá boa a água?
- Ô! Olha...
E jogou um pouco da água ainda em seu corpo no meu.
- Ui! Tá fria...
- Tá nada.
- Vamos ficar aqui?
- Não... Vamos andar mais um pouco. Lá tem mais gente.
Continuamos nossa caminhada. Em determinada altura, quando a areia começava a ficar mais densamente tomada, ele me puxou sem dizer nada e jogou-se na areia. Era uma área que pertencia a um quiosque, algumas cadeiras dispostas e livres. Ocupamos duas delas, logo ao lado de duas meninas que tomavam sol de bruços, mas com o rosto virado para nosso lado. Estavam a menos de cinco metros da gente.
Ele ajeitou as cadeiras propositalmente para que ficassem inclinadas, num ângulo intermediário entre as garotas e o mar. Se jogou na cadeira, esparramando suas coxas gostosas ali. Eu sentei ao seu lado.
- Presta atenção agora, tá?
- Daniel...
- Não precisa fazer nada. Só observa!
Ele pediu uma cerveja para o guri do quiosque. Jogou o braço prá trás como que para pegar sol, e vez ou outra ajustava seu volume na sunga. Estava meia-bomba e era fácil notar. As garotas se viraram automaticamente, e mesmo estando de óculos escuros, notei que estavam nos buscando. Cochicharam alguma coisa entre elas. Uma delas se sentou, ajeitando o cabelo. Levantou os óculos escuros deixando-os na testa e olhou ao redor, como quem dando uma geral. Seus olhos pararam em nós. Balançou a cabeça devagar.
Daniel também ergueu seus óculos e retribuiu o olhar. E abriu aquele sorriso.
Pronto - pensei - tá fisgada!
Fácil assim.
Daniel recolocou os óculos escuros e me sussurrou:
- Fica aqui, já volto. E fica tranqüilo.
Levantou-se como que impulsionado por uma mola, e foi sentar-se ao lado das garotas. Cumprimentou-as com um beijo no rosto e menos de cinco minutos depois estavam os três se levantando e vindo juntar-se a mim.
"Caraca, qual é o meu papel porra? O que é que eu tenho que fazer agora?". Estava me sentindo mais perdido que um cego em tiroteio.
Carol e Dani eram os nomes delas. Bonitas, simpáticas e saidinhas. 27 e 25 anos respectivamente. Era fácil conversar com elas, e nitidamente Daniel se insinuava para Dani e Carol se voltava para mim. Depois de quase uma hora de papo, éramos quase dois casais.
- Meninos, o sol tá forte, quase meio dia. Melhor sairmos daqui. Topam beliscar algo na Avenida?
- Claro, vamos sim.
- Preferem algum local?
- Deixem que eu indico - disse Daniel.
Enquanto caminhávamos no calçadão, notava que Daniel buscava algo, só não sabia o quê. Caminhando daquele jeito másculo e sensual foi nos guiando para um restaurante simples, mas simpático, mesas sob um toldo que nos protegia do sol. Ele se sentou de um lado com a Dani, de frente prá mim ao lado da Carol. O papo fluía entre nós quatro, falando sobre nossas vidas na cidade, trampo, hobbies, estudos...
Nesse meio tempo, Daniel passou o braço pelos ombros de Dani. Ela fez um charminho tipicamente feminino, e encostou a cabeça em seu ombro, pousando a mão direita em seu peito ainda desnudo...
Ciúme...
Carol, como que para não perder terreno, ou para deixá-los mais à vontade, virou-se para mim meio que me forçando a fazer o mesmo e puxou um assunto particular. Com o rabo de olho notei que as carícias entre os dois se intensificavam. Nada explícito, mas quente, sim. Mãos se acariciando, corpos se chegando, até que se beijaram. Ela com o rosto repousado em seu ombro, ele segurando seus cabelos, daquele jeito que eu gostava... Afff...
No mesmo momento, senti algo por baixo da mesa...
Quase dei um pulo da cadeira, mas logo entendi.
O pé de Daniel começou a roçar minha perna, subindo em círculos pelas minhas coxas. Ele continuava beijando Dani, e subia com seu pé até encontrar meu pau, já duro há muito tempo. Começou a roçar e apertá-lo entre os dedos do pé, passando o mesmo por toda a base do meu cacete. Aquilo tava me deixando em ponto de bala...
Entendi naquele momento o porquê dele escolher o local. A disposição das mesas e as toalhas que as cobriam, assim como a mureta que dividia o toldo do calçadão faziam com que ele pudesse quase que me estuprar ali, e ninguém notaria. Era um puto mesmo...
Estava difícil me concentrar no papo com a Carol. Ele interrompeu o beijo e ficou encostado na Dani, olhando para mim e Carol como que querendo participar do papo, e continuando a me explorar com seu pé sacana. Fiquei com vontade de dar um chute nele, mas tava bom... Estava gostando... E se ele continuasse, senti que gozaria ali mesmo, na sunga que vestia.
Acho que ele notou pelo meu olhar - quase de súplica - e retirou o pé.
- Carol, antes de almoçarmos,vamos ao banheiro? – chamou a Dani.
- Nós vamos aproveitar e ir também – Daniel falou já se levantando e me chamando com o olhar.
Caralho... Não podia me levantar naquele momento. Estava mais que óbvio meu estado. Ele ia me pagar!
Elas se levantaram na frente e foram. Ele se levantou logo em seguida - e quase engasguei - Sua pica também estava dura, colocada de lado, e ele não fazia questão de esconder. Elas não notaram, mas um casal de jovens na mesa ao lado sim, e o cara quase se entregou... Não tirava o olho. Chegamos ao banheiro e ele parou no mictório. Eu entrei em um dos dois boxes disponíveis. Tinha um outro senhor lavando as mãos. Enxugou-as e saiu. Foi a deixa para ele invadir meu espaço e me lascar um beijo daqueles.
Queria empurrá-lo e sair dali... Mentira!
Retribuí ao beijo com uma sede louca, e fui empurrando sua cabeça para baixo. Ele se ajoelhou como pôde no pouco espaço e caiu de boca na minha rola dura. Chupava gostoso me olhando com aquela cara como quem diz:
"Tá gostando, então?"
Eu, nessa altura do campeonato, não tava nem aí. Só queria curtir aquela gulosa e que se danasse o resto. Depois eu brigava com ele...
A porta do banheiro se abriu. Dois caras entraram, conversando. Um foi pro mictório e outro veio pro box do lado. Ele reduziu o volume do gemido enquanto me chupava, mas não parou. A situação só me fez ficar com mais tesão, e enquanto acariciava sua cabeça e reprimia meus gemidos, gozei como não gozava havia tempos. Ele engoliu parte e deixou um pouco do meu leite cair pela lateral de sua boca. Depois que soltei o último jato daquele leite melado, ele engoliu tudo de novo até minhas bolas. Não resisti e gemi mais alto.
- Ahahah..
Ferrou!
Ficamos em silêncio por um tempo, os caras lá fora também. Depois de alguns segundos que pareceram longos minutos, ouvi o rapaz do lado deixando o box, e a torneira se abrindo. Mais um tempo e ambos saíram.
Ele se levantou buscando minha boca de novo. Me deu um beijo molhado, acariciou sua pica dura dentro da sunga e saiu do box, sem falar nada. Foi até o lavabo, lavou a boca, o rosto e saiu do banheiro, falando com a porta aberta:
- Te espero aqui fora.
Eu ainda estava tonto...
Quando saí, percebi os olhares desconfiados de dois rapazes perto da entrada do banheiro. Eram os mesmos de tempos atrás. Estavam sozinhos.
Como nunca acontece, as garotas já estavam de volta à mesa. Por discrição ou não, não houve questionamento da nossa demora, ainda bem! Será que tínhamos demorado? Eu tinha perdido a noção do tempo. Estava pirando na minha inconseqüência.
Começava ali o meu mergulho na tara louca daquele rapaz. Ele estava me levando para seu jogo, e eu estava gostando. E ao mesmo tempo em que um lado racional me mandava sair fora e não cair naquela loucura, um lado aventureiro há muito enterrado me convidava a aproveitar. Estava dividido. Estava tentado. Estava confuso.
E precisava decidir o que fazer...
Voltamos à mesa, e almoçamos tranquilamente. Como já estava vacinado, sentei do lado oposto dele na mesa, dificultando seu ataque se ele quisesse investir de novo. Percebi seu sorriso sacana no rosto.
Foi incrível ver como ele conseguiu se livrar das meninas da mesma forma como as atraiu. Trocamos telefone, ele alegou retorno mais cedo prá Sampa e nos despedimos, sob súplicas de um novo encontro por parte da Dany. Ela já parecia toda apaixonadinha, coitada... Fiquei com pena mesmo.
- E aí Bruno... Vamos voltando sentido do AP?
- Vamos sim.
Silêncio...
- E aí? Curtiu?
- O que acha?
- Eu acho que sim! Ao menos pareceu curtir!
- Hãha... E você, curtiu?
- Porra, velho, muito!
- Daniel, como você consegue, cara?
- Poxa Bruno, não fiz nada de mais... Você reclamava de sacanagem, traição, sei lá. Não é o caso mais, concorda? Não a conhecia! Ela queria tanto quanto eu!
- Ah, é ???
- Tu me entendeu.
- Não sei.
- Mas e aí, curtiu ou não? Como se sentiu?
- Se disser que não curti, mentira. Curti sim. Mas não me senti confortável como você.
- Normal cara, questão de tempo. Ou nunca vai se sentir, mesmo.
- Seu sacana!
-Ah, Bruno. Menos, vai... Não me diz que não foi bom perceber que ela tava louca prá me arrastar dali prá cama e se abrir toda, mas você ciente de quem faria isso é você... Não é bom? Não se sente poderoso?
- Tá se achando, heim?
- Tô mesmo, velho. Eu, se fosse você, estaria muito envaidecido!
Ele riu gostoso.
Estávamos no meio do caminho pro Apartamento, e ele pediu prá entrar na água, e matar um resto de tempo que tínhamos. Nos jogamos na areia e pedi uma água de côco enquanto ele corria em direção ao mar. Voltou gingando e tirando a água salgada do corpo, deitando-se folgadamente ao meu lado, na cadeira de praia, e chegando perto para dar um gole no meu côco.
- Que delícia...
- Bom né?
- Hum hum...
Ele me olhou bem perto.
- Me dá um beijo!
- Nem que a vaca tussa! Aqui não!
- Selinho, não tem ninguém olhando...
- Comporte-se Daniel. Se não saio fora.
- Hahahahaha... Tímido!
- Sou tímido mesmo.
- Que gracinha, adoro você assim.
- Sei...
- Não vejo a hora de chegar em casa e poder me deitar contigo.
- É ?
- Beijar teu corpo de cima em baixo...
Ele me olhava de um jeito que quase me derretia. Meu corpo começou a reagir.
- Engolir sua língua e sentir seu gosto...
- Me deitar de ladinho assim, com você atrás me encoxando e explorando meu corpo...
- Me abraçando por trás, beijando meus peitos, mordendo minha orelha, seu pau duro brincando no meio da minha bunda...
O olhar dele e o tom de voz estavam me deixando louco!
- Eu dando aquela empinadinha e procurando me encaixar em você...
- Cara... Para! Olha você como está!
- E olha você como está ficando... Delícia. Que vontade de pegar, passar a mão...
- Daniel, me empresta sua camiseta.
- Prá que?
Eu só PRECISAVA me esconder, a cabeça do meu pau quase saía prá fora da sunga. A dele estava de lado, já era possível ver toda a forma delineando o tecido esticado.
- Relaxa rapaz, os incomodados que se mudem. Ninguém tá reparando...
- Não ? Mas eu sinto que toda a praia tá olhando...
- Quem me dera!
- Daniel!
- Não fosse por você, eu me deitaria agora ao seu lado e te beijaria gostoso, sem frescura nenhuma.
- Vai dar seu mergulho, cara! Por favor.
Ele riu de novo, quase uma gargalhada. Levantou-se e como se não bastasse a visão que já era espetacular, se espreguiçou levantando os braços e se alongando todo, deixando tudo muito mais evidente para quem quer que estivesse assistindo. Eu não sabia se alguém estava observando ou não, tinha vergonha de olhar pro lado.
Sem que eu tivesse chance de barrá-lo, se inclinou como um raio, me deu um beijo no rosto e saiu correndo prá água, dando uma olhadinha prá trás!
- Tô fudido...
Eu estava completamente envolvido pela situação, mas não me sentia confortável com ela. Naquele momento decidi que só queria voltar prá capital e precisava de um tempo para pensar sobre tudo aquilo. Antes que não tivesse mais volta.
E inevitavelmente, me veio a pergunta diante dos seus atos e seu jeito de ser... Quem era o mais complicado e indeciso nessa relação?

CAPÍTULO 7

Nosso retorno foi tranqüilo, rápido e calado. Acho que ele percebeu o que aquilo me causava e minha dificuldade para lidar com a situação, e respeitou. Gostava disso nele. Havia, por incrível que pareça, respeito e compreensão. Ele era intuitivo, sabia atacar e se defender na hora certa. Isso, de certa forma, me instigava, me atraía e me assustava um pouco...
Chegamos a São Paulo por volta das cinco da tarde. Demos uma parada em casa para tomarmos banho e depois eu o deixaria na casa dele. Queria conversar sobre tudo aquilo só depois, pensar antes. Foi inevitável não colocarmos prá fora o tesão acumulado. Embaixo do chuveiro nos beijamos demoradamente e de forma quente, urgente e máscula. Nossas mãos se procuravam e exploravam cada parte de nossos corpos. Nossas picas duras se roçavam e nos excitavam ainda mais.
Eu resolvi retribuir parte do que ele tinha provocado, e fui o primeiro a descer. Me ajoelhei no chão do banheiro e abocanhei seu cacete. Engolia até as bolas, chupava apertado e molhado, apertava e acariciava suas bolas, suas coxas, sua bunda rígida, invadia seu cu com um dedo... Subia uma das mãos para acariciar seu mamilo ereto e duro, tentava deixá-lo saciado.
- Caralho, Bruno. Que tesão, velho... Você me satisfaz mais que qualquer garota que já tive!
- O que você quer que eu faça contigo?
- Faz o que quiser comigo! Sou teu agora. Engole meu cacete!
Eu o puxei para o chão e fiz com que ele deitasse. Aprisionei seus braços para cima e me sentei sobre seu peito, meu cacete em riste próximo á sua boca. Ele olhava com fome, a língua de fora, gemendo baixo e tentava abocanhar. Eu me afastava.
- Me dá... por favor!
- Toma isso agora!
- Me ergui um pouco mais, e me sentei com meu buraco quente na altura de sua boca.
- Ahahahah... Caralho! Como eu quero!
Comecei a rebolar em sua cara, e ele invadia meu cu com sua língua quente e molhada. Era a primeira vez que invertia o papel com ele... Ele merecia. Ele ficou louco como há muito eu não via, era perceptível que ele queria aquela intimidade que ainda não tinha tido. E eu aproveitei também. Sou predominantemente ativo, mas já vinha com vontade de variar com ele um pouquinho. Sentir no cu a sensação que ele me provocava com a língua safada ao me beijar, que já era muito boa...
E era mesmo. Sua língua parecia imensa. E era de uma agilidade louca. Ele me penetrava com ela e ao mesmo tempo segurava minha cintura e coxas com suas mãos firmes e grandes.
Me inclinei para trás e peguei se pau com a mão, punhetando devagar. Ia alternando entre a base, as bolas e seu cuzinho, acessível com sua perna arreganhada. Ele comprimia e fechava as pernas com força, prendendo minha mão lá dentro e depois liberando, como que controlando meu movimento... E gemia! Ah, como gemia! Seus gemidos eram uma sinfonia deliciosa! Eu recuei um pouco, encaixando minha bunda em seu cacete e mexendo gostoso. Me segurei forte em seu peito, apertando seus mamilos e olhando nos olhos. Ele se ergueu rapidamente e me abraçou forte, segurando minha nuca com as duas mãos e enfiando a língua dentro da minha boca...
- Caralho, Bruno... Desse jeito eu não agüento!
- Você quer que eu pare?
- Não !!! Continua, cara... Eu te quero de todo jeito. Quero você dentro de mim, quero te invadir e ser seu homem! Quero trocar contigo, te dar o prazer que eu tenho...
- Você quer me foder ?
- Como nunca quis alguém antes...
- Mentiroso...
- Hahahaha... Você vai ver... E vai sentir!
- Então me fode, meu homem! Devagar, sem pressa!
Eu peguei seu pau com uma mão, com a outra molhei minha mão e lubrifiquei mais meu cu e encaixei a cabeça na entrada. Fui sentando devagar. Doeu um pouco, fazia tempo que eu não dava, mas a vontade era maior... Em pouco tempo, o tesão substituiu a dor. E a visão do prazer que ele sentia estampado em seu rosto era algo que se eu pudesse, gravava e levava comigo prá sempre... Simplesmente impagável.
Eu não ia conseguir me livrar dele tão facilmente!
Ele ficou ali me bombando e me comendo com os olhos, me segurava forte pela cintura me erguendo com seus braços fortes, ditando o ritmo. Gemia gostoso e se levantava de vez em quando prá me beijar.
- Quero fazer contigo agora do jeito que você gosta de fazer comigo...
Me pegou com força e foi girando seu corpo, até me deitar de lado e me abraçar por trás, sem deixar seu pau sair de dentro de mim. Eu realmente adorava aquela posição. Me abraçou forte, ergueu minha perna direita e a manteve inclinada. A sensação de seu peito quente em minhas costas, seu pau me invadindo, sua boca lambendo meu pescoço, sussurrando e gemendo em meus ouvidos, uma de suas mãos em minha cintura, seu olhar de tesão... Tudo isso me levava ao êxtase.
- Gosta assim Bruno?
- Gosto, cara...
- Olha como você me deixa velho... Sente meu mastro duro dentro de ti...
- Tô sentindo.
- E olha como tu está reagindo cara... Levando no rabo com esse pau duro...
- Hãhã...
- Já, já vai ser sua vez. Quero ver ele me invadindo, me fodendo gostoso, me preenchendo sem dó... Quer?
- Quero porra, você sabe que quero!
- Caralho, Bruno! Nunca pensei que pudesse ter tanto tesão por um homem, velho! Era prá ser só curtição, mas tô ficando viciado em você. Que delícia, cara...
- Porra, não pára Daniel... Me fode, vai!
- Toma seu safado!
Ele apertou mais minha cintura e bombou forte. Estocava cada vez mais fundo, me alargando mais e mais... Eu levei minha mão até suas coxas, sua bunda, puxando-o mais para dentro de mim.
- Vai cara, goza gostoso. Goza que depois quero inverter contigo e ver seu pau ficando duro de novo, prá gozar mais uma vez enquanto eu fodo seu cuzinho.
- Porra cara, assim não agüento!
- Vai, goza pro seu macho...
- E depois?
- Depois vou te fazer gostoso! Te fazer gemer e rebolar na minha vara!
Ele não agüentou, socou forte, me abraçou e senti sua porra esguichando no meu cu. Tirei o pau dele a tempo de ver os jatos caindo em sua barriga, seu peito, ele se contorcendo de prazer.
Era minha vez então. Invertemos, e ficamos nos curtindo por mais um bom tempo. Comi seu cuzinho do jeito que gostava, sem pressa alternando carinho e pegada forte. Como prometido, em pouco tempo ele já estava de pau duro de novo, revirando os olhos, e gozou forte novamente antes que eu vertesse litros de porra em seu peito e seu rosto.
Nos largamos um nos braços do outro, e dormimos gostoso, como sempre acontecia. Não tive tempo de pensar em nada... Pensaria depois. A semana foi tranqüila. Seria sua última semana na empresa como combinado. Seus horários eram malucos, nos encontramos poucas vezes por lá. Não nos vimos nem na Segunda nem na Terça. Eu gostava dessa forma "light" de ser, nada de grudes e zilhões de telefonemas e mensagens. Fazia a saudade ter espaço, a certeza de que gostava da companhia dele, mas que não era dependência, era tesão, atração, carinho... Crescentes.
Na quarta ele me ligou.
- E aí?
- Fala meu querido...
- Correndo muito, Bruno?
- É, velho, bastante... E você?
- Então, por isso te liguei. Amanhã já tenho uma entrevista agendada. É num banco na Paulista, parece bem legal. Queria tua ajuda.
- Claro, o que posso fazer?
- Na verdade umas dicas prá esses lances de entrevista, sabe? Faz tempo que não passo por isso, queria me preparar bem!
- Beleza. Não domino muito, mas posso te dar uns toques, sim...
- Tem jeito de eu passar aí mais tarde? Prometo não demorar.
- Claro. Quer que eu te pegue?
- Desencana... Sei andar, tá?
- Bobo...
- A gente se vê então.
- Até.
Me entusiasmei. Seria legal ajudá-lo. Eu adorava quando ele se comportava assim. Comportado. Mas a certeza que isso durava pouco me motivava também. Resolvi preparar alguma coisa para jantarmos enquanto ainda tinha tempo. Fiz um peixinho grelhado, salada básica...
Me larguei no sofá e esperei. Ele não devia demorar.
Demorou... E caí no sono.
Acordei assustado com o toque do meu celular.
- Porra cara, tu tá em casa?
- Tô Daniel, desculpa... Dormi.
- Libera prá mim. O porteiro ligou aí e você não atendeu.
- Tô indo.
Me levantei rapidinho e dei um toque na portaria. Ele subiu rápido.
- Cara, como você dorme velho, rsrsrs
- Foi mal!
- Nada...
Ele me abraçou forte, segurou minha nuca daquele jeito e me beijou gostoso. Me abraçava forte, mas percebia que era literalmente um cumprimento mesmo. Não havia segundas intenções, eu já o conhecia. Ele sabia direitinho controlar a situação.
Separou-se de mim e se jogou no sofá.
- E aí, sua semana?
- Ah, cara... Você sabe, como sempre. Corrida.
- Nem te vi direito lá, imaginei que estivesse assim mesmo.
-É. Mas me conta... E esse lance da entrevista?
- Então... Mandei os currículos, lembra? Um camarada que conhecia tinha meio que me indicado esse lugar. Me chamaram já na Terça, marcando prá amanhã. O Vinicius, esse meu amigo, me deu uns toques. Mas queria falar contigo.
-Legal, vamos lá!
E ele me encheu de perguntas e questionamentos como se eu fosse profissional de recrutamento e seleção. Eu não era, mas claro que pude dar uns toquem em relação aquelas perguntas e respostas clichê, algumas coisas a evitar, enfim... Ao menos queria que ele sentisse que podia contar comigo. Era prá lá de meia noite quando resolveu sair. Não sem antes me levar até a sacada.
- Olha, hoje vou ficar quietinho, mas morro de saudade dessa sacada. É meu lugar favorito no seu AP...
- Sei, claro...
- Hahahahaha... Vai dizer que não gostou?
- Bom, chega Daniel! Vai embora então, e me conta amanhã logo depois da entrevista como foi, tá?
- Beleza, posso vir comemorar ou chorar contigo?
- Pode. Me liga e a gente combina.
- Tá bom. Valeu mesmo, velho. Te devo essa...
- Que isso...
- Deixa eu pagar, vai?
- Ai, ai... Tchau!
Ele me deu aquela puxada, me abraçou forte, aquele beijo, carinho na nuca e saiu pela porta, gingando, sorrindo... Eu, já com saudade...
O dia passou rápido, trabalhei muito e consegui ficar sem pensar muito nele. Era quase quatro da tarde quando recebi uma mensagem no celular.
"Me liga!"
Aproveitei prá dar uma esticada nas pernas. Saí da minha mesa e liguei.
- E ae, rapaz... Como foi?
- Poxa cara, acabei de sair da tortura!
- E então?
- Sei lá, porra. Acho que fui bem. Fiz tudo certinho. Mas não sei, tô nervoso.
- Relaxa Daniel, já acabou. Te falaram se vão te retornar ou coisa assim?
- Hã hã... Me ligam até o fim a semana.
- Legal. Já fez o que podia, certo? Agora é esperar...
- Pode crer! Nossa Bruno, tô cansado. Parecia que não, mas me consumiu. Quero muito isso cara, vai ser bom prá gente.
"prá gente"...
Ele notou meu silêncio
- Que foi?
- Nada...
- Cara, tô indo prá casa. Só quero tomar um banho e descansar. Posso te esperar lá?
- Ah... Pô, Daniel... Eu...
- Ah, cara, por favor. Nunca te pedi assim. Sempre respeitei seu tempo. Hoje eu tô precisando de você perto...
Ele sabia, como sabia, me amolecer!
- Tá bom, Dani!. Eu vou acabar as coisas aqui, rápido, e vou te encontrar.
- Vou estar te esperando. Detesto ficar devendo, sabe?
- Seu moleque!
- Beijo...
- Tchau.
Acabei meu trampo rapidinho. Me peguei ansioso prá estar com ele. Apesar de todo o discurso de "sem cobrança", "sem envolvimento", eu tava me sentindo cada vez mais ligado a ele, e sentia ele também ligado a mim. Mas será que eu conseguiria lidar com aquele fetiche doido dele? Será que ele continuaria com aquele fetiche doido, se ficássemos juntos...?
E a pergunta que mais me atormentava, bem no fundo...
Será que, caso o fetiche fosse embora num possível relacionamento mais estável, meu tesão e atração iriam também? Até onde era aquilo que estava me atraindo no Daniel? Resolvi que seria o dia prá colocar tudo na mesa, conversar abertamente, contar o que sentia e ver o que viria depois... Mesmo se fosse prá acabar ali.


CAPÍTULO 8

Fui prá casa dele pensando bastante e meio que recapitulando toda aquela história, como tudo havia começado. Menos de duas semanas de contato e tinha experimentado situações que não tinha me imaginado nesses mais de trinta anos de vida. Daniel era uma companhia que me passava uma puta segurança, mas não sei se ele tinha essa segurança para consigo mesmo.
Sentia carinho por ele. Ele tinha mostrado discrição e cuidado.
Sentia muito, muito tesão. Ele era quente, sem frescura, pegada de homem, ritmo de homem, jeito de macho... Isso me deixava louco!
Meu medo era que eu me apaixonasse e ele ficasse nessa piração e fetiche, e se mandasse como se mandou da garota com quem estava há um ano.
Ele me recebeu com olhar de menino cansado. Entramos e me puxou naquele abraço carinhoso e apertado que me amolecia.
Ficou um bom tempo assim, me abraçando forte e me apertando contra seu corpo, fazendo carinho no meu cabelo meio que como soubesse que o papo seria sério. Maldita intuição...
Deixei que ele me soltasse - até porque tava muito bom - sem pressa e o puxei pro sofá.
- Ei, que foi, moleque?
- Nada Bruno, só cansaço... e ansiedade. Tá tudo bem.
- Ânimo poxa... Vai dar tudo certo! Nunca de vi amuado assim!
- Vai sim. Valeu. E contigo?
Fiquei com pena de colocá-lo na parede naquele momento.
- Tudo beleza. Cansado também, mas o cansaço de sempre.
- Você trabalha prá caralho né?
- Precisa né?
- É. Isso que eu quero prá mim, sabe Bruno... Acho que sou muito inteligente e capaz prá ficar sentado atrás de uma guarita a noite toda. Sem preconceito, mas não exige nada de mim. Quero mais, cara.
- Eu tenho certeza que você pode.
- Torce por mim oK ? Vai ser bom prá gente!
De novo... “prá gente”...
- Posso te pedir uma coisa Bruno?
- Manda...
- Sei que estou te devendo - ele riu, revirando aqueles olhos naquele sorriso sedutor - mas hoje, como estamos cansados, só quero que você fique aqui, passe a noite comigo assim - e se deitou no meu colo - sem urgência, abraçado, me dando colo e carinho.
Caraca... Tinha como dizer não?
Nós pedimos uma pizza, comemos assistindo o noticiário, procuramos algo na TV e nos deitamos juntos. Era tentador, mentira se dissesse que não, vê-lo se despir e ficar só de cueca preta, justa, o volume de seu pau comportado, mas ainda assim revelador, aquele tórax gostoso, e simplesmente abraçá-lo.
Eu me deitei também só de cueca ao seu lado. Ele se chegou mais, deitando sua cabeça no meu peito e me abraçando pela cintura.
"Concentre-se Bruno... Mostre que é capaz!"
Enroscou sua perna na minha e virou o rosto, me olhando daquele jeito calmo. Puxou meu rosto e me deu um beijo gostoso, mas controlado. Afastei de leve sua cabeça colocando-a de novo no meu peito e fiquei acariciando seu peito.
- Gostoso isso, cara... Tava precisando bastante de carinho assim.
- Dorme, velho. Aproveita...
- Me abraça assim, então!
Virou-se de lado, se oferecendo de conchinha prá mim. Eu me encaixei em seu corpo e o abracei de leve, meu rosto junto ao seu já de olhos fechados. Foi se mexendo devagarzinho e insistentemente até encontrar a posição perfeita onde nos apoiávamos e estávamos ambos relaxados... Dava prá sentir sua respiração, ele segurando minha mão junto à sua, meu corpo todo encostado no dele, meu peito colado em suas costas. Era um momento dos mais quentes que já tinha passado com ele, mas estávamos só nós ali. Parecia que ele queria me passar um recado claro e nítido de que podíamos nos curtir sem tantas aventuras loucas, que ele queria aquilo, que aquilo era bom...
Ficaria assim por dias... E assim dormi um sono tranqüilo e pesado, como há muito não dormia. Completamente revigorante. Eu estava completamente apaixonado!
Acordei não sei que horas, e notei que ele continuava ali, lindo. Gostoso, ressonando, um pouco mais longe de mim - tínhamos nos desvencilhado - uma visão privilegiada. Levantei-me devagar e fui pro banheiro. Abri a ducha e entrei pro banho, feliz. Deixei a água cair sem pressa. Ouvi o barulho dele se levantando e então ele entrou preguiçoso, pegando meu rosto entre as mãos naquele beijo...
- Oi meu querido... Bom dia!
- Dormiu bem?
- Nossa! Muito. E você?
- Muito bem cara...
- A gente tava precisando né?
- Hã Hã...
- Posso tomar banho contigo?
- Bom... Já invadiu né? – Sorri.
Ele me abraçou gostoso, dessa vez por trás, e começou a beijar minha nuca, meu pescoço, virou meu rosto e me beijou, agora sim quase me devorando.
- Hora de pagar dívidas...
Foi descendo com sua língua pelas minhas costas enquanto suavemente me empurrou e me encostou na parede fria de azulejos. Foi descendo sem pressa, passeando com suas mãos fortes e sua língua ágil por cada parte do meu corpo. Abriu minhas pernas e mergulhou a língua no meu buraco, chupando gostoso... Abaixou-se mais e engoliu minhas bolas, me virando de frente para ele. Brincou um tempo com meu cacete já duro, até engoli-lo sem cerimônias, enquanto uma mão explorava meu mamilo direito e a outra oferecia seus dedos para que eu chupasse.
- Porra, tava com saudade disso também, Bruno...
- Eu também!
- É ?
Ele subiu e jogou seu corpo sobre o meu, deixando que eu sentisse todo seu peso. Me beijou com força, segurou minha cabeça e começou a forçá-la levando-a até seu peito eriçado. Chupei gostosamente seu peitinho duro, enquanto com a mão acariciava seu volume rijo ainda preso em sua cueca encharcada.
Fui descendo devagar até chegar ao seu caralho. Desci a cueca justa e molhada por suas coxas e caí de boca, numa gulosa bem caprichada e faminta. Ele gemia e se contorcia, soltando grunhidos baixinhos.
- Continua...
Ele se virou repentinamente e abriu as pernas, mostrando o que queria. Sem muita demora, caí de boca em seu cuzinho molhado, lambuzei-o com minha saliva e sem demora, me colocando de pé encaixei meu cacete ali e forcei a invasão, segurando sua cintura e beijando suas costas e nuca. Ele empinou a bunda gostosamente, segurou e abriu sua carne, me puxando para dentro...
- Me come gostoso, vai!
- Goza prá mim...
- Me fode!
- Toma...
Bombei forte, e o tesão era tanto que gozamos logo, cansados.
Estava de saída para o trampo, devia ser por volta das oito.
- Você vem prá cá de noite Bruno ?
- Daniel, vai depender. Tenho zilhões de coisas prá fazer, se sair no horário te ligo e a gente se vê, caso contrário deixamos prá amanhã, Ok?
- Tá bom. Se preferir e quiser me dá um toque e vou pro seu AP.
- Tá legal... Deixa eu ir. Se cuida, lindo!
- Pode deixar.
Ele me puxou e me abraçou forte.
- Valeu por ter vindo e ficado comigo viu? Tava precisando...
- Que isso! Foi um prazer... rs
- Ah... Se eu tiver novidades te ligo.
- Por favor! Vou torcer muito! Vai dar certo, fica tranqüilo!
- Beijo, meu gato! Muito obrigado mesmo!
Saí feliz por tê-lo confortado de certa forma, mas frustrado por não ter conseguido adiantar nada do que queria. Na verdade, saía mais envolvido e mais enrolado do que chegara... Foda! Trabalhei bastante, e o trampo sempre me ajudava a espairecer um pouco e desanuviar os pensamentos. Doce ilusão e uma forma tranqüila de ir empurrando com a barriga. Mas já sabia o que eu precisava fazer. Era só fazer... Estava em casa, banho recém tomado e me preparando para comer alguma coisa quando tocou o interfone. Era o porteiro dizendo que ele estava lá embaixo.
Luz amarela! Agora aparecia assim, sem nem dar um alô.
- Pode deixar subir, por favor.
Abri a porta e lá estava ele, sorridente, bonito, bem mais disposto!
- Porra, que aconteceu contigo... Seu celular não atende!
- Sério...?
- Tentei ligar várias vezes. Só Caixa postal, fiquei preocupado!
- Podia ter ligado aqui.
Ele ficou sério...
- Ei, não liguei aqui porque estou falando de duas horas atrás. Você quer que eu vá embora? É só falar, não quero incomodar.
- Ei, ei, ei... Calma! Só estranhei porque você sempre avisa!
- Tentei avisar.
- Tá bom, desculpa... Foi mal.
- Poxa, só queria te dar uma notícia boa! – Ele estava chateado.
- Te chamaram?
- Hãhã...
- Poxa Daniel! Parabéns cara! Tô muito feliz!
Eu o abracei com sinceridade. Ele retribuiu friamente.
- Bom, notícia dada... Vou saindo. A gente se fala.
- Cara... Pera aí!
- Me liga amanhã, ok?
E foi...
Fiquei morrendo de raiva de mim mesmo.
Merda de celular... Isso era hora de descarregar e eu nem notar?
E que droga de defesa era essa na qual estava me escondendo, que me deixava tão chato em relação a esse lance de "invasão de espaço". Em outros casos, tudo o que eu queria era ser surpreendido com uma visita inesperada, carinhos sem data marcada. Que frescurice era essa?
Peguei o telefone e liguei no celular dele.


