O Rapaz da guarita (Parte 8)


CAPÍTULO 29

Segunda feira à noite... E eu estava um bagaço só.
Tínhamos passado o fim de semana inteiro na mudança, e como dava trabalho, cacete! Apesar de parecer pouca coisa, várias viagens foram necessárias prá colocar tudo dentro do meu "apertamento". E preferimos não recorrer a pessoas de fora, então fizemos tudo devagar e acabamos no Domingo à noite.
Eu tinha trabalhado prá caramba e já estava em casa. Estava ansioso em vê-lo chegar ao nosso ninho. Graças a Deus e à maneira que decidimos encarar o acontecido com a garota, a retomada vinha sendo bem mais tranqüila que pensei que pudesse ser. Claro que em alguns momentos ainda lembrava. Em outros o silêncio era constrangedor. Ele sempre dava um jeito de quebrar partindo prá sacanagem, ou pro carinho. E no final de semana em si, aí nem tivemos tempo de lembrarmos nada... Correria total.
Estava acabando de ajeitar algumas coisas no armário quando o ouvi abrindo a porta. Sorri de leve e ali fiquei. Veio o barulho de suas coisas sendo deixadas no sofá, e passos leves entrando.
- Bruno?
- Aqui no quarto, Dani...
- Oi meu lindo!
- Bem vindo ao nosso canto.
- Ah, que sonho... Como foi seu dia?
- Cara, tô podre, só o pó. Mas muito feliz.
- Eu também. Muuuuito feliz.
Ele me abraçou por trás e beijava meu pescoço, me apertando contra seu corpo.
- Calma moleque... Temos todo o tempo do mundo agora.
- Eu sei. Mas todo o tempo do mundo é pouco. Temos que aproveitar tudinho. Cada segundo.
- Olha... Poeta agora. Vamos jantar?
- Vamos.
Jantamos numa boa curtindo muito aquele momento.
- E você Dani, muito trampo?
Diante de tudo que acontecera, eu não tinha me inteirado de suas primeiras semanas no banco. Sabia que estava tudo bem, mas sem detalhes.
- Ah, tá legal. Claro que é muito mais puxado que a guarita, mas é muito melhor.
- E a galera?
- São legais. Mas como te falei, a gente mal tem tempo de se conhecer, trocar ideia. Cada dia um pouquinho... Tô focado em fazer tudo direito.
- Tá certo.
- Mas tô cansado velho. Tudo junto, ao mesmo tempo. Foda.
- Cara, sabe o que eu acho?
- Fala...
- Diante de tudo que a gente passou, a gente merece se dar um presente.
- É? Oba!
- Vem mais um feriado aí. Vamos viajar?
- Ah, Bruno... Adoraria cara. Mas tô duro. Tinha muito pouco tempo na empresa, o que eu peguei de acerto já foi nas coisinhas aqui. E salário, só mês que vem
- Meu presente.
- Bruno...
- Psiu.
Ele fez aquilo. Daquele jeito. Parou tudo, assumiu aquele ar sério e responsável.
- Bruno, me fala uma coisa...
- Diz.
- Tu não tem receio de eu estar te explorando?
Eu estava aprendendo com ele. Retribuí na mesma altura.
- Dani, você alguma vez já me explorou?
- Não.
- Por que estaria me explorando agora?
- Não disse que estou. Te perguntei se não tem medo disso.
- Não, não tenho.
- Nenhum?
- Nenhum.
- Por quê?
- Ah, Dani! Sei lá. Porque não. Sigo minha intuição, meu coração, sei lá... Eles dizem que não tenho que temer isso. Isso não.
- O que então?
- Ei, você não acha que esse papo tá ficando sério demais prá nossa primeira noite morando juntos?
Tive que concordar. Rimos juntos e prometi continuar depois.
- Mas e aí, vamos viajar?
- Você quer aventura?
- Hummm... Seria bom. Juntinhos.
- Onde? Rio de novo?
-Não. Quero que venha comigo prá Salvador.
- Uau. Porque lá?
- Porque sim. Tenho minhas razões.
Ele deu uma piscada sacana, se levantou e gingou como um Baiano. Remexeu-se num ritmo sensual e safado. E me puxou pro quarto.
Dois anos antes eu tinha feito uma viagem a trabalho à Salvador. Fiquei na terra da magia por uma semana, sozinho, hospedado em um grande hotel no Rio Vermelho, bairro boêmio da capital da Bahia.
Me lembro que fiquei encantado com a vista do hotel, pendurado em rochedos debruçados no mar. Todos os quartos com sacadas e varandas com vista para aquele mar de cor indefinida. Todo o recorte do litoral soteropolitano se descortinando até o Farol da Barra mais ao longe. Adorei minha estadia lá. E prometi a mim mesmo que um dia voltaria acompanhado, para curtir aquela vista, aquela varanda, aquele barulho das ondas se arrebentando nas pedras.