CAPÍTULO 9

- Oi.
- Daniel... Desculpa. Volta aqui, deixa eu falar contigo.
- Falar o que, Bruno? Parece que você quer ficar de boa.
- Ah, Dani... Pára. Nada disso. Só fiquei surpreso. Não quero que fique bravo.
- Não tô bravo, Bruno. Tô chateado... Coisa de bicha.
- Bobo!
- Seguinte cara... Eu só volto aí se você desembuchar tudo o que quer falar comigo, e fica se esquivando!
- ...
- E aí?
- Vem... Vamos conversar.
- Beleza, mas não aí. Quero dar uma volta. Nada de ficar preso aí.
- Onde?
- Deixa comigo.
Medo.
Em cinco minutos ele estava ali de volta. Cara de moleque triste, carente e magoado. Dava vontade de ao invés de sair prá falar sério, colocá-lo no colo como na noite anterior. Me deu um abraço leve.
- Porra, cara... Se não quiser ter surpresas assim, deixa essa porra do celular carregado e disponível ou me dá um toque e fala que não está a fim de falar nem de me ver. Vou respeitar. Já te mostrei isso.
- De novo, desculpa.
- Tá bom.
- Mesmo?
- Sim... Deixa eu te contar antes que fique chateado de novo. Me chamaram, sim! Começo em 10 dias! Antes, tenho um treinamento no Rio semana que vem. Eu tava todo feliz querendo te chamar prá ir comigo.
- Quando?
- De Terça a Quinta. A gente podia emendar o finde lá. Que tu acha ?
- Rio ? Fim de semana ? Tentador.
- Imagina que delícia, pegar uma praia, feijoada na Mangueira... Vamos?
- A gente pode pensar nisso Daniel, mas depois do nosso papo de hoje.
- Sei... desconfiava dessa resposta. E acho bom também!
- É importante. Você que vai decidir se quer que eu vá ou não.
- Ok. Pode começar.
- Não queria sair?
- Queria. Mas não quero mais. Acho que isso é mais importante.
Comecei a falar logo, antes que desistisse de novo.
- Daniel, é o seguinte. Tô bolado, cara. A gente se conheceu há menos de duas semanas. Rolou uma química muito boa. Fomos e temos sido honestos um com o outro desde então. Absurdamente transparentes...
- Até demais, né?
- Não, como tem que ser. Tenho que te confessar que tem sido muito bom ficar contigo. Você é bom papo, bom de cama, sedutor, companheiro, parceiro...
- Nossa, tá bom... Eu caso!
- Posso continuar?
- Sorry !
- Você deve ter notado que tenho uma vida resolvida, cara. Sou tranqüilo em relação à minha orientação sexual, decidido e desencanado. Já tive alguns relacionamentos muito estáveis, outros nem tanto. Já amei, sofri, esperei, retribuí, me desencantei. Tudo normal. Tudo cereja do bolo. Não me iludo com felicidade plena.
- Tá...? Já notei sim Bruno. E isso que me atrai em você.
- Mas e você, Dani ? Qual é a sua, afinal? Você também parece extremamente resolvido, desencanado e decidido, às vezes bem mais que eu, mas vem de um lance com uma namorada de mais de um ano e vez ou outra quer e precisa provocar a mulherada para se satisfazer. Isso tá me deixando encanado.
- Daniel, você não tem nenhum fetiche? Nenhuma tara?
- Sei lá!
- Olha só... Eu venho de um caso de um ano sim. Gostava da Dany, mas isso não significa que não dava minhas escapadas. Sempre curti homens, Bruno. E sempre fui tranqüilo em relação a isso. Mas os carinhas com os quais me relacionei em Ribeirão eram só aventura. Carne, sacou? Foda e tesão. Só isso.
- E...?
- Não é assim contigo! Com você é foda, é tesão, mas é vontade de ficar junto, de dividir as coisas, de conquistar aos pouquinhos. Não preciso de mais ninguém, Bruno. Pelo menos é o que sinto agora.
- Você...
- Não, desencana! Mentira se eu te disser que te amo! Eu diria que estou aberto a te amar, sim! Que acho que se você deixar, me apaixono rapidinho. Eu estou me segurando e controlando porque percebo que tu ainda não está seguro quanto a isso.
- Não é questão de segurança...
- É sim... Só que justamente por isso fiz questão de me revelar da forma que sou sem máscaras e sem rodeios desde o início. Tenho minhas taras sim. Tenho meus fetiches. Gosto disso e sou assim. Preciso disso sempre? Não! Vou querer isso às vezes? Sim! E você precisa saber, pois se eu quero você ao meu lado, é contigo que vou querer fazer tudo isso.
- Cara, eu...
- Vou te ser honesto Bruno! Eu JÁ estou envolvido contigo. Gosto da sua companhia. Tenho tesão em você. Passo o dia querendo dividir coisas que vi, que aprendi, que descobri. Mas me controlo, para não te assustar.
- Não precisa disso.
- Como não? Viu agorinha a pouco o que aconteceu? Pelo fato de não ter te ligado avisando; aliás, não ter conseguido ligar, você praticamente deixou de lado qualquer outra razão para se sentir invadido.
- Dani... É medo.
- Mas tu mesmo não falou que isso é cereja do bolo, cara? Como pode ficar se podando, não se permitindo, se blindando?
- Ah, cara...Falar é fácil! Acho que no fundo sou um puta de um careta, morrendo de medo de me apaixonar por um cara que é mais resolvido do que eu me julgava ser, e sem entender direito como lidar com isso.
- Eu concordo.
- Eu sei que concorda...
Ele me segurou pelo ombro de leve, pela primeira vez quebrando a distância que tínhamos nos imposto durante a conversa.
- Escuta aqui rapaz. A gente no fundo quer a mesma coisa. Tu tá feliz comigo, eu tô feliz contigo... Tu tem suas neuras, eu tenho as minhas. Elas são diferentes, mas são neuras. Porque não relaxa um pouco? Sabendo disso tudo, que pode dar certo ou não, que a gente pode se fazer feliz ou se machucar, que estamos no mesmo barco, vamos ver onde isso vai dar... Juntos... Sendo honestos como estamos sendo.
- Cara, e se a gente começar a se anular ou se contrariar para agradar ao outro?
- Aí, mais uma vez a gente vai jogar limpo, conversar, ver se algo pode ser feito, tentar consertar, e escolher o melhor.
O convite era maduro. E honesto... Eu queria tentar...
- Beleza então, rapaz... Eu estou mais tranqüilo em ter aberto tudo prá você. Tava bolado, assustado, confuso prá caralho! Com medo sim de me envolver e você a qualquer hora dar a meia volta e se mandar atrás de suas taras loucas.
- Hahahaha... Não vou te deixar assim. Minhas taras loucas só tem sentido com um cara como você por perto, sendo parte delas.
- Seu puto.
- Sou mesmo...
- Ah!
- Cara, falando sério... Relax. Confia em mim. A gente tá junto nessa, jogando aberto e somos adultos. Chega de melindres e vamos cuidar de nós, vai dar tudo certo.
- Ok. Essa sua maturidade às vezes me atordoa.
Ele sorriu, virando os olhos.
- Eu já vi que eu tô fodido contigo. Minha maturidade te atordoa, minhas taras e fetiches também. Tu vive atordoado comigo, então?
- É mais ou menos por aí.
- Hahhahaha... Olha só, eu também fico atordoado contigo cara. De um outro jeito, mas fico.
- Tá!
- Bruno, é sério. Nesses últimos seis anos ao menos, você é o cara que mais me completa. Eu me vejo junto de ti prá viver uma vida, sabe? Não quero que isso te assuste, mas é só prá que tu saiba que não estou brincando tanto assim.
- Tô atordoado!
- Vem cá.
Mais uma vez aquele puxão, aquele abraço envolvente, aquele cafuné no cabelo, aquele beijo quente e verdadeiro.
- Confia em mim ?
- Confio...
- Vamos tentar ?
- Vamos.
- Sem neuras ?
- Vou fazer o possível, prometo.
- Vem comigo pro Rio ?
- Calma...
- Calma não, quero saber... Vai me dar esse voto de confiança?
- ...
Ele beijou minha orelha, sua língua brincando enquanto sussurrava.
- Vamos comigo, vai... Quero passear contigo na beira da praia, pular onda, ver o nascer e o pôr do sol, deitar contigo na areia, te fazer dormir. Deixa, vai!
- Você vai na Terça?
- Isso.
- Eu te encontro lá na Sexta Feira então.
- Uhuhuhu !!!
E nos abraçamos mais uma vez, indo juntos em direção ao quarto.
Começava assim minha aventura maior.
Eu não estava a fim de fugir mais.
E precisaria pagar para ter a certeza de tudo que ele tinha me dito.
O Rio de Janeiro ia me mostrar...


CAPÍTULO 10

As coisas ficaram bem mais tranqüilas então. Fiquei tocado e bem impressionado com a maturidade dele, e desencanei um pouco. Decidi investir, levar como desse e quem sabe ou eu me acostumava com o jeito dele de ser - que me atraía e me assustava ao mesmo tempo - ou ele sossegava comigo, o que eu, de certa forma, duvidava.
Passamos a noite de Sábado prá Domingo juntos, literalmente namorando. Passeamos prá comprar algumas coisas que ele precisava prá viagem, comemos fora, voltamos prá casa e preparamos o jantar juntos, assistimos vídeo comendo pipoca e terminamos num 69 delicioso no sofá.
Era quase dez da noite, estava preparando para levá-lo prá casa - ele queria assim - quando veio o convite.
- Bruno... Queria ir contigo em um lugar.
- Onde? Agora?
- Topa?
- Poxa, você bem que podia ter chamado mais cedo, né?
- Mas só dava prá ir à noite.
- Lá vem...
- Vamos? Desde que te conheci tenho vontade de ir lá contigo.
- Onde é?
- Surpresa... Eu te levo.
- Olha lá, Dani!
Pela primeira vez desde que nos conhecemos, ele assumiu a direção. Pegamos o corredor Norte-Sul e ele colocou uma música light, Marisa Monte preenchia a noite agradável. Tava bom. Pensei por um momento que ele ia prá Paulista ou região dos Jardins. Tentava não passar minha ansiedade, mas tava curioso prá caralho. Na altura do Ibirapuera ele contornou, margeou o parque e então entramos no autorama. O vai-vem de carros era o sinal do movimento.
Eu já tinha ouvido falar do autorama, tradicional ponto de pegação paulistano no estacionamento externo do Ibirapuera, mas nunca tinha ido lá. Ele passou devagar por vários carros estacionados e foi se dirigindo para um canto mais no fundo. Eu via de tudo. Alguns grupos de homens bebendo e conversando do lado de fora dos carros, alguns com a porta aberta e som ligado. Vários circulavam entre os carros, literalmente caçando. Passávamos também por alguns carros com casais dentro, namorando, conversando, indo além...
- Daniel, não é perigoso?
- Não devemos nada e não vamos fazer nada. Só conversar entre iguais... rs
- Cara, sei lá...
- Relaxa. Às vezes tem uma ronda aqui, mas nada de mais.
- Você vem sempre aqui?
- Sempre que vinha à Sampa eu passava por aqui sim. Gosto do ambiente.
Eu não sabia se gostava...
Ele estacionou em uma vaga, num lugar longe do barulho, mas com vários carros ao lado, não era afastado nem escuro. Fiquei mais tranqüilo. Desligou o motor, abriu o vidro do motorista e saiu.
- Vem!
Saí, e ele me esperava encostado na porta do vidro aberto. Me abraçou por trás e me puxou junto ao seu corpo. Virou meu rosto e me buscou em um beijo. Era estranho e ao mesmo tempo muito bom ficar assim com ele, às claras, publicamente, sem receio e necessidade de ficar controlando gestos, olhares e palavras para não incomodar e se sentir incomodado... Naquele momento eu entendi o recado dele.
- Como é bom ficar assim!
- É!
- É foda, né cara! É foda a gente que se gosta não poder demonstrar nosso sentimento onde quer que seja. Isso me revolta. Ainda bem que há alguns poucos lugares assim, ao menos.
- Daniel, mas é ilusão né cara? Não deixa de ser um gueto.
- Eu sei. Mas a gente pode ter a sensação que está na rua, com gente em volta, e que não está fazendo nada que todo o mundo não faz por aí.
Tive que rir com sua filosofia...
Ele me virou de frente e nos beijamos gostosamente, nossas mãos explorando nossos corpos, sua língua envolvendo a minha, seu corpo rijo chamando o meu. Não sei se o ambiente, o local, o barulho em volta, mas meu pau cresceu na hora e instintivamente fui buscar o dele, pulsando. Ele me puxou de volta prá dentro do carro, reclinou os bancos, tirou minha camisa enquanto também se livrava da dele e, ao invés de fechar o vidro meio aberto do lado do motorista, abriu até a metade o do lado do carona. E caiu sobre mim, descendo com sua boca pelos meus mamilos, minha barriga, até abocanhar meu cacete duro e babando.
Me chupava enquanto com as mãos, explorava minhas coxas...
Eu relaxei, o momento e o local me fizeram relaxar, e me deixei levar. Acariciava seus cabelos curtinhos e sua nuca, passava a mão por suas costas desnudas, massageava seu peito e sentia sua língua me explorando e devorando deliciosamente. Ele me provocava com suas mãos firmes, me olhando com aquele olhar faminto, me deixando mais doido ainda...
Era inevitável que o movimento nada sutil dos nossos corpos se refletissem no carro. Dava prá sentir que ele balançava um pouquinho, o que é claro, atraiu espectadores. Em um dos momentos que abri meus olhos, vi dois rapazes bonitos, sem camisa, encostados no carro ao lado e nos observando com gula. Eles alternavam seus olhares entre nossa brincadeira e entre eles mesmos, alisando os cacetes presos em suas calças justas.
O que inicialmente me assustou, logo passou a me excitar. Não estava provocando ninguém, brincando com o sentimento de ninguém, simplesmente curtindo e "provocando" outras curtições. Os rapazes foram se aproximando, e sem deixar de nos observar, em minutos estavam um ao lado do outro, se tocando, as bocas se buscando, dando início a uma outra brincadeira. Acho que Daniel notou. Levantou-se do banco e veio buscar minha boca também...
- Minha hora de assistir um pouco...
Ele se deitou em seu banco, e levou minha cabeça ao seu pau. Abriu ainda mais o vidro e ao mesmo tempo em que acariciava minha cabeça, comia o lance dos carinhas com os olhos.
- Fala sério cara, não é um tesão...?
- Hã hã, gemi com minha boca cheia e ocupada.
- Engole tudo vai...
Eu engolia, mas estava louco de vontade de voltar a ver o que rolava lá fora... Para não desapontá-lo, substituí minha boca pela minha mão molhada, e subi encostando meu rosto no dele. Continuei a tocar uma punheta gostosa prá ele, e ele começou a retribuir. Nessa altura, éramos nós dois olhando pros caras, e eles se beijando, batendo uma também olhando prá gente.
Daniel começou a gemer alto e a se contorcer no banco, como que querendo mostrar que estava prestes a gozar... Surtiu efeito...
Os carinhas aceleraram o movimento com suas mãos, um desceu com a língua pelo peito do outro, e o primeiro jato de porra foi lançado ao ar. Como que o sinal tivesse sido dado, todos nós gozamos simultaneamente, nos gemendo e nos contorcendo até acabar. Os rapazes sorriram e se abraçaram do lado de fora, como que agradecendo. Retribuímos o sorriso e deitamos no banco, repousando um no peito do outro. Ele deu uma piscadela simpática para os rapazes, se inclinou e fechou o vidro.
- E aí? Foi bom prá ti?
- Olha, mentira se eu disser que não. Excitante prá porra!
- Muito bom né? Eles curtiram também...
- Claro!
- Vai Bruno, se recompõe e vamos lá fora tomar alguma coisa! Puta calor...
Nós nos ajeitamos e saímos do carro, sem camisa. Fechamos o mesmo dessa vez e fomos andando, de mãos dadas, até uma barraca que vendia bebida. Era uma sensação boa. Como numa balada GLS, mas outdoors e com uma sensação maior de liberdade, reforçada pela presença de algumas poucas mulheres simpatizantes ou sei lá o quê.
Pedimos duas cocas e sentamos no meio fio, juntinhos, abraçados, curtindo o momento.
- Queria ter vindo antes contigo, mas tinha medo de você sair correndo.
- Você acha que eu sou um puta caretão mesmo, né?
- Mais ou menos... aliás, eu acho, sim!
- Eu sei. Talvez se fosse antes, eu teria saído correndo mesmo.
- Pois vai se preparando. Têm outros locais assim que quero ir contigo.
- Sério? Então você é um profundo conhecedor de roteiros GLS?
- Profundo conhecedor não. Conheço alguns. Já ouvi falar de outros. Mas não tinha sentido ir sozinho. Meu lance não é caçar, é aproveitar essa sensação... É dividir...
- É se mostrar né?
- Não ME mostrar... TE mostrar talvez...
- Isso não me assusta tanto mais. Aonde mais você quer ir?
- Ah... Vamos deixar na surpresa. É mais legal!
- Me adianta um, vai!
- Bom, posso te dizer que o próximo será no Rio... Nesse nunca fui, mas já ouvi falar e sempre quis ir.
- Eu sabia! Você não dá tiro no escuro! Você planejou tudo né?
- Ah, Bruno... Menos né? Claro que não. Como eu podia planejar o treinamento, velho? Que viagem! Só aproveitei a oportunidade do lance e a chance de ter você comigo prá eliminar um dos meus pontos a ser visitados, oras... Que há de mais nisso?
- Se eu não fosse... Se não fosse comigo... Você iria lá mesmo assim?
Silêncio.
- Responde Daniel.
- Você quer a verdade?
- Sim. Por favor.
- Acho que sim.
Foi impossível não ficar vermelho. Fechei a cara.
- Você pediu a verdade.
- Eu sei. Tenho que largar a mão de ser besta. Às vezes esse é o pior pedido.
- Hum... Ciúme agora?
- Claro, porra! Queria que eu desse risada e fingisse que tudo bem?
- Porra Daniel. Fui ao Rio uma vez na minha vida, quando tinha dezesseis anos de idade. Como te disse, sempre quis ir nesse local. Eu vou ter uma chance agora. Você me perguntou se eu iria. Sim, iria! Eu ia pegar alguém? Ficar com alguém? Provavelmente não. Como te disse meu lance não é caçar...
- Ah, Daniel. Corta essa, velho. Eu sou da raça também, sei como é isso.
- Pense o que quiser então, porra. Eu provavelmente iria lá prá conhecer o terreno sim, prá ver o que rolava e prá planejar algo contigo. Se eu NÃO estivesse contigo, aí seriam outros quinhentos.
- Sei...
- Ei, olha prá mim!
Ele puxou meu rosto e me olhou fundo nos olhos.
- Bota uma coisa nessa sua cabecinha dura. Eu estou contigo. Eu gosto de você. Eu quero ficar contigo e estou jogando mais que aberto. Não estou escondendo nada de ti. É demais te pedir prá confiar em mim um pouquinho mais?
- Daniel... Olha prá você cara. Você é um puta homem bonito, másculo, macho, sedutor, com um olhar que me dá raiva, seguro, resolvido... Não é prá ficar com o pé atrás?
Ele deu uma risadinha, virou os olhos daquele jeito.
- É. Tem razão. Você tem motivo prá se preocupar sim!
- Seu viado!
- Hahahahahaha!
Ele riu gostoso e me puxou, beijando minha boca.
- Relaxa seu bobo. Sou seu, enquanto você me quiser. Vou te provar.
Era o que eu mais queria
Nós ficamos no autorama até por volta das três da madrugada. Vi de tudo um pouco lá... Caras simplesmente bebendo e batendo papo em grupos, que pareciam somente buscar aquela liberdade ou sensação de liberdade da qual falei, solitários provavelmente não assumidos andando de um lado pro outro, que às vezes entravam em um carro ou encostavam em um canto e saiam fora, nóias em busca de droga, casais que chegavam de carro, encostavam, nem saiam do carro, faziam dali um drive-in e depois do sexo se mandavam, garotos muito novinhos, coroas... Era quase um “Queer as folk” sem glamour e na vida real. Prá quem curte sacanagem é um prato cheio, prá quem curte filosofia e antropologia, também...
Confesso que curti não o ambiente em si, mas a sensação de estar ali. Antes de ir embora ficamos de pé ao lado do carro por um bom tempo nos beijando, falando bobeira um no ouvido do outro, falando alto, coisas que só podíamos falar trancados em casa, expressando nosso carinho em público sem restrições. Foi interessante notar que ele chamava a atenção, mas eu também. Quando passava alguém de carro e parava encarando - alguns casais vão em busca de aventura a três - ele me abraçava e dava uma piscadinha como quem dissesse "tamo de boa", e quase cheguei a notar uma pitada de ciúme em um coroa bonito que me cantou na cara dura com certa insistência.
- Vamos embora cara? A semana vai ser dura.
- Vamos sim. Você me deixa em casa?
- Claro.
Eu o deixei com a promessa de passar a noite lá e deixá-lo no aeroporto na Terça de manhã. Iríamos nos encontrar no Rio quinta feira à noite e ficar até domingo ao menos. Ele não me contou onde queria ir comigo. Fiquei tentando imaginar, mas eu não era tão por dentro de locais de pegação nem em Sampa, imagina no Rio... Já tinha ouvido falar no aterro do flamengo, cinemões e trilhas, mas tudo me parecia mais perigoso ainda. Sem preconceito. Mas se meter onde não se conhece numa cidade que não é a sua... sei lá.
Na verdade, o Rio sempre me pareceu um convite ao prazer.
Era hora de experimentar.


CAPÍTULO 11

Como prometido, voltei prá casa dele a noite e o ajudei a fazer as malas. Ficamos assistindo um filme juntos e fazendo planos pro Rio, claro que os locais turísticos de sempre.
- Quero ir ao Pão de Açúcar. Nunca fui lá.
- Lá é lindo Daniel. Entre todos os cartões postais, o que mais gosto!
- Que mais? Tu conhece mais lá que eu.
- Não conheço tanto assim... E a gente nem vai ter tanto tempo. O Rio é cheio de lugares lindos. Se o tempo tiver legal, a gente precisa subir ao Cristo, andar pela floresta da Tijuca, pegar uma praia legal e sem pressa, Barra e Recreio. Depois da Barra tem umas prainhas deliciosas mais calmas, longe do burburinho, bem longe da zona sul.
- Hum... parece bem legal. Nunca passei do básico.
- A gente vai escolhendo.
- Tá bom.
- Você quer ir prá balada também?
- Acho que não. Balada tem aqui. Ir pro Rio, passar a noite nas baladas até as tantas prá depois acordar tarde e não aproveitar a cidade e o que ela tem de melhor... sei não. Vou querer acordar cedinho, ver o nascer do sol, andar bastante a céu aberto.
Tava adorando - e estranhando um pouco - os planos dele.
Isso podia ser bom ou ruim... Ou MUITO bom!
Acho que ele notou pelo meu olhar e minha cara de "o que você tá pensando em fazer comigo na luz do dia?"
Nós assistimos um filme juntinhos e ele dormiu. Nem quis acordá-lo apesar da minha decepção. Tinha planos de uma foda deliciosa para despedida, ficaríamos longe por quatro dias, mas a gente ia acordar muito cedo prá ir pro aeroporto e seria uma semana tão corrida e tensa prá ele que relevei, não o despertei, e dormi também.
Como despedida, ganhei uma gulosa dentro do carro enquanto dirigia prá Congonhas, seis da matina. Ele caprichou, engolindo meu pau duro até os talos e me provocando com seus gemidos, com seu olhar sacana e com sua mão safada. Gozei litros em sua garganta e recebi em troca parte do meu gozo num beijo molhado e demorado já no estacionamento do aeroporto.
- Vou estar te esperando, hein.
- Pode deixar. Juízo! Nada de aproveitar o Rio sem mim!
- Hum... Vou tentar. Me deseja boa sorte.
Eu o beijei. E aqueles quatro dias foram foda...
Pensei muito nele e claro, já não era novidade que estava envolvido, apaixonado e modificado de certa forma... Estava sendo um relacionamento mais que maduro, com um cara mais jovem, cheio de energia e vontade de viver, e disposto a me mostrar e dividir sentimentos, taras, emoções, dúvidas. Isso mexia comigo, com tudo que isso trás de bom e ruim. Eu que sempre fora um chato e “crica” com aquela coisa de "fugir de melação" e "tudo que menos quero é um grude no meu pé" me controlei, confesso, para não ligar para ele no meio do dia perguntando como tinha sido o almoço. Caraca! Eu abominava aquilo...
Tentei dosar essas reações. Não liguei o tanto que queria, mas passava ao menos uma mensagem para que ele soubesse que eu estava pensando nele, e com saudade. Ele me ligava ao final do dia, e, ou era um puta ator além de tudo, ou conduzia aquilo com uma naturalidade muito maior que a minha, sem se preocupar em esconder ou dosar nada, simplesmente falando o que queria falar.
- Bruno... Saudade! Quase saí do meio da palestra hoje na parte da tarde prá te ligar e ouvir sua voz. Puta saudade!
- Eu também!
- Hum... Cara, só não começo a falar um monte de besteira contigo pelo telefone agora porque estou todo engomadinho, calça apertada e desconfortável. Minha vontade era de bater uma contigo agora.
- Daniel!
Ele ria gostoso...
- Onde tu tá?
- No escritório.
- Tem gente perto?
- Claro...
- Olhando prá você?
- Não diretamente.
- Então passa a mão no pau... Segura ele... Tá duro né?
Claro que estava.
- Chega. Vai pro seu treinamento e eu tenho que trampar. Me liga a noite.
- Tá bom... Corre pro banheiro e bate uma prá mim... Beijo
Filho da puta! É o que eu fiz, claro, me deliciando com a sensação do que sentia e do que viria pela frente.
Na quinta feira tirei folga do trampo. Já estava com tudo ok prá viagem, mas comprei algumas coisas e pesquisei o Rio GLS na internet.
Queria não ser surpreendido...
O que eu ainda ia ter que aprender com Daniel, é que ele podia me surpreender da forma e nos locais mais óbvios possíveis. Não era o local. Era ele, e a forma como encarava e se colocava. Isso é que deixava as situações e momentos ainda mais excitantes e envolventes.
Ele me encontrou no Santos Dumont e fomos direto pro hotel, há uma quadra de Copacabana altura do posto seis. Era um hotel simples, mas limpo, confortável e bem localizado. Para o treinamento ele tinha ficado no Glória, mais afastado da orla, então de certa forma estava "chegando" também.
- Vamos lá... Primeira revelação. Porque aqui?
- Ah, simples. É barato, bom, a uma quadra de Copa e há dez minutos andando de Ipanema. Temos duas das mais famosas praias do mundo a menos de dez minutos a pé... Não somos privilegiados? A alegria dele era contagiante.
- Sim. Somos! Eu então!
Nos trocamos, colocamos roupas leves e fomos passear no calçadão. Eu já tinha ido e ficado em Copa algumas vezes, mas sempre me surpreendia com aquela sensação de ser "parte de um mundo" tão maior... O calçadão era uma torre de babel. Várias línguas faladas ao nosso redor, grupos de europeus, americanos, os japoneses e suas câmeras absurdas, e aquele cenário. Encostamos em um quiosque, pedi um açaí na tigela - ruim prá caramba - e ficamos observando o movimento e colocando o papo em dia.
- Como foi afinal?
- Ah... Foi legal. Coisas chatas, coisas legais. Como sempre. O banco tem uma puta estrutura né? Altas metas! Isso me deu um pouco de medo, sabe? Receio de não dar conta!
- Mas e você, tá dentro? Ou ainda é parte da seleção?
- Já estou dentro. Começo semana que vem. Só não sei ainda prá qual agência eu vou. Só sei que será na zona sul.
- Legal Dani!... Parabéns!
- E o que você fez nesses dias aqui? - Tentei não demonstrar minha curiosidade e receio.
- Hã... Pô, saía acabado de lá. Aquele hotel é imenso cara, meio velho, mas imenso. Não tinha grana prá fazer muita coisa, tava guardando prá gastar contigo no fim de semana. Conheci dois carinhas e a gente ficou parte do tempo juntos. Viemos pra cá uma noite, eles saíram em outra, mas não fui, não estava a fim.
- Sei... Bonitinhos?
- Hum... Deixa ver... Um bem bonito. De Curitiba. Mas o mais feinho, de Maringá tinha cara de mais safado. Fiquei com mais tesão nele.
Minha cara de espanto!
- Seu bobo!!! – ele não se agüentou e caiu na gargalhada.
Aquele puxão e aquele beijo sacana.
- Sei lá cara, vai saber. Você solto aqui no Rio...
- Eu não estava "solto" no Rio Bruno, tu sabe disso.
E ele, como sempre, sabia me fazer entender seus recados.
- Nem pude fazer muita coisa, tu sabe. Não tô cheio de grana, e tava guardando o pouco que tenho prá aproveitar contigo, já falei Ainda temos três dias por aqui.
- É!
- Bruno, vamos voltar pro hotel? A gente tá cansado, e amanhã... Rio, lá vamos nós!
Voltamos caminhando sem pressa pelo calçadão aproveitando o movimento. Copa não era um autorama, mas existia uma receptividade que nos permitia ficar mais próximos um pouquinho.
Jantamos num restaurante self service ao lado do hotel, simples, mas gostoso, e subimos pro quarto por volta das dez. Mais uma vez, fui surpreendido pelo seu comportamento. Pensei que seria devorado no elevador, mas ele se comportou direitinho talvez pelo casal de italianos velhinhos que tagarelavam sem parar. Se despiu, ficando só de cueca, deitou na cama e me puxou se aninhando ao meu lado, de lado, daquele jeito que ele gostava e eu mais ainda...
- Me abraça assim... Quietinho.
- Nem um beijo?
- Claro. Seu pedido é uma ordem!
Virou o rosto e me beijou, voltando rapidamente à posição anterior. Se contorceu até que seu corpo se encaixasse no meu, só prá provocar, e deu uma pegada por trás no meu pau meia bomba, tão intrigado quanto eu com o rumo que a noite parecia tomar.
- Fica tranqüilo, rapaz. Tô cansado, você também. A gente vai ter três dias de muita coisa junto... E amanhã a gente vai madrugar!
- Madrugar? Pelo amor de Deus... Que hora?
- Me abraça e dorme, chorão. Eu te acordo... Tu não vai se arrepender!
Um convite desse era simplesmente impossível de se recusar.
Assim fiz. Sexta feira vinha aí, cheia de aventuras... Eu esperava.
Eu não estava acreditando, mas acordei assustado com ele me colocando prá fora da cama.
Pelo amor de Deus, era noite!!!
- Hã? Que? Que horas são?
- Acorda preguiçoso... Quase cinco!
- Você tá louco Dani? Cinco horas??? Vem cá, dorme!
Tentei puxá-lo de volta, mas eu não tinha nem a habilidade nem a força dele.
- Ah, não! Você não acha mesmo que veio me encontrar na cidade maravilhosa prá ficar dormindo em um quarto de hotel, né?
“Dormindo não...” deu vontade de falar... Mas tinha grandes expectativas quanto ao quarto. No entanto, ele já estava de pé, se espreguiçando à meia luz, sem ter noção da sensualidade daquela cena. Ou com muita noção dela, não sei... Eu o comi com os olhos. Ele riu.
- Hum... Vem seu sacaninha. Já te falei prá não ter pressa. Quero te levar prá ver um dos grandes espetáculos do mundo. Presentão de Deus prá gente. Coloca sua sunga e vamos logo, senão a gente perde.
- Tô com fome e com muito sono!
- A gente vai voltar pro café da manhã.
Desisti de argumentar. Escovamos os dentes, lavei meu rosto e descemos para a rua, noite ainda! Caraca... O quarteirão até a praia foi percorrido rapidamente a passadas largas. Atingimos o calçadão de Copacabana e – surpresa – já tinha sim gente acordada! Meu Senhor!
Algumas pessoas correndo na areia, algum pouco movimento de carros. Pensei que ele fosse pra água, mas continuamos no calçadão caminhando juntos sentido forte d Copacabana. Uma brisa boa, muito boa soprava... A temperatura devia estar por volta de uns 25 graus.
Depois de menos de dez minutos andando, cruzando o forte e um parque que apareceu ali, a visão de Ipanema surgiu, o morro dois irmãos moldurando aquela paisagem linda. Era impossível não ficar meio bobo com aquele lugar... Dobramos à direita e aí já sabia para onde iríamos.
Mais alguns minutinhos e estávamos na pedra do arpoador. Aquele conjunto de rochedos que separa Copacabana de Ipanema, e que propicia um dos mais belos nascer do sol da cidade. Ele ia na frente, escalando os degraus e as pedras como um felino, me puxando e segurando minha mão bem forte. Me passava segurança. Chegando ao alto da pedra, levantou o braço aos céus, deu uma risada linda e me abraçou de lado, sorrindo...
- Não é lindo?
- É... Tudo é lindo!
Respondi pensando na paisagem e nele, feliz assim. Era bom ver a alegria dele.
Ainda segurando minha mão ele foi andando, agora mais devagar, meio que buscando por alguém. Pensei que íamos sentar ali e assistir ao nascer do sol que já tingia a água do mar de laranja, prenúncio de um dia lindo que viria, mas logo percebi que essa não era a intenção dele. Não só isso. Perto de nós um casal apaixonado esperava pelo nascer do sol. Nas pedras mais abaixo, movimento de alguns pescadores em um canto, e alguns “caçadores” em outro... Comecei a sacar...
Na praia também conseguíamos ver o movimento de algumas crianças já brincando no mar. Até ali os meninos de rua eram tristes...
Ele foi me conduzindo pulando pelas pedras, até chegarmos em um ponto que só conseguíamos ser vistos pelos barquinhos no mar de longe, pela praia, de mais longe ainda, ou por quem chegasse ali também. Naquela hora da manhã, quem quer que chegasse ali também, com certeza estaria procurando pelo que ia ver. A sensação de perigo, a essa altura só aumentou meu tesão. Encostamos na pedra e ele me puxou para si, sorriso sacana no rosto. Segurou o meu entre suas duas mãos fechadas em concha e me engoliu num beijo molhado e faminto. Aos poucos suas mãos largaram meu rosto e desceram explorando minhas costas e coxas. Ele tirou minha camiseta e largou na pedra. Abaixou e agasalhou meu mamilo com a língua pontuda. Chupava e gemia...
- Caralho, Daniel...
- O primeiro, de muitos lugares que queria fazer contigo!
- Velho, é lindo!
- Relaxa e curte...
Ele me colocou encostado na pedra, e foi descendo pelo meu corpo. Colocou meu pau prá fora e caiu de boca. Chupava gulosamente e sem economizar no barulho que fazia ao sugá-lo, e nos gemidos másculos – abafados pelas ondas estourando logo ali embaixo. Seus olhos se alternavam entre minha expressão de prazer e o alto das pedras acima, até se fixar em um ponto e abrir um sorriso no meio dos lábios.
Virei o rosto e me assustei. Na extremidade de uma das pedras que tinha a nossa visão, um policial estava de pé. Fardado. Uma mão na cintura, outra no cacetete.
- Daniel...
- Fica tranqüilo... Aproveita, agora é que estamos seguros!
O policial, de longe, deu uma volta sobre si mesmo e voltou à posição de observação. Um pequeno movimento na cabeça – como que aprovando – confirmou o que Daniel já tinha me dito. A mão abandonou o cacetete e desceu para o meio das pernas dele. Quase gozei ali mesmo.
- Calma... Sem pressa. Também quero.
Ele se levantou, sua bermuda já estava baixada e sua pica já dura e babona. Levou minha cabeça com certa pressão – nem precisava – até me fazer envolver sua cabeça rosada e aveludada. Eu me esqueci de tudo, sol, praia, policial, e fiquei ali chupando deliciosamente aquele macho safado, que gemia alto e me fazia quebrar tabus e bloqueios enraizados em mim.
O primeiro raio de sol deve ter me atingido junto com seu primeiro jato de porra na garganta. Ele não me deu sinais que gozaria, caso contrário eu teria prolongado aquele momento. Esguinxou dentro da minha garganta e como gostava de fazer, me puxou para sugar da minha boca o resto do gosto de sua própria porra. Procurou minha orelha com sua língua...
- Agora me fode gostoso...
- Mas, Dani...?
- Porra, aproveita velho. Antes que comece a encher, e a gente perca nossa segurança particular
Busquei o policial com os olhos. Prá minha surpresa, ele estava com o pau de fora, batendo uma punheta gostosa olhando pra gente. Nem se preocupava com o que acontecia ao redor. A propósito,era uma bela espécie de mulato carioca também..
Daniel se inclinou na pedra, empinou sua bunda e pegou na base do meu pau, encaixando na entrada de seu buraco quente. Cuspiu na mão e deu aquela lubrificada...
- Fode forte cara, sem pena... Me faz gozar gostoso!
Eu não enrolei. Segurei forte em sua cintura e meti tudo de uma vez. Ele deu um gemido alto, e puxou minhas coxas para junto de si. Virava seu rosto gemendo forte olhando para mim e para o policial lá em cima, uma das mãos se apoiando na pedra, a outra alisando seu peito gostoso.
- Vai Bruno... Vai, meu macho gostoso... Mete forte, porra! Sou só teu, velho... Ele me quer, mas eu sou todinho seu agora. Mostra prá ele o que tu sabe fazer!
- Caralho...
- Vai... Quero ver tu fazer esses dois machos gozar gostoso. Ele queria estar aqui com a gente, olha a cara de tesão dele!
- Porra, seu puto.
- Sou sim. Sou seu puto. Seu macho. Me fode gostoso. Goza prá mim...
Eu não consegui me controlar mais. Tudo aquilo junto, o lugar, a brisa gostosa, a sensação de risco, o policial se masturbando e ele gemendo e me provocando alto me fizeram esporrar um gozo que quase me derrubou. Meu corpo tremia e se contorcia, ele rebolava e piscava seu rabo. Antes mesmo de eu esporrar o último jato, ele já estava me abraçando de frente, apertado, beijando minha boca e apertando meu cacete melado numa punheta deliciosa. Acabei de gozar na sua mão, com sua língua na minha boca... Ficamos nos beijando sem pressa gemendo alto.
- Foi bom prá você?
- Porra!!! Caralho!
- Hehehe... Tesão, né velho?
- Cara, você é louco!
- Adoro ser louco!!!
O policial guardava o cacete e se deslocava devagar para mais longe. Acenamos de leve e ele retribuiu discretamente.
- Você pagou prá esse cara antes?
- Haha... Bruno, tu viaja muito mesmo! Não, mas teria pago cara!
- Como...?
- Psiu. Vamos voltar pro hotel? Agora sim, podemos tomar um belo banho, nosso café, programar nosso dia.


CAPÍTULO 12

Contornamos a pedra do Arpoador devagar dessa vez, parando um pouquinho para apreciar o belo nascer do dia. Não sei qual a visão mais bonita... De um lado Copacabana, do outro Ipanema, ao meu lado Daniel com cara de realizado e verdadeiramente feliz. Ao alcançarmos o calçadão de volta, não me contive e pulei na areia. Queria sentir a água do mar, me batizar naquele paraíso. Ele sorriu, abriu os braços como que me liberando e reduziu seu ritmo, me deixando caminhar na frente.
A água estava deliciosa. Brinquei um pouquinho na entrada do mar, observando toda a extensão da praia até o Leblon, e voltei para encontrá-lo onde tinha ficado me esperando. Ele estava conversando com aquele policial...
Caraca... Fiquei com vergonha. Dava prá ver pelo semblante dos dois que tava tudo bem, talvez até demais. Conversavam como dois camaradas, mas ele era bem mais cara de pau que eu. Não tinha jeito, melhor era chegar junto.
- Bom dia...
- Ótimo dia... Ele me estendeu a mão.
- Bruno.
- Wesley.
- Bom, a gente vai indo Wesley. Valeu. Bom trabalho prá você... A gente se vê.
- Espero... Valeu. Foi “mara”...
Ele tinha uma voz grave e aquele sotaque carioca que sempre gostei, sem falar naquele corpo. Nos afastamos lado a lado, Daniel já zombando da minha cara.
- Hehehe... Vergonha, bobo? Depois de tudo aquilo?
- Claro. Justamente por causa de tudo aquilo! Ele que te chamou?
- Não... Eu não ia perder a chance de agradecer né?
- "Agradecer" o quê???
- Hehehe... Ah, Bruno!!! Nem no meu mais elaborado sonho contava com ele ali, daquela forma. Foi muito bom. Quero repetir antes de ir embora!
- Sabe o que Dani? Juro que me deu a impressão que você me levou prá lá já sabendo que teríamos aquele policial de olho, quase que participando de tudo...
- Porra, acho que nem se eu morasse aqui, né? Eu já esperava platéia, claro! Sabia que ali era ponto de pegação antes do dia nascer, e que teria gente prá compartilhar nossa brincadeirinha, mas daí a me deparar com aquele policial, gostoso prá caralho, porra... Superou minhas expectativas!!!
Meu pau voltou a dar sinal de vida. Estava de bermuda justa, e a praia já bem movimentada. Ele notou... Chegou mais junto e pegou na minha cintura.
- Vejo que gostou da ideia também!
- Cara, pára... Aqui não.
- Ah! Ele apertou minha mão forte naquela risada infalível.
- Te amo timidozinho assim, meu lindo...
Era a primeira vez que o ouvia dizer "te amo". Soou bem gostoso!
Voltamos ao hotel, tomamos um banho juntos e curtindo nossos corpos, e descemos para o café da manhã por volta de umas nove. O dia já estava bonito, quente, mas não insuportável.
- E aí Daniel... O que vamos fazer hoje?
- Então cara... A gente não tem muito tempo. Três dias no Rio é pouquíssimo prá gente fazer e ver tudo. Então vamos ter que descartar algumas coisas. Deixar prá próxima.
- Eu queria muito voltar ao Pão de açúcar, dar uma volta na Lagoa, pegar praia no posto 9 - claro - e dar uma esticada em Grumari e na Prainha, que dizem que é legal e nunca fui...
- Também não conheço.
- Então... E tu? Aonde quer ir?
- Ah, cara, tô de boa. Fazer nada no Rio já vale!
- Mas não tem lugar nenhum que queira me mostrar?
Deu uma piscadela com um olhar daqueles. Fingi que não entendi.
- Hum... Uma coisa que sempre quis fazer, mas nunca tive coragem. Quem sabe contigo.
- Fala...! Ele quase gritou, seus olhos brilhando...
- Saltar de asa delta da pedra bonita.
- Caralho, agora tu me pegou Bruno! Sei lá se tenho coragem. Talvez fique te devendo.
- Tá bom... Mas e aí, começamos por onde hoje?
- O que você acha da gente começar pela praia... Garantimos o dia bonito. A gente pode ficar no posto nove até umas quatro, cinco da tarde e depois emendar na lagoa. Dá prá fazer tudo a pé.
- Hum... Beleza. Tá se saindo um puta guia turístico!
- Tu não viu nada!
Voltamos pro quarto para pegar nossas coisas, um pouco de grana e trocar de roupa. Ele colocou um daqueles shorts curtinhos, tecido leve, que realçava suas coxas bonitas e musculosas.
- Você vai assim?
- Hã hã... Por quê? Não tá bom?
- Porra Daniel, vou ficar de pau duro o tempo todo - ruborizei...
- Oba, que bom! Ele me puxou me abraçando por trás, beijando meu pescoço e minha orelha, passando a língua e sussurrando...
- Fica fácil prá você enfiar a mão quando quiser, tá?
- Seu sem vergonha!
- Hehehe. Meu lindo. Vambora! Ipanema nos chama!
Ele saiu na minha frente, aquele gingado que poderia ter feito Caetano compor aquela canção...
O dia estava mesmo lindo. O calçadão de Ipanema era um desfile de corpos bonitos, alto astral e qualidade de vida. Ao nos aproximar do posto 9 descemos para a areia e fomos procurando um canto legal prá esticar, a praia já estava cheia.
O posto 9, tradicional point gay da praia, trazia um pouco daquela sensação que o Autorama proporcionava - um quê de liberdade ao ar livre. Alguns grupos de homens bonitos juntos, mulheres, simpatizantes... Um pouquinho de tudo. Como era de se esperar, Daniel chamava a atenção. Pelo porte físico, pelo short provocante que já era o único pedaço de tecido sobre seu corpo, mas principalmente pela atitude. Era um porte másculo, viril e cheio de personalidade. Podia acompanhar os olhares fortuitos de alguns caras que estavam sozinhos, e mesmo de algumas garotas. Senti um mix de ciúme e orgulho. Sim, aquela bela espécie de homem era meu. Estava comigo.
"Porra" pensei comigo mesmo... "Era disso que ele falava desde o início..."
Nos jogamos em duas cadeiras livres perto de um quiosque e ficamos batendo papo e observando o movimento ao nosso redor. Era uma sensação deliciosa. O papo fluía facilmente, o cenário era mais que propício para uma relaxada e descansar gostoso.
- Você quer uma água de côco?
- Pode ser... Vou chamar o rapaz.
- Não Bruno... Pode deixar que vou pegar, dar uma esticada.
Ele se levantou e foi andando vagarosamente até o quiosque. Era bonito de se ver. Ainda viajando, voltei minha cabeça para a praia e foi aí que o vi.
Era um rapaz normal. Mas tinha algo ali que me chamou a atenção de forma absurda. Em um corpo magro, mas definido e esguio, moreno claro, pernas lisas e um rosto bonito moldado por um cabelo até a altura dos ombros. E um par de mamilos mais que apetitosos, duros, saltando como um convite a uma boa chupada. Eu tinha um tesão louco por mamilos pontudinhos assim, e os daquele moleque eram simplesmente irresistíveis. Ele passou por mim, e claro notou que eu os engolia. Deu um sorriso simpático.
Pensei dele passar direto, mas prá minha surpresa ele parou ao meu lado, se abaixou ficando de joelhos perto de mim e estendeu sua mão...
- Fala brother. Beleza?
Uma voz gostosa, sotaque tesudo...
- Beleza... Quase gaguejei.
- Só de boa...?
- É... Tô com um amigo.
- Hã... Amigo?
- É... Por enquanto.
- Sei.
Ele riu. Dentes lindos.
- Tu é daqui?
Eu estava preocupado com Daniel. Quase pedindo por socorro.
- Não, somos de Sampa.
- Legal. Ficam até quando?
- Domingo.
- Tão ficando aqui perto?
- É...
Ele tirou a mão direita da coxa e subiu até seu peito, apertando e rodeando seu mamilo rosado. Ele sabia de sua arma...
- Porra, será que não posso ficar aqui com vocês? Meu amigo vinha prá cá, mas teve um problema. Não curto ficar sozinho, sabe qual é!
- Ah... hum... Claro. Sei sim!
- Pô, valeu velho. Ele se sentou na areia e balançou os cabelos, respingando mais um pouco de água salgada em seu tórax e no meu...
De rabo de olho, eu vi que Daniel voltava do calçadão.
Fodeu...
- Pronto Bruno... Trouxe uma prá ti.
- Valeu. Dani, esse aqui é o...
- Ígor.
- Ígor... Tá sozinho aqui, levou um cano do amigo. Problema se ele ficar com a gente?
Ele me olhou, e eu consegui ver em seu rosto uma mistura de surpresa e expectativa.
- Claro que não. De boa, rapaz. Prazer, Daniel.
- Prazer é meu Daniel. Valeu velho.
- Que isso... Você é daqui mesmo?
- Sou sim, moro nas Laranjeiras.
- Que inveja de vocês morarem num lugar desses...
- É cara, temos milhões de problemas, mas temos isso aqui também. É o que ajuda.
- E como!
Eu queria entrar na conversa.
- Faz o que da vida Ígor?
- Sou professor cara. Dou aulas de educação física.
- Ah... Percebe-se...
A primeira disparada do Daniel.
- Que isso - ele riu bonito - Vocês também são bem gatinhos. Conseguem não só trabalhar em Sampa?
- É... A gente tenta, sabe como é!
- Ah... Percebe-se!
Rimos os três. Eles naturalmente e sem máscaras. Eu, meio que envergonhado.
- O que vão fazer à noite?
- Então, não tínhamos programado nada prá noite, né Bruno?
- É, não...
- Ainda não.
- Porra... Vocês precisam aproveitar a noite aqui. Se quiserem, a gente combina e os levo prá conhecer uns lugares legais. Com certeza minha galera vai fazer algo, podiam vir com a gente.
- Hum... Por que não?
- Faz assim... Antes de ir embora, vocês pegam meu celular. Se tiverem a fim é só me dar um toque que passamos e pegamos vocês.
- Pô, legal cara. Valeu...
- Que isso.
Ele sorriu de novo, e mais uma vez acariciou seu mamilo direito, dessa vez abaixando o rosto e acompanhando seu movimento. Foi instintivo. Tanto eu como Daniel acompanhamos seu olhar e admiramos aquele pedaço de tentação...
A coisa já estava difícil prá mim. Eu ali, rodeado pelo macho que mais me atraía, e por um par de peitinhos pontudos e rosados praticamente nos chamando prá mais perto. Prá complicar, notei que Daniel também não tinha se controlado, e o volume de seu pau ereto se projetou pelo tecido fino daquele short filho da puta... Eu sabia que isso ia acontecer. Ele, claro, nem se preocupou. Deu uma segurada e ajeitada no pau duro e sorriu para mim, como que querendo me passar tranqüilidade.
Ígor notou, claro, e deu uma risadinha...
- Vocês têm certeza que não tem problema eu ficar aqui?
Antes que eu respondesse, Daniel trovejou.
- Porque teria?
- Sei lá.
- Algum problema Bruno?
- Hum... Não, claro que não.
- Que bom. Então vou tomar um sol aqui com vocês.
Ele puxou uma cadeira, e se colocou meio que de frente prá nós. Baixou seus óculos escuros e recostou-se na cadeira. A mão de novo no mamilo...
- Que delícia de dia...
Daniel deitou-se também, ao meu lado, e pousou sua mão na minha perna. Dei um olhar meio que suplicando, e ele simplesmente apertou mais minha coxa e piscou sorrateiramente. Inclinou-se sobre mim, e sem cerimônia me deu um selinho e passou a língua no meu ouvido, falando baixinho...
- Aproveita e relaxa amor... A hora que quiser sair fora é só falar...
Eu respondi afirmativamente com o olhar.
Recostei-me também na cadeira e ficamos ali, os três, calados.
Só olhares...
A gente se olhava e conversava amenidades ao mesmo tempo. Aos poucos, o meu desconforto foi indo embora, e comecei a simplesmente aproveitar a companhia dos dois, e a visão proporcionada - claro.
Daniel brincava com seu pau meia-bomba sem frescuras e quando queria. E Ígor respondia acariciando seus mamilos, ora um, ora outro... Eu admirava, quase que imóvel, pois tinha encontrado uma posição que não revelava e deixava meu cacete rijo como aço tão exposto. Ainda não tinha chego a esse patamar de "desprendimento"...
O sol estava mais forte, já devíamos estar ali por ao menos hora e meia.
- Vou me molhar um pouco - disse Daniel - Vem comigo Bruno?
- Vou sim. Tô derretendo.
- Vão lá então que eu tomo conta das coisas aqui. Quando voltarem, vou eu.
- Beleza.
Daniel se levantou, ajeitou sua pica e me puxou. Não tive tempo de ajeitar a minha. Ele riu e Ígor também.
- Já voltamos.
- Ok
A sensação da água fria foi uma benção. Como eu precisava daquilo!
- Bruno... Você não tá de boa né?
- De boa eu tô, cara... Mas é foda.
- Tesãosinho ele hein?
- Daniel!
- Porra, vai dizer que não...
- Não é "ele", são...
- Sei, aqueles peitinhos... Porra, eu sei o quanto tu gosta! Imagino que deva estar sendo foda prá você... São uma delícia mesmo. E ele sabe valorizar, hehehe
- É... Mas você também gostou né? Ficou de pau duro o tempo todo.
- Não por ele, seu bobo. Ele é uma gatinho, tem peitos deliciosos, mas tu gosta disso mais que eu. Meu tesão é pela situação. Você ali, sendo provocado, "estimulado", porra velho... Tenho que me segurar prá não cair de boca na sua vara e mamar gostoso...
- Caralho...
- É sério Bruno. Puta tesão, cara. Adoro te ver assim. É isso que me deixa a ponto de bala, não ele.
- Então posso te pedir uma coisa?
- Claro.
- Vamos voltar pro hotel... Quero te foder todinho. E mamar o seu peitão, como se fosse o dele!
- Delícia, velho... Só se for agora!
- Agora é impossível cara. Preciso voltar ao normal antes de sair daqui...
Ele gargalhou alto, me puxando para si.
Era só o que eu queria. Eu e ele. A sós.
Voltamos pra areia, e Igor notou que algo acontecera...
Ficamos com ele mais alguns minutos para disfarçar, mas tava foda... Cada troca de olhares entre eu e Daniel era quente, e estávamos subindo pelas paredes. O lugar, aquele carioca gato e toda a movimentação excitante em volta só contribuíam...
- Igor, você vai nos dar licença, mas a gente vai andando...
- Poxa, já?
- Pois é, lembramos que Bruno precisa terminar um lance no hotel.
- Poxa, que pena. Mas valeu. Fica o convite prá gente se ver.
E passou a mão no peito...
- Então - gaguejei - deixa seu número com a gente. Resolvendo tudo te ligamos e vamos marcar uma parada, com certeza!
- Legal... Anota aí.
Gravei o número dele no meu aparelho e saímos de mansinho, sem deixar de dar uma última olhada prá trás. Nosso caminho até o hotel foi em silêncio. Não precisávamos de palavras, e elas só agravariam nossa ansiedade. Apenas troca de olhares famintos e pegadas despropositais - ou não - nos braços, ombros, costas um do outro.
Prá minha surpresa, seguindo meu exemplo Daniel tinha pendurado sua regata na bermuda a fim de ocultar sua pica dura. Por incrível que pareça, notei que eu teria gostado se ele não tivesse feito isso. Quase pedi para que ele tirasse e fosse se exibindo ao meu lado, despertando desejo e tesão nos coitados que admirassem aquilo... Que era meu, e estava prestes a me saciar.
Foi bater a porta do hotel e ele me empurrar de encontro à parede, num beijo faminto segurando meu rosto com suas duas mãos fortes.
- Caralho Brunão, olha o que fez comigo...
- Eu ? Você que me deixou assim...
- Porra, me deixa te devorar inteirinho!
Ele desceu seus lábios pelo meu pescoço, beijando meus ombros, meu bíceps, erguendo e segurando minhas mãos acima de minha cabeça. Com a outra mão baixou minha bermuda e agasalhou meu cacete numa pegada forte e ritmada. Desceu sua língua e chupou meus peitos, eriçados e duros...
- É isso que você queria fazer com ele?
- Puta cara... É isso que queria fazer contigo!
- Então faz!
Ele me segurou no colo, se jogando na cama comigo. Deitou-se de frente e se ofereceu por inteiro. Joguei nossos restos de roupa no chão, e caí de boca em seus mamilos durinhos, gemendo e explorando seu tórax e coxas com a outra mão...
- Geme pro seu macho.
- Ahahahah... Vem Bruno, me lambe... Me chupa... Me fode...
- Porra caralho. Que tesão!
- Engole esse peitinho como tu vai engolir o peitinho do Igor prá eu ver, vai!
- Ah... Não fala assim!
- Falo, gato... Quero te ver mordendo e chupando aquele peito delicioso enquanto me fode gostoso! Quero deixar ele com vontade de experimentar seu cacete no buraquinho dele! Quero ver sua cara de prazer me fodendo e se acabando naquele peitinho... Você quer?
- Hã hã...
- Vai fazer isso comigo?
- Se você quiser!
- Eu quero se for te dar mais prazer... Quero mostrar prá ele que eu sou seu. Quero que ele veja o puta macho gostoso e safado que tu é!
- Porra meu... Pára!
- Só paro com você me fodendo cara. Me pega de lado, vem...
Ele se deitou de lado levantando sua perna e puxando minha cabeça de novo para seu peito. Eu não resisti e antes o beijei gulosamente, enquanto encaixava a cabeça do meu pau na entrada de seu cuzinho piscando...
- Empina prá mim essa bunda de macho, vai...
- Empino seu puto, vem me comer!
- Toma esse cacete que é todo seu.
- Isso. É todo meu. Me fode sem dó.
Eu segurei forte em sua cintura e enterrei tudo, bombando forte. Ele se remexia e rebolava no meu cacete, segurando minha cabeça na altura de seu peito, oferecendo seus mamilos pra minha língua faminta.
- Que tesão de língua, que tesão de pica... Goza junto comigo Bruno... Por favor.
- A hora que você quiser meu amor!
Era a primeira vez que eu o chamava assim.
Ele sorriu deliciosamente, enrijeceu e empinou seu cuzinho, revirou os olhos, se contorceu todo e gritou alto.
- Agora... Vamos... Ahahaha
- Ah!!!!!!!
Gozamos juntos, eu enchendo sua bunda de leite e ele lançando um jato no mamilo que eu chupava. Sorvi tudo, cada gota. Recolhi com minha língua sua porra azeda e ele puxou minha boca, pedindo para sentir o seu próprio gosto. Nos beijamos trocando aquela porra deliciosa e nos contorcendo de tesão...
- Porra velho, assim você acaba comigo.
- Hehehehe... Eu?
- Que tesão é esse?
- Putz...
Ele me abraçou, e ficamos assim, juntinhos, ele acariciando meu cabelo, passando a mão de leve pelo meu rosto, contornando minha boca... Descia pelo meu ombro, meu peito... Eu tentava retribuir.
- Cara... Sabe que começou como uma aventura né?
- Sei...
- Tô amarrado em você Bruno. Tu me chamando de "meu amor" era tudo que eu queria ouvir...
- Eu tinha vergonha de falar...
- Não tenha não. Vamos deixar acontecer! Tá bom prá caralho, não tá?
- Porra... Tá muito bom.
- Então. Não vamos ficar nos podando, não. Você me completa tanto, sabia?. Me enche de tesão, tá cada vez mais solto... Uma delícia!
- Tu tá me mudando cara.
- Não. A gente não tá se mudando. Estamos nos moldando, é diferente... Eu também estou me moldando a você, sem deixar de ser eu. É assim que rola, e por isso é tão bom!
Silêncio...
- Tenho uma proposta.
- Mais uma? Meu Deus!!!
- Me deixa chamar o Igor.
- Hã?
- Me deixa chamar ele. Isso não vai afetar nada, só comprovar o que estamos falando. Aquilo que falei era verdade. Quero dar prá você bem gostoso, vendo você se acabar naquele peitinho que te deu tesão...
- Mas, Daniel... não precisa. Sim, ele me chamou a atenção, mas olha o que acabou de rolar! Nada vai ser melhor que isso! Não precisa, fica tranqüilo!
- Bruno... Isso não significa que você não goste de mim, velho. O moleque é uma delícia mesmo, mas é você que eu quero... Mas adoraria te dar isso, e tenho certeza que eu ia curtir muito também.
- Cara... Sei lá.
- Pensa. Se tu quiser, a gente chama ele! Sem neuras. Eu sei que eu te basto, fica tranqüilo. Mas porra, não é sempre...
- Se eu quiser ? E você?
Ele desceu a mão e pegou meu pau, duro de novo entre as mãos.
Ele gargalhou.
- Isso é uma resposta...?
- O que acha?
Se jogou sobre mim e me beijou bem gostoso.
- Te amo Bruno. Você vai ver como vou te fazer feliz... E te deixar louquinho.
Virei de lado e revirei os olhos. Era um risco, mas eu não agüentava mais lutar contra ele... Tinha que experimentar.
Almoçamos em um restaurante simples em Ipanema, e fomos dar uma volta na Lagoa. Outro local delicioso no Rio. Como era sexta feira, não estava tão cheio. Algumas poucas famílias, playboys e patricinhas correndo e praticando esporte. Babás circulando com crianças felizes e felizardas. Era um dia gostoso, tarde quente sem ser insuportável.
Não foi surpresa quando percebi que já estávamos perto do pedalinho. Sempre quis passear ali, mas das poucas outras vezes que tinha ido ao Rio estava a trabalho e sozinho, então não rolou. Dessa vez estava com a pessoa ideal.
- Vamos?
- Mas é claro!
Foi uma delícia pedalar ali, aquela brisa gostosa, aquela paisagem indescritível, sob os braços abertos do Cristo. Eu percebi que Daniel começou a pedalar para mais longe da margem, fora nós tinha só mais um casal na água. Logo imaginei que ele fosse aprontar, mas ali fiquei meio com medo, pois não era tão longe e desprotegido assim... Será? Ao mesmo tempo em que esperava que não, ansiava para que sim.
Olha eu me moldando...
Ele percebeu pelo volume da minha bermuda, estufada. Deu risada e pegou nas minhas coxas.
- Ah meu safadinho tá com tesão!
Fiquei vermelho...
- Porra... Você me faz ficar assim cara. Em toda situação que acho que pode te agradar, eu me pego assim.
- Hummm... Então tu acha que eu gostaria de algo aqui?
- Tenho quase certeza...
- Me debruçar e abocanhar seu cacete?
- Daniel...! Não estamos tão longe. Esse negócio é aberto.
- Eu sei seu bobo. Mas eu gostaria sim... Hehe
- Mas.
- Não, não vou fazer. Só isso...
Ele fechou a mão no meu cacete e me deu um beijo. Me largou logo em seguida, ajeitando a sua pica dura no meio de suas pernas.
- Só prá tu ter certeza que eu também tô com tesão.
- Novidade, rsrsrs
- Mas vamos deixar prá noite. Vai ser boa e cheia de novidades prá gente, certo?
- É... Daniel, tenho que confessar que ainda estou bolado com a idéia.
- Já te falei, você decide. Se quiser eu o chamo. Se não, a gente esquece... Sem falar que posso chamá-lo e ele dizer "não"...
- Duvido.
- Eu também...
Quase dez da sexta feira. Estávamos deitados na cama do quarto, eu recostado em seu peito. Ambos sem camisa, só de bermuda. Ele com aquele shortinho provocador. Assistíamos algum filme que nem sei o nome. Duas batidas leve na porta. Ele me olhou com firmeza, apertou minha mão forte antes de segurar meu rosto daquele jeito e me beijar. Mergulhou nos meus olhos e me garantiu...
- Você dita o rumo do que vai rolar, ok?
- Não, cara. Não vou conseguir. Manda brasa... Confio em você.
- Tem certeza?
- Toda.
- Valeu.
Ígor estava um gato. Calça de tecido leve, camisa branca justa que realçava aquilo que ele tinha de melhor... Seus mamilos sempre intumescidos saltavam como que pedindo para ser libertados dali. Cabelos soltos, tipo surfista, gingado carioca. Resumindo, tesão puro.
- E aí rapaz... Sem problema prá subir?
- Nenhum... Esse pessoal da recepção não controla né?
- Não tem como.
- Fica à vontade Ígor, pega algo no frigobar.
- Valeu.
Ele pegou uma coca, e não se fez de rogado. Mesmo em seus vinte e poucos anos, tinha atitude. Já tinha demonstrado isso na praia quando me abordou, e agora só confirmou.
- Vocês não sabem como queria ter vindo de tarde...
- A gente...
- Precisa falar nada não gato.
Ele começou a desabotoar a camisa, largou no chão e chegou perto de mim, sentado na cama.
- Era isso que você queria né?
Se colocou de pé, bem perto de mim, e subiu com suas mãos pela barriga definida, parando em seu mamilo delicioso...
- Experimenta...
Eu busquei Daniel com o olhar. Ele estava sentado na poltrona em frente à cama, já alisando seu cacete e me lançando um olhar de aprovação e incentivo.
Não resisti e caí de boca naquele peito delicioso. Passava minha língua em toda a volta dele e chupava com gosto, mordendo de leve, ao mesmo tempo em que minhas mão se fecharam em sua bunda dura e firme. Ele gemia alto, jogando a cabeça prá trás e abrindo sua calça, liberando o caminho para minha exploração.
A brincadeira ia longe...
Por mim, ficaria chupando aqueles peitos e só, a noite inteira. Nunca tinha pirado tanto em uma parte de corpo de homem como então, mas tinha muito mais prá fazer. Queria explorar o corpo dele, queria puxar Daniel prá perto, queria ser explorado por ambos... Não sabia por onde começar.
- Deita aqui moleque.
- Como quiser...
Notei que, prá minha surpresa, ele tava mais interessado em mim que em Daniel. Me surpreendi, pois me achava bem menos interessante que ele. Mas era fato que Igor e Daniel estavam focados em mim, e eu nos dois... Resolvi testar o que Daniel tinha me dito.
Apesar da vontade de colocá-lo logo na brincadeira, me dediquei exclusivamente ao Igor deitado ali. Subia e descia com minha língua pelo seu corpo liso e entregue. Tinha que me controlar para não ficar só nos peitos, então dediquei uma atenção especial ao seu cacete também, que era branquinho, reto, de um tamanho ideal. Enquanto o chupava, acariciava seu torso, sua cintura, seus mamilos... Ele gemia e se contorcia, se oferecendo cada vez mais. Inverti meu corpo e antes que percebesse estávamos fazendo um 69 delicioso, eu dividindo minha língua entre seu cacete e seu cuzinho liso e rosado, delicioso também.
Daniel não se conteve. Se levantou já sem roupa nenhuma e o cacete rijo nas mãos e se aproximou de nós. Deitou-se com a cabeça perto da minha, e me buscou num beijo, de olhos abertos, cheios de tesão, pedindo um pouco... Eu o beijei gostoso e depois juntos fomos nos dedicar ao corpo do menino. Eu chupava seu buraco, Daniel engolia seu cacete. Ele gemia e chupava ora a mim, ora Daniel... Parecia perdido como nós nas possibilidades...
- Porra, velho, que tesão vocês dois... Sorte grande eu tive.
- Sorte nossa moleque... Se abre prá gente vai!
- O que vocês querem fazer comigo...?
- Você vai ver.
Resolvi fazer o que tinha me motivado a aceitar aquela loucura, e precisava retribuir ao Daniel pelo presente.
- Vem cá Dani...
- Fala, amor!
- Deita aqui, barriga prá cima.
Ele se deitou e eu levantei suas pernas.
- Chupa o cu dele prá mim Ígor. Lubrifica prá eu foder gostoso.
- Tu que manda, tesão.
Ele caiu de boca no cuzinho de Daniel enquanto eu beijava sua boca...
Me encaixei confortavelmente e comecei a enrabá-lo sem pressa. Puxei Ígor para sentar de frente prá mim, em cima do Daniel, oferecendo sua bunda para que ele chupasse e se posicionando na minha frente para que eu pudesse mamar seus peitinhos enquanto fodia o cu do meu macho... Era a cena perfeita. Aquele macho gostoso gemendo com meu cacete enterrado no seu buraco, aqueles peitinhos tesudos e provocantes na minha língua, as mãos macias do Ígor acariciando meus cabelos e nuca, gemendo também, e o mais gostoso... A expressão de tesão no rosto do Dani, que de tempo em tempo parava o trabalho no cuzinho do carioca safado para ficar me olhando, piscando prá mim, gemendo gostoso e pedindo mais... Ele tava delirando. Eu também!
- Vai meu macho gostoso... Fode esse cu e engole esse peitão delicioso.
- Hummmm
- Gosta disso seu puto? Mostra prá ele quem é dono desse buraco. Mostra quem é dono desse macho sacana!
- Caralho... Queria eu ter um macho desses prá mim!
- Esse macho é meu, moleque... Me come assim todo dia. Mas ficou tarado nesse seu peito gostoso.
- Tesão... Ele vai poder me foder também?
- Não, moleque! Eu vou te foder, com ele me fodendo e apertando seu peitinho... Quer?
- Quero... Quero rola no cu também.
- Então vem...
Tava bom demais! Ígor era safado e gostoso prá caralho!
- Calma, sem pressa. Ainda não acabei aqui não.
Mantive os dois em seus lugares, fodendo o rabo de Daniel e chupando o peito do Ígor, que se masturbava e jogava seus cabelos soltos prá trás, gemendo sempre...
Não sei quanto tempo fiquei assim, e ficaria minha vida. Mas resolvi jogar o jogo deles. Ficamos de pé, e me sentei na poltrona antes ocupada pelo Daniel.
- Vai cara... Come ele gostoso agora. Depois eu me encaixo em você.
- Caralho... Vem cá Ígor!
- Vai, me fode macho gostoso...
Ígor ficou de quatro e arreganhou aquela bunda magra e apetitosa. Daniel não fez hora, e encaixou sua pica dura no rabo dele, segurando na cintura dele e bombando forte. Era uma visão deliciosa prá mim... Dava a clara dimensão da masculinidade do meu rapaz, que geralmente se abria prá mim.
Ali, ele fazendo ativo, mãos largadas ao lado do corpo, pousadas na cintura do Ígor, entrando e saindo impiedosamente daquele rabo guloso, era um macho prá ninguém botar defeito. Que tinha acabado de ser enrabado deliciosamente e que gostava daquilo! Fiquei admirando a cena um pouco, até me chegar por baixo para beijar a boca de Ígor e mais uma vez abocanhar seus peitinhos. Ele gemia como uma puta, rebolando gostoso no cacete do Daniel...
- Tá bom seu puto?
- Tá delicioso velho... Engole meu peitão, vai... Chupa aquilo que te fez pirar cara. Olha teu macho me fodendo gostoso... Pegada de machos cara, sem frescura nenhuma!
- Porra, assim que é bom velho...
- Vai, mete gostoso no cu dele e me abraça por trás.
Me encaixei atrás de Daniel, e meti gostoso meu cacete no seu cuzinho. Ele gemeu gostoso, e virou o rosto, buscando minha boca. Segurou meu rosto com uma mão, e ficava me olhando e beijando, se contorcendo de tesão, enquanto eu esticava meus braços e apertava os mamilos do Ígor, que rebolava e mexia sua cabeça.
Daniel era a trilha sonora...
- Olha o que tu faz comigo Bruno!
- Me fode, sou seu macho...
- Aperta o peitinho dele...
- Vou piscar meu cu prá você...
- Mostra prá ele de quem é esse macho aqui...
- Goza no meu cú...
- Me faz gozar, meu macho...
Era muito tesão, e não resisti. Gemi, me contorci e esporrei litros naquele buraco gostoso. Ele gozou junto, e Ígor acompanhou nossa porra...


CAPÍTULO 13

Ígor ficou com a gente até umas quatro da manhã. A brincadeira rendeu tanto que desistimos da balada com os amigos dele. Ficamos batendo papo, falando sobre nada, e claro, terminamos em uma última rodada de foda, onde me acabamos no peito do Ígor - eu e Daniel chupando e nos beijando alternadamente - enquanto ele se punhetava, e depois Daniel o comeu de novo, mas dessa fez eu só fiquei observando, vendo a cara de tesão dos dois... Foi muito bom.
Quando ele foi embora, a gente tomou um banho junto e nos deitamos. Evitei comentários, mas era nítido que ele queria saber se eu tinha aprovado ou não, se tinha gostado, como tinha me sentido. Deixei prá depois. Claro que tinha curtido prá caralho, e estava balançado com a forma como Daniel tinha se "doado". Ele me viu devorando aquele moleque com gosto e ficou na dele, se abriu todo prá mim sem frescuras...
Mas também tinha comido gostoso o cuzinho do Ígor duas vezes, e tinha gostado daquilo, pude ver. Só não sabia se ele tinha gostado mais de foder o moleque ou do fato de eu estar acompanhando e me acabando de tesão junto.
Em muitos momentos, Daniel me parecia feliz na posição mais de passivo na relação. Ele dava o rabo com gosto, me provocava, nunca tinha reclamado. Só tinha feito ativo comigo uma vez, e nunca tinha pedido mais. Ele curtia o papel, e curtia o papel de ser um passivão com pinta de comedor e fodedor... O que mais me atraía nele, e com certeza sua grande arma prá conquistar outras e outras situações.
Eu queria conversar sobre isso com ele. Ver até que ponto aquilo tava bom daquele jeito. Por mim, tava ótimo... Mas já era importante prá eu saber se prá ele também. Mais que meu bel prazer, eu queria que ele se esbaldasse, assim como era claro que ele queria que eu me sentisse. Me sentia na obrigação de retribuir... Negociar... Se assim fosse necessário.
Com tudo isso na cabeça, puxei seu rosto, dei um beijo apaixonado e carinhoso, me aninhei em seu peito aconchegante e dormimos. Ainda tínhamos dois dias no Rio...
Sábado amanheceu sem pressa como nós. Acordei antes dele e fiquei observando-o dormir, largado, relaxado, encostado em mim. Nem me mexi para que ele não acordasse, era um momento só meu e delicioso...
Fiquei quase uma hora assim, degustando aquele momento. Ele acordou preguiçoso, me puxou para mais perto e ainda continuou assim, quietinho...
- Tá com preguiça hein...
- Bom dia querido... Tô sim.
- Pensei que fosse me acordar as quatro hoje...
- Não, hoje não. Precisamos repor as energias. Quero você inteiro.
- Hum...
Fomos juntos pro banho, e como estava me acostumando, ele estava naquele dia "calmo". Nos lavamos, ensaboamos e enxugamos um ao outro sem urgência, curtindo cada pedaço do corpo um do outro. Trocamos beijos apaixonados que não precisavam ir além. Ficamos naturalmente excitados com a excitação um do outro, mas cada um ditou seu ritmo e gozou com sua própria mão, com a água e os olhares se derramando sobre nós.
O café da manhã veio pro quarto, e comemos também sem pressa assistindo o noticiário matutino. Trocamos opiniões e me surpreendi com suas posições políticas e sociais. Eu já sabia que ele era muito articulado e inteligente, mas suas colocações eram assertivas e pontuais. Acrescentavam.
- E aí meu guia predileto... O que me reserva o dia de hoje?
- Hum, tava pensando bem... Mudança de planos, sabe? O dia de hoje te reserva nada além de mim.
- Uau! Sério?
- Hãhã... Espero que não seja uma decepção.
- Bobão. Vai ser o melhor dia então!
Segurei sua perna e dei-lhe um beijo gostoso.
- Quero te levar prá passear, num dos lugares mais bonitos do mundo.
Qualquer um seria com ele!
Passamos o resto da manhã e parte da tarde nas trilhas da floresta da Tijuca, aos pés do Cristo. Bebemos água da fonte, alimentamos sagüis, batemos papo e traçamos planos sentados na mureta com uma visão incrível do Rio.
Descemos a tempo de assistir ao pôr-do-sol no Leblon.
Eu diria que foi um dia perfeito...
E era hora de abordar meus pontos. Mais uma vez.
- Dani, sei que às vezes pareço chato demais voltando a temas que já falamos, mas...
- Hehehehe... Eu já tava esperando. Te dei um dia inteiro e só agora!
- Já me conhece mesmo, né?
- Um pouco sim, Bruno. Como sei que tu já me conhece um pouco também. Na verdade você só quer confirmações.
- Ontem...
- Pode falar.
- Você curtiu, certo?
- Muito! Tu sabe disso, nunca te escondi. Curti com o Ígor, curti com o policial...
- Então...
- Curti porque percebi claramente que você tava curtindo também. Ou estou enganado?
- Não, foi bom. Confesso. Mas, sabe...
- Sei, sei... Você estava desconfortável e "bolado" de início, certo? Eu sei Bruno. Normal... É novidade prá ti... Você NUNCA tinha feito a três?
- Hum... Já!
- Já? Sério? Ele deu um pulo de excitação... Conta, conta!
- Ei, calma, foi diferente!
- Diferente como?
- Eu era moleque, uns oito anos atrás. Depois só se repetiu uma vez... Mas com uma grande diferença.
- Ah... Qual?
- Eu não estava envolvido.
Ele parou e eu também. Olhei e vi em seus olhos que ele se emocionara.
- Sério Bruno?
- Sério Daniel. Não era como agora. Eu fiz, mas não precisava. Você era meu foco ali, não era ele, não era eu.
- Que lindo, Bruno!
- Hehe... Pára, fico sem graça.
- Lindo... Saiba que é recíproco. De verdade!
Fiquei esperando. Ele tinha mais a dizer.
- Nunca te escondi que isso me enche de tesão. Desde o início... Mostrar o homem que eu tenho ao meu lado, o tesão que ele é, o que a gente sente e faz junto, e ter certeza que depois você é meu, e eu sou seu. Esse é o lance que me deixa louco.
- Eu te entendo agora.
- Talvez porque queira o mesmo que eu, de outra forma.
- Ou nem seja outra forma.
- Mas... E tu? Como foi?
- Foi bom. Muito bom. Me acabei vendo que você estava curtindo. Só me questionei se você não estava "se doando" demais por mim.
Ele me puxou.
- Bruno. Escuta... Quando isso acontecer, como sempre, tu será o primeiro a saber.
- Eu não tenho dúvida.
- Que bom. Eu já te amo cara. Quero você bem.
- Eu também Dani.
Nosso sorriso iluminou a noite carioca.
- Só quero te pedir mais uma coisa. Só mais uma!
- Eita, lá vem! Vai, fala... Você quer que eu te coma no ensaio da mangueira!
- Uhuuuuuu! Não é que é uma excelente ideia? Obaaaaa!
- Hehehehe... Fala sério.
- Seguinte... O dia que for demais prá ti, me fala. Porque eu me conheço velho! Vou ter idéias loucas e vontades maluquinhas . Se passar do limite, me fala, me avisa.
- Por que... Você vai desistir?
Estranho, estava com medo de uma resposta afirmativa.
- Hum... Desistir não. Posso negociar, e te enrolar num xaveco.
- Filho da puta!
- Hehehehe... É sério. Mas quero que você me fale, tá?
- Pode ter certeza. E você também.
- Como assim?
- Se eu te colocar em situação que não lhe seja agradável, pode tentar negociar.
- Oba. Adoro negociações contigo... Tu é facinho prá caralho!
Lancei um olhar desafiador. Ele notou. E riu.
- Nossa... Quase medo, agora!
- Hehehehe...
- Bom, papo cabeça de lado... Vamos voltar pro hotel? Quer fazer algo à noite?
- Hum... Não. Podemos comer alguma coisa lá mesmo, dar uma volta no calçadão e dormir cedo. Que acha?
- Por mim tá lindo.
- E aí, amanhã é nosso último dia. Aí sim, tenho planos.
Eu olhei fundo prá ele.
- Eu também.
- Ah é?
- Sim... Um convite, um pedido.
- Opa...
- Você toparia me acordar às 5h?
Ele me encarou surpreso.
- Você...?
- Hãhã...
- Quer repetir ?
- Quero... Se importa?
- Não! Claro que não! Mas e se ele não estiver lá?
- Ah... Vai estar. E se não estiver, a gente vai estar, certo?
- Certíssimo meu gato. Vamos correr logo pro hotel. Olha aqui o que você fez comigo. Ele apalpou a bermuda inflada, mostrando toda a curvatura do cacete duro.
- Não vejo a hora...
- Nem eu. Vambora. E guarda isso...
- Hehehehe
Ele gargalhou alto, me abraçou forte beijando meu rosto e saímos caminhando, seu pau duro de lado e ele gingando feliz da vida, nem aí para os olhares surpresos e famintos ao redor.
E eu, morrendo de vergonha e feliz da vida.
Era meu... Só meu.