Desde que fomos ao Rio e vivemos tudo aquilo, prometi a mim mesmo que iria lá com Daniel. Veio a turbulência, e agora eu achava que merecíamos um pouco de descanso, de tempo juntos e de lenha no nosso lance. Lenha entre nós, e não intrusos.
Planejamos a viagem e passamos a semana já em ritmo de folga. Ele estava ansioso, seria sua primeira vez em Salvador.
- Bruno... Vamos fazer nossa listinha de lugares prá visitar?
- Ihhhh Dani, acho melhor não, cara. Serão só três dias e se te conheço bem, você vai querer aproveitar com outras coisas.
- Olha isso! Quem diria heim...
- Tô brincando. Aonde você quer ir?
- Pelo menos no Pelourinho e em Itapoã.
- Hehehehe. Como você é básico! Salvador tem muito mais...
- Eu sei, deve ter mesmo. Mas tu tá me podando.
- Tô não bobo. A cidade é grande, você vai ver. Mas a gente se ajeita e vai desbravar alguns cantos legais.
- Oba. Vamos provar o tempero Baiano!!!
- E se não.
Percebi em seu olhar que eu tinha despertado de novo nele aquela tara adormecida. Ele estava em devaneio, e sabia que já bolava altas aventuras.
E eu estava gostando daquilo.
E já nem me surpreendia mais.
Era Sexta Feira, hora do almoço.
Eu já estava muito mais prá lá do que prá cá. Ritmo a zero, louco prá viajar, descansar e sumir. Não só os acontecimentos da semana anterior tinham me consumido, mas o trampo também estava pesado.
Estava almoçando com Marcos. Ele tinha me dado a maior força no lance com a Ana e tinha comemorado pacas o desenrolar da coisa. Eu me sentia no dever de compartilhar com ele meu momento de felicidade agora.
- Poxa cara, quando eu voltar quero que vá jantar um dia com a gente lá em casa.
- Demorou velho, é só marcar. O Daniel não vai ficar com ciúmes?
- Que isso cara... Nem tem por quê. Ele sabe que você me deu a maior força, e ele não é ciumento não. E sabe que você não curte da fruta.
- Então tá. Me chama e vou sim. Mas e a Ana, nada?
- Nem sinal de fumaça. Às vezes isso me dá medo, tá muito quietinha. Foi mais fácil que eu imaginava. Eu, na verdade, não tive que fazer nada, você notou?
- Ah Bruno, não foi bem assim. Você foi estrategista cara. Não cair na dela no primeiro momento, quando ela inventou aqueles lances sobre ele e dar o bote final quando ele te contou, mandando que ele se decidisse... Eu diria que você fez sim. Bastante.
- É. Mas tudo foi em reação aos atos dela. Ela se ferrou sozinha.
- Mais ou menos. E você contou pro Dani do que ela inventou e falou dele?
- Então... Não contei ainda. Fico pensando se deveria, agora que ela se foi... O que acha?
- Acho que você deve contar, mas não agora. Não de forma que possa soar vingança ou ainda mágoa. Deixa passar. Deixa a coisa voltar ao normal. Ai conta sim. Ele precisa saber dela...
- É. Acho que sim...
- Você quer que eu os deixe em Congonhas?
- Relaxa cara, precisa não. Vamos de táxi.
- Já sabe, se precisar...
- Valeu, grande.
Voltamos ao trampo e o dia passou.
Era hora de voar prá Salvador!!!


CAPÍTULO 30

O Vôo foi tranqüilo, calmo. Em pouco mais de duas horas estávamos sobrevoando a cidade. A chegada em Salvador de avião sempre me emocionava. Aquela cidade meio "península" a Baía de todos os Santos adentrando a cidade velha, aquela orla imensa... Gostava daquela terra.
Daniel parecia uma criancinha ao meu lado no avião. Sua primeira viagem prá lá, eu tive que controlá-lo no avião. Em alguns momentos o filho da puta me provocava com sua cara de safado e pegadas sutis na perna, na cintura, toques leves nas mãos. Era uma puta química forte que rolava entre nós. Era bom.
Do aeroporto ao hotel foram uns 40 minutos. Passando por aquele corredor de bambus que nos recepciona logo estávamos na cidade. Prá gente que está acostumado às distâncias e congestionamentos paulistanos é incrível como tudo se torna perto e acessível.
Chegamos ao hotel por volta de umas oito da noite. Daniel abriu a boca quando nossa van subia a rampa que dava acesso ao saguão principal.
- Caraca Bruno! Bem que tu falou que ele era debruçado no mar!
- Você vai ver de dia cara... É lindo.
Nos instalamos no décimo quinto andar, na ala mais próxima da praia que dá vista para o farol da Barra bem lá longe. Nós largamos as malas no quarto e a primeira coisa que fiz foi abrir a janela da sacada e convidá-lo a apreciar aquilo.