CAPÍTULO 14

Apesar do tesão louco que chegamos ao hotel, eu pela expectativa da manhã seguinte e ele provavelmente pelo pedido ter partido de mim, nos controlamos sem necessidade de pedidos nos guardando para nosso último dia.
Nos aliviamos juntos embaixo do chuveiro roçando nossos cacetes duros e nos beijando sem pressa. O sono veio calmo e tranqüilizante, ele aninhado em meu peito, segurando minha mão em sua barriga e com o rosto encaixado no meu. Nossas respirações ritmadas nos embalaram...
Acordei com ele me sacudindo. Incrível como ele acordava disposto para fazer sacanagem!
- Vamos Bruno, antes que a gente perca o timing!
- Timing? Tá doido?
- Meu timing, o seu, o dele, o do sol... Muita coisa.
- Vamos, vamos!
Ele colocou outro daqueles shortinhos impossíveis, que nele caíam como uma luva, uma regata justa que deixava todo seu corpo rígido em evidência e me puxou, me abraçando pela cintura todo ansioso. Parecia que era meio dia.
A madrugada era um prenúncio de mais um dia bonito. Quente como os anteriores, mais calmo. Menos gente na rua que na sexta anterior, e também menos gente no Arpoador, talvez porque a galera tivesse virado a noite na balada. Fiquei por um instante receoso de não termos platéia.
Dessa vez, ele me conduziu para um ponto um pouco mais à direita da pedra, pro lado de Ipanema. Me encostou em uma rocha e antes de mais nada, simplesmente me abraçou por trás, forçou seu corpo no meu e sussurrou em meu ouvido...
- Obrigado, meu gato.
- Que isso... É um prazer.
Literalmente era.
Eu inverti o papel. Fiz aquilo que ele adorava fazer comigo, e eu adorava que ele fizesse. Segurei seu rosto com as duas mãos e fui descendo sua cabeça, fazendo com que ele parasse em meus mamilos, descesse pela barriga até encontrar meu pau já latejante, ainda preso na sunga estufada. Ele brincou com ele um tempo, acariciando minhas coxas e me olhando nos olhos de forma lãnguida e muito, muito íntima.
Eu revirava os olhos...
Ele colocou meu cacete prá fora e me chupou deliciosamente. Gemia alto daquele jeito que quase me fazia gozar instantaneamente, e já buscava com os olhos algo a mais. Eu já estava quase certo que não ia rolar, mas a incerteza e a possibilidade já me deixavam louco. Fora ele ali...
Depois de algum tempo, trocamos o papel.
- Ei moleque, me deixa te provar um pouco agora.
- Porra Bruno, vem que é seu!
- Abre a perna prá mim, .
- Faço o que VOCÊ quiser.
Ele se ajeitou quase sentando na pedra, esparramando suas coxas grossas e gostosas ali. Não me fiz de rogado e engoli aquele cacete lindo, explorando seus peitos e suas pernas com as mãos. E de tempo em tempo, levava meu dedo ao seu cuzinho que piscava. Ele gemia alto, se esticava todo.
- Caralho Bruno... Vai devagar senão eu gozo...
- Calma, sem pressa. Quero gozar primeiro!
- Ahahahah...
Fiquei ali por um tempo, me deliciando e por incrível que pareça despreocupado e quase esquecendo o porquê de ter ido ali de novo. Ele, daquela forma, me saciava. Olhando para seu rosto bonito e másculo que curtia cada momento, percebi que já tínhamos platéia. Ele - ou alguém - já estava lá...
- Levanta um pouco aqui, Bruno...
Por um momento me assustei.
E ao me levantar eu o vi. Era, sem dúvida, o mesmo policial. O mesmo corpo e postura de aprovação e curiosidade, com uma diferença... Ele não estava lá no alto daquela outra pedra, nos protegendo e dando respaldo ao nosso "atentado ao pudor". Ele estava ali embaixo, a pouco menos de vinte metros da gente. Encostado em outra pedra menor, acariciando sua pica já prá fora da calça e se aproximando devagar.
Quando me viu levantando e a gente olhando prá ele, parou.
Daniel não perdeu tempo.
Acenou com a mão direita num convite, segurando seu cacete em riste, e me beijando o pescoço. Ele veio vindo, devagar, até se encostar onde estávamos. Segurou com cada mão nossas cabeças e foi nos abaixando juntos de encontro ao seu cacete.
Não houve resistência nenhuma...
Dividimos aquele cacete delicioso por um bom tempo, sem pressa, e às vezes partíamos prá uma punheta dupla enquanto nos beijávamos, colhendo mais saliva para lubrificar mais seu cacete. Ele gemia e rebolava fodendo nossas bocas.
- Ai, que delícia... Seus putos... Engole esse macho...
- Glup, glup, glup...
- Tava louco prá ver vocês aqui de novo. Tirar um sarro gostoso com vocês!
- Então vai, carioca safado...
- Vem cá, vai... Deixa eu chupar essa bunda pro seu macho ver!
Ele colocou Daniel de quatro e caiu de boca naquela bunda gostosa. Dani rebolava e gemia, e me chamou para ficar beijando sua boca, segurando meu rosto.
- Ele vai me foder cara, se você deixar!
- Quer?
- Eu quero. Se tu quiser.
- Vai fundo meu macho. Dá gostoso prá ele. Mostra prá ele como eu sou sortudo, de ter você todo dia na minha cama, me acordando, gemendo prá mim, pedindo mais...
- Porra cara, é isso!
- Então vai!
Ele procurou com a mão e segurou o cacete duro, encaixando-o na entrada de seu rabo faminto. Sem muita cerimônia começou a rebolar e gemer, segurando meu rosto na altura de seu peito excitado e me oferecendo seus mamilos gostosos para que eu chupasse. Com uma mão eu o punhetava, com a outra eu segurava sua cintura.
- Caralho, que rabo gostoso da porra!
- Me fode seu puto!
- Toma essa pica, seu viado... Geme gostoso.
- Ahahahah... Mete tudo, sem dó!
- Tá gostando de ver seu macho sendo fodido assim cara?
- Tô velho, continua... Mas não goza dentro! Vem gozar no meu peito...
- Porra...
Toda aquela sensação e aquele lugar, aqueles gemidos, aquele barulho, o povo ao longe, fizeram com que a sensação viesse. Eu não estava segurando meu pau, simplesmente o roçando nos joelhos de Daniel, mas não agüentei.
- Vou gozar!
- Eu também porra!
Eu e Daniel gozamos quase juntos, ele na minha mão, eu em suas pernas. Ele gemia alto e me beijava, abafando meu som de prazer.
Nos abaixamos e juntos, desesperadamente, fizemos nosso parceiro esporrar em nossos peitos. Caímos juntos. Exaustos. Nos recompomos devagar e sentamos na pedra, admirando o nascer do sol e nos permitindo um pouquinho mais de contato.
- Poxa, cara... Eu tinha a esperança de que vocês voltassem.
- E a gente tinha a esperança de te ver lá em cima de novo.
- Ah, não ia agüentar ficar tão de longe.
- Não é complicado prá você, Wesley?
- Complicado? Quase todo dia cara... Quem vem aqui essa hora tá buscando é sacanagem mesmo.
- Porra, deve ser um tesão um trampo desse hein ?
- Na maioria das vezes sim. Mas não é sempre que sou contemplado com dois loucos assim, como vocês... Vocês são um tesão.
- Valeu. Mas tu também.
- São casados?
Silêncio.
Nos olhamos.
Ele riu... Timidamente.
- Ainda não...
Eu corei, e sorri por dentro.
- Ah... Legal. Me convidem, hein?
- Hehehe... Pode deixar. Vamos subindo? Bateu uma fome!
- Claro né Daniel... rs
- Acompanho vocês. Meu turno acabou.
- E quando pega de novo agora?
- Só às oito da noite.
- Hummm...
- Por quê?
- Mora aqui perto?
- Não, meio longe. Moro na Penha. Conhecem?
- Hã... Só de nome.
- Bom, é longe.
- Cara, hoje é nosso último dia aqui. Passa seu número. A gente podia se ver à tarde.
Daniel me olhou curioso. Surpreso.
Wesley buscou nele a aprovação.
- Hã... Não quero atrapalhar o último dia de vocês.
- Que isso, passa aí. Qualquer coisa a gente te dá um toque, e você vem encontrar a gente... Que tal?
- Opa...
Anotei o número dele e nos despedimos. Fomos caminhando sem pressa para o hotel.
- Porra Bruno, tu cada dia me surpreende mais.
- Por quê? Quem manda provocar, ensinar... Só quero, talvez, conhecê-lo um pouquinho mais.
- Ah. Tu gostou tanto assim?
- hehehe... Ciúme, lindo?
- Humm... Um pouquinho. Mas adoro!
Gargalhamos juntos.
- Vamos voltar, e a gente negocia nosso tarde, ok?
- Fechadíssimo.
De mãos dadas, entramos no hotel. Sem vergonha nenhuma.


CAPÍTULO 15

Nem no meu sonho ou fetiche mais louco eu conseguiria chegar perto do que foi aquela tarde. Um verdadeiro divisor de águas na minha forma de enxergar um relacionamento, o amor, o ciúme, a mim mesmo.
Eram quase quatro da tarde. Eu estava sentado na poltrona do quarto do hotel, só de cuecas. Cacete duro, pulsando, sendo acariciado devagarzinho.
- Tá curtindo Bruno?
- Claro...
- Junte-se a nós.
- Eu já vou...
Na cama, Wesley e Daniel faziam um 69 delicioso de se ver. Eram dois machos de verdade se curtindo e se explorando só como dois machos sabem fazer. Sem frescura, sem limites. A TV ligada em um volume normal nos permitia expressar nosso tesão, apesar de naquele horário o hotel estar vazio... E de não estarmos muito aí prá isso.
Daniel tinha se deitado de forma a chupar o cacete gostoso do Wesley, mas olhando prá mim. Ele me devorava com os olhos e gemia baixo, aquela bunda gostosa aberta e se contorcendo, esperando por mim. Ele também não sabia da minha surpresa maior. Nem eu sabia se ia se concretizar.
Mas aconteceu. Primeiro um toque no celular, em cima do móvel.
Só um toque. Era o sinal.
Menos de um minuto depois, eu já de pé perto da porta e sorrindo de forma marota. Duas batidas suaves...
Eles pararam assustados.
- Pssssiu. Podem continuar seus putos. Vamos começar prá valer agora!
Abri a porta e o Ígor entrou.
Estava lindo. Aquele cabelo caído nos ombros, bermuda leve, regata justa com aqueles mamilos suculentos se projetando. Era uma visão tentadora, sempre. Mesmo já tendo visto, provado, chupado, mordido, aqueles peitinhos me surpreenderiam a cada nova visão. Deliciosa.
- Caralho... Bruno...?
- Wesley, esse é Ígor... Nosso amigo. Tudo bem?
- Porra, velho... Claro! Bem vindo, moleque.
- Valeu!
E aí tudo aconteceu, ficando difícil narrar tudo em detalhes.
Num primeiro momento, Daniel e Wesley retomaram sua brincadeira safada sob um olhar e comando meu. Eu coloquei Ígor sentado no meu colo, de frente prá mim, e caí de boca naqueles peitinhos que me alucinavam, apalpando sua bunda carnuda e acariciando seus cabelos... Ele se entregava fácil, aquele puto.
- Porra cara... Nem acreditei quando você me ligou, chamando prá isso.
- Por quê?
- Sempre quis participar de algo assim velho... E com vocês... Uau!
- Então aproveita Ígor. Não é sempre...
- Vai, mama meu peitão que é teu vai... Gosta?
- Delícia de peitinho cara!
Eu ouvia a voz do Daniel...
- Porra! Chupa ele Bruno, com vontade.
Em pouco tempo estávamos todos nus, gemidos eram abafados e reprimidos por mãos, beijos, olhares... Eu gozei a primeira vez no peito do Ígor, tinha que ser, e chamei Daniel para recolher minha porra comigo ali. Secamos seu peito com nossas bocas que se beijavam, ele me comendo com seu olhar de surpresa e gratidão.
- Te amo cara!
- Eu também te amo Dani!
- Vou ficar te devendo um ano de sossego, meu macho.
- Hehehehe... Não sei se vou querer...
Enquanto isso, a bundinha do Ígor era explorada pela língua safada do Wesley. Eles eram safos, e perceberam logo o rumo que aquilo iria tomar. Não foi preciso palavras para que em questão de minutos, os dois se chegassem num canto da cama grande, que cabia todos nós, e começassem a se curtir. Ígor comia Wesley com os olhos, e esse se exibia e oferecia com gosto. De frango assado, com as pernas levantadas ele começou a levar aquele cacete, e alisava seus mamilos olhando prá gente, provocando mais.
Eu já me dedicava ao meu macho. Entre beijos, apertos, chupadas mútuas, olhares trocados, o coloquei de quatro e comecei a bombar gostoso naquela bunda deliciosa.
Ele gemendo e se contorcendo, Ígor sendo fodido, apertando seus peitos gostosos, Wesley sem saber prá onde olhava... Era demais prá mim.
- Já tinha te secado no Arpoador moleque, esse corpinho gostoso já me fez bater uma punheta de longe! Que surpresa de pegar aqui!
- Porra, gatão. Fica na vontade não... É só chamar!
Prá ficar melhor ainda, resolvi trocar. E dar minha prova final
Puxei Daniel prá cima, segurei seu rosto e o busquei num beijo.
Mordi seu ouvido e sussurrei...
- Me come cara!
- Hã?
- Me fode gostoso vai... Olha seu cacete como está!
Eu tirei meu pau da bunda dele, e me coloquei de quatro abrindo meu buraco prá ele. Ele me olhava extasiado. Se abaixou, caiu de língua no meu cu e enfiou um dedo. Depois mais um. E o terceiro.
- Pode ir meu macho!
- Se doer avisa. Faz tempo...
- Não vai doer, pode me foder. Vai!
Me posicionei de forma que ao mesmo tempo que seu cacete invadia meu cuzinho apertado, substituí as mãos de Ígor em seus mamilos. Comecei a mamar aqueles peitões enquanto levava no rabo. Eu não sei de onde vinham os gemidos mais descontrolados, mas era fácil perceber que todos estavam no auge do tesão.
- Porra cara, que delícia te ver assim...
- Que moleque gostoso que vocês arranjaram porra...
- Para de falar e me fode, macho gostoso...
- Rebola na minha pica meu macho...
- Chupa meu peito... Gosta deles não gosta?
- Abre essa bunda pro seu putão ali...
- Olha a cara de tesão do seu macho cara...
- Geme gostoso prá mim...
- Me fode mais... Sem dó... Come-me...
- Ahahahahah...
- Caralho!
- Porra, que tesão de foda!
- Que bunda é essa porra?
- Que moleque gostoso... Vai ser só meu...
- Você é todo meu Bruno...
- Só seu, meu gatão. Sou só seu...
A tarde se esticou, como não podia deixar de ser, até quase oito da noite, horário que Wesley tinha que voltar pro seu posto. Eles deixaram o hotel juntos, trocando telefones e prometendo se reencontrar. Nos despedimos agradecendo e prometendo também manter contato caso voltássemos ao Rio... Tentação.
- Valeu Cara. Se cuidem!
- Vocês também.
Depois do banho sem palavras, apenas com beijos e carinho, nos deitamos juntinhos e não sei em que momento caímos no sono. Nos braços um do outro. Aninhados e relaxados, e não era preciso dizer nada. Há muito tempo não sentia e não via nos olhos de alguém aquilo que ele me passava. Era gratidão. Paixão. Tesão. Amor...
E ele via isso nos meus olhos também.
A noite foi tranqüila e gostosa, e a despedida do Rio numa manhã um pouco nublada e abafada. Saímos do hotel por volta das seis, nosso vôo partia as oito e meia do Santos Dumont.
- E aí, Dani...? Vai fazer o que em Sampa hoje?
- Ah, Bruno, ficar de boa. E esperar que comece logo no trabalho né?
- Sim, vai dar certo. Eles te ligam hoje?
- Espero que sim. E você?
- Trabalho. Depois volto prá casa cedo. Cola lá!
- Vou sim... Me espera por volta das sete da noite, ok?
- Oba... De volta ao lar.
Nos despedimos em Congonhas, fui direto prá empresa e ele voltou prá casa. Quando eram umas duas da tarde, recebi uma mensagem dizendo que ele já tinha a resposta, e que tinha conseguido o trabalho. Começaria na quarta feira. Eu tinha certeza disso. Respondi que jantaríamos para comemorar... Quando o interfone tocou, ainda estava no fogão.
Abri a porta, ele entrou com aquele sorriso delicioso, aquele gingado que eu amava. Foi me empurrando pro sofá.
- Epa, epa... Tô todo fedido cara... Tem comida no fogo. Espera, seu tarado!
- Hehehehe... Saudade de ti. E eu tô tão feliz!
Dei um beijo nele, apertado.
- Também tô muito feliz por você! Parabéns.
- Quer uma ajuda aí?
- Claro... Vem cá.
Fomos prá cozinha e terminamos nosso simples jantar juntos. Ele contava todo excitado a conversa com a moça do RH do banco, os próximos procedimentos. Correr atrás de exames, documentos, tudo aquilo. O que o cargo oferecia, possibilidades, planos. Era lindo ver aquela empolgação toda...
- Sabe o que é mais legal nisso tudo Bruno?
- Hã?
- Vou me estabilizar. A gente vai poder fazer muita coisa juntos. Viajar, te mostrar outros lugares, conhecer outros juntos que sempre quis ir...
- Oba.
- Tu vai ver cara...
Ele deixou a travessa de salada na mesa, tirou a faca da minha mão, me puxou pro seu corpo e me abraçou forte, suas mãos em meu rosto, daquele jeito gostoso.
- Você ainda vai ter muito orgulho de mim!
- Tenho certeza disso. E já tenho.
O beijo veio quente, verdadeiro.
Era bom estar em casa...
Os dois dias seguintes foram muito corridos para ambos. Eu com o trampo acumulado, literalmente fodido e tendo que colocar tudo em dia. Chegava em casa um bagaço só, louco pra dormir e descansar.
Ele correndo atrás da burocracia toda, cópias, exame admissional, toda a chatice. A gente se falou por SMS e ligações à noite, mas não nos vimos. Até isso gostava muito no Daniel. Apesar da saudade danada e vontade de estar junto, continuava uma vontade comedida, sem exageros e sem mela-mela. Dava tempo de ter saudade. Havia espaço prá ela. Conseqüentemente, cada mensagem recebida e cada ligação era um alívio e não uma a mais. Eu gostava disso.
Apesar de já termos dito que nos curtíamos, que nos amávamos, que queríamos estar juntos e isso nos fazia bem, havia uma vida independente e autonomia. Autocontrole para que nos colocássemos um na vida do outro numa medida confortável, sem invasão, mas sem espaço para sentir-se excluído.
Meu receio inicial em me parecer mais seguro, aquela mania de fingir que não sentia falta quando sentia, de não ligar querendo ligar, de manter um ar meio blasé, tudo isso se desmanchou junto com o amadurecimento da nossa relação. Junto com os pudores que eu tinha. Junto com tabus e paradigmas pré-estabelecidos.
Tudo isso mudou junto comigo.
Eu percebia isso. Ele também.
Era uma tranqüilidade que há tempos não sentia. Boa. Salutar.
Quarta feira à tarde, eu envolto em trabalho e pensamentos. Tocou o telefone.
- Meu gato...
- E aí rapaz... Como está sendo?
- Muito legal. Muita coisa! Tô meio assustado e ansioso.
- Normal cara. Relaxa.
- Preciso de ti Bruno...
- Fala meu lindo.
- Bastou o primeiro dia prá descobrir que preciso de roupa. Fiz tudo, esqueci desse detalhe. Vou ao shopping saindo daqui. Não quer me dar um help?
Affee... Disso eu não gostava. Mas não dava prá negar.
- Claro. Aonde você vai?
- Sei lá, qualquer um. Pode ser aqui perto mesmo. Tem o Paulista aqui, ou a gente pode se topar em outro, que acha?
- Beleza...
Fizemos como o combinado. Eu o encontrei no metrô, comemos em um junk food qualquer e fomos pro shopping. No caminho, feliz da vida ele me contava sobre seu primeiro dia, suas impressões, colegas de trabalho, o chefe "gostosão" e outras coisas... Eu só ouvia.
- E aí, fala... O que você precisa exatamente?
- Então... Pelo menos uma calça social ou esporte fino, umas duas camisas, meias, gravatas, quase tudo, nunca precisei disso!
- Tem preferência de local?
- Não, desde que seja um local que tenha tudo de uma vez, ótimo.
Na verdade, apesar da minha oferta para que comprasse em lojas separadas e colocasse no meu crédito, ele se recusou e quis parar numa loja de departamento grande, da qual tinha o cartão e podia parcelar. Ele era assim.
- Vamos lá. Você vai me ajudar né?
- Afe... Sou ruim prá caralho nisso. Prefiro te acompanhar só, sem palpite.
- Ah não! Quero sua opinião.
- Por quê? Se eu disser que não gostei você não leva?
- Hummmm. Não. Se EU gostar, nem vou te perguntar. Levo e pronto. Só pro caso de uma dúvida.
- Hehe. Tá valendo.
E mal perguntou mesmo. Foi selecionando as peças, calça, camisas, separando tudo sem nem me perguntar nada. Fiquei até meio bolado, mas tava adorando. Na verdade, era fato que tudo ficaria lindo nele. Fácil assim.
- Você nem vai experimentar?
- Só a calça talvez. As camisas servem, com certeza.
- Olha lá...
- E tu, não vai levar nada Bruno?
- Não, tô de boa, só vim te acompanhar mesmo.
Aquele olhar sacana...
- Tá... Tu que pensa. Pega isso aqui.
- Hã?
- Segura essa camisa aqui um pouquinho, por favor?
- Ei, nem quero. Não tô precisando não, Dani.
Por um momento, pensei que fosse um presente, algo assim.
- Seu bobo, tu não acha mesmo que vai ficar me esperando aqui, enquanto entro no provador né?
-???
- Hehehe... Loja vazia, você assim. Tô louco prá te chupar, cara!
- Daniel... Não.
- Sim! Agorinha... Vamos, me segue. Entra logo depois de mim.
Ele me largou e foi na frente, uma piscadela de lado, gingando em direção ao provador masculino Fui logo atrás, claro!
Muito engraçado a avaliação que fiz de mim mesmo naquele corredor da loja, em menos de um minuto. Enquanto eu o via entrar no provador, lançando um sorriso devastador para a moça que controlava as peças, me dei conta...
Menos de um mês atrás, por mais que um lance desse pudesse ser parte de minhas taras, JAMAIS me meteria numa coisa doida assim. Talvez recriminaria a irresponsabilidade e infantilidade do ato.
Agora, naquele momento, não via a hora de entrar. Vai entender...
Fiz uma horinha e fui pro provador.
A mocinha sorriu simpaticamente, me deu a plaquinha com o "1"
- Só isso mesmo?
- Hã... Por enquanto sim.
- Fique à vontade.
Enveredei pelo corredor, e mais uma vez me dei conta que de tonto Daniel não tinha nada. Agora entendia porque aquela loja. Aquele provador. Era grande, um corredor comprido, cabines amplas. Fui andando e quase chegando ao final, uma cortina semi-aberta.
Entrei sem olhar prá trás, e cerrei toda a abertura. Ele, descaradamente, já sem camisa abriu um pouquinho, deixando uma fresta perigosa.
- Dani...
- Psiu...
Me puxou e invadiu minha boca com sua língua. Beijava quente e forte, desabotoando minha camisa e segurando meu cacete, duro há tempos, apalpando-o com sua mão firme. Desceu com sua língua pelo meu tórax, chupando meus peitos. Com uma destreza incrível, libertou meu pau e começou a me punhetar. Por um dos espelhos que só faziam a situação mais excitante, eu vi que seu cacete também já estava para fora, duro, rijo, pulsando. E que ele me olhava, tesão puro...
- Vai seu safado - falei baixinho - engole tudo!
- É prá já meu macho.
Caiu de boca no meu cacete e chupava entre gemidos. Sua mão desceu pelas minhas pernas, abrindo-as e procurando meu cuzinho.
- Ahah!
- Delícia!
Enquanto ele trabalhava sem parar, ouvi barulho no corredor. Dei um passo prá trás, assustado. Ele me conteve, sem tirar meu pau da boca.
Ouvi uma cortina se fechando, dois ou três boxes antes do nosso.
Caralho...
Ele subiu devagar e mergulhou sua língua no meu ouvido. Gemendo veio o convite...
- Vamos lá? Ou prefere só chamar a atenção dele?
- Tá louco cara? Não!
Ele riu sem barulho.
- Vou sair!
- Não vai não.
Ele voltou a descer pelo meu corpo, me joguei prá trás. A sensação de perigo e sua boca safada me deixavam a mercê de sua loucura. E tinha a saudade... Desencanei e segurei sua cabeça, fodendo sua boca. Decidi mudar a estratégia. Se eu o fizesse gozar logo, e gozasse também, tudo acabaria mais rápido. E sem frustrações.
Diferente das outras situações não podia gemer nem provocá-lo, nem incentivá-lo verbalmente. Só tinha meu olhar prá transmitir o que estava sentindo. Ele já sabia fazer isso como ninguém. Eu era um mero aprendiz. Resolvi praticar.
Acho que me saí bem, primeiro porque era real. O tesão que sentia pela situação e o tempo sem estar com ele só aumentavam minha necessidade. Meu pau cresceu na sua boca, ele sorria com os olhos e explorava minhas coxas, meu cu, meus peitos com suas mãos másculas... Eu segurava sua cabeça e colocava e tirava meu cacete de sua boca, me contorcendo.
Instintivamente, me curvei sobre seu corpo, descendo minha mão pela suas costas e invadindo sua cueca. Enfiei um dedo no seu cuzinho e comecei a fodê-lo com o dedo, enquanto arregaçava sua boca. Deu certo. Ele acelerou o ritmo e começou a rebolar no meu dedo, se abrindo mais. Não demorou muito e esporrou em sua mão, recolhendo o leite na sua cueca.
Não agüentei. Com seus gemidos abafados e seu gozo abundante, senti o orgasmo vindo do fundo, sacudindo meu corpo e quase me jogando no chão. Ele engoliu meu pau até as bolas e senti meu leite invadindo sua garganta, meu corpo todo enrijecido e tremendo de tesão. Ele engoliu tudo, levantou-se, beijou minha boca e sussurrou em meu ouvido.
- Serviu?
Sorrindo daquele jeito sacana, abotoou sua calça, colocou a camisa e saiu assoviando, me deixando lá dentro.

CAPÍTULO 16

Saímos da loja com as sacolas e fomos tomar uma cerveja ali mesmo no shopping. Nos sentamos num canto mais reservado, e a música do telão deixava que a gente conversasse numa boa.
- Seu puto. Devia ter me tocado que você tinha planejado isso.
- Planejado o que?
- O quê? Safado...
- Ei, Bruno... Tu tá achando que eu planejei te trazer aqui e te chupar no provador?
- Hã hã...
- Cara, que viagem! Se fosse isso não tinha comprado nada, porra. Eu precisava de roupas, te chamei porque queria tua companhia e sua ajuda. Só isso. Mas aproveitei a circunstância.
- Sei...
- Hehehe. O que posso fazer se sou criativo? Tava tudo a nosso favor.
- Quase morri de tensão.
- E eu de tesão, hehe
- Velho, onde tudo isso vai dar hein?
- Ah... Desencana. Foi bom prá caralho não foi?
- Foi... Mas foi tenso.
- Assim que é bom.
Acabamos nossa cerveja e voltamos prá casa. Ele tava quietinho.
- Vai lá... Dani, depois de tudo, quero que você experimente prá eu ver como ficou.
- Hum... Tá querendo um showzinho meu gato?
Ele me beijou e abraçou forte.
- Não seu tarado. Quero ver como ficaram as roupas em você. Caso contrário queria você sem elas.
- Oba... Gosto mais assim.
- Vai moleque... Experimenta.
Ele riu gostoso e começou a tirar a roupa que usava. Colocou a calça social com a camisa, ficou lindo... A calça era justa, deixava aquela mala saliente. Seu peito estufado valorizava a camisa. Um tesão.
- Você que se comporte lá hein Dani...
- Porque tá falando isso?
- Olha prá você! Tá uma tentação!
Ele veio na minha direção, um sorriso leve nos lábios, segurou mus ombros e me olhou bem fundo nos olhos.
- Bruno...Você já se deu conta que todo dia você trabalha assim...?
- Hã?
- Valorize-se cara! Tu é um gato, fica lindo na sua roupa de trampo, um monte de meninos e meninas te paqueram na cara dura, e você nem se toca.
- Tá viajando!
- Tô... Como você acha que eu caí na sua?
- Você não caiu na minha!
- Ah, não... Olha eu aqui! Seu bobo! Tu é lindo. Não mais que eu, mas dá pro gasto!
Me beijou
- Não gosto quando você fala de mim como só eu fosse capaz de aprontar.
- Não é isso que quero dizer.
- Ah, é sim... Sei que sou mais novo, sei que sou um puto, tenho minhas loucuras que te deixam sei lá como, mas nunca te dei motivos não...
- Não é você que me dá motivo não, cara.
- Tá. Então bota isso na sua cachola e relaxa beleza?
- Ok... Você fica aqui comigo hoje?
- Hum... Acho que não Bruno. Tô com saudade de fazer mais coisas contigo, mas quero arrumar essas coisas em casa e não posso perder a hora de jeito nenhum.
- Fica aqui... Te levo amanhã cedo.
- Que isso? Vai acordar mais cedo prá me levar? Nem a pau gatão. Não posso me acostumar mal. Eu resolvi que não precisava enrolar mais.
Eu queria tentar.
- Dani...
- Oie. Ele estava dobrando a camisa, só com a calça, ajeitando tudo de volta na sacola.
- Queria te fazer uma proposta.
- Oba! Adoro. Faz aí, geralmente sou eu quem invento!
- Vem morar comigo.
Ele parou. Me olhou com uma cara de susto.
- O que?
- Vem morar comigo, Daniel!
- Tu tá falando sério ?
- Claro...
Ele largou tudo na cama. Abriu o sorriso mais lindo que eu já tinha visto, abriu os braços e veio andando gingando na minha direção...
- Morar junto contigo?
- É! Porra, você tá me deixando com vergonha.
- Que lindo, velho. Não precisa ficar com vergonha...vem cá.
Ele me abraçou firme, mas sem força e sem fome. Segurou meu rosto com uma mão e me beijou um beijo de sonhos. Sua mão passeava pela minha nuca e sua língua explorava minha boca vagarosamente, alcançando cada canto. Seu hálito era quente e fresco. A pressão de seu corpo contra o meu era justa, perfeita.
Nos beijamos sem pressa, rodando pela sala.
Ele parou, ainda me apertando suavemente, olhando nos meus olhos, ainda sorrindo. Juro que vi lágrimas em seus olhos.
- Isso é um SIM ?
- Não Bruno. Isso é um OBRIGADO. Junto com um TE AMO.
- Mas...
- Vou pensar cara. Com muito carinho. Mas eu tô muito, muito feliz!!!
- E o que te faz pensar?
Ele parou. O sorriso murchou. Não escondeu.
- A Ana!
Gelei. Passou um monte de coisas na minha cabeça. A primeira reação foi cobrar, claro...
- Vocês...?
- Senta aqui Bruno. Não é nada disso.
- Não é nada do quê?
- Senta aqui caralho!
Eu me sentei na cama ao seu lado. Ele se colocou daquela forma que sempre fazia quando queria falar sério. Uma proximidade forte, olho no olho, semblante maduro, segurando meu braço. Naqueles momentos ele não se parecia nunca com aquele moleque feliz e atirado de várias outras situações. E essa capacidade dele de ser assertivo me enfeitiçava.
- Seguinte velho. Ana me ligou no início da semana. Tipo prá cumprimentar pelo trampo novo, minha tia contou pro povo de Ribeirão e ela ficou sabendo.
- ...
- Ela quer vir prá cá também. Está cansada da vidinha parada de lá, e acha que tem condições de se dar melhor aqui. Ela me pediu, de boa, se podia ficar em casa até ela achar um local prá morar...
- ...
- Fala alguma coisa.
- Falar o que?
- O que você acha disso?
- Ah... Acho lindo cara. Uma maravilha. A melhor notícia do ano prá mim.
Não consegui deixar o sarcasmo de lado. Ele não sorriu.
- Porra Bruno. Gosto dela, cara. De boa, acho que ela é bastante inteligente prá se dar bem aqui. A gente se dá bem, terminamos numa boa, fico sem razão prá não ajudá-la.
- Dani, você sabe que não precisa fazer isso.
- Não preciso. Mas posso fazer. Assim como alguém me ajudou quando eu quis vir prá cá, e de certa forma me deu uma nova possibilidade na vida, porque eu não poderia ajudá-la?
- Dani... Você acha mesmo que é isso que ela quer? Uma chance na capital?
- Acho. Que mais?
- Ah... Me poupa, Daniel!
Não consegui me controlar. Me levantei da cama.
- Bruno... Vem cá. Eu não acabei.
Ele falou sério. Daquele jeito.
- Vai cara, pode acabar. Tô aqui.
- Porra, você acha que eu sou um bobinho inocente, né?
- Não. De inocente você não tem nada. Acho que você é homem.
- Não. Tu tá me julgando um menino. Eu sempre fui com ela da mesmíssima forma que sempre fui contigo. Transparente e claro em minhas opiniões e decisões. Ela sabe que eu não quero nada com ela, e isso eu já cansei de falar. E não dei nenhuma brecha prá ela achar o contrário.
- Não duvido que ela saiba disso. Só não acredito que isso seja motivo para ela desistir de ti.
- Eu sei me defender.
- Hãhã.
Ele abaixou a cabeça. Se levantou e veio até mim.
- Porra, tenta me entender! Se coloca no meu lugar!
- Você já se decidiu né?
- Não. Não decidi nada. Ela me pediu isso, disse que precisava pensar que estava mudando de trampo e abri o jogo prá ela em relação a ti. Falei que ia conversar contigo e daria uma resposta.
- Você falou da gente prá ela?
- Falei. Por quê?
- Prá que?
- Porra cara... Por que não? Já te falei que tô de boa contigo, não tem porque esconder nada de ninguém. E se ela vier, vai saber de qualquer forma...
- E o que ela falou?
- Que já desconfiava.
- É ?
- E que é um desperdício... Nós dois. hehe
- E que mais?
- Mais nada. Agradeceu e está esperando.
Eu fiquei passado. Não caia naquele papo dela nem a pau. Tinha certeza que era uma armadilha e tentativa de reaproximação. Eu, no lugar dela, tentaria. E não sabia o que fazer.
- Se eu disser que não...?
- Vou entender. E vou pensar se aceito sua negativa ou não.
- Então você quer que ela venha.
- Eu não quero que ela venha. Mas se ela quer vir, eu gostaria de ajudar.
Eu virei a cabeça.
- E então? Qual sua posição Bruno?

CAPÍTULO 17

Eu me vi, de repente, em uma sinuca de bico...
A vontade era de dizer não, e deixar que ele decidisse. Depois da decisão poderia acatar ou ver o que faria.
Por outro lado, eu tinha certeza de uma coisa. A intenção dele era boa. Eu duvidava da dela. E ele já tinha me dado várias provas de sua maturidade e honestidade nessa relação louca.
Meu medo era dizer não, e ele enxergar em mim a insegurança que ele não demonstrava hora nenhuma. E isso sujar meu lado.
Eu gostava dele. Queria tentar, ficar com ele. E agora, isso...
- Daniel... Escuta aqui.
- Escuto.
- Sendo muito franco contigo. Não gosto nada da situação. Não duvido de você e da sua boa intenção. Duvido da dela.
- Mas tu nem a conhece direito.
- Ah, cara... Conheço as mulheres, velho. E tenho uma pergunta.
- Fala?
- Porque você não me contou?
- Porque não deu tempo. Eu ia te contar. O mais rápido possível. Até porque preciso dar a resposta prá ela, e dependia da sua.
- Bom, pelo que você falou, não dependia...
- Ela não sabe disso. Ela acha que depende.
- Você ia me perguntar?
- Claro né. Mas tu me surpreendeu com seu convite. Bruno, de boa. Se não houvesse essa possibilidade dela vir, hoje mesmo eu te diria que eu viria morar contigo. Não tenho medo de tentar. Nenhum. Mas tudo que te pediria é um tempinho maior... Duas, três semanas. Ela se ajeita, e tudo se resolve.
- Cara, ela quer um lugar prá ficar não é? Porque você não a deixa na sua casa, e vem prá cá?
- Bruno, ela quer uma casa prá ficar e apoio. É mais que uma casa.
- Sei...
- E minha tia não deixaria ela ficar lá sem mim. Aquela casa é um favor prá mim, não prá uma ex namorada.
Me deixei cair na cama. Deitei e fechei os olhos.
Ele se deitou ao meu lado.
Não falamos nada. Ele recostou a cabeça no meu peito, e ficou ali, abraçando minha cintura e olhando o teto. Eu virei meu rosto prá ele, e ficamos nos olhando por um tempo imenso, sem dizer nada. Respirei fundo, puxei seu rosto e dei um beijo rápido. Ele fechou os olhos e curvou as pernas, se colocando numa posição quase fetal, de frente prá mim. Passava a mão no meu rosto suavemente.
- Confia em mim, seu bobo. Eu te amo, não quero nem brincar com a chance de te perder. Sei o que estou fazendo.
- Eu confio em você Dani. Já te falei isso. Só acho que às vezes a gente precisa se preservar e não dar margens à surpresas desagradáveis cara... Nem todo mundo tem o coração que você tem...
- Por isso o mundo tá assim.
- É verdade. Mas eu sinto muito se eu não consigo ser tão bonzinho agora, cara. Eu podia fingir que tá tudo bem, e deixar as coisas acontecerem. Não consigo.
- Eu sei. Por isso que estou contigo.
- Bom... Vamos lá, tenho que te deixar em casa. Foi um dia e tanto.
Me levantei debruçado em seu peito ainda sem camisa, e ele veio junto. Me abraçou de pé, forte, sua cabeça em meu ombro. Ficamos assim um tempo, trocando carícias em nossas nucas.
- Beleza. Vamos. Não fica mal.
- Não tô mal. Tô ressabiado. Só isso.
Eu o deixei em sua casa, e mesmo sem ter tido a resposta, sabia qual seria. Ele não conseguiria dizer não, e Ana viria ficar com ele por algum tempo. Eu tinha que me preparar. Não seria fácil.
Tava morto de ciúmes. De dúvida. De receios...
E completamente apaixonado por ele.
Cheguei em casa e me joguei embaixo do chuveiro quente. Da minha cabeça não saía a imagem de seu rosto quando ele saiu do carro. Era um olhar pidão, meio que implorando para que eu confiasse nele e não colocasse tudo a perder.
Fui prá sacada e encostei ali. A noite estava fresca, a vida corria lá fora. Dois meses que estávamos juntos, que pareciam um ano. Tanta coisa tinha acontecido.
Passou pela minha cabeça aquele flashback completo...
Desde a primeira fase quando ele ainda estava na empresa. A forma que nos conhecemos, sua abordagem e camaradagem de início, com todo seu charme. As aventuras todas... Desde a balada com a Ana, passando pelo autorama, a praia, tudo que passamos no Rio, minha primeira experiência "a quatro", loja de shopping, aquela sacada.
Mas apesar de todas essas loucuras, os tantos momentos íntimos que tínhamos vivido também, que ele inclusive me surpreendia. Noites de papo cabeça, de sono sem sexo, de conversas francas, de favores trocados.
Percebi e me dei conta de como tínhamos, de certa forma e como ele mesmo tinha comentado, nos moldado um ao outro. Eu me via muito mais parecido com ele, mais louco, mais livre, porém ainda com minhas neuras e inseguranças...
Eu o via de certa forma mais comedido. Respeitoso por meus limites. Aquela necessidade inicial de se mostrar, me mostrar, e provocar mulheres e homens em qualquer lugar, tinha de certa forma se convertido em uma busca por prazer em lugares inusitados, em uma tentativa de me mostrar o lado bom de tudo isso e numa experiência dividida de tesão, paixão e descobertas.
Eu tava feliz como há tempos não me sentia.
Não ia desistir assim...
Que viesse a Ana. Se fosse de boa mesmo, ótimo. Rapidinho eu ia saber. Se fosse briga pelo amor dele que ela quisesse, era o que ela iria ter!
Meu celular tocou uma mensagem recebida.
"Tudo que quero é seu bem, e estar bem ao seu lado. Confia em mim. Te amo. Seu homem". Sorrindo, dormi. Conformado em não tê-lo comigo tão rápido assim...
Apesar da preocupação, os dois dias seguintes passaram tranquilamente. Eu me preparando psicologicamente prá chegada dela, que viria no final de semana, ele tentando me tranqüilizar de uma maneira muito esperta: Não tocando no assunto, tentando não dar a ele a devida importância. Ou realmente não dando a ele a importância que eu dava. Sei lá. Só sei que de certa forma funcionou. Eu "comuniquei" que aceitava a força que ele queria dar a ela, mesmo sabendo que isso não faria diferença na decisão que ele ia tomar - como ele tinha me alertado. Ele me "comunicou" que minha decisão teria sim feito a diferença, mas que estava feliz com o fato de eu confiar nele.
E assim ficamos.
Sexta Feira. Véspera da chegada. Duas da tarde e eu voltando do almoço.
Tocou meu telefone.
- Bruno?
- Não... Catatau.
- Seu bobo.
- Fala Dani... Beleza meu gatão?
- Eu tô legal, e você?
- Também. Voltando do almoço.
- Legal. Vai estar em casa que horas?
- Por volta das sete, aparece lá?
- Vou sim. Tava pensando em passar a noite contigo, e amanhã a gente ir cedo pegar a Ana na rodoviária. Pode ser?
- Hã... Claro. Pode sim. Te espero.
- Beijo molhado...
- Pego depois...
- Hehehe... Valeu.
Entrei no escritório e ouvi alguém me chamando...
- Bruno?
- Oi Marcão. Não te vi de manhã.
- Cheguei tarde. Tem dez minutos?
- Claro...
Marcão era um amigão. Nos conhecíamos a mais de oito anos, antes mesmo de trabalharmos juntos ali. Ele era o único que vinha acompanhando todo meu lance com Daniel, desde o início. E eu tinha aberto a atual situação com ele dois dias atrás.
Fomos até a cafeteria.
- E aí Brunão... Tô muito curioso brother, ela já chegou?
- Amanhã Marcão... Ele acabou de ligar. Vai prá casa hoje e amanhã a gente vai pegá-la na rodoviária. Seja o que Deus quiser.
- Já sabe hein, cara... Como te falei, fica esperto. Confio na sua intuição e confio no Daniel, mas fica bem esperto com ela. Não dá mole não!
- Fácil falar cara. Vou ter que sondar, tentar ver como a coisa anda, como ela vem. Tenho que me segurar prá que ele não fique decepcionado comigo.
- Tá certo, mas não engole tudo não. E me deixa a par do que rolar, combinado? De fora a gente enxerga melhor as coisas.
- Pode deixar, Marcão. Valeu mesmo pela força.
Dei um abraço forte.
- E aproveita hoje a noite, ok ?
- Hehehe... Pode deixar. Quer participar?
- Sai fora cara, ainda não evoluí tanto assim...
Rimos juntos. Marcão era o hétero mais friendly que eu conhecia. E um parceirão prá toda hora. Nos despedimos e fomos cada um pro seu andar. O dia passou rápido e consegui não pensar no assunto, nem no dia seguinte. Cheguei em casa, liguei o som e me larguei no sofá. Eu queria esperá-lo pro banho, e tava com preguiça de cozinhar. Pediria uma pizza e tudo beleza.
Ele chegou um pouco depois das sete, exalando aquela masculinidade e energia que me fascinavam tanto. O recebi com um beijo franco, e o convidei prá nos banharmos juntos.
- Ai, mas que delícia... Tava com tanta saudade do seu corpo.
- Só do meu corpo?
- Só não. Mas confesso que com MAIS saudade dele que da sua mente.
- Você...
- Acha ruim?
- Nem um pouco... Vem!
Nos despimos sem pressa, devorando-nos a cada movimento. E reservando todo o tesão acumulado para o que viria a seguir...
Eu acabei de tirar minha roupa, e me sentei no sofá, esperando por ele que ia mais devagar, parando às vezes prá me olhar. Ele terminou de se despir, se levantou e veio até mim. Sentou-se no meu colo de frente prá mim, pernas abertas, segurou meu rosto e o guiou para seu tórax.
Comecei beijando seus ombros, descendo pelo peitoral, agasalhando seus mamilos com a boca faminta. Minhas mãos desciam pelas suas costas, sua cintura, parando e apertando sua bunda linda. Ele se contorcia de olhos fechados, gemendo baixinho.
Aqueles mamilos na minha boca me fizeram lembrar Ígor...
Fomos nos inclinando, nos apertando e em segundos estávamos no chão. Eu recostado no sofá e ele descendo com seus lábios pelo meu corpo, até chegar a minha virilha. Lambia minha cintura, as minhas coxas, engoliu minhas bolas, segurou meu pau e batia uma punheta forte enquanto subia e descia com a língua pela base toda.
- Cara... que caralho lindo. E é meu!
- Tava com saudade?
- Muita cara. Sonho com ele todos os dias!
- Não precisa sonhar velho... Ele tá aqui. É real.
- Tô vendo cara, muito real.
Me deixei largar ali no chão, enquanto ele se dedicava ao meu cacete com destreza, carinho, cuidado e paciência. Era uma delícia vê-lo tendo tanto prazer em me dar prazer. O meu prazer era maior com o dele. Um círculo vicioso de necessidade de contentar um ao outro. Queria retribuir embora parecesse não ser necessário.
Apesar da vontade de ser egoísta e simplesmente aproveitar o momento, o desejo de retribuir o prazer foi maior... Desci com minhas mãos pelas suas costas, me inclinei e consegui alcançar seu pau com minha boca. Engoli tentando levar no mesmo ritmo, e com a mão explorava outros cantos de seu corpo. Ele demonstrou satisfação. Reagiu. Contorceu-se. Abriu-se. Gemeu...
- Ahahahah... Continua.
Continuei. Até explodirmos juntos num gozo que parecia querer nos brindar com força para encarar tudo o que cruzasse nosso caminho.
E o banho a seguir, juntos, lavou minha alma.
Refrescou minha cabeça. Eu estava pronto.
Era seis da manhã. E lá estávamos nós esperando por Ana na rodoviária. Ela chegou com uma mala até que pequena para uma mulher que estava disposta a ficar. Estava bonita, ela era bonita. Daniel a recebeu com um beijo no rosto, tímido, mas receptivo. Ela veio até mim e me cumprimentou. Não consegui notar nada em seu olhar, em seu jeito. Nem raiva, nem ciúme, nem mágoa, nem indiferença. Nada. O que me assustou.
- Bom dia meninos. Poxa, valeu pelo trabalho de vir até aqui.
- Nada Ana. Agradece ao Bruno que levantou mais cedo prá vir comigo...
Ele me olhou com um sorriso aberto, e me abraçou de lado.
Ela sorriu.
- Valeu Bruno. Obrigada mesmo.
- Que isso. Bem vinda.
- Obrigada.
- Bom gente, vamos loguinho, pois quero deixá-los em casa e tenho que correr pro trabalho.
- Ah, Bruno. Você vai tomar café com a gente, ao menos.
- Dani, posso engolir o café, e olhe lá. A gente se encontra à noite. Eu apareço lá.
CLARO que eu ia aparecer... Ia marcar presença prá que ela notasse que eu não estava brincando.
Fomos pro carro. Como que para enfatizar a situação, ele abriu a porta de trás, convidou-a a entrar, fechou-a educadamente e foi se sentar comigo na frente. Mãos na minha coxa. Falando com ela pelo retrovisor...
- Foi tudo ok de viagem?
- Hãhã... E vocês, tudo bem?
- Tudo em paz.
- Que bom.
- É...
Silêncio. Desconforto...
- E você Ana - não resisti - quais seus planos? Já tem alguma ideia...?
- Ah, já sim. Faço questão de te contar à noite, Bruno...
- Legal
Foi a primeira vez que pesquei em suas palavras e em seu tom de voz que sim, eu teria problemas.

CAPÍTULO 18

Eu os deixei em casa, engoli o café como combinado e saí prá empresa, louco de vontade de ficar, e cheio de dúvidas.
Que saco! Não queria estar daquele jeito. Eu confiava no filho da puta, mas ENTENDIA que era um risco, uma tentação e um perigo. Mas não podia fazer nada... Nada.
Ao me despedir, ele veio até a porta. Me abraçou sem censura na frente dela, me deu um beijo carinhoso e sussurrou no meu ouvido.
- Já sabe. Confia em mim. Te amo.
- Ok... Juízo.
- Vou tentar.
Dei um beliscão em sua bunda.
Fui trabalhar e tentei na medida do possível espairecer e me ocupar o máximo possível. Vez ou outra me lembrava, tentava esquecer e voltava ao início. Ele me mandou uma mensagem no meio da tarde, confirmando o convite e "intimação" para estar lá à noite. Eu iria, sim... Mas dormiria lá? Como conduzir isso? Dar um voto de confiança, mostrar que estava seguro não estando e voltar prá casa deixando-os lá ou marcar território nessa primeira noite, para deixar as coisas claras?
Isso iria ajudar ou atrapalhar? Sondar primeiro?
Abrir o jogo? Bater um papo franco com os dois?
Expor-nos assim?
Decidi que iria deixar a coisa rolar, e tomaria minha decisão de acordo com os acontecimentos da noite. Mais prudente assim.
Estávamos já no meio do jantar. O papo fluía tranqüilo, um clima até mais agradável do que eu pensava que podia ser. Daniel estava mais relaxado, menos tenso. Ana mais transparente, me parecia. Eu, mais alerta... Daniel, nada bobo que era, criou aquele momento que eu não sabia que queria ter. Inventou que tinha acabado a cerveja, e voaria no mercado na esquina. Tudo para nos deixar sozinhos. Saquei por sua piscadela, já na saída.
Eu e Ana sozinhos... Mais uma vez, desconforto.
Ela foi a primeira a falar...
Ela se levantou da mesa vagarosamente, me olhando de rabo de olho e se dirigiu à sacada. Encostou-se ali, olhando prá rua encostada no vidro. Era cena de novela.
- Ele é muito sedutor, né Bruno?
- ...
- É sim. Mais que sedutor eu diria. É um grande cara!
- Sim, é... Competente.
Eu me sentei no sofá, de frente prá ela.
- Competente? Não entendi Ana...
Ela me olhou com um sorriso estranho. Voltou-se para a rua novamente.
- A gente ia se casar Bruno. Ele te disse?
- Hã... Não.
- Claro que não. Mas estava num empreguinho de merda. Ganhando pouco. Eu o sustentava, praticamente.
- Não sabia...
Ela sorriu.
- Ele me garantiu que em menos de um mês aqui, se eu o deixasse vir, arranjaria uma mulher rica para sustentá-lo, e que em um ano ele faria grana o suficiente para voltar e a gente se ajeitar.
Frio na barriga. Gelo, eu diria. Minha garganta ficou seca.
- Só não pensei que ele toparia se envolver com um homem. Mas, ah! Lógico que eu sabia que ele curtia homens também. Ele fazia programas em Ribeirão às vezes. Te contou...?
Minha visão estava turva.
- Não né? Ela se virou por um momento de frente prá mim. Estava séria. Triste. Amargurada. Ou encenando maravilhosamente!
- Bruno... Sei que não é culpa sua. É muito fácil cair na dele... Nós dois caímos.
Eu precisava falar algo.
- Ana, tem uma coisa que não se encaixa aí...
- O quê?
- Eu NÃO sou rico.
Ela riu alto. Mais uma vez voltou-se prá rua.
- Ah, Bruno... Você pode não se considerar rico, mas tem bem mais, eu diria o suficiente para uma arrancada bem legal.
Apesar de toda a confusão na minha cabeça, eu tinha que defendê-lo. Precisava de tempo prá pensar.
- Você está querendo o que com isso? Tirar ele de mim?
Ela se virou, mais séria, mais direta... Me olhou fundo nos olhos...
- Bruno... Quem foi que tirou o Daniel de quem primeiro?
Me calei.
- Fala, Bruno. Responde.
Eu me levantei e cheguei perto dela. Minhas pernas tremiam. Eu percebi que suava frio. Será possível? E tudo aquilo que eu via no olhar dele? E toda aquela sinceridade e maturidade? Será que tudo era atuação? Ou era jogo dela? Uma tentativa desesperada de me colocar contra ele?
Como saber?
Que merda me sentir tão dentro de uma novela...!
- Ana, eu não tirei o Daniel de você... Não pedi nada. Ele chegou e me disse que tinha terminado contigo. Que não rolava mais.
- Hã hã... Rápido assim? Você sempre foi esse romântico?
- O que você quer de mim?
- De você, nada. E nem sei se eu quero o Daniel de volta, que isso fique claro. Só não quero e não acho justo que ele se passe por esse anjo que parece ser. Isso não é justo.
- Ele tá louco prá te ajudar.
- Sentimento de culpa Bruno. É o mínimo que ele podia fazer.
Eu não queria acreditar em nada daquilo. Era muito difícil acreditar. Ela pareceu avistar algo. Virou-se e retornou à mesa.
- Ele está voltando. Bruno, escuta aqui... Só vim te alertar, e não vou ficar esse tempo todo. Se eu fosse você não comentava nada com ele.
- Por quê?
- Simples. Eu vou negar tudo. Vou afirmar que não falei nada contigo. Eu prometi isso prá ele antes de vir, era condição, e ele confia em mim. Se você mencionar algo, ele se vira contra você. Bom... A não ser que...
- O que?
- Que você já não faça questão dele. Se já estiver certo de que o melhor é estar sem ele, pode falar. Ele não vai te perdoar por querer jogar a culpa em mim.
- Ana... Não seja boba. COMO é que eu saberia de tudo isso se você não me contasse? Como é que eu inventaria ou criaria só verdades na minha acusação?
- Bruno... Não seja bobo. Quem te disse que em tudo que eu te falei só há verdades?
- Como?
Ela sorriu e retomou uma posição fria, sóbria e tranqüila enquanto ele entrava na sala.
Eu... Não sabia o que fazer.
Ele entrou e eu fui ao banheiro. Me encostei na parede e chorei. Chorei raiva, chorei dúvida, chorei decepção, chorei como a muito não chorava. Chorei baixo, abri a torneira do lavabo e quase que mergulhei minha cabeça ali, buscando uma forma de pensar, de raciocinar com certa lógica. Eu queria acreditar que aquilo era só veneno, só mágoa e tentativa de acabar com tudo que éramos... Algo me pedia para retomar aquela conversa, analisar cada detalhe. Mas era impossível naquele momento.
Eu não tinha condições nenhuma de encará-los. Não conseguia encenar como ela fazia. Ou ele fazia? Tava puto, com raiva de mim mesmo, dela, dele, daquela merda de situação na qual tinha me colocado. Queria cair da cama... Acordar do pesadelo. Encontrá-lo ali do meu lado, segurando meu rosto, buscando minha boca...
Queria começar de novo. Queria só acreditar nele. Queria sair dali, jogar prá ele tudo que tinha acontecido, desmascará-la... Ou desmascará-lo? Queria? Eu sabia o que queria?
Eu queria sair correndo, me esconder. Me refugiar.
Fiquei ali, naquele devaneio não sei por quanto tempo...
Ouvi uma batida suave na porta.
- Bruno? Tu tá bem?
- Hã...
- Bruno?
- Já vou Daniel... Não estou passando muito bem não.
- Abre aí!
Uma segunda voz...
- Abre aí Bruno, deixa a gente te ajudar.
Vadia!
Eu enxuguei meu rosto, respirei fundo e abri a porta. Estava pálido, claro. Nem precisava fingir nada. Ele me segurou.
- Cara, o que foi?
- Não sei. Algo não caiu bem. Tô mal... Acho que vou embora.
- Não. Fica aqui. Tu não pode sair assim.
- Eu tô ok, Daniel. Por favor, me deixa ir.
- Assim não. A gente vai contigo. Vamos a um hospital.
- Não, tô bem. Por favor, me deixa tranqüilo. Amanhã estarei melhor, e a gente conversa.
- Deixa ele, Daniel. Talvez precise descansar. Não quer ficar aqui Bruno? Ela perguntou.
- Não, obrigado. Preciso ir.
Fugi, sem dar muito tempo de nada. Ele me chamou ainda uma vez. Apertei forte seu braço, olhei firme em seus olhos e implorei...
- Por favor.
Voltei prá casa confuso, triste, bêbado de emoções e recordações. Pensava em tudo, desde o início. Buscava uma saída. Liguei o rádio e rezei, depois de muito tempo, para ser iluminado. Para enxergar um caminho. Para não ser idiota nem irresponsável. Para não ser injusto nem inocente. Para não ser racional nem sentimental demais. Para conseguir clarividência... Tudo o que tinha vivido com ele, tudo que tinha aprendido com ele, tudo que tinha visto em seus olhos...
A música veio. Começou leve. Começou serena.
Eu encostei o carro, apaguei as luzes e ouvi. Cada detalhe. Cada palavra. Cada melodia. Meu sorriso voltou timidamente, junto com as lágrimas. Tudo ficou claro prá mim. Parecia loucura, mas eu já sabia o que fazer. Já sabia em quem acreditar. Já sabia por quê...
Mais tranqüilo embora não totalmente recuperado, religuei o carro e voei pro meu apartamento. A primeira coisa que fiz ao chegar foi ligar lá. Eu queria que ela ficasse esperta.
- Dani?
- Oi lindo. Tá melhor?
- Tô sim, só ligando prá te deixar tranqüilo.
- Pô Bruno, péra aí...
Ouvi ele falando algo baixinho e o som da TV ficando mais baixo. Ele estava se afastando da sala.
- Bruno?
- Fala...
- Aconteceu alguma coisa? Aqui? Tu ficou chateado?
- Não gato, fica em paz. Comi algo que não caiu bem.
- Foi isso mesmo?
- Claro. Fica tranqüilo.
- A gente se vê amanhã?
- Pode ser. Que tal amanhã, para retribuir, vocês virem prá cá?
- Eu e a Ana?
- Claro...
- Ah... Beleza então.
A voz dele sorria...
- Em todo caso Bruno, te ligo amanhã cedo prá ver se tu tá legal.
- Ok...
- Dorme bem. Qualquer coisa me liga.
- Pode deixar.
- Te amo...
- Eu também.
Desliguei o telefone e liguei pro Marcão. Nessas horas, amigo é tudo.
Menos de uma hora e ele estava sentado na minha frente. Contei cada detalhe da conversa com a piranha, sem dizer a minha decisão. Como que querendo a opinião de alguém de fora. Marcão me conhecia, e tinha acompanhado nossa relação. Conhecia Daniel de certa forma.
Acabei o relato e ele estava sério. Se levantou, foi até a sacada, voltou, sentou-se de novo...
- Velho, que puta vadia! Você não caiu nessa, caiu?
- Quase velho. Fiquei confuso prá caralho.
- E o que fez?
- Nada. Saí de lá prá pensar, colocar tudo em ordem. Como te falei, ele acha que eu passei mal. Eu acho que ela acha que eu vou acabar tudo, e caí na dela.
- E você? Vai fazer o quê?
- Cara, vou seguir meu coração, velho. Pagar prá ver.
- Ai, porra! Que alívio. Te falei que era armação dessa vadia.
- Com ele, vou fazer de conta que nada aconteceu. Tudo o que ela quer são duas coisas: Que eu acredite de cara e termine com ele, jogando na cara dele ou não. Ou que eu conte prá ele o que ela me falou. Aí é cilada. Se for verdade, o que não acredito, Ou ele nega tudo e ainda se faz de vítima, ou confessa e aí tô fodido. Se for mentira, ela consegue o que quer... Ele vai ficar “p” da vida pelo fato de eu estar colocando tudo em dúvida...
- Então...?
- Vou ficar de boa. Fazer ela acreditar que estou me fodendo prá isso, e ver a reação dela. E dele também, claro.
- Então você ainda desconfia?
- Não é que eu desconfie, Marcão.. Algo lá no fundo me diz que é armação, mas ao mesmo tempo mentira se disser que estou completamente seguro disso.
- Cara, mas vamos considerar... E se for verdade? Foi lá atrás porra. Nenhuma chance de você tê-lo conquistado de verdade, e ele estar arrependido...?
- Até tem Marcão. Mas se fosse isso, acho que ele teria ficado muito mais com o pé atrás em relação à volta dela. Seria um risco, concorda?
- Não sei Bruno. O Dani é muito desencanado! É muito transparente. Inocente mesmo. Se bobear, ele se arrependeu tanto e está tão certo que você confia nele, e no relacionamento de vocês, que não se sentiu ameaçado.
- Que no fundo, é o que está acontecendo né?
- Graças a Deus cara. Mas quer saber a minha opinião?
- Fala...
- Armação dessa puta vadia, velho. Dor de corno. Perdeu o macho prá outro cara, deve ser bem pior... O Dani tá limpo nessa. Aposto contigo.
- Tomara meu amigo... Tomara.
Eu o abracei, ele se foi me deixando em condições de dormir.
Que dia!

CAPÍTULO 19

Eu repassei muita coisa de tudo que tínhamos vivido nesse tempo no dia seguinte. Encontrei muitos fatos que me faziam acreditar nele, mas ao mesmo tempo não encontrei "provas" contra as acusações dela. Não iria encontrar mesmo. Percebi que não seria esse o caminho para encontrar as respostas que queria.
Me concentrei na minha estratégia. Antecipei possíveis reações de ambos e pensava nos movimentos a seguir. Aquilo tava me cansando. Minha cabeça fervia. Resolvi desencanar e deixar acontecer... Afeee.
Umas dez da manhã. Tocou o telefone.
- Bruno?
- Não... Zé Colméia...
- Ah... Ele sorriu. Você tá bem!
- Tô sim Dani, e você?
- Beleza gato. Fiquei preocupado contigo, mas agora tô legal.
- E a Ana?
- Hã... Saiu prá entregar uns currículos. Ela está bem empenhada, sabe?.
- Opa! E como!
- Hã?
- Nada, ontem ela me falou um pouco dos planos. Muito empenho mesmo da parte dela!
- É, que bom né? O quanto antes ela conseguir se ajeitar, melhor prá nós...
- Podes crer.
- ...
- Dani?
- Geme...
- Vocês vêm hoje à noite?
- Vamos sim.
- Pego vocês que hora?
- Não precisa Bruno, a gente chega de boa. Por volta de umas oito.
- Então tá, vou esperar.
- Beijo na boca.
- Tchau.
Era simplesmente IMPOSSÌVEL acreditar que ele estivesse encenando. E se estivesse... Caralho! Merecia um Oscar. Era delicioso.
Por incrível que pareça trabalhei de boa. Baixei "No Frontiers" e ouvi o dia todo, me abastecendo para a noite que viria. Seria uma noite de decepção ou revelações, tinha certeza. E eu estava surpreendentemente preparado!
Eles chegaram dez minutos antes, eu estava acabando o jantar.
Ele lindo, cabelo que estava crescendo ainda molhado, camiseta justa, bermuda leve. A vaca estava HORROROSA!!!
Mentira, tava linda também... Tinha que reconhecer.
Ele me deu um beijo e abraçou sem pudor.
- Tá melhor então?
- Tô sim, valeu...
Ela me olhava friamente atrás dele.
- Oi Bruno. Que bom que está melhor.
Sorri "à la Johnny Depp".
- Valeu Ana. Venham, estão com fome já?
- Não, quer um help aí?
- Esquenta não gato, tô acabando. Senta aí e podem ficar me admirando.
Ele se sentou e segurou o rosto com as mãos, inclinando-se como que paquerando. Era um moleque. Ela nos investigava. Notava pelo seu olhar que estava confusa. Não sabia o que eu estava aprontando. Tinha certeza que ela aguardava uma recepção muito menos calorosa da minha parte.
- E aí Ana? Como foi o dia? Alguma notícia boa?
- Ah... Entreguei alguns CVs e agora é aguardar né?
- Claro... Tomara que dê tudo certo rápido prá você.
- Ah, é... Vai dar sim. Sei que demora um pouco, nada é de um dia pro outro, mas graças ao suporte do Dani, tô tranqüila.
Os dois me olharam. Olhares completamente diferentes.
O dele dizia "Vai ser rápido, não se preocupe"
O dela dizia "Você tá ferrado se depender de mim"
- Ah sim. Mas vai ser rápido! Você é super qualificada!
Resolvi começar a atacar também. Sair da defensiva.
Contornei a mesa e me aproximei dele por trás. Massageando seus ombros eu segurei seu rosto e dei um beijo em sua nuca. Ele sorriu.
- Já contou prá ela Dani?
- O quê?
Eu olhei fundo em seus olhos. Ele entendeu.
- Ah... Ainda não.
- Tudo bem...?
- Claro... Fala você.
Era tudo que eu queria.
- Já decidimos Ana... Assim que você se ajeitar, e se Deus quiser vai ser rápido porque você é capaz disso, o Dani vem morar comigo.
A cor sumiu de seu rosto. Ela se segurou. Deu uma risada pálida.
E eu vi o inferno em seus olhos...
Notei que Daniel não estava esperando aquilo, mas como sempre, ele reagiu naturalmente. Me beijou e tratou em tranquilizá-la.
- Mas fique calma Ana. Conversamos antes e a gente vai te dar todo o apoio necessário. Só depois a gente se ajeita. Né Bruno?
- Claro, gato. Não temos pressa nenhuma, até porque temos toda uma vida, certo?
- Hum, que lindo...
Estava uma delícia fazer aquilo com ela! Caralho, melhor que sexo! E eu já podia quase ter certeza, pela reação dos dois, que tinha acertado na estratégia. Ela estava engolindo do próprio veneno.
- Bom, queridos... Vamos lá. Tá pronto.
Nós nos sentamos na mesa e íamos conversando sobre tudo. Eu e Dani tagarelávamos. Ela acrescentava alguns hã-hãs e risadinhas enquanto ciscava no prato.
- Não gostou, Ana? Tá comendo nada...
- Não é isso Bruno. Estou esquisita.
- Poxa... Será que pegou minha virose?
- Espero que não.
- Ah, se foi isso... Porra, vou-me sentir culpado.
- Que isso Bruno, não é nada disso. Ela tava bem até agora há pouco...
- Eu estou legal, gente...
Mudei de assunto. Que passasse bem mal mesmo.
Em um determinado momento, Dani pediu licença e foi ao banheiro. Eu sabia que a resposta viria ali. Me preparei. Foi só a porta se fechar.
- Você não acreditou no que te disse Bruno? Está se enganando ou o quê?
- Ana, pensei muito, sabe... Não me importo. Não acredito, mas se for verdade, acho que ele mudou. A gente se ama. Não vou cair na sua, sorry.
- Você vai falar prá ele?
- Prá que? É o que você quer né? Não vou não.
Ela limpou a boca e me fuzilou com os olhos.
- Bruno, escuta aqui. Vou ser bem direta contigo. Ele não te ama, está apaixonado talvez. Você nunca vai poder dar a ele o que eu vou poder...
- Ana, sinto te dizer. Ele já te conhecia. Me parece que ele já fez a sua opção. Não acha?
Ela deu uma risadinha perigosa.
- Você que pensa gatão. Perdi a primeira batalha. A guerra, só está começando.
- Que vença o mais forte.
- Não necessariamente Bruno... Não necessariamente...
É. Seria uma guerra!
Voltamos à nossa encenação assim que Daniel voltou à mesa. Eu estava surpreso com a desenvoltura dela, mas também com a minha! Estava orgulhoso de mim mesmo. Quase feliz de novo. Terminamos o jantar, enrolamos no papo e ela, justificando o mal estar que a tinha impedido de comer direito, pediu para ir embora.
- Se incomoda Daniel? Não queria atrapalhar vocês, mas tô mal...
- Que isso Ana. Vamos embora então.
- Eu deixo vocês lá.
- Não precisa Bruno. A gente vai de busão, ou pego um táxi. É rápido.
- De jeito nenhum. Deixo vocês lá.
No caminho, ele sentado ao meu lado, ela no banco de trás fingindo mal estar.
- Melhorou não, Ana?
- Um pouco. Só preciso chegar a casa e dormir. Descansar.
- Não quer passar num hospital Ana?
- De jeito nenhum Bruno. Nada que uma bela noite de sono não dê jeito.
Não ia deixar de provocar.
- Poxa Dani... Já que ela precisa dormir, que tal voltar comigo? Tô com saudade...
Ele me fez um cafuné e sorriu gostoso. Seus olhinhos brilharam.
- Eu também gato. Muita... Mas, não sei, se importaria, Ana?
Ela me fritava pelo retrovisor.
- Não Dani... Tenho um pouco de medo de ficar naquela casa sozinha, mas se quiser voltar, tudo bem.
Ele me olhou, cara de moleque carente que perdeu o pirulito.
- Ai Bru, vontade não me falta. Mas tenho pena de deixá-la sozinha... Tu entendes?
- Claro lindo. Não podia esperar outra coisa de você. Por isso que te amo. O importante prá mim é saber que a vontade não te falta...
- Repete a primeira parte.
- Por isso que te amo.
Ele me beijou no rosto, e virou-se meio que para compartilhar com ela sua alegria. Pelo retrovisor percebi seu sorriso torto.

CAPÍTULO 20

Uma hora depois estava em casa, Marcão remoendo as unhas ouvindo tudo...
- Caralho velho. Que puta vadia!
- Nem fala cara. Mas você precisava ver a cara dela "confessando" o crime.
- Mandou muito bem Bruno. Mas que pena que ele não veio e deixou-a lá.
- Você acha que isso é ponto prá ela?
-Não, de jeito nenhum. Ele pensou. Não, conhecendo o pouco que conheço dele, ele não a deixaria assim. Se sente responsável por ela aqui.
- É foda... Isso é um trunfo dela, cara. Ela vai usar disso o máximo que puder.
- Vai mesmo, mas segue desse jeito cara. Você não pode tentar colocá-la contra ele. Ela vai se revelar, ou ser vencida pelo cansaço.
- Porra cara, assim espero, viu? Vou ter que lidar com isso e não deixar nosso lance esfriar. É isso que ela vai querer fazer.
- Hum... Bom, já sabe que pode contar comigo se inventar alguma coisa, ok?
- Prá qualquer coisa?
- Epa... Calma lá, velho. No que está pensando?
Eu ri da cara de susto dele.
- Nada. Mas talvez precise dos seus dotes... Hehehe...
- Como assim?
- Calma. Confia em mim. Só se eu precisar vou te falar. Mas acho que não vai ser preciso não.
- Que medo, porra...
- Hehehehe... Fica sossegado velho. E valeu mesmo viu?
- Que isso irmão, tamo aqui. Junto. Vou querer ser padrinho.
- Obaaa... Claro!
- A gente se vê amanhã, cara.
- Não quer ficar aqui hoje?
- Não, de boa. Não ia ser legal o Dani saber que estou dormindo aqui.
- Ele não saberia. E mais... Ele tá dormindo lá, com a ex... Você nem é meu ex ainda.
- Seu viado. Melhor não. Até amanhã.
- Valeu, grande.
Ele saiu. Liguei o rádio. Relaxei no sofá e fui caindo devagarzinho num sono de paz.
No dia seguinte combinamos de almoçar juntos, só eu e ele, claro. Minha estratégia era sondar, tentar notar o que ela tava aprontando. Mas não rolou.
- Meu gato. Onde você quer comer?
- Bom dia lindo. Melhor colocar essa pergunta na voz passiva...
- Hã???
- Onde eu quero ser comido? Qualquer lugar. Me leva prá qualquer lugar onde eu possa cair de boca em ti, te beijar todo, me entregar inteiro velho... Tô subindo pelas paredes de tesão em você.
- Caralho Dani... Pára que eu vazo velho.
- Então se manda.
Dirigi como um louco prá casa, ele apertando minha coxa e se debruçando sobre meu corpo quando parava em semáforos... Melhor (quem diria eu dizendo isso...), de vidros semi-abertos e eu não tava nem aí. A vontade agora era minha de abrir o resto e berrar bem alto: "Ele é todo meu...!"
Subimos apressados, e ele me empurrou prá sacada. Notei que esse jejum tinha trago de volta parte daquele lance da aventura. Ele não estava nem um pouco sossegado... Era uma tentação.
Os dois sem camisa, meio da tarde, rua movimentada, ele me colocou de costas prá rua, se abaixou e me chupava gostoso, explorando minhas pernas, minha bunda, meu peito. Eu acariciava seus cabelos e gemia baixo, pedindo mais...
- Que saudade de você Dani!
- E eu meu gato, fode minha boca! Me mostra seu tesão... Sou teu.
- Só meu, cara?
- Só teu velho. Quando quiser...
- Ahahahahah...
Depois de um tempo ali, nos arrastamos e caímos ao lado do sofá. Ele se sentou na beirada, ergueu as pernas e ofereceu seu cuzinho para que eu caísse de boca. Eu chupava fundo enquanto batia uma punheta safada... Ele gemia e se contorcia prá mim.
- Porra, velho, não demora. Me fode. Me arregaça. Quero você!
- Só se for agora!
Levantei suas pernas e encaixei meu cacete duro em seu buraco, de frango assado, me debruçando sobre seu corpo e caindo de boca em seus lábios, em seus peitos, acariciando seus cabelos. Estávamos com tanta fome um do outro que nenhum de nós fez questão de se segurar ou frear o prazer que sentíamos. O gozo veio vindo do fundo, minha perna tremia e ele piscava seu rabo, aumentando meu prazer. Acelerou a pegada em seu pau, rebolando gostoso.
- Não vou agüentar mais Bruno, goza comigo!
- Vamos juntos, caralho.
- Ahahahahaha. Meu macho!
- Meu puto gostoso!
- Aahahha
Gozamos deliciosamente e nos largamos nos braços um do outro. Fiquei beijando seu rosto e acariciando seu peito. Ele retribuía carinhosamente.
- Porra Bruno... Que tesão velho. Não pensei de ser tão difícil.
- O que?
- Ficar sem você mais perto. Te ter a qualquer hora. Tá foda...
- Bom, Dani, a gente sabia né?
- Não sabia, cara. Primeira vez que tenho que ficar assim mais longe de tu desde que...
- Desde que...?
- Desde que me vi apaixonado por ti, cara... No início era atração, tesão, carne, química...
- E agora?
- Prá mim é mais. Já te falei. Espero que prá ti também.
- O que você acha?
Ele riu.
- Ah... Acho que também é assim prá você. Me garanto, sabe?
- Seu puto.
- hã hã... Sou sim. Nunca escondi. Pelo contrário, né?
Tive que rir junto.
- Dani... Como está com a Ana?
Não consegui ficar quieto. Era hora de sondar.
- Como está o que Bruno?
- Sei lá... Ela tá de boa?
Ele se levantou, recostando-se no sofá e me olhando. Investigava.
- Por quê? Aconteceu algo?
- Não...
- Fala sério.
- Não, nada mesmo... Por quê?
- Sei lá. Saímos dois dias, e nos dois cada um de vocês passou mal em um... Sou eu a zica?
Ele era observador.
- Não, bobo. É a comida mesmo.
- Sei lá. Fiquei meio bolado. Tentei sondá-la, mas ela também falou que não era nada. Não quer nos atrapalhar, fica insistindo prá eu ficar contigo, deixá-la sozinha... Mas sei lá, fico mal, entende? Afinal, eu a trouxe né?
- Você a trouxe?
- Quero dizer... Eu a deixei vir.
- Ah.
Fiquei meio preocupado. Ele notou.
- Que foi?
- Nada... A gente precisa voltar né? Tô com fome...
- Hummm... Ele se mexeu, chegando seu corpo no meu.
- Pára, seu porra... Tô com fome de comida.
- Ahhhhh... Que pena.
Nos levantamos e começamos a nos arrumar.
- Vou bater rapidinho uma vitamina prá gente.
- Ok.
O celular dele tocou.
- É ela.
Vadia... Tava marcando de perto mesmo. Só acompanhei o papo.
- Oi Ana.
- É, dei uma saída... Já to voltando.
- Não, tô aqui no Bruno. Vim almoçar com ele.
- Ah linda, não ia dar tempo de te pegar aí e levar de volta. Estamos correndo...
Linda ???
- É... E a gente tava precisando namorar um pouquinho né?
- Não quis dizer isso Ana.
- Sem drama, ok? Você não está atrapalhando nada... Sossega.
- Tá bom. Olha, a gente se fala de noite.
- Pode deixar. Beijo.
- Mando sim. Até.
Ele veio na minha direção.
- Ela te mandou um beijo.
- Ok... Manda outro bem grande. Molhadinho
Saímos e eu já sabia que a noite ele estaria com ela.
Ele parecia chateado. Tanto quanto eu.
        A tarde passou rápida, a noite nem tanto. Ele me passou uma mensagem por volta das sete, dizendo que não apareceria, a vaca não estava ainda muito bem, ainda indisposta. A intrometida. Tive que me conter para não cair na dela e responder que era joguinho sujo dela, e estava sacaneando. Respondi que tudo bem.

        Não sei porquê, não dormi bem. Fiquei pensando naquela situação toda, eu disputando um cara com sua ex-namorada.
Eu sempre tinha sido um cara muito racional em meus relacionamentos, e eu não me via envolvido em nada assim até a muito pouco atrás. Era estranho. Porque ao mesmo tempo que era angustiante, dava raiva, bronca, cansava e irritava, era bom. Me sentia vivo. Havia um motivo e razão para cada dia novo. E não era só o Daniel não, apesar de ver e ter nele grande parte da minha motivação. Mas era eu também. Meu ego estava meio inflado, embora correndo perigo. Mais uma vez em tão pouco tempo repassei milhares de vezes nossos momentos juntos. Ri sozinho de alguns, fiquei encabulado em outros. Deitado na cama, meia luz, rádio tocando baixinho uma música nova, de uma voz até então desconhecida prá mim... Falava de trilhas e caminhos que levavam à um único destino, de metades inteiras e de meias verdades, de detalhes atentados pelo coração, de distâncias superadas, de perder... Dormi ouvindo aquilo. Não tinha ideia do que o dia seguinte me traria de presente!
Acordei meio assustado e com o celular ao meu lado. Não tinha tocado e nenhuma mensagem recebida. Rolou um ciúme. Me levantei e fui direto pro banho, ainda meio dormindo. Estava me acabando na água morna e revigorante quando o telefone tocou. Não era ainda sete da manhã... Fiquei preocupado, telefone tocando essa hora.

        Saí me enrolando na toalha. Peguei o fone e a voz dele era nervosa.

        - Bruno?
        - Eu... Dani?
        - Oi, bom dia querido.
        - Uau, que surpresa, tão cedo.
        - É... Bruno, preciso muito te ver agora cedo. Tem jeito?
        - Aconteceu alguma coisa, Dani ?

        Ele demorou um pouquinho prá responder.
        Como sempre, ele não sabia mentir.

        - Aconteceu. Preciso te contar algo, e preciso de sua ajuda.
        - Você tá bem ?
        - Tô, tô bem sim. Pode ser ?
        - Mas Dani, antes do trampo, no almoço ?
        - O que for melhor prá você.

        Eu não ia conseguir esperar.

        - Eu te pego aí em meia hora, pode ser ? A Ana tá em casa?
        - Tá, tá dormindo. Ela vai achar que eu fui pro trabalho.
        - Beleza então. Te pego aí e a gente vai tomar um café.
        - Pode ser aí no seu AP?

        Medo...

        - Ok. Tô indo.
        - Vem... te amo cara.
        - Também.

        Saí meio assustado, já pensando em todas as possibilidades. Ele teria descoberto? Ela o teria seduzido? Ela teria inventado algo a mais? Criado algum problema? Affff... Eu o peguei em frente à sua casa. Seu rosto era tenso e ele veio calado, falando pouco e se mexendo muito. Preferi respeitar o momento dele, eu sabia que ele queria falar só em casa. E já dava prá perceber que era sério.

        - Você tá me deixando preocupado, Dani.
        - Bruno, tu confia em mim ?
        - Você duvida que eu confie em ti?
        - Não...
        - Então...

        Ele começou a chorar baixinho.
        Entramos quietos, ele se sentou no sofá, pernas prá cima. Me puxou suavemente e me beijou com paixão. Segurando minhas mãos, me abraçou e ficou com o rosto deitado em meu ombro.

        - Dani... você tá me deixando muito nervoso.
        - Ahhhh - ele respirou fundo - Vamos lá.
        - Fala.
        - Bruno,tu sabe que eu nunca te escondi nada...
        - Sei...
        - Tu duvida do que eu sinto por ti?
        - Não Dani, não duvido.
        - Você é capaz de perdoar?
        Meu corpo se retesou todo. Ele vinha então confirmar toda aquela história? Não tinha sido uma farsa? Caralho, de novo...
        - Dani... Me fala tudo. Conta tudo, e eu vou te dizer se consigo.
        A vontade que eu tive foi de dizer "eu já sabia" e poupá-lo, mas se era verdade, queria sim ouvir de sua boca, a sua versão. Tava preparado.
        - Ontem a noite, eu devia ter te ouvido. Ela estava passando mal, acho que estava. Parecia carente e culpada por nos estar afastando... eu não queria... ela me questionou... Ah Bruno.
        Outro rumo...
        - Cara, não tõ entendendo nada!
        - Bruno, a gente dormiu junto. Eu e Ana.
        Vaca. Vadia. Puta... eu sabia!
        Fiquei em silêncio, meio que anestesiado. Um monte de coisas passaram pela minha cabeça. Apesar do turbilhão de ciúme, raiva e orgulho ferido, resolvi ser prático. Tentar, eu diria.
        - Sei... E foi bom prá você ?
        - Fisicamente falando, não foi ruim. Você me conhece, cara. Mas me senti péssimo durante e depois. Só pensava em você.
        - Sei... Durante também ? Daniel...
        - Caralho Bruno, ela me rodeou, não consegui resistir! Foi só sexo.
        - Hã hã...
        Fiquei parado calado, olhando prá ele...
        - Fala alguma coisa Bruno?
        - Eu preciso pensar Dani... Preciso pensar.
        

        CAPÍTULO 21

Me levantei e fui até a sacada. Olhei a rua e pensei em tudo, em nada, em mim, nele, nela, naquilo tudo... Era simples assim. Claro que ela usaria de todas as suas armas, e uma delas era levá-lo prá cama. Tentar despertar nele o desejo de novo. Eu temia isso desde o início, mas pensei de ele conseguir resistir mais tempo...
Ele se chegou perto, por trás. Encostou sua mão no meu ombro. Não recuei. Fechei os olhos e me virei, encarando-o de frente...
- E agora? O que você quer fazer?
- Como assim?
- Você quer ficar com ela ou comigo?
- Claro que eu quero ficar contigo. Foi fraqueza, cara.
- E qual a chance disso se repetir, se é que te fez mal?
- Nenhuma, Bruno, prometo. Eu não quero te trair. Não quero que se sinta traído.
Eu respirei fundo, e falei coisas que jamais pensei que conseguisse falar, tão claramente assim, numa situação como essa.
- Daniel, não sou moleque. Tenho plena convicção de que eu a traí primeiro.
- Hã?
- Fisicamente sim, cara. Nós transamos quando você ainda estava oficialmente com ela, certo?
- Certo.
- Vou ser claro, velho... Isso não te isenta, porque tem uma grande diferença - eu espero - entre os dois momentos. Você sabe disso né?
- Sei Bruno, sei sim.
- E qual é então?
- Eu não a amava quando a traí. Não senti essa culpa que estou sentindo agora.
- Certo. Mas provavelmente você a magoou da mesma forma que me magoou agora.
- Da mesma forma?
- Porque não? Quem sou eu prá questionar o que ELA sentia por ti?
Ele só gemeu.
- Dani, escuta aqui. Eu tô arrasado por dentro. Chateado prá caralho. Magoado sim. Esperava mais de você, confiava mais em mim.
- Ah, Bruno...
- Mas eu hoje tenho certeza de uma coisa cara. Eu te amo. E sei que isso foi uma armadilha, apesar de ter te avisado muito.
Ele me olhava, cara de cachorro sem dono.
- Se você me ajudar cara, eu te perdôo sim. Mas vou precisar muito da sua ajuda.
Ele me abraçou, e juntos nos sentamos chorando no sofá.
Eu liguei na empresa e disse que não iria. Ele fez o mesmo.
Passamos o dia juntos, porém calados.
Eu precisava de tempo e silêncio. Ele respeitou, mas de perto.
Tentou em alguns momentos conversar sobre o fato, dizer como se sentia. Eu o reprimia sempre, às vezes com olhares, às vezes com palavras. Era estranho que eu me sentia sim, traído, mas era uma traição prenunciada. Eu tinha apostado em algo que no fundo, sabia ser difícil ou quase impossível de acontecer. Mas o seu jeito de olhar, de se comportar, de tentar cuidar de mim, quase que me fizeram relevar tudo naquele dia mesmo. O que mais me deixava puto era saber que ela tinha articulado tudo, e pensar na satisfação dela ao ver tudo se concretizando. Sua cara de vitória, aquela vadia...
Mas não seria vitória. Não assim.
Decidi o que fazer sem ter certeza do que tinha decidido. Mas naquele momento, era o que me faria me sentir um pouco melhor. Mesmo que fosse ou parecesse vingativo. Que fosse.
Eu faria com que seu movimento de ataque se transformasse no último deles.
- Dani...
- Fala.
- Você está certo que não quer mais ficar com ela?
- Porra Bruno, claro. Olha onde eu estou agora. Eu podia ter ficado calado, não te contado nada.
- Hãhã... E você acha que ela não contaria?
- Não sei.
Me deu vontade de contar tudo o que ela tinha dito, mas eu poderia colocar tudo a perder.
- Então olha só. Eu quero que você mande a Ana de volta. Ou a coloque prá fora da sua casa. Hoje.
- Mas... Bruno...
- Daniel, posso entender algumas coisas, cara. Mas trouxa eu não sou.
- E ela vai prá onde?
- Prá puta que a pariu!
- Caraca!
- Você decide, Dani. Ela de volta ou prá fora de lá e a gente continua e recomeça. Caso contrário, a gente dá um tempo. Que pode ser grande.
Era a cartada final. Ou não...
Foram segundos que pareceram dias...
Eu literalmente me sujeitando à decisão de um cara que tinha conhecido dois meses antes, que tinha virado minha vida de cabeça prá baixo, que tinha me dado muita alegria, me trago emoção de volta, aventuras. Me feito descobrir coisas que não sabia que gostava, ou que não tinha coragem de admitir que curtisse. Que tinha me feito entender um outro eu. Que agora me traía... Traía? Traía, sim! Porque tínhamos nos declarado um ao outro, tínhamos apostado em uma vida juntos uma semana antes de uma derrapada "comum"...
Um cara que me tinha feito rir, ruborizar, quebrar tabus, tentar ver coisas de outro modo. Que tinha me machucado. Mas tinha me curado antes! Valeria a pena jogar tudo pro alto se no fundo eu realmente acreditava nele? Será que seria possível transformar aquele limão em limonada, tirar o bom daquela situação toda e apostar num futuro juntos?
Eu conseguiria esquecer? Porque esquecer era ainda mais vital que perdoar... Ou não? O que seria mais importante? O que viria primeiro? Tantas perguntas... Tantas questões... E se ele dissesse não?
- Tu quer ir lá comigo?
- Onde?
- Ora, onde...? Lá em casa, falar com ela...
- O quê? Prá quê?
- Tu sabe o quê. E eu gostaria muito, prá que seja testemunha de tudo e não haja mal entendidos. Não vou brigar com ela. Tenho minha carga de culpa em tudo isso. Mas então, se tu quer assim, vou explicar prá ela que não rola, que não dá prá ser assim, que fui fraco, que te amo, e que optei por você. Pela segunda vez, e definitiva.
- Vambora.
Mesmo ferido, magoado e chateado, eu não perderia isso por nada. Não naquele momento. E mesmo que me arrependesse depois.

CAPÍTULO 22

Entramos no carro e fomos de encontro ao acerto final com Ana. Assim eu esperava. O início do percurso foi em silêncio. Eu recostei minha cabeça no banco e ia ouvindo o rádio baixinho. Notava pelo canto dos olhos que de vez em quando ele me olhava de relance. Sua mão pousada em minha coxa direita tratava de comunicar sua presença. O silêncio não era proposital. Eu não estava com raiva dele, por incrível que parecesse. Era um misto de decepção, dúvidas e desapontamento. Raiva eu tinha dela.
Decepção por não ter sido capaz de mostrar a ele que a vinda dela era um erro e que podia nos afetar, e de ter sido mais afetado do que queria com o que ela tinha feito. Eu tinha, sim, ficado muito triste...
Dúvidas em relação ao nosso lance dali prá frente. Mesmo que ele se livrasse da megera em alguns minutos, como ficaria meu relacionamento com ele? Eu conseguiria retomar de onde estávamos, de onde tínhamos conquistado e construído? Apesar de me enxergar diferente, não sei se a realidade me traria resultados tão práticos. Será que ele conseguiria se controlar outras vezes? Será que eu queria isso? E ele?
E raiva da vadia... Não por lutar por alguém que ela queria. Isso é direito de qualquer um. Mas pelo jogo sujo. E nem tanto pela sedução e por levá-lo prá cama. Mas pela mentira, que a meu ver mostrava que aquilo não era amor, era mágoa, vingança e orgulho ferido. Tudo isso era até possível de se entender, mas não era digno.
Enquanto eu pensava, ele se remexia inquieto. E quebrou o silêncio.
- Bruno?
- Oi...
- Tu tá muito bravo comigo né?
- Não Daniel, bravo não. Decepcionado. Não só contigo. Chateado sim.
- Cara... Eu juro que não queria isso contigo.
- Daniel, acho até que acredito. O que não muda muita coisa, velho. E o fato de acreditar é que me faz estar contigo agora, aqui do meu lado, tentando resolver essa coisa... Caso contrário, já teria acabado com tudo.
- É só por acreditar... Ou tem sentimento aí?
- Você duvida? Acho que já te dei várias demonstrações que há muito sentimento aqui sim.
- Que bom.
- É...
- A gente vai superar isso, né?
- Eu espero que sim Daniel.
- Me chama de Dani.
Eu até sorri.
- Dani... Depois que resolvermos isso hoje, eu vou querer um papo sério contigo. Prá gente definir algumas coisas, e decidir outras juntos. Prá gente se ajudar, valeu?
- Valeu, eu quero também.
- Combinado.
E voltamos ao silêncio.
Uma das coisas que eu adorava nele era essa facilidade que tinha de respeitar momentos e saber exatamente até onde ir. Ele não grudava, não se fazia de vítima, tampouco de sonso. Havia um movimento de defesa, e depois recuava, pois se sentia seguro. As palavras eram econômicas. Só quando necessárias. Até os gestos eram contidos, mas não podados. Ele sabia me deixar com saudade. Isso era fundamental para alimentar a vontade de ter de volta, de ter mais, de ter...
Era uma filho da puta, bonito, gostoso, sedutor, inteligente e muito, muito humano.
Acho que isso é o que mais tinha me atraído nele.
Finalmente chegamos, e confesso que estava bem animado e curioso. Duvidava que ela soubesse que ele estava comigo. E duvidava mais ainda que ela acreditasse que eu sabia. Eu queria ver a cara dela.
Entramos. Ela estava cantando na pia da cozinha. Ele me pediu para ficar na sala, iria buscá-la. Estava feliz a garota!
Me sentei no sofá e esperei. Ele foi até a cozinha, o ouvi dando o bom dia em tom normal e a surpresa dela. Ele a chamou até a sala, e ela veio ainda cantando...
Quando passou pela porta e me viu, sua voz se calou e seu olhar era preocupado.
- Bruno...
- Bom dia Ana.
- Oi... Que surpresa.
- É.
- Ana, senta aqui. A gente precisa conversar.
Ela contornou o sofá e se sentou em frente a mim. Ele veio e se sentou ao meu lado.
- O Bruno já sabe o que aconteceu.
Vi que seu olhar era jocoso, mas seu corpo estava tenso. Dúvida.
- Ana, eu não podia esconder isso dele, e nem tinha por que.
- Eu não te pedi nada.
- Eu sei.
Ela olhou prá mim...
- Bruno, desculpa... Foi mais forte que nós. Muita coisa do passado veio à tona e...
- Ana, calma lá.
- Dani...
- Você sabe o que aconteceu. Você me seduziu, eu não resisti, mas foi só isso. Só sexo.
- Dani... Você pareceu gostar tanto!
- Estaria mentindo se dissesse que não. Eu gozei. Mas foi só. Passado aquilo, ele foi o que veio à minha cabeça.
- E o que você falou comigo enquanto transávamos?
- Eu não falei nada Ana!
- Dani... Você tem noção do que...
- Ana, deixa eu ser claro e direto. Tenho toda a noção, te tudo. Transamos. Foi bom. Depois me arrependi. Eu amo o Bruno. A gente quer ficar e estamos juntos.
Ela olhou prá mim. Me fuzilava.
- Você vai querer ficar com um cara que sabe que pode te deixar a qualquer momento?
Ela estava se descontrolando, e se revelando prá ele. Eu não precisaria fazer nada.
- Ana???
Ele reagiu com certa incredulidade.
- Mas é isso Dani. Talvez você não perceba, mas é isso. Você tá enfeitiçado pela vida que ele pode te oferecer e pela aventura, mas não é isso... Você é homem Daniel! Homem!
Aí ela mexeu com nós dois...
- Sim! Sou muito homem prá dizer que eu o amo, e não a você. E ele é mais homem ainda ao conseguir aceitar o que aconteceu e me dar uma chance. É só porque somos homens que estamos aqui. E já deu prá ti.
- Como assim?
- Te dei uma chance Ana, e mesmo sendo alertado por ele, resolvi te aceitar aqui e tentar te ajudar. Bobo que fui. Ele é tão homem que entendeu e mesmo sem concordar, te deixou vir. Você não foi mulher o suficiente prá entender que estávamos juntos, e respeitar isso. Esperava isso de você.
- Esperava o que de mim? Que desistisse de ti fácil assim? Eu também te amo, e sei que você gosta de mim ainda. Sinto isso. Senti isso ontem. Duvido que ele seja capaz de te dar o prazer que eu te dei ontem Daniel...
- Ana... Ele me dá muito mais prazer. Quando está comigo na cama e depois disso. Não é o seu caso.
- Mentira. Ele tá te pagando, não é? Tá recebendo salário fixo prá ficar com esse cara!
Não sei de onde tiramos controle prá agüentar aquilo. Ele me olhou fundo, eu retribuí sério e dando apoio. Acho que prá ele estava sendo mais difícil, pois ele não sabia que ela já tinha jogado esse papo prá mim, e que eu já a tinha desmascarado antes.
- Fica tranquilo, Dani... Acaba logo com isso.
- Acabar com o quê?
- Simples Ana. Estamos aqui prá te dizer que apesar do que você fez, a gente está junto. E ficaremos juntos. Só que você vaza agora. Fomos bobos e tontos uma vez. Chegou.
- Dani...
- É isso Ana. Arruma suas coisas e vaza.
- Eu não tenho prá onde ir.
- Volta prá Ribeirão.
- Não quero. Não posso, você sabe...
- Então faz como eu, Ana. Seja competente o suficiente prá arranjar um macho prá te pagar um salário fixo e te sustentar. Tenho certeza que você tem potencial para isso!
- Seu filho da puta!
- Dez minutos. De boa. Não quero brigar contigo. A gente espera aqui.
Ela me olhou com ódio. Ardeu. Sustentei o olhar.
- Você me paga, seu viado.
Saiu com raiva, pisando alto e sem olhar prá trás.
- Acabou. Vai dar tudo certo.
- Espero Dani! Espero.
Mas eu não tinha tanta certeza assim...


CAPÍTULO 23

Ela foi embora. Brava, mordida e calada.
Nos sentamos no sofá um ao lado do outro. Ele segurou minha mão.
- Obrigado cara!
- Valeu...
- Tu fica aqui comigo hoje Bruno?
- Dani... Hoje não.
- Porra, pensa velho. A gente merece.
Nós merecíamos sim. Mas ficar com ele ali, menos de 24h de ele ter estado naquela mesma cama com a fulana... Sei lá se ia agüentar. Além do mais, apesar de tranqüilo em relação à minha decisão, estava puto e chateado sim. Meses atrás, caso passasse por uma situação dessas, tinha certeza que eu teria terminado tudo, sem pestanejar. Eu queria entender essa mudança, e queria também, de certa forma, que ele pensasse no que tinha feito...
Mais uma vez, ele leu meus pensamentos. Ou meu olhar.
- Bruno... Escuta só. Sei que prá ti é difícil. Também está sendo prá mim, acredite. Só que ou a gente passa por cima disso, ou isso vai passar por cima da gente uma hora ou outra. Não fica remoendo coisas.
- Ah, Daniel... Fácil falar.
- Não, cara, sei que não é fácil. Mas a gente precisa superar. E falando ou vivenciando isso, tudo se esgota mais rapidamente. Ficar guardando não rola... Não ajuda. Já me dei conta da besteira, da burrada, já pensei que fosse te perder, sofri também. Fica aqui, de boa comigo.
Ele estava certo. Um dia eu teria que estar ali com ele, na mesma cama. E fato é que provavelmente ele já tinha freqüentado aquela cama com outras, outros, sei lá. Eu já tinha dividido a minha cama, que hoje era dele, com outros também.
Apesar de tudo isso, éramos nós que estávamos ali hoje, dispostos a mais uma noite juntos. Não era uma vitória?
Mas decidi me fazer de difícil.
- Fico contigo um pouco, mas volto prá casa hoje. Amanhã a gente se vê e conversa, ok? Preciso disso.
- Ah, meu gato. Que medo eu tive...
- Dani. Tenho duas perguntas prá você.
- Fala...
- Alguma chance dessa garota aparecer aqui grávida?
Ele não titubeou...
- Não Bruno. Nenhuma. Isso foi uma das coisas que eu estranhei. Ela tentou me impedir de usar camisinha. Mas eu não deixei.
Senti um alívio e tanto...
- Qual a outra pergunta, Bruno?
- Vem cá... Essa é ainda mais importante.
Ele sabia que não era momento de brincar.
Não falou nada, só esperou me olhando fundo.
- Dani. Quando você me conheceu, estava namorando a Ana. A gente se envolveu, tenho plena consciência de que a "enganei" primeiro, mas aqui cabe aquilo que já falamos. Estávamos ambos curtindo, nos conhecendo... Era química e tesão.
- Hãhã. Mas tu mexeu comigo desde o início.
- Você também mexeu comigo, mas concorda que era só sexo de início?
- Sim, concordo.
- Pois então. Daí partimos prá suas taras loucas. Me expor prá mulherada prá apimentar nosso lance, uma exposição meio novidade prá mim.
- Bom...
- Você terminou com a Ana. Nosso lance se fortaleceu. Ficamos cada vez mais próximos. Nos afinamos... Viajamos juntos e transamos a três, a quatro...
- Ops. Mas você topou na boa.
- Sim. Era uma situação diferente cara. Tara mesmo. Meu prazer ali era estar contigo de qualquer forma. E acho que o teu prazer era estar comigo também. Sentia assim.
- Tu não cairia em tentação com aquele peito do Ígor dando mole prá ti?
- Dani... Eu seria tentado sim, não sei se cairia na tentação sem você. Ter aqueles peitinhos na minha boca foi um tesão. Tesão maior foi ver você me olhando fazer aquilo.
- Eu entendo muito gato. Parece que tô me ouvindo falar...
Eu rodeava prá chegar ao ponto.
- Vai Bruno... A pergunta.
- Chego lá, não me pressiona.
Ele riu devagarzinho.
- Bom, agora você insiste prá receber a Ana aqui, na sua casa, mesmo sabendo que havia o risco de acontecer o que aconteceu.
- Bruno, eu não acreditava nesse risco.
- Bom, muita ingenuidade sua. No fundo, acho que você sabia sim. Se tem algo que você não é, é um moleque bobo.
- Continua.
- Vou ser direto, cara... Você é bi, certo?
- Hum... Certo. Você quer saber se eu tenho prazer com mulheres? Tenho. Não é ruim.
- E qual a garantia que você me dá que isso não vai ser uma constante na nossa vida?
Eu tava louco prá ouvir a resposta.
Como sempre, ele foi direto e ácido. Aquilo me confortava e afligia de certa forma.
- Garantia? De que isso não vai acontecer mais?
- É...
- Não posso te dar essa garantia Bruno. A garantia que posso te dar é a que te dei. Sendo honesto contigo, não escondendo nada, mesmo correndo o risco de te perder também. Se eu fosse homo, só saísse com homens, também não poderia te dar garantias eternas. Não tem nada a ver com o fato de eu ser bi ou não.
Eu me levantei e o puxei pela mão.
- Vem cá comigo.
Fomos pro quarto. Deitei-me na cama recostado na almofada, e o coloquei deitado no meu peito. Ele me olhava de lado, calado e lindo...
- Você e essa sua sinceridade doida. Isso é foda, sabia?
- Quer que eu minta?
- Não...
- Seria fácil Bruno. Mas não ia durar muito. Tu me conhece prá caralho, e eu também já te saco, facinho.
Eu passei a mão pelo seu tórax. Ele fechou os olhos.
- Dani... Do que você gosta mais?
- Hã?
- De homens ou mulheres?
- Bruno... Prá que?
- Poxa cara, me fala, só quero saber...
- Falo, mas antes me diz... Você também já ficou com mulheres?
- Sim, mas há muito tempo.
- Teria prazer com elas hoje?
- Provavelmente eu gozaria cara, é diferente. Não tenho vontade hoje em dia. Não me faz falta, não me atrai. E não é o lance do corpo. É a pegada, a dependência, a insegurança...
- Tem homem dependente e inseguro também, Bruno.
- Sim, mas é diferente. Você sabe. E você não me respondeu.
Ele ergueu seus braços e puxou meu rosto. Me deu um beijo na boca suave e calmo. Passeou com a ponta de seus dedos pelo meu rosto. Eu fechei os olhos.
- Bruno... Sua pergunta é do que eu gosto mais, de homens ou mulheres?
- Isso.
- Hoje?
- É...
- Meu gatão... Hoje eu gosto de homens e mulheres talvez da mesma forma.
Eu suspirei.
- A diferença, e que faz toda a diferença, é que apesar disso, hoje eu sei que SÓ AMO VOCÊ!
Eu quase parei de respirar.
E ficamos assim, aninhados, quietos, calados sentindo um a respiração do outro. Estávamos a partir de então, juntos de novo.
Prá valer.

CAPÍTULO 24

Tudo o que tinha acontecido tinha me consumido. De certa forma, a ele também. Talvez por isso nossa urgência.
Em segundos estávamos nus, rolando na cama e nos beijando com sofreguidão. Ele me beijava forte e descia com sua língua pelo meu peito, minha barriga, minha virilha... Eu acariciava suas costas, seu cabelo, seus ombros...
- Ah Bruno... Como isso é bom cara.
- Que saudade de você Dani!
- Mata essa saudade, velho... Eu sou só seu. É você que me tem.
Ele se deitou meio de lado, puxando meu rosto para que sugasse seus peitos enquanto arrebitava sua bunda e se encaixava no meu cacete duro. Ficou assim roçando e provocando sem pressa nenhuma. Apertava seu corpo contra o meu e depois se afastava devagar, me instigando e excitando mais e mais...
- Meu macho gostoso. Me beija gostoso. Me mostra seu tesão por mim...
- Sente, cara... Sente o que tu faz comigo.
- Me fode assim cara, de frente prá mim, com sua boca na minha, com sua língua me matando...
- Ah velho... Assim não agüento.
- Vem cá!
Buscou-me com suas mãos e encaixou meu caralho em sua bunda sedenta. Fechou os olhos, gemeu e foi se abrindo devagar, agasalhando meu tesão dentro de si.
- Me enche, cara!
- Se abre prá mim velho...
- Vai...
- Pede mais!
- Vem... Me fode!
- Mais...
- Me come meu macho! Faz comigo o que só você sabe fazer...
- Toma meu homem!
Eu comecei a bombar gostoso, segurando sua cintura e beijando seus peitos e boca, sufocando seus gemidos. Ele rebolava gostoso e me puxava mais prá dentro, nossos corpos colados...
- Caralho velho... Vamos gozar... Juntos.
- A hora que quiser...
- Agora!
E fomos juntos, mais uma vez. Deixei-me cair em seu peito, e ali ficamos jogados enquanto nossa respiração voltava ao normal. Nossas mãos brincando com nossos corpos, devagar, mas firme...
- Bruno?
- Que foi...?
- Quando me mudo pro seu AP?
Eu puxei seu rosto e segurei-o em minhas mãos, como ele fazia comigo e eu adorava...
- Amanhã meu amor... Amanhã.
Claro que minha resposta foi prá coroar nossa retomada.
Acertamos que nós ajeitaríamos as coisas dele em duas semanas, sem muita pressa e com tempo para fazer tudo certinho. Ele concordou, claro. Não tínhamos problema com mobília, já que ele tinha ocupado a casa já mobiliada. Mas eu teria que alterar poucas coisas prá recebê-lo. Um armário maior, ajustes pequenos na estrutura. Mas faríamos juntos, curtindo cada momento.
A semana passou devagar e eu estava muito feliz. Por dois motivos, senão vários outros que descobriria maia tarde.
O primeiro pelo óbvio, por tudo ao final ter dado certo, pela empolgação dele e minha, por ter vencido a parada com a Ana, claro... Por não ter dúvida de ter feito o certo. O segundo motivo era ainda mais relevante. Eu me descobria um novo homem, com reações e atitudes que antes provavelmente eu criticaria. Mas sem culpa por isso, e feliz. Era a sensação clara de notar um relacionamento que me fazia sair da zona de conforto de sempre. Mexia com meus paradigmas, fazia com que eu colocasse em pauta para comigo mesmo pontos e considerações das quais por muito tempo eu tinha me esquivado, ou menosprezado.
Era bom sentir-me novo, diferente, apto a mudar, experimentar, tentar, errar, consertar, aceitar, questionar... Sem verdades absolutas e sem certezas eternas. Como um ser humano normal. Falível. Era bom. Era bom minha relação com um cara tão diferente de mim, mas tão igual ao mesmo tempo. Complicado explicar, mas era assim que me sentia. Eu via no Dani um oposto que me completava bastante, trazendo novidades, mudanças e desafios, mas muito bom, muito gostoso...
Eu faria tudo e mais um pouco para que essas nossas diferenças nos completassem. A minha parte eu faria...
Era assim que íamos... Diferentes, quase iguais...

CAPÍTULO 25


Segunda feira à noite... E eu estava um bagaço só.
Tínhamos passado o fim de semana inteiro na mudança, e como dava trabalho, cacete! Apesar de parecer pouca coisa, várias viagens foram necessárias prá colocar tudo dentro do meu "apertamento". E preferimos não recorrer a pessoas de fora, então fizemos tudo devagar e acabamos no Domingo à noite.
Eu tinha trabalhado prá caramba e já estava em casa. Estava ansioso em vê-lo chegar ao nosso ninho. Graças a Deus e à maneira que decidimos encarar o acontecido com a garota, a retomada vinha sendo bem mais tranqüila que pensei que pudesse ser. Claro que em alguns momentos ainda lembrava. Em outros o silêncio era constrangedor. Ele sempre dava um jeito de quebrar partindo prá sacanagem, ou pro carinho. E no final de semana em si, aí nem tivemos tempo de lembrarmos nada... Correria total.
Estava acabando de ajeitar algumas coisas no armário quando o ouvi abrindo a porta. Sorri de leve e ali fiquei. Veio o barulho de suas coisas sendo deixadas no sofá, e passos leves entrando.
- Bruno?
- Aqui no quarto, Dani...
- Oi meu lindo!
- Bem vindo ao nosso canto.
- Ah, que sonho... Como foi seu dia?
- Cara, tô podre, só o pó. Mas muito feliz.
- Eu também. Muuuuito feliz.
Ele me abraçou por trás e beijava meu pescoço, me apertando contra seu corpo.
- Calma moleque... Temos todo o tempo do mundo agora.
- Eu sei. Mas todo o tempo do mundo é pouco. Temos que aproveitar tudinho. Cada segundo.
- Olha... Poeta agora. Vamos jantar?
- Vamos.
Jantamos numa boa curtindo muito aquele momento.
- E você Dani, muito trampo?
Diante de tudo que acontecera, eu não tinha me inteirado de suas primeiras semanas no banco. Sabia que estava tudo bem, mas sem detalhes.
- Ah, tá legal. Claro que é muito mais puxado que a guarita, mas é muito melhor.
- E a galera?
- São legais. Mas como te falei, a gente mal tem tempo de se conhecer, trocar ideia. Cada dia um pouquinho... Tô focado em fazer tudo direito.
- Tá certo.
- Mas tô cansado velho. Tudo junto, ao mesmo tempo. Foda.
- Cara, sabe o que eu acho?
- Fala...
- Diante de tudo que a gente passou, a gente merece se dar um presente.
- É? Oba!
- Vem mais um feriado aí. Vamos viajar?
- Ah, Bruno... Adoraria cara. Mas tô duro. Tinha muito pouco tempo na empresa, o que eu peguei de acerto já foi nas coisinhas aqui. E salário, só mês que vem
- Meu presente.
- Bruno...
- Psiu.
Ele fez aquilo. Daquele jeito. Parou tudo, assumiu aquele ar sério e responsável.
- Bruno, me fala uma coisa...
- Diz.
- Tu não tem receio de eu estar te explorando?
Eu estava aprendendo com ele. Retribuí na mesma altura.
- Dani, você alguma vez já me explorou?
- Não.
- Por que estaria me explorando agora?
- Não disse que estou. Te perguntei se não tem medo disso.
- Não, não tenho.
- Nenhum?
- Nenhum.
- Por quê?
- Ah, Dani! Sei lá. Porque não. Sigo minha intuição, meu coração, sei lá... Eles dizem que não tenho que temer isso. Isso não.
- O que então?
- Ei, você não acha que esse papo tá ficando sério demais prá nossa primeira noite morando juntos?
Tive que concordar. Rimos juntos e prometi continuar depois.
- Mas e aí, vamos viajar?
- Você quer aventura?
- Hummm... Seria bom. Juntinhos.
- Onde? Rio de novo?
-Não. Quero que venha comigo prá Salvador.
- Uau. Porque lá?
- Porque sim. Tenho minhas razões.
Ele deu uma piscada sacana, se levantou e gingou como um Baiano. Remexeu-se num ritmo sensual e safado. E me puxou pro quarto.
Dois anos antes eu tinha feito uma viagem a trabalho à Salvador. Fiquei na terra da magia por uma semana, sozinho, hospedado em um grande hotel no Rio Vermelho, bairro boêmio da capital da Bahia.
Me lembro que fiquei encantado com a vista do hotel, pendurado em rochedos debruçados no mar. Todos os quartos com sacadas e varandas com vista para aquele mar de cor indefinida. Todo o recorte do litoral soteropolitano se descortinando até o Farol da Barra mais ao longe. Adorei minha estadia lá. E prometi a mim mesmo que um dia voltaria acompanhado, para curtir aquela vista, aquela varanda, aquele barulho das ondas se arrebentando nas pedras.
Desde que fomos ao Rio e vivemos tudo aquilo, prometi a mim mesmo que iria lá com Daniel. Veio a turbulência, e agora eu achava que merecíamos um pouco de descanso, de tempo juntos e de lenha no nosso lance. Lenha entre nós, e não intrusos.
Planejamos a viagem e passamos a semana já em ritmo de folga. Ele estava ansioso, seria sua primeira vez em Salvador.
- Bruno... Vamos fazer nossa listinha de lugares prá visitar?
- Ihhhh Dani, acho melhor não, cara. Serão só três dias e se te conheço bem, você vai querer aproveitar com outras coisas.
- Olha isso! Quem diria heim...
- Tô brincando. Aonde você quer ir?
- Pelo menos no Pelourinho e em Itapoã.
- Hehehehe. Como você é básico! Salvador tem muito mais...
- Eu sei, deve ter mesmo. Mas tu tá me podando.
- Tô não bobo. A cidade é grande, você vai ver. Mas a gente se ajeita e vai desbravar alguns cantos legais.
- Oba. Vamos provar o tempero Baiano!!!
- E se não.
Percebi em seu olhar que eu tinha despertado de novo nele aquela tara adormecida. Ele estava em devaneio, e sabia que já bolava altas aventuras.
E eu estava gostando daquilo.
E já nem me surpreendia mais.
Era Sexta Feira, hora do almoço.
Eu já estava muito mais prá lá do que prá cá. Ritmo a zero, louco prá viajar, descansar e sumir. Não só os acontecimentos da semana anterior tinham me consumido, mas o trampo também estava pesado.
Estava almoçando com Marcos. Ele tinha me dado a maior força no lance com a Ana e tinha comemorado pacas o desenrolar da coisa. Eu me sentia no dever de compartilhar com ele meu momento de felicidade agora.
- Poxa cara, quando eu voltar quero que vá jantar um dia com a gente lá em casa.
- Demorou velho, é só marcar. O Daniel não vai ficar com ciúmes?
- Que isso cara... Nem tem por quê. Ele sabe que você me deu a maior força, e ele não é ciumento não. E sabe que você não curte da fruta.
- Então tá. Me chama e vou sim. Mas e a Ana, nada?
- Nem sinal de fumaça. Às vezes isso me dá medo, tá muito quietinha. Foi mais fácil que eu imaginava. Eu, na verdade, não tive que fazer nada, você notou?
- Ah Bruno, não foi bem assim. Você foi estrategista cara. Não cair na dela no primeiro momento, quando ela inventou aqueles lances sobre ele e dar o bote final quando ele te contou, mandando que ele se decidisse... Eu diria que você fez sim. Bastante.
- É. Mas tudo foi em reação aos atos dela. Ela se ferrou sozinha.
- Mais ou menos. E você contou pro Dani do que ela inventou e falou dele?
- Então... Não contei ainda. Fico pensando se deveria, agora que ela se foi... O que acha?
- Acho que você deve contar, mas não agora. Não de forma que possa soar vingança ou ainda mágoa. Deixa passar. Deixa a coisa voltar ao normal. Ai conta sim. Ele precisa saber dela...
- É. Acho que sim...
- Você quer que eu os deixe em Congonhas?
- Relaxa cara, precisa não. Vamos de táxi.
- Já sabe, se precisar...
- Valeu, grande.
Voltamos ao trampo e o dia passou.
Era hora de voar prá Salvador!!!

CAPÍTULO 26

O Vôo foi tranqüilo, calmo. Em pouco mais de duas horas estávamos sobrevoando a cidade. A chegada em Salvador de avião sempre me emocionava. Aquela cidade meio "península" a Baía de todos os Santos adentrando a cidade velha, aquela orla imensa... Gostava daquela terra.
Daniel parecia uma criancinha ao meu lado no avião. Sua primeira viagem prá lá, eu tive que controlá-lo no avião. Em alguns momentos o filho da puta me provocava com sua cara de safado e pegadas sutis na perna, na cintura, toques leves nas mãos. Era uma puta química forte que rolava entre nós. Era bom.
Do aeroporto ao hotel foram uns 40 minutos. Passando por aquele corredor de bambus que nos recepciona logo estávamos na cidade. Prá gente que está acostumado às distâncias e congestionamentos paulistanos é incrível como tudo se torna perto e acessível.
Chegamos ao hotel por volta de umas oito da noite. Daniel abriu a boca quando nossa van subia a rampa que dava acesso ao saguão principal.
- Caraca Bruno! Bem que tu falou que ele era debruçado no mar!
- Você vai ver de dia cara... É lindo.
Nos instalamos no décimo quinto andar, na ala mais próxima da praia que dá vista para o farol da Barra bem lá longe. Nós largamos as malas no quarto e a primeira coisa que fiz foi abrir a janela da sacada e convidá-lo a apreciar aquilo.
- Meu, é lindo! E é perfeito...
- Hehehe... Não é?
- Porra Bruno... Como posso te agradecer cara?
- Quer mesmo saber?
- Hum hum...
- Pois então vou te dizer, meu lindo.
Eu me coloquei de frente prá ele e o beijei forte, colando meu corpo no dele. Segurei forte sua nuca e acariciava sua boca com minha língua, deixando que ele sentisse o prazer que eu sentia em tê-lo ali comigo. Ele me segurou pela cintura, forte, com as duas mãos, querendo me levar prá dentro do quarto...
- Ei rapaz... Calma. Ainda não. A gente vai aproveitar muito esse quarto. Essa sacada, essa vista!
- Porra, não vejo a hora!
- Nem eu! Mas vamos desfazer as malas.
Ele jogou os braços, cara de pidão, moleque triste, e entrou comigo...
- Prá que desfazer malas? Só três dias Bruno!
- Pára de reclamar moleque. São três dias, mas temos tempo.
- Hum...
Eu admito que era um chato com esse lance de hotel... Gostava de colocar minhas roupas nos cabides, deixar tudo certinho no banheiro, tirar tudo da mala e deixar como se aquele quarto fosse minha casa, pelo menos naqueles poucos dias... Neura, né? Ele se divertia, mas aceitou.
Depois que acabamos, fomos conhecer o hotel. Até a cobertura, com uma visão linda e toda a área social disponível... Piscina, academia, sauna, bares... Era bem grande. Não era luxuoso, mas era grande e dava prá aproveitar bastante.
- Onde vamos jantar?
- Vamos pegar um táxi e procurar alguma coisa aqui perto mesmo. Amanhã quero acordar cedo prá aproveitar! Cinco da matina o sol já tá brilhando aqui...
- Credo!
Ri gostoso com a cara de desespero dele.
- Quero acarajé!
- Opa... Tem uma barraquinha aqui perto mesmo, uma das melhores de Salvador, dizem... Dá prá ir a pé. Topas?
- Demorou.
Saímos, ele comeu o acarajé dele, eu belisquei, tomamos uma cerveja e voltamos pro hotel.
- Bruno... O que vamos fazer amanhã?
- Tava pensando assim... A gente vai prá praia de manhã e no fim de tarde vamos pro centro velho, Pelô. Quem sabe pegamos algum ensaio, jantamos lá vendo o movimento... Que tal?
- É perto daqui?
- Não muito. Mas dá certo.
- Fechou.
Eu me deitei e não tinha pressa, Estava mais que feliz em tê-lo ao meu lado, naquele local que tinha querido estar com alguém especial. Era como se estivesse realizando um sonho. O barulho das ondas arrebentando lá embaixo embalavam nossa noite. Me fez lembrar do Arpoador. Ele se deitou ao meu lado e me abraçou por trás. Me encaixei em seu corpo nu, puxei seu braço prá me enlaçar e deixei que nossas respirações entrassem no mesmo ritmo.
Não tínhamos pressa e ele sabia disso tanto quanto eu.
Pousou seu rosto ao lado do meu, me beijou bem devagar, se ajeitou no nosso ninho e sussurrou em meu ouvido.
- Te amo Bruno. Muito.
- Eu também meu nego!
Nossa primeira noite ali.
Acordamos bem cedinho, com os primeiros sinais de claridade no quarto vencendo a persiana pesada. A vontade que eu tinha era de ficar daquele jeito a vida inteira, com seu corpo junto ao meu, ainda preguiçoso, se alongando...
- Bom dia Dani...
- Oi... Dormiu bem?
- Nossa... Com você assim pertinho e esse barulho do mar ao fundo, caramba... Olha isso.
Levantei-me rapidamente antes que ele me segurasse a abri as cortinas. A claridade do dia invadiu nosso quarto de uma vez, aquela luz absurda e com aquele visual deslumbrante lá embaixo.
- Caramba!!!
Da nossa cama tínhamos a visão do mar azul quebrando nas pedras lá embaixo. Se chegássemos à sacada podíamos acompanhar a orla sul de Salvador - a praia do Rio Vermelho, Ondina mais ao longe e tantas outras que se formavam naquele trecho recortado do litoral. Lá embaixo, bem lá embaixo, o farol da barra.
- É lindo Bruno!
- Linda é sua cara de bobo!
Ele se virou e lançou aquele olhar, vindo gingando em minha direção. Segurou-me pela cintura e roçou seu corpo no meu.
- Só minha cara é linda?
- Não seu safado... Você inteiro é lindo.
- Repete.
- Ih... Carência de auto-afirmação agora moleque?
- Hehehehe... Vem cá, vai!
- Não. Ainda não. Eu estou esperando a hora certa. Você vai entender.
- Porra Bruno, quer me matar né? Olha meu estado!
Seu pau já dava sinais de alerta, meia bomba pendendo de lado, num convite irresistível. Tive que pedir força a todos os orixás prá não jogá-lo na cama ali mesmo e devorá-lo completamente, sem pressa.
- Veste alguma coisa e vamos pro café Dani. Temos muita coisa prá aproveitar. O dia tá lindo.
Entrei no banheiro e enquanto escovava os dentes ele remexia nas roupas. Quando voltei, ele estava encostado na janela trajando só um shortinho de pano leve, solto.
- Você vai assim?
- Algum problema?
- Nenhum... Não prá mim.
Muita gente ia engasgar naquele café da manhã... Ah, se ia...
De fato, foi até divertido notar os olhares desde o elevador. Sabendo de seu poder de sedução, ele tinha vestido uma regata justa, que ao mesmo tempo em que lhe conferia um pouco mais de pudor, só o deixava mais gostoso e bonito de se ver... No salão do café que ficava no subsolo do hotel, mas ainda assim ao nível do mar, acompanhei de rabo de olho a reação de algumas pessoas. Mulheres e homens. Era legal ver, pois não é que Daniel era um Deus grego, o homem mais bonito do mundo... Nada disso. Ele era bonito. Simplesmente bonito como muitos outros ali. Menos até que alguns. Mas tinha uma postura, uma altivez, uma personalidade naquele corpo e forma de caminhar, olhar, se mexer, que lhe conferia algo a mais. Ele sabia usar a sua simples beleza.
Nos servimos e fomos nos sentar em uma mesa perto da janela que dava pro mar. De lado pro salão.
- Dani... Você tem consciência que vai causar torcicolo em muita gente aqui, né?
- Hehe... Seu bobo. Quem quiser que sente de frente.
- Quanta maldade!
- Você sabia que tu também está lindo? E que uma certa moçoila lá da frente não para de TE encarar? Não tá nem aí prá mim.
- Sei...
Ele chegou mais junto na mesa e me cutucou com a perna por baixo da mesa.
Perigo!
- Bruno, já te falei. Pare de se menosprezar, ok? Aqui na Bahia, vou fazer você se dar conta do seu poder também... Se é que podemos chamar assim.
- Ai que medo!
- Tô falando sério meu lindo.
Ele pegou minha mão.
- Dani...
- Ei, sem frescuras, heim! Não vou atentar contra o pudor, fica tranqüilo. Não aqui.
- Cara, não sei por que ainda me desconcerto com suas atitudes.
- Também não. Bobeira viu, bobeira. Desista de se desconcertar!
Tive que rir.
Tomamos nosso café, subimos rapidamente e saímos prá explorar o centro velho de Salvador. Ele estava animado e excitado com tudo que via. Olhinhos devorando cada pedaço de arte e cultura daquele lugar.
E prestando atenção em tudo...
Andamos por todas aquelas ladeiras, ruelas estreitas, igrejas seculares. Atravessamos a Sé e descemos pelo elevador até o mercado modelo. Nos divertimos desbravando o artesanato e tudo que era oferecido. O dia passou rápido.
Por volta das quatro da tarde estávamos chegando ao hotel de novo. Exaustos.
- Caraca, velho... Bela caminhada. Tudo lindo!
- Curtiu?
- Muito... Tinha muita vontade de vir aqui sabia?
- Não... Aliás, acho que quase todo mundo tem né?
Eu joguei as coisas na poltrona e abri a cortina. O sol invadiu o quarto. Literalmente.
- Olha isso...
- Porra Bruno! A gente vai ter um pôr-do-sol particular...!
- Hãhã...
Ele sorria, me abraçou por trás.
- Agora entendo por que toda a preparação!
- Era isso que eu queria Dani. Fazer amos contigo aqui, de janelas abertas, com esse sol queimando a gente e esse mar ali embaixo!
Ele não me deixou completar. Me puxou com força e fome, revelando que não tinha sido tão fácil assim esperar. Rasgou minha camisa e me jogou na beirada da cama, descendo com sua boca pelo meu pescoço. Enquanto me beijava e explorava meu corpo com sua boca, com as mão foi me livrando da bermuda e em pouco tempo estávamos nus. Ele subiu com seu corpo colado ao meu e me beijou com força.
- Que fome de você velho! Quero fazer tudo contigo hoje!
- Vem meu macho safado. É a hora.
Ele me deitou e caiu de boca no meu cacete, já duro como pedra. Chupava com gula, engolindo até as bolas e tirando até a cabeça, boca bem aberta, molhada, sugando com força e fazendo barulho. Com suas mãos bolinava meus mamilos e não deixava uma parte de meu tórax sem ser tocado... Eu me contorcia. Também estava com saudade.
- Caralho, como é bom.
Sem perder tempo, puxei o grosso edredom que cobria o colchão e joguei no chão, bem perto da janela aberta. Do andar que estávamos podíamos fazer tudo ali literalmente a céu aberto, sem problemas de sermos vistos por qualquer pessoa. Se bem que isso não era problema prá ele. Jogamos todos os travesseiros no chão e aquilo virou nosso ninho.
Eu o fiz deitar de frente, segurei suas mãos acima de sua cabeça e joguei meu corpo sobre o dele. Comecei a beijá-lo pela nuca, descendo pelo seu rosto, contornando seu queixo até alcançar sua boca carnuda. Mordi sua orelha de leve e desci pelo pescoço.
Ele se contorcia e gemia alto.
- Caralho Bruno... Que tesão velho...
Não tinha pressa nenhuma. Enquanto minha língua descia pelo seu tórax abocanhando seus mamilos eretos, uma mão segurava as dele sobre a cabeça e a outra explorava as laterais de suas costas, suas coxas, sua bunda. Ao mesmo tempo meu pau rijo se esfregando no dele e aquele sol acariciando nossos corpos e os deixando ainda mais em brasa.
Desci com minha língua pela sua barriga e cheguei em seu caralho. Estava duro, rijo, já melado com as primeiras gotas de sua porra suculenta. Segurei suas bolas e a base e fiquei brincando com ele perto do meu rosto, passando por minha barba serrada e soprando de leve. Eu o observava de rabo de olho e sua feição de tesão e prazer quase me levava ao gozo... Era delicioso vê-lo tão entregue.
- Porra cara, eu não agüento...
- Calma... Ainda te quero muito mais!
- Me deixa então!
- Não. Minha vez.
- Ahahahah
Sem mais esperar, abocanhei seu cacete melado até a garganta. Ele soltou um gemido alto e forte e se contorceu, enrijecendo seus músculos. Com força libertou suas mãos da minha quase prisão e segurou minha cabeça, movendo sua virilha e fodendo minha boca.
- Chupa esse caralho meu macho... É todo seu. Faz o que só você sabe fazer assim!
- Gosta?
- Porra... Essa boca... Essa vista... Esse sol... Não vou agüentar cara...
- Goza meu macho... Me mostra seu tesão.
- Bruno... Eu... Ah... Vou...
Ele segurou minha cabeça forte e se curvou erguendo-se em minha direção. Senti o primeiro jato de seu gozo invadir minha boca, e tirei rapidamente. Eu queria ver o prazer no rosto dele! Os próximos jatos voaram até a altura de seu pescoço, enquanto ele gemia e se contorcia, me olhando com olhar de súplica e esfregando seu peito...
Era delicioso vê-lo em êxtase. Ele ainda se contorceu por alguns segundos, e parecia que não ia parar de gozar nunca...
- Caralho velho... Olha isso!
- Valeu a pena esperar hein?
- Porra se valeu! Mas não acabamos, certo? É a minha vez...
Ele me virou rapidamente, me colocando deitado de costas perto da sacada, encostado em duas almofadas. Levantou-se e veio se sentar em cima de mim, de frente, abrindo as pernas e encaixando meu cacete em seu cuzinho quente.
- Me come Bruno... Quero te ver gozar junto comigo de novo. Dentro de mim!
- Ah Dani, como eu te quero velho!
- Me mostra então!
Ele foi sentando e descendo sua bunda em meu pau, mexendo e rebolando sensualmente. Levantava seu corpo até quase tirar meu cacete de dentro dele, e depois sentava de novo, me fazendo quase pirar.
- Vem cá Bruno.
Ele me levantou, e ficamos com nossos corpos grudados, peito com peito, minha boca sugando a dele, nossas mãos passeando pelas nossas costas e nucas, num ritmo igual e perfeito. Seu pau duro de novo roçando minha barriga.
- Meu homem. Eu te amo cara!
- Eu também rapaz... Amo te dar prazer!
- Goza dentro de mim cara. Junto comigo, mais uma vez!
Acelerei o ritmo e comecei a bombar. Ele subia e descia mais rapidamente, e eu segurava forte sua cintura com as duas mãos, apertando-a e beijando sua boca com sofreguidão. Nós gemíamos e suávamos com o sol quente sobre nós... O mar arrebentando lá embaixo! Era como eu tinha pensado! O gozo veio do fundo, surgindo como uma onda incontrolável que passa por cada parte do seu corpo. Nos atingiu ao mesmo tempo e eu o vi gozando ao mesmo tempo em que esporrava dentro dele, puxando seu corpo mais forte junto ao meu. Caímos exaustos um do lado do outro...
- Caralho!!!
- Porra, essa foi a melhor velho!
- Nem fale...
Nos encostamos na janela, sacada aberta, sol quente e brisa forte nos acariciando. Ficamos assim, em silêncio, trocando beijos calmos e de mãos dadas até que o sol se pôs, lá no horizonte e as primeiras luzes da cidade se acendiam.
A noite vinha iluminada e linda.
Sem pressa.

CAPÍTULO 27


Quase dormi ali, e se tivesse dormido teria sido delicioso. Mas ele me despertou.
- Ei, meu amor...
- Oi. Tô vivo.
- Hehehe... Vamos tomar um banho?
- É bom né? Estamos acabados!
- Deliciosamente acabados.
A gente se banhou junto, ainda trocando carícias e carinhos, mas sem passarmos disso. Não precisava mais. Nos deitamos na cama e liguei a TV para acompanhar o noticiário. Ficamos assistindo juntos e trocando comentários e idéias sobre o que víamos e ouvíamos. Isso também era muito bom com ele.
- Dani, você tá a fim de sair?
- Essa noite?
- É...
- Bruno, tô mais que de boa. O que você acha da gente descer pro bar, tomar alguma coisa aqui mesmo?
- Beleza. A gente come alguma coisa aqui e amanhã se programa prá alguma coisa.
- Fechado.
Assim fizemos. No bar rolava uma MPB ao vivo, bem aconchegante e gostosa. Pedimos uma bebida e ficamos conversando e ouvindo juntos. Foi aí que ele passou...
Por incrível que pareça, eu fui o primeiro a notar.
Era alto. Devia ter por volta de 1,90. Moreno escuro, quase mulato. Cor da terra. Tinha o cabelo raspado em máquina zero, traços fortes. Corpo magro que se revelava definido em sua camiseta justa e coxas lisas e torneadas. Usava um short curto, como o que Dani gostava de exibir. Ele passou por nós, fez um movimento com a cabeça e soltou um sorriso discreto, mas bonito. Dentes branquíssimos.
Sentou-se do outro lado do bar, de frente prá gente. Notei que me olhava.
- Vou ficar com ciúme Bruno.
- Bobo... Não precisa.
- Gostou dele?
- Poxa Dani, é presença né?
- É sim... Bonito. Gostoso.
- Eu que vou ficar com ciúme agora.
- E ele não pára de olhar. Prá você.
- Prá mim?
- Bruno...
- Você tá viajando!
Desconversei e tratei de retomar o papo com ele, e prestar atenção na música. Mas aquela bela espécie de certa forma remoia minha imaginação.
- Bruno?
- Oi...
- Olha só...
- Fala Dani.
- Essa presa é sua! Sua vez, rapaz.
Eu o encarei. Seu olhar era sério. Aquele olhar.
- Você tem certeza?
- Toda.
- Ok... Amanhã.
Estávamos prestes a dormir, quarto apagado, de pé na sacada vendo a noite linda, o mar lá embaixo, Salvador ainda correndo e acontecendo lá embaixo. Observávamos também o movimento lá na piscina, ainda com algumas pessoas sentadas no deck e conversando. Elas com certeza não nos viam.
- Poxa seu amarelão. Tu devia ter ido falar com o gato.
- Prá que a pressa? Vai ter tempo.
- Porra Bruno, esse hotel é imenso. E se tu não o encontrar mais. E se ele for embora?
- Caramba... Parece que você tá mais preocupado que eu. Se ele for embora, paciência. Mas tenho quase certeza que ele não vai, e que a gente vai se topar de novo.
- Vamos ver.
- E olha só. Ainda não sou descolado como você não. Preciso me preparar. E se eu levar um fora?
- Eu pego ele na rua!
- Hehehehe... Que bravinho.
- Deixa de ser bobo Bruno. O cara deu o maior mole!
- Então... Vamos ver, ok? Deixa rolar.
- Beleza. Mas fica mais esperto viu?
- Pronto... Era só o que me faltava.
Nós fomos dormir por volta da uma da madrugada, não sem antes ainda abordar o assunto. Ele me garantiu que queria repetir a experiência do Rio, mas que eu seria o "caçador". Me senti meio mal, mas mais uma vez a vontade de ver aquilo acontecer era real e clara prá mim. Mais uma vez me surpreendi com minha mudança, e com a forma que encarava essa situação.
- Dani?
- Oi insone...
- Me promete uma coisa.
- Fala, zumbi!
- Se você não quiser mais, quando não quiser mais, me fala...
- Você tá falando do quê?
- Desse lance, uma terceira pessoa.
- Bruno... Eu só não vou querer mais se tu não for a "primeira" pessoa do lance. Do contrário, tô dentro velho. Adoro.
- Seu puto.
- Sou sim. Seu putinho favorito.
- Convencido.
- Chega, moleque. Dorme agora... Amanhã vamos precisar estar cheios de energia.
Ele passou o braço pelo meu peito, encostou seu rosto no meu e me beijou suavemente.
- Dorme bem...
- Você também.
Dormi uma noite perfeita.
No dia seguinte estávamos no salão do café da manhã quando ele apareceu. Estava tão bonito quanto, numa bermuda branca que realçava sua cor do pecado. Passou propositalmente pela nossa mesa com o mesmo balançar da cabeça, sorriso leve e foi se sentar ao fundo do salão. Dessa vez de lado.
- Bruno, não vai deixar escapar hein...
- Sossega Dani. Já falei. Se você me encher o saco, desencano.
- Ok. Não tá mais aqui quem falou.
- Hehehehe... Fácil assim!
Durante o café trocamos olhares furtivos. Ele acabou antes de nós, passou mais uma vez pela nossa mesa e saiu em direção à piscina que ficava ao lado. Como todo o salão era de vidro, notei que ele encostou-se à mureta que separava a área da piscina das rochas onde o mar arrebentava e ficou lá, de vez em quando nos buscando com o olhar.
Me levantei.
- Me espera aqui.
- Oba... Boa sorte.
Atravessei o salão e fui de encontro a ele. Só havia mais um casal na área externa, mas do lado oposto a onde ele estava e estavam entretidos tirando fotos. Cheguei firme por fora e uma gelatina por dentro. Foda ser um aprendiz...
- Opa...
- E aí!
- Beleza cara? Prazer, Bruno.
- Valeu Bruno. Cauã.
Até o nome era bonito!
- Você é daqui Cauã?
- Não velho. Bom, sou nascido aqui, mas morando em Recife. E você?
- São Paulo.
- Terra boa!
- É... Correria louca, mas boa.
- Fica até quando?
- Até Segunda.
- Eu também...
Um silênciosinho chato...
- É seu namorado?
- É sim. E você, tá sozinho?
- Tô. Tenho namorada lá, mas ela não pode vir.
- Sei.
...
Eu tinha que conseguir!
- Então cara... Não tá a fim de colar no nosso quarto hoje mais tarde?
Ele sorriu um sorriso lindo.
- Hum... Podemos fazer diferente. Pode ser no meu?
- Pode, sem problema.
- Estou no 1709
- Legal. Te dou um toque no telefone, por volta de umas nove. Pode ser?
- Pode, mas só uma coisa...
- Fala...
Não acreditava que tinha sido tão direto. Nem tão difícil foi!
- Bruno... Te espero por volta das sete. Sozinho.
Acho que não consegui disfarçar meu choque. Apertei sua mão, me despedi e saí meio de lado.
Voltei pro salão atordoado.

CAPÍTULO 28

"Te espero por volta das sete. Sozinho."
Aquilo ficou martelando em minha cabeça. Dei uma enrolada básica indo até ao banheiro antes de voltar à mesa do café e encarar Daniel.
Caraca, porque me enfiava nessas paradas?
O que ele diria ou pensaria disso?
Melhor inventar uma história e dizer que não tinha rolado ou contar a verdade? E se ele topasse com o cara e soubesse a verdade? Poderia achar que escondi algo dele?
Voltei prá mesa e ele estava com a ansiedade estampada em seu rosto.
- E aí? Como se saiu?
- Acho que bem.
- Olha só... Me conta tudo. Vai rolar?
Segundos que pareceram durar uma hora...
- Hum... Não. Não vai rolar Dani!
- Porra, velho, eu jurava que ele jogava no nosso time.
- E até joga. Mas impôs umas regrinhas que não curti.
- Conta... Conta!
Na sua cara de safado ele já imaginava mil coisas. Toparia todas elas.
- Dani. Vamos subir e te conto tudo.
- Beleza.
Nós subimos e me recostei na poltrona, perto da janela aberta. Ele se sentou no chão.
- E aí, ele quer brinquedinhos?
- Não Dani. Ele quer uma coisa a dois.
Ele ficou sério.
- Só um de nós? Só você?
- É. Só eu.
Notei em sua expressão que ele estava confuso. Decepcionado também.
- E você topou?
- Claro que não, Dani! Não respondi nada, fui pego de surpresa, mas é óbvio que não vou.
Ele olhava pro horizonte. Olhar fixo no mar azul lá embaixo.
- E porque não?
- Como? O que você quer dizer?
- Porque tu não vai? Tu curtiu ele, não curtiu? Ele te curtiu também. Se tiver vontade, vai firme.
- Daniel... Não tô entendendo nada!
- É isso que tô te falando velho. Se quiser, vai de boa. Eu já fiz isso contigo né?
- Já?
- Com a Ana, cara... Não é a mesma coisa?
- Não Dani... Completamente diferente.
Eu estava quase com raiva. Não acreditava que ele estava aceitando, quase propondo aquilo.
- Como assim diferente, Bruno?
- Dani... Você me disse que foi seduzido cara. Era sua ex- namorada. Era uma mulher. Você caiu no jogo dela, se arrependeu depois e veio me contar.
- Não sei se é tão diferente assim.
- E você acha que o fato de ter cometido esse deslize com ela me permite te pagar com a mesma moeda? Não acha que depois será sua vez, e assim a gente entra numa roleta russa?
- Eu não vou querer te pagar com a mesma moeda. Você também está me contando, antes ainda. Não é traição.
- Daniel...!
Ele se levantou e veio em minha direção. Sentou-se no chão entre minhas pernas. Me olhava bem fundo nos olhos.
- Bruno, escuta. Não estou dizendo que quero que você vá. Só estou dizendo que entenderia se você fosse.
- Lembra o que você me disse quando te pedi para me dizer quando não estivesse mais a fim dessas paradas?
- Me ajuda...
- Porra!
- Ah, vai... Falei muita coisa!
- Você me disse que só deixaria de gostar se eu não fosse a primeira pessoa do lance a três, ou a quatro. E agora me propõe te tirar da jogada, e fazer algo sem você, sem que seja a parte principal dessa nossa brincadeira.
- Ei, ei... Não estou te propondo nada.
Eu estava assustado. A reação dele tinha me surpreendido mesmo.
- Dani, me diz uma coisa.
- Fala...
- Se fosse você. Se tivesse curtido ele, e ele tivesse feito a proposta. Se tivesse vindo até mim, e eu tivesse reagido dessa forma que você reagiu, e te "liberado" para ir fundo se quisesse...
- Hã...
- Você iria?
Ele me olhou mais uma vez. Levantou-se e encostou-se à sacada, de frente prá mim.
Eu tinha medo da resposta.


CAPÍTULO 29

- Você quer a verdade?
- Sempre.
- Eu ficaria muito tentado. Mas não. Não iria.
Ufa!
- E por quê?
- Por tudo isso que me falou cara. Por que já dei mancada contigo e me senti péssimo por isso, mesmo tendo total consciência de que era você que queria. Porque acho que tu ficaria mal, e talvez não me perdoasse de novo.
A vontade que eu tinha era de encerrar o papo ali e não cavar mais nada. Mas a ocasião era propícia. Não conseguiria ficar quieto.
- Se eu topasse e fosse, você me perdoaria de boa?
- Oras, eu te disse para ir se quisesse. Não tinha o que perdoar.
- Dani!
- Porra Bruno, de boa. Claro que ia ficar bolado. Inseguro talvez. Cheio de coisas na cabeça. Mas se você for meu cara, você será meu de qualquer forma lá no fim.
- E você acha que vale a pena facilitar e dar brechas para estranhamentos, então?
- Porra Bruno... Que papo cabeça.
- Dani. Eu sei muito bem que você é capaz de manter esse papo. Não foge, de boa.
Ele deu um sorriso leve, meio que se desculpando. Voltou e se sentou no braço da poltrona, quebrando a distância.
- Meu lindo. Eu confio em você. Eu quero sua felicidade. Eu te amo e quero o melhor prá ti, e mais ainda que esse melhor seja eu. Não quero ser empecilho, barreira, entrave...
- Você se julga isso, cara?
- Não. Não me julgo isso.
- Que bom.
Ficamos em silêncio por um tempo. Ele se jogou na cama, braços esticados atrás da cabeça. Olhos perdidos no teto. Lindo. Perigoso.
Eu me deitei ao lado dele e assumi a mesma posição.
- Daniel...
O silêncio dele me pediu prá continuar.
- Vamos nos cuidar, ok? Já não é tão fácil assim.
- Nenhum relacionamento é Bruno.
- Então. Por isso mesmo.
Ficamos assim, deitados lado a lado por um bom tempo.
Cansados às dez da manhã. Nosso dia foi estranho. Recheado de silêncios desconfortáveis. A conversa precisava ser digerida. No seu tempo. Evitamos abordar de novo o assunto mesmo quando topamos com o rapaz no saguão do hotel, provavelmente esperando por um serviço de receptivo. Ele olhou de lado. Passamos direto.
Decidimos passar o dia no Porto da Barra, prainha pequena e badalada na entrada da Baía de todos os Santos. Era bonita, calma para banho, mas agitada com pessoas bonitas e badalação. O dia era lindo, e aquele movimento nos permitiu não pensar tanto no assunto, mas certa diversão.Voltamos pro hotel, mas antes assistimos o pôr-do-sol no Morro do Cristo, bem em frente ao Farol da Barra. Vista bonita.
À noite não transamos, mas trocamos carícias e beijos gostosos no banho, antes de descermos para buscar algo prá janta. O horário mais difícil prá mim foi às nove.
Ele estaria me esperando...
Não tinha dito que não iria.
E não tinha comentado com Daniel o lance do horário, por isso fiz o possível para não estar no hotel na hora. Era esquisito. Quando voltamos, por volta das onze, ele estava sentado no lobby novamente, bonito, sensual, tomando alguma coisa. Percebi que ergueu a cabeça quando nos viu. E fez um sinal com a mão.
- Bruno, ele está nos chamando.
- Dani... Ignora.
- Não cara. Vamos lá. Vamos ver o que ele quer. Vai ser melhor.
Sem que desse tempo ele passou na minha frente, segurou minha mão com força e se projetou na direção do rapaz.
"Caramba" - pensei... Como isso vai acabar?
Chegamos juntos até onde ele estava. Ele se levantou gentilmente e sorrindo prá nos receber. Como o lobby era bem grande e estávamos numa parte mais afastada da recepção, ninguém nos ouvia.
- Bruno, certo?
Ele falou estendendo a mão.
- Isso. Tudo bem Cauã? Esse é o Daniel, meu namorado.
- Prazer, cara.
- Valeu.
- Sorte grande você tem, com todo o respeito.
Ele parou aí. Notei que sua expressão me perguntava se podia ir além. Deveria estar se questionando se eu tinha contado a verdade ao Dani. Acenei com a cabeça.
- Ele sabe.
Ele então se sentiu livre prá abrir o jogo.
- Sorte grande Daniel. Além de um gato, super fiel. Fiquei te esperando...
- Imaginei. Desculpe não ter te dado um toque. Mas não disse que iria.
- Eu sei. Relaxa. Vamos sentar?
Nos sentamos e por incrível que pareça era um clima agradável. E o rumo do papo conduzido pelo Daniel só fez a coisa ficar mais camarada.
- Pois é velho, não é prá qualquer um... A gente tava a fim de te conhecer melhor, juntos. Não vale exclusividade, poxa!
Ele riu.
- Porra, não custa tentar né? Nunca fiz a três, sabe? Sei lá, sou meio careta prá isso.
- Sério? Com essa pinta de novela das oito? Deveria aproveitar!
- Fácil falar. Só tenho pinta mesmo. Sou tímido.
- Hum... São os melhores. O Bruno também era.
Os dois riram. Eu fiquei com cara de tacho.
- Sério? Porra, tua abordagem foi bem maneira!
- Ah Cauã... Ele aprende rapidinho. Rs
- Bom, rapazes. Chega de lorota com a minha cara!
- Você vai fazer o que à tarde Cauã? Já que não topou nosso quarto, que tal uma praia juntos? A gente se conhece melhor e quem sabe você se sente mais à vontade?
- Pode ser. Na verdade, mais a vontade já até estou.
- Beleza então. A gente te espera aqui as duas, o que acha? Vamos comprar umas coisinhas, mas dá tempo.
- Fechado então. Boas compras.
E saímos. Tudo muito mais leve. Vai entender...
Fomos prá Itapuã, mais ao norte de Salvador, longe do Rio Vermelho onde estávamos. Praia mais aberta, grande, cantada por poetas... Gostoso estar ali. Ficamos batendo papo por um bom tempo. Ele nos falou sobre sua vida no Recife, um pouco de como vivia, seu último relacionamento.
- Sabe, eu me julgo bi... Já namorei muita garota e fiquei com dois caras só. Mas confesso que ultimamente minha vontade tem sido muito maior de estar com homens.
- Meu caso também é assim. Eu namorava sério quando conheci o Bruno. Ele me roubou da minha ex...
- Pára, cara, nem gosto de lembrar daquela figura.
Ele riu.
- Ela tentou nos aprontar depois, mas não rolou.
- Sei como é. Vocês fazem um belo par juntos.
- A gente sabe!
- Ih Cauã, não enche muito a bola dele não. Senão ninguém segura.
Dani deu uma apertada no pau dentro da sunga. Era nítido que estava meia bomba, e foi inevitável a troca de olhares. Ele notou nossa reação e safado que era, fez o que adorava fazer. Levantou-se e ergueu os braços, se espreguiçando, deixando à mostra para todos que quisessem ver o tesouro que guardava ali.
Cauã quase deslocou o maxilar, e jogou sua camiseta sobre o colo, protegendo sua ereção que já se revelava. Eu virei de lado.
- Caralho...
- Cauã... Esse é Daniel.
- Uau. Sorte sua também, velho!
Dani riu alto, se mexendo e virando seus braços.
- Ah rapazes, adoro vocês assim encabulados... Tem certeza que não quer visitar a gente mais tarde?
Cauã me buscou com o olhar, meio que pedindo uma aprovação. Era boa praça. Tranqüilizei com o olhar.
- Posso fazer uma proposta?
- Oba! Claro...
- Sossega, Dani! Porra!
- Desculpa... Fala Cauã.
- Eu quero ir. Mas quero só assistir a vocês dois. Sem entrar na parada.
Nos olhamos rapidamente. Era tentador.
- Uau! Mais que convidado. Te esperamos à noite!
Ele se ergueu, estufou a sunga e correu prá água, feliz da vida...
Ficamos eu e Cauã na praia nos recompondo e rindo da euforia dele. Era uma figurinha adorável.
- Que figura hein Bruno?
- Nem fale, cara. Mas é um super companheiro. Moleque assim, mas às vezes me surpreende com sua maturidade.
- Deu prá perceber. Legal isso. Posso confessar uma coisa?
- Claro.
- É o que ando sentindo falta nas mulheres. Sem generalizar, mas generalizando. Muita picuinha, frescurinha, insegurança... Chega uma hora que cansa.
- É... Mas deve ter muito cara assim também.
- Ah, tem... Claro. Mas é mais fácil achar um que não seja que uma mina desencanada. É foda. São lindas, estão desesperadas, mas não se garantem!
- Você quem tá falando. Eu já desisti delas há muito tempo.
- Deve ser mais fácil assim.
- Sei lá cara. Acho que nenhum relacionamento é fácil, nem deve ser difícil. A gente que complica tudo. Não é questão de gênero não. É o ser humano mesmo.
- É...
- Mas e esse lance a noite, Bruno... Você acha que não há problema prá ti?
- Problema? Prá mim? Você não viu a alegria do moleque? Na verdade Cauã, o clima tava meio tenso, meio estranho, mas esse papo contigo colocou as coisa no seu lugar. Valeu!
- Que isso... Prazer. Vamos ver no que isso vai dar.
- E fica tranqüilo caso queira desistir, cara. A gente vai entender. Ou caso queira participar... A gente vai entender também.
Ele sorriu bonito. Já estávamos em condições de nos levantar.
- Vamos lá?
- Bora. Na água a gente se esconde né?
Nos levantamos e corremos juntos prá água, com o Dani já nos esperando. O fim de tarde foi bem gostoso. A noite prometia.
De volta ao hotel, tomamos um banho juntos sem nos provocar muito. Queríamos estar inteiros pro lance com o menino Baiano...
- Será que ele vem mesmo, Bruno?
- Acho que sim. Ele já impôs a condição antes né? Caso contrário teria dito. E quer a real? No fundo, no fundo, acho que ele tá curioso prá caralho...
- Ah, até eu estaria. A gente devia cobrar, né?
- Dani!!!
- Hehehe... Brincando, seu bobo.
Fomos a pé até a barraca de acarajé do bairro e voltamos ansiosos. Era seis e meia e nos sentamos no chão, na varanda, admirando o escurecer da cidade lá embaixo. Não me cansava de admirar aquele lugar.
Uma batida suave na porta.
A gente se olhou. Ele se ergueu de uma vez só, me puxou com carinho e me deu um beijo. Afagou meu cabelo com carinho...
- Esquece que ele vai estar aqui.
- Difícil...
- Não é... Vou te fazer esquecer.
Abri a porta e ele entrou rápido. Estava lindo como sempre, só de regata vermelha que realçava sua pele morena e uma bermuda jeans, que salientava suas coxas lisas e grossas.
- E aí meninos?
- Beleza cara... Bom que veio.
- Valeu.
- Cauã... Quer tomar alguma coisa, velho? Pega aí no frigobar.
- Opa. Vou de uma coca cola só. Quero estar bem são.
- Legal.
Ele pegou uma coca e se sentou na poltrona que ficava ao lado da sacada, de frente prá cama onde estávamos sentados. Minha vontade era de perguntar "E aí, como a gente começa?"... Não sabia se já partia pro fato ou ficávamos no bate papo antes, prá esquentar.
O Dani sabia conduzir as coisas. E sem nem mesmo eu perceber como, em minutos estávamos nos acariciando na cama. Ainda vestidos, mas o clima esquentando. Ele me deitou com carinho e me procurou num beijo molhado e delicioso.
Era o início. Seria a revelação.

CAPÍTULO 30


Ele tirou minha regata e com seus lábios foi desbravando todo meu tórax, meus mamilos, demorando ali. Com sua mão buscava meu caralho já duro, abaixando minha bermuda.
Me deixei aproveitar aquele momento delicioso sem pressa nenhuma. Depois de toda a tensão do último dia e do clima estranho, era a retomada do sexo pleno e natural que a gente comungava. Era do jeito que tinha de ser. Ele ficou assim por uns bons minutos, gemendo baixinho e mostrando seu tesão. Veio buscar minha boca mais uma vez e segurando minha nuca com força me invadiu com sua língua ávida e hábil. Eu ficaria assim prá sempre...
Nos levantamos prá tirar o resto de nossas roupas.
Cauã estava recostado na poltrona, já sem camisa. Bermuda na altura dos joelhos e um belo cacete moreno, grosso e cabeçudo prá fora. Ele batia uma punheta devagar, acariciando seu mamilo com ã outra mão.
Sua feição era de sede. Quase inveja. Desejo.
Coloquei Daniel deitado na beirada da cama e caí de boca em seu cacete. Engolia tudo sem dó, fazendo barulho e deixando-o bem molhado. Ele segurava minha cabeça, ditando o ritmo da minha chupada. Gemia e virava a cabeça, olhos fechados...
- Vai meu amor... Me engole inteiro.
- Gosta cara?
- Eu amo isso velho... Me devora...
Levantei suas pernas e procurei sua gruta com minha língua dura, do jeito que ele adorava. Ele se contorceu, enrijeceu-se e gemeu alto. Abriu bem as pernas, se arreganhando prá mim...
- Caralho, Bruno... Chupa esse cu meu macho. É seu, todo seu.
Eu fiquei ali sem pressa, passando a língua ao redor de seu buraco quente, subindo às vezes prá parte interna de suas coxas gostosas e seu cacete duro como ferro. Ele continuava ali... Olhos cerrados, gemendo.
- Bruno, me deixa te chupar agora!
- Vem meu macho safado... Deixa esse cacete duro!
- Vai fazer o quê com ele duro cara?
- Vou te comer gostoso velho. Vou te fazer gozar gostoso...
- Ahahahah...
Ele inverteu a posição e caiu de boca no meu caralho. Chupava forte, bem molhado, bem guloso. Segurava minhas bolas com a mão e revirava a cabeça fazendo movimentos fortes para engolir tudo até a garganta. Buscava meu olhar insistentemente. Acariciava meu peito, meus ombros, minhas coxas, minha bunda. Ele parecia ter quatro mãos... E duas línguas. Era a sensação que eu tinha.
Aos poucos ele foi subindo e se colocando de lado.
Eu o abracei por trás, puxando seu corpo prá junto do meu e atingindo aquele encaixe tão perfeito.
Fiquei assim.
Abraçando-o por trás.
Minha mão em seu peito.
Meu pau buscando sua bunda.
Meu rosto em seu ombro.
Minha língua em sua boca.
Meus olhos nos dele.
Meu coração batendo forte.
O dele junto...
Ele ergueu a perna e buscou meu cacete com a mão esquerda. Encaixou na entradinha e deu aquela arrebitada final, arqueando seu corpo...
- Me come cara! Por favor, me fode inteiro...
- Vou te foder meu macho.
- Me fode assim, juntinho de mim. Beijando minha boca. Apertando meu peito.
- Que tesão da porra, velho...
- Vai cara. Me arrebenta gostoso, sem dó.
Meu pau deslizou prá dentro de seu cu elástico, e comecei a bombar, segurando forte em sua cintura. Ele gemia e me acompanhava, piscando seu buraco e me provocando mais. Seu rosto perto do meu.
Estava perfeito.
Eu já o conhecia. Bastava começar a bombar, invadir sua boca com minha língua e segurar sua cintura e ele acelerava, dificultando meu controle. Eu queria vê-lo gozar primeiro, mas era quase impossível.
- Quero te ver gozar Dani...
- Não, tu primeiro. Goza dentro de mim cara. Goza no seu macho. E depois vem sentar em cima de mim. Hoje quero te retribuir na mesma medida.
Caralho! Fazia tempo que não fazia passivo com ele, e isso me deixou louco. Segurei forte na sua cintura, acelerei o ritmo e explodi dentro de seu cu, litros de porra enquanto gemia alto e quase desfalecia.
Ele, prá arrematar, rebolava gostoso e segurava minha boca na sua, sem me deixar parar.
- Porra Dani! Que delícia, velho...
- Vem meu macho safado... Minha vez. Senta aqui, de frente!
Ele se deitou de costas, seu cacete armado como uma espada, duro, melado, lindo. Dei uma chupada de leve e me sentei de frente prá ele, encaixando-o no meu cuzinho apertado.
- Vai devagar... Tá apertado.
- Pode deixar. Senta você, devagar... Vai mexendo...
Eu fui assim, rebolando devagar e deixando que ele entrasse bem aos poucos, minhas mãos recostadas em seu peito, meu rosto curvado quase em um beijo. Nos olhávamos aproveitando o prazer que sentíamos.
- Pode colocar cara. Me fode.
- Vai descendo meu macho...
Ele segurava firme na minha cintura e foi me abaixando. Depois de alguns minutos senti suas bolas batendo na minha bunda. A dor inicial cedeu, e era só prazer que vinha agora. Lá do fundo. Lá de longe. Daquele jeito que era só com ele.
Quando senti tudo dentro de mim eu o puxei prá cima. Ele me abraçou forte e lambia meus mamilos, meu pescoço, segurava minha nuca e me beijava forte. Gemíamos incontrolavelmente e nosso ritmo era único, intenso, selvagem...
- Caralho, cara... Que tesão tu me dá Bruno!
- Me fode Dani... Sua vez, quero ver você encher meu cu de porra cara. Goza gostoso prá mim...
- Gozo contigo de novo, velho... Seu pau já tá duro de novo.
Só aí me dei conta que estava realmente com meu cacete duraço, roçando em sua barriga suada.
- Porra!
- Tesão velho... Dando pro seu macho aqui de pau duro.
- Tesão!!!
- Eu sei.
Fiquei cavalgando aquele caralho delicioso e explorando tudo o mais que podia. Seu cabelo baixo, sua boca, suas costas, suas coxas... Tudo que eu alcançava eu buscava, querendo retribuir o tesão que estava sentindo. Ele não deixava por menos. Ao mesmo tempo em que me comia forte, beijava minha boca, roçava meu pau com sua barriga, acariciava minhas coxas, minha bunda, minhas costas suadas... O prazer e tesão vinham de todas as partes do meu corpo, e se completavam ao ver o prazer no corpo dele.
Era comunhão total.
- Bruno, não vou agüentar mais...
- Vamos junto Dani...
- A hora que quiser...
- Agoooo... raaaaaaaaaaaaa !!!
- Ahahahahah...
Gritamos juntos. Não foi nem gemido. Nosso gozo veio simultâneo e explosivo, e nossas bocas se juntaram para que o mundo não nos ouvisse.Apesar de eu achar que o mundo todo merecia nos ouvir naquele momento.
Ainda tremendo e nos contorcendo, ele saiu de dentro de mim. Suados e acabados, nos deitamos de lado na cama. Olhos fechados.
Tinha acabado...
Abri os olhos e me lembrei de Cauã. Eu o busquei com os olhos.
Ninguém.
- Dani... Você?
- Não cara... Não o vi saindo... Porra.
- Nem eu velho. Será que...?
No chão, ao lado da poltrona ele tinha deixado sua marca. Havia porra fresca e farta espalhada ali.
- Que chato, cara...
Daniel me abraçou com um sorriso lindo.
- Chato nada, Bruno. Sabe o que isso significa?
- Hã?
- A gente se basta! A gente se basta, meu lindo!
Três dentro do quarto, aquele tempo todo.
Mas éramos só nos dois.
Durante todo o tempo, só então me dei conta, nos damos conta de que nossa atenção tinha estado voltada para o nosso prazer, nossa satisfação, nossa paixão. Sim, a gente se bastava.
A presença de Cauã ali tinha sido deliciosa, e fundamental prá sacramentar algo que já não dava mais prá gente tentar não aceitar.
Eu era um pouco do Dani. Ele era um pouco de mim.
Tínhamos nos moldado um ao outro, e de certa forma essa transformação só tinha feito com que crescêssemos em nossas certezas, afirmações, desejos... Outras aventuras viriam, eu tinha certeza. Mas o mais importante estaria sempre ali. Tinha mais certeza ainda. Eu não precisei compartilhar com ele nada disso que pensava. Seu olhar agradecido me entendia e lia meu pensamento. Seu corpo colado ao meu, sua mão segurando a minha, seu sorriso moleque de lado prá mim.
- Já te disse que te amo Bruno?
- Já.
- Te amo mais então.
- Eu também.
- Posso falar uma coisa?
- Fala...
Estávamos deitados de costas, mãos dadas, olhando pro teto. A janela aberta deixava a brisa entrar e o barulho do mar era mais alto.
- Você é foda!
- Como?
- Bem que eu queria ter visto o moleque gozando. Nem lembro a cara dele!
- Seu puto sem vergonha!
Ele me puxou daquele jeito delicioso, deitou seu rosto no meu peito que era dele e assim adormecemos sem pressa nenhuma de acordar.
Abençoados pela magia da Bahia!

CAPÍTULO 31


Enquanto dormíamos...
Michael Jackson morreu, no mesmo dia que Farrah Fawcett
E nasceu o filho de Ivete,
O Brasil se classificou para a Copa do Mundo,
Descemos juntos prá praia num fim de semana,
A Argentina também,
O presidente de Honduras foi destituído por um golpe militar,
O Brasil saiu da recessão,
Não evoluiu em índice de desenvolvimento humano,
O Dani recebeu sua primeira promoção no banco,
Para comemorar, voltamos ao Rio.
Decretada a lei anti-fumo em São Paulo,
E o veto aos fretados,
O trânsito piorou...
Mas a gente se divertiu de novo no Autorama,
Marcão veio finalmente jantar em casa,
A chuva castigou o Sul e o Sudeste
A seca castigou a zona da mata,
Briatore foi banido da Formula um
Ana tentou se reaproximar e se desculpar, foi banida também,
E Rubinho perdeu de novo.
Explodiu a violência no Rio...
... Que foi eleito sede das Olimpíadas 2016,
Redecoramos o apartamento,
Pintamos a parede do quarto de verde...
... Em homenagem ao Palmeiras.
Obama viu seu índice de aprovação cair,
Massacres nos Estados Unidos,
40 anos do homem na lua...
... E a gente na Terra... Dormindo.
Tudo isso aconteceu.
E muito mais.

Acordamos juntos, mais uma vez.
O celular tocou e acordei assustado, meio no pulo.
- Caraca! Já?
Dani se remexia ao meu lado, espreguiçando-se ainda dormindo.
Arrastei-me pro seu lado, encaixando meu corpo no dele. Estávamos só de cuecas, era uma noite quente. Eu o abracei e mordi sua orelha...
- Acorda preguiçoso. O grande dia!
- Ai... Que preguiça.
- Não vai se atrasar hein! Pro banho moleque, sua roupa já está separada.
Ele me puxou de lado e me beijou gostoso, enroscando suas pernas nas minhas e me segurando na cintura. Bastava aquilo...
- Dani... Chega. Vamos lá, você não pode se atrasar...
- Rapidinho!
- Não. A noite, prá comemorar.
Ele mordeu meu pescoço e se levantou de um pulo.
- Ah, meu malvado preferido!
Correu pro banheiro gingando e cantarolando baixinho. Eu o conhecia já. Era sua forma de disfarçar ansiedade. Incrível como nesses quase oito meses juntos a gente já tinha desvendado as manias e disfarces um do outro. Mas os últimos quatro meses com ele no meu apartamento tinham estreitado ainda mais nossa relação.
A Ana estava esquecida e resolvida. Era só um fantasma.
Os acontecimentos de Salvador só nos unido ainda mais.
Tínhamos feito outras viagens juntos.
Voltamos ao Rio, Conhecemos juntos Natal e Porto de Galinhas.
Fizemos vários bate-volta à praia e cidadezinhas ao redor de Sampa. Em algumas dessas viagens ficamos juntos e sós o tempo todo. Em outras, nos aventuramos e demos asas à nossa imaginação. Na verdade, mais à imaginação dele que à minha...
Mas cada vez mais éramos nós. Sós. Juntos e muito felizes.
- Dani, a que horas é a entrevista?
- Às nove tenho que estar lá.
Fui entrando no banheiro, ele já estava no chuveiro se ensaboando. Tomei o sabão de sua mão e o coloquei de costas.
- E como você está? Tudo bem?
- Ah, Bruno. Um pouco nervoso, tu sabe. Mas seja o que Deus quiser.
- Vai dar tudo certo velho. Vai fundo.
- Eu sei, vai sim. Nem que seja como experiência.
- Confia no seu taco meu lindo...
Ele riu e se virou de frente, esfregando seu cacete meia-bomba em minhas coxas...
Aquele olhar safado delicioso.
- Ah, nele eu confio!
- Porra cara, tu não perde uma né?
- Prá quê?
Ele segurou minha cabeça e a desceu pelo seu corpo.
Desisti de lutar e ser o responsável. Cinco minutinhos não iriam colocar nada a perder... Abocanhei seu cacete e em poucos segundos ele já estava duro, pulsando em minha boca. Ele abriu as pernas e eu explorava com as mãos suas coxas e sua bunda, ditando o ritmo com que ele fodia minha boca. Enfiei um dedo em seu cuzinho molhado, e fiquei assim, acelerando o movimento para que ele não demorasse muito.
Assim foi.
- Vou gozar!
- Goza gato!
Tirei seu cacete da minha boca e segurei firme, batendo uma punheta prá ele esporrar gostoso no meu ombro. Ele gemeu e se contorceu todo, me puxando prá cima e me beijando todo solto...
- Valeu... Eu precisava.
- Eu sei. Putão.
- Hehehe
Ele tinha recebido uma proposta prá assumir um cargo maior no mesmo banco em que estava. Menos de dois meses depois de ser promovido. Estava concorrendo com duas outras pessoas, e era a chance de dar um belo salto na sua carreira. Tinha planos de voltar a estudar, viajar, enfim...
Claro, eu dava o maior apoio. Era lindo vê-lo crescer assim
Crescíamos juntos.

CAPÍTULO 32


Saímos juntos e eu o deixei na porta do escritório.
- Toda a sorte prá você Dani. Vai dar tudo certo.
- Ah, vai sim. Valeu mesmo, Bruno!
- Me liga prá contar, ok?
- Claro! Porque a gente não almoça junto? Aí te conto tudo com detalhes.
- Beleza. Me liga, e venho te pegar.
- Relaxa poxa. Sei chegar até você, ou onde for.
Todo independente...
- Te espero então.
Fui trabalhar e fiz uma pequena oração prá que ele conseguisse. Torcia muito por ele e para que ele tivesse o reconhecimento de seu esforço e capacidade. E seria ótimo vê-lo alcançando seus objetivos e estar junto com ele nisso. Constantemente ele me colocava como co-responsável pelo seu crescimento profissional, e eu não me eximia disso. Acho sim que tinha contribuído de certa forma, assim como ele tinha me feito um cara mais feliz também.
Minha vida pessoal tinha saído da mesmice, do conforto. Eu tinha me descoberto capaz de coisas que não pensava ser capaz. Estava mais desencanado, mais relaxado. Mais confiante em mim mesmo. Mais tranqüilo. Mesmo as turbulências pelas quais tínhamos passado tinham sido importantes para que eu me desse conta dessa transformação. E isso claro, resultava também na minha vida profissional que ia bem, tranqüila, promissora.
Era o amor. Era a parceria. Era o companheirismo.
Era algo com o que eu sempre tinha sonhado...
E estava vivendo agora.
Por volta da uma da tarde meu celular tocou.
Sua voz era tensa. Preocupada.
- Bruno, tá de pé?
- Claro velho... E aí?
- Cara, te conto pessoalmente. Preciso muito falar com você. Agora.
Desliguei e fui ao seu encontro. Preocupado.
Ele estava sentado na minha frente. Seu rosto era um misto de alegria e tristeza. De empolgação e frustração.
- Porra Dani, fica feliz velho!
- Cara eu tô feliz... Mas eles bem que podiam ter dito isso antes.
- Dani, você consegui! Tem noção? Você queria tanto!
- Queria sim. Mas não pensava nem um pouquinho em ficar longe de ti.
- Cara... Quatro meses, passa rápido
- Ah velho, sei lá...
A promoção conseguida requeria um período de treinamento na nova função em Brasília. Quatro meses em uma cidade não tão próxima assim. No fundo, eu estava triste também, mas não queria passar isso prá ele de forma alguma. Logo agora que estávamos tão bem, ficar meses longe ia ser foda. Já confiava nele, ele confiava em mim, não era isso. Era a distância e o medo que sempre bate...
- E aí, você vai né?
- Eu disse que dou a resposta amanhã.
- Mas, Dani?
- Bruno. Escuta... Eu queria muito isso, mas se eu perceber que isso pode abalar nosso caso, fico de boa. Não estarei sem o meu emprego atual, e me disseram que uma próxima oportunidade pode surgir mais prá frente. Precisava negociar tudo contigo primeiro.
- Porra, lindo. Sabe que pode contar comigo. Eu te apoio de boa, a gente negocia umas idas minhas e vindas suas em alguns finais de semana... Vai dar certo.
- Ah, caralhooooooo!
- Hehehe... Relaxa. Tudo que é fácil demais, pode suspeitar...
- Foda, né?
- Já decidiu?
- Não. Vou pensar, vamos conversar, negociar, e amanhã eu decido. Junto contigo.
- Beleza.
Não estiquei o papo, pois vi que ele estava sofrendo mesmo.
No fundo eu sabia que isso era nada prá quem quer ficar junto à vida inteira. Em teoria. A prática, teríamos que construir. De novo.
Acordamos no dia seguinte mais uma vez com o chato do celular.
Ele foi pro banho calado enquanto eu aprontava uma vitamina rápida. Respeitei seu momento, pois tinha percebido que ele não tinha pregado os olhos a noite toda. Eu fingi que dormia, não querendo forçar barra nenhuma. Era um momento e decisão dele. Ele tinha que decidir.
- Bruno, tu pode me deixar lá?
- Claro.
- Não vai te atrasar...?
- Não, hoje estou tranqüilo até.
Mais silêncio no caminho.
No rádio a música dos caminhos, das trilhas, da distância...
- Daniel, se você quiser falar comigo sobre sua decisão, tô aqui. Não quero forçar a barra, ok?
- Eu sei meu lindo. Te conheço.
Ele pousou sua mão forte em minha coxa e foi massageando, de leve.
- Pára senão eu bato...
- Hehehehe...
- É sério.
Ele voltou ao seu ar sério, aquele que eu gostava bastante, um ar "quase eu"...
- Bruno...?
- Oi.
- Eu já tomei minha decisão. Conversamos a noite, pode ser?
- Claro.
Eu o deixei no banco e fui embora.
Um aperto no peito, junto com a certeza que superaríamos mais essa se fosse o caso, mas fazendo questão de sentir aquela dorzinha que incomodava, mas que reconfortava de certa forma.
Era bom sentir aquilo de novo. Era bom sentir-me vivo.
O dia transcorreu sem pressa, meio que querendo arrastar as coisas. Eu mergulhei no trampo e só me permiti um desabafo básico com Marcão, meu parceiro de sempre nas confidências.
Era bom ter alguém prá compartilhar essas dúvidas também.
E um pouco mais aliviado voltei prá casa ao seu encontro.

CAPÍTULO 33


Estávamos na mesa ainda, acabando de saborear um peixe bom.
Ele tinha permanecido quieto, sério, mas sereno. Eu estava recolhendo a louça e preparando para lavá-la quando ele se chegou por trás.Segurou minha cintura com força, colocou seu rosto no meu ombro e me abraçou forte, dando um suspiro profundo.A resposta estava dada ali...
- Dani, e você tem que ir quando?
- Em quinze dias ainda... Temos um tempo prá ajeitar tudo.
- Bom... Assim não precisa correr tanto.
- É verdade. Bruno?
- Fala...
- Tu vai estar comigo certo?
- Claro, Dani. Você sabe. Sempre.
- A gente vai se falar sempre né?
- Ih meu Deus... Quanta carência... Vou fazer o possível prá ter um tempinho prá você...
- Malvado...
- Eu?
Estávamos deitados no sofá, recostados um no outro.
- Velho... Sabe que pensei muito, muito mesmo. Mas acho que seria até sacanagem contigo, que sempre me incentivou e me fez ir além. Devo isso a você, entende?
- Ah... Menos cara. Você conquistou isso. Você sabe. Só faltava um empurrãozinho.
- É... Com essa pegada.
- Seu safado.
Ele me apertou forte, mordeu meu pescoço.
- Vou sentir muito sua falta!
- Eu também. Mas vai voar esse tempo, você vai ver!
- Tomara. Olha só...
- Hum...
- Antes de ir, preciso, preciso muito te levar em um lugar!
Medo! Ansiedade! Vontade! Quem diria...
- Ihhhh... Lá vem!
Ele riu gostoso.
- Não é o que tu tá pensando, seu indecente.
- Hahahaha... Tá bom! Vai me levar na missa?
- Hei, até te levaria. Mas ainda não. É um lugar que assim como você no hotel de Salvador, eu sempre quis voltar com "A" pessoa especial.
- Uau!
- Se prepare... Viajo no Sábado daqui a doze dias. Na véspera vamos lá.
- Ok...
Eu tava feliz por ele. Triste. Com saudade. Com receio. Tranqüilo... Confuso prá caralho... Aguardando...
Passamos a dita Sexta Feira juntos. Eu pedi folga na empresa e ele já estava nos preparativos para a viagem. Fizemos as malas juntos, organizamos todo nosso esquema de comunicação e visitas...
Conta no Skype, celular da mesma operadora, bobeirinhas práticas assim. Tínhamos definido que tentaríamos nos visitar a cada três semanas, alternando minhas idas e suas vindas. Era o que dava prá fazer.
Sete horas da noite. Tudo estava pronto. Eu acabava de me arrumar.
- Vamos logo, Bruno!!! Que demora!
- Ei, calma... Você não me fala onde vou. Então espera.
- Mas é birrento viu...
- Sou sim. Não pode dar nenhuma dica?
- Ai... Engole essa curiosidade, figura. Vambora. Vou dirigindo!
- Uia! Vai me vendar também?
- Hummm... Seria legal! Mas não. Vai que me prendem no caminho achando que é seqüestro.
- Hehehehe... Quase é!
A ansiedade e curiosidade de certa forma amenizaram a agonia da véspera de sua partida. Ele, esperto que era, tinha planejado antecipadamente. Era autodefesa. Era proteção prá gente.
Entramos no carro e pegamos o corredor Norte-Sul.
- Daniel... De novo?
- Não seu safadão. Nada de aventuras hoje. Você hein?
- Vai saber...
Rolou até um pouco de frustração com a negação, Não era o Autorama... Passamos pelo Ibirapuera e continuamos rumo ao centro.
- Caraca, velho... Vamos viajar?
- Ah... Vamos!
Menos de quinze minutos e ele estava entregando o carro ao vallet do Terraço Itália, na Avenida Ipiranga. Olhei para aquele arranha céu e tremi na base...
- Dani. Pelo amor de Deus... O que você vai aprontar, esse local é muito recatado!
- E eu? Sou o que? Vem comigo!
Subimos ao bar do terraço, e a vista era simplesmente linda. A cidade aos nossos pés, iluminada, vibrante, imensa.
E de certa forma uma sensação de que ali, nada nos atingia. Toda ameaça estava lá fora, lá embaixo. Ali tudo era beleza. O local perfeito prá uma despedida. Nos sentamos em um sofá encostado no vidro do bar, que nos dava a sensação de estarmos no ar. Era lindo.
- Caraca Dani. Que lindo isso. Nunca tinha vindo aqui.
- Pois é. Vim uma vez, há muito tempo atrás, e prometi a mim mesmo que voltaria com você...
Eu parecia um adolescente... No piano bar, começou a soar uma canção linda, que eu amava. Sorri de leve.
- Que foi?
- Essa música... Eu amo. Outro dia a escutei e cheguei à conclusão que é a nossa história.
- Como é a letra? Não conheço...
- Não? Escuta só...
Ele se recostou e fechou os olhos. Fiz o mesmo e senti seu pé me acariciando por baixo da mesa. Sutil. Carinhoso. O pianista tocava belamente.
- A melodia é linda... Mas e a letra? Quero saber!
- Chegando em casa eu baixo e te mando por e-mail. Ouve quando chegar lá. E me diz se não é nossa história.
- Ok.
Deixamos a noite passar sem pressa, conversando calmamente e desfrutando aquilo tudo. Em dado momento ele segurou minha mão.
- Quero te pedir uma coisa.
- Fala...
- Semana que vem, nesse mesmo horário, quero que venha aqui.
- Hã?
- Você vem?
- Prá que?
- Vou te ligar. Quero que esteja aqui, nesse mesmo lugar. Quero falar contigo, mas aqui.
- Porra Dani... Fala agora!
- Ah moleque, não estraga! Vem ou não?
- Poxa, venho... Mas que bobeira!
- Você vai ver que não. Vai ser legal.
- Você me inventa cada uma...
- Marca aí. São onze e meia da noite. Vou te ligar nesse horário, Sexta que vem. Se eu não ouvir esse piano, desligo...
- Ah... E sou eu o pirracento!
- E vamos embora! Amanhã vai ser foda!
Saímos ainda bobos com a noite deliciosa.
A semana foi foda!
Só depois de sua ida me dei conta do tanto que nossas vidas eram ocupadas por nós mesmos. Eu lembrava dele sempre, em cada canto da casa, lugares que passava, músicas que ouvia.
Por muito tempo em minha vida tinha me recusado a me entregar a essas paixões sofridas, essa dependência estranha, essa necessidade toda. Sempre tinha defendido uma individualidade que, embora eu notasse que tínhamos - e a viagem dele era prova disso - o que sentia agora me fazia questionar.
Era isso o amor de volta? Era esse o amor definitivo?
Existiria?
Eu não tinha resposta prá nada, só sabia que estava sentindo uma falta louca dele, mesmo nos falando todos os dias e sabendo que ele estava bem, crescendo, aprendendo, feliz... Mas sua voz era triste.
Deitado na minha cama na Quinta Feira, logo após ter falado com ele rapidamente, me veio á mente tudo, desde o início...
Aquele primeiro dia na guarita. Um olhar... Um atrevimento prá um convite. Meu atrevimento em me permitir aceitar aquele convite...
Nossos primeiros estranhamentos, suas taras, suas manias, minha vergonha... Seu jeito sacana e incisivo em me conquistar aos poucos, me revelando sua personalidade e sedução,
Nossos encontros e desencontros,
Minha insegurança em relação ao seu namoro,
Seu rompimento, o convite prá vir morar comigo,
Nossas viagens, aventuras nas ruas, sacadas, arpoador, Salvador,
Nossas mudanças, nossas manias sendo trocadas,
Seu crescimento profissional,
Nosso crescimento pessoal,
Tanta coisa... Tanta coisa.
Eu dormi com saudade.
Tava bem difícil. Mais que eu tinha imaginado.
        Cheguei ao terraço Itália quinze minutos antes do combinado. Como estaria sozinho, não me dei ao trabalho de chegar antes. Aliás, planejei tudo... Ia fazer de conta que esperava por alguém, falaria com ele ao fone e me mandaria dali como se um imprevisto tivesse acontecido.
        Ninguém ali me conhecia, mas não queria parecer tão bobamente apaixonado. Bobeira...
        Fiquei ali sentado, admirando aquela vista incrível e pedi uma taça de vinho. Tava bem disposto a tomar um porre e voltar prá casa, mas tinha que dirigir... Saco! O tempo passou rápido, minha mente voava.
        O telefone tocou exatamente às onze e meia. Ele era foda...
        - Bruno?
        - Não... Popeye!
        - Ah... Mudou.
        - Não, é que esqueci mesmo... hehehe... Tudo bem Dani?
        - Indo... Deixa eu ouvir...
        Eu afastei um pouco o celular. O piano tocava.
        - Sim... Tá bonita a noite aí?
        - Linda. Podia estar melhor, claro. Mas conta, como estão as coisas?
        - Calma... Que pressa.
        - Desculpa. Só queria saber.
        - Tudo bem. Tá tudo legal, meu lindo.
        - Que bom!
        - Bruno... Me conta uma coisa...
        - Fala?
        - Tu está na janela?
        - Sim! No mesmo lugar.
        - Me diz o que você vê lá fora... Lá embaixo?
        - Hã? Dani???
        - Caralho... Me fala.
        - Eu heim...
        Me virei prá fora... Tava me sentindo um idiota.
        - Bom... O de sempre meu... Os prédios acesos, movimento dos carros lá embaixo. Aquele silêncio gostoso aqui.
        - Nuvens?
        - Algumas...
        - Legal... Sabe? Adoro você com essa camisa?

        Meu coração acelerou.

        - O quê? Como?
        - Tu fica lindo assim...
        Me levantei assustado, olhando prá entrada do bar.
        Subindo as escadinhas lá vinha ele, lindo, sorrindo, devagarzinho!
        


        CAPÍTULO 34

        Passou pelo pianista e fez um sinal com a cabeça."No mesmo momento" ele começou a tocar a música que tínhamos ouvido semana anterior...
        - Cara, você é doido?
        - Sou sim velho... Doido por ti. Que saudade, porra!
        Ele me abraçou devagar, com cuidado, mas ao mesmo tempo me passando todo o desejo e necessidade que sentíamos.
        - O que aconteceu velho?
        - Depois te explico, senta aqui comigo. Não vamos demorar. Quero você lá em casa.
        - Poxa vida, não posso brincar de ser romântico não?
        - Pode... Eu gosto.
        Ele se sentou ao meu lado, pegou minha mão e se recostou, acompanhando a música.
        - Você tinha razão. É linda, e é nossa cara... Nossa história. Você me vê assim?
        - Muito Dani. É o que você é prá mim.
        - Lindo isso Bruno. Obrigado, cara!
        - Eu queria poder te beijar...
        - Contenha-se seu safado. Tu vai ter tempo...
        A música acabou e ele me puxou. Vamos lá ao Terraço. Quero te mostrar uma coisa... Saímos e passamos por um pequeno grupo de Japoneses fotografando. Sempre eles. Ele foi me conduzindo prá um lugar mais tranqüilo.
        Medo...
        - Dani... Aqui não.
        - hehehehehe! Você acha que sou um louco mesmo né?
        - E não é?
        Ele revirou o bolso...
        - Trouxe um presente prá ti...
        - Oba!
        - Me dá sua mão.
        Eu dei a direita.
        - A outra.
        Tremi...
        Ele segurou, deu um beijo sugando meu dedo e colocou uma aliança linda, única.
        - Sua vez... Toma.
        Eu peguei a aliança da mão dele e fiz o mesmo, de cabeça baixa. Estava com vergonha das minhas lágrimas. Ele levantou meu rosto e vi que chorava também... Me deu um beijo suave, tranqüilo, eterno...
        - Eu te amo meu rapaz.
        - Eu também.
        - Prá sempre juntos. Eu tô de volta. Não dá prá ficar sem você!
        Susto.
        - Dani? Você não pode...
        - Posso. Fiz. E tô muito, muito feliz, porra!
        - Cara, você...
        - Cala a boca e vamos embora daqui... Merecemos nossa lua de mel!
         Ao passarmos pelo lobby do bar, ele fez um aceno com a cabeça pro pianista.
        - Você é foda, velho... Como combinou tudo?
        - Cheguei mais cedo, antes de ti... Fácil.
        - E me esperou lá embaixo?
        - Hummm... Não. Na verdade, olha ali do lado...
        Eu me virei e dei uma olhada.
        O garçom do bar estava de lado, e deu um sorriso discreto.
        - Dani? Você?
        - Claro que não seu puto! Hehehehe... Mas vou te dizer uma coisa...
        - Porra, que susto. Fala...
        - Acho mesmo que precisamos voltar aqui mais vezes!
        Eu lhe dei um tapa no peito, e saímos sorrindo, mãos dadas, acho que as pessoas mais felizes do mundo naquele momento.
        Eu não tinha dúvida disso. Era mais que um sonho!
        Era um sonho real!
        E nossa música tocava prá sempre...

        - Vambora Dani... Tu tem muito prá me explicar...
        - Tá bom... Só depois que você acabar comigo!
        - Deixa comigo meu lindo... Deixa comigo.
        Voltando prá casa, janela do carro aberta, o vento no rosto.
        Era a noite mais linda da cidade. A primeira de muitas...
        Eternas noites.


FIM

EPÍLOGO

- MEU CONTO É FICTÍCIO OU REAL?
Meu conto é 60% ficção, 40% real... Por aí.
Esse relacionamento Bruno x Daniel não existiu. Ele é uma mix de dois relacionamentos que tive e aquele que quero ter, e que sonho ter. O intuito foi passar a idéia de algo que acredito muito: Que um relacionamento nos modifica sim, sem que necessariamente deixemos nossa essência de lado. O tão clichê "ceder" na verdade é estar aberto a aceitar o outro, moldar-se e moldá-lo, assumir riscos, arriscar-se, acreditar, crescer, sofre junto...
- QUEM SÃO BRUNO E DANIEL?
Bruno sou eu mesmo, com todas as neuras, inseguranças e crenças que tenho citadas acima. Meio careta, meio disposto a aventuras, romântico, fiel e disposto a acreditar. Chato às vezes. Pirracento sim. Otimista sempre. Já me ferrei sendo assim, e já me dei bem também. Assim é a vida.
Daniel é um sonho de consumo, rs... Ele não existe. Podem chorar... Ou, se existe, me avisem, por favor... É um personagem parte eu, parte alguém que existiu sim, parte o que gostaria de ser, parte o que gostaria que meu companheiro fosse... Moleque e sério, sensual e carente, amigo e amante, simples e ciente de seu potencial, falível, mas acima de tudo honesto.
- A ANA EXISTIU?
Sim, Ana existiu. É parte dos 40% reais do conto. A parte dela no conto foi exatamente como narrei, e minha reação também. Eu a venci deixando que ela própria se derrotasse, ou seja... Acreditando "nele" e apostando que ela não contasse com o fato de eu acreditar e encarar tudo. Foi tudo daquele jeito.
- MARCÃO é real também, muito real. Amigo de sempre, leal, companheiro prá sempre. Marcão, VALEU por tudo... Te amo cara! E não, nunca tivemos nada juntos. Ele é casado, muito feliz, resolvido pacas!
- NOSSAS VIAGENS também foram reais.
Todas as aventuras... A praia com as amigas lá no início, o Autorama, o Arpoador, o Hotel de Salvador... Tudo aconteceu, mas claro não com Daniel. Com duas pessoas diferentes, e o hotel de Salvador na verdade só a primeira parte, ou seja... Fui sozinho a trabalho, mas ainda voltarei prá realizar a parte a dois!!! Quem é de Salvador reconheceria o local. Um de meus "fetiches", se é que posso chamar assim.
E EU? E NÓS?
Eu moro em Sampa, estou sozinho, tenho 40 anos. Feliz, tranqüilo. Esperando. DANIEL continua solto por aí... Acreditem.
E sigam meu conselho... Fiquem de olho em todas as guaritas da vida... Olhos atentos... Abertos... Dispostos!
Acreditem no sonho real. Está bem aí, ao nosso redor.
É que às vezes a gente não presta atenção.

Bruno


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Comentários


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caio ijui Comentou em 10/05/2014

delicia

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paciente 09 Comentou em 10/05/2014

Muito bom parcero!!!

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netogyn Comentou em 08/05/2014

fiquei de pau duro e melado

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yuregorgeous Comentou em 07/05/2014

Que delicia de conto, fiquei louco aqui,rsrsrsrs,continua =)

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brulemme2 Comentou em 07/05/2014

Pessoal! Caso tenham curtido o conto, segue o link para o livro, onde conto mais detalhes da nossa história, mais aventuras, mais viagens. Se curtir dá uma passada por lá: https://clubedeautores/book/164544--O_Rapaz_da_guarita#.U2rWAoFdUbI Valeu! Abração. Brunno




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Ficha do conto

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Nome do conto:
O Rapaz da guarita

Codigo do conto:
46634

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
03/05/2014

Quant.de Votos:
10

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