- Meu, é lindo! E é perfeito...
- Hehehe... Não é?
- Porra Bruno... Como posso te agradecer cara?
- Quer mesmo saber?
- Hum hum...
- Pois então vou te dizer, meu lindo.
Eu me coloquei de frente prá ele e o beijei forte, colando meu corpo no dele. Segurei forte sua nuca e acariciava sua boca com minha língua, deixando que ele sentisse o prazer que eu sentia em tê-lo ali comigo. Ele me segurou pela cintura, forte, com as duas mãos, querendo me levar prá dentro do quarto...
- Ei rapaz... Calma. Ainda não. A gente vai aproveitar muito esse quarto. Essa sacada, essa vista!
- Porra, não vejo a hora!
- Nem eu! Mas vamos desfazer as malas.
Ele jogou os braços, cara de pidão, moleque triste, e entrou comigo...
- Prá que desfazer malas? Só três dias Bruno!
- Pára de reclamar moleque. São três dias, mas temos tempo.
- Hum...
Eu admito que era um chato com esse lance de hotel... Gostava de colocar minhas roupas nos cabides, deixar tudo certinho no banheiro, tirar tudo da mala e deixar como se aquele quarto fosse minha casa, pelo menos naqueles poucos dias... Neura, né? Ele se divertia, mas aceitou.
Depois que acabamos, fomos conhecer o hotel. Até a cobertura, com uma visão linda e toda a área social disponível... Piscina, academia, sauna, bares... Era bem grande. Não era luxuoso, mas era grande e dava prá aproveitar bastante.
- Onde vamos jantar?
- Vamos pegar um táxi e procurar alguma coisa aqui perto mesmo. Amanhã quero acordar cedo prá aproveitar! Cinco da matina o sol já tá brilhando aqui...
- Credo!
Ri gostoso com a cara de desespero dele.
- Quero acarajé!
- Opa... Tem uma barraquinha aqui perto mesmo, uma das melhores de Salvador, dizem... Dá prá ir a pé. Topas?
- Demorou.
Saímos, ele comeu o acarajé dele, eu belisquei, tomamos uma cerveja e voltamos pro hotel.
- Bruno... O que vamos fazer amanhã?
- Tava pensando assim... A gente vai prá praia de manhã e no fim de tarde vamos pro centro velho, Pelô. Quem sabe pegamos algum ensaio, jantamos lá vendo o movimento... Que tal?
- É perto daqui?
- Não muito. Mas dá certo.
- Fechou.
Eu me deitei e não tinha pressa, Estava mais que feliz em tê-lo ao meu lado, naquele local que tinha querido estar com alguém especial. Era como se estivesse realizando um sonho. O barulho das ondas arrebentando lá embaixo embalavam nossa noite. Me fez lembrar do Arpoador. Ele se deitou ao meu lado e me abraçou por trás. Me encaixei em seu corpo nu, puxei seu braço prá me enlaçar e deixei que nossas respirações entrassem no mesmo ritmo.
Não tínhamos pressa e ele sabia disso tanto quanto eu.
Pousou seu rosto ao lado do meu, me beijou bem devagar, se ajeitou no nosso ninho e sussurrou em meu ouvido.
- Te amo Bruno. Muito.
- Eu também meu nego!
Nossa primeira noite ali.
Acordamos bem cedinho, com os primeiros sinais de claridade no quarto vencendo a persiana pesada. A vontade que eu tinha era de ficar daquele jeito a vida inteira, com seu corpo junto ao meu, ainda preguiçoso, se alongando...
- Bom dia Dani...
- Oi... Dormiu bem?
- Nossa... Com você assim pertinho e esse barulho do mar ao fundo, caramba... Olha isso.
Levantei-me rapidamente antes que ele me segurasse a abri as cortinas. A claridade do dia invadiu nosso quarto de uma vez, aquela luz absurda e com aquele visual deslumbrante lá embaixo.
- Caramba!!!
Da nossa cama tínhamos a visão do mar azul quebrando nas pedras lá embaixo. Se chegássemos à sacada podíamos acompanhar a orla sul de Salvador - a praia do Rio Vermelho, Ondina mais ao longe e tantas outras que se formavam naquele trecho recortado do litoral. Lá embaixo, bem lá embaixo, o farol da barra.
- É lindo Bruno!
- Linda é sua cara de bobo!
Ele se virou e lançou aquele olhar, vindo gingando em minha direção. Segurou-me pela cintura e roçou seu corpo no meu.
- Só minha cara é linda?
- Não seu safado... Você inteiro é lindo.
- Repete.
- Ih... Carência de auto-afirmação agora moleque?
- Hehehehe... Vem cá, vai!
- Não. Ainda não. Eu estou esperando a hora certa. Você vai entender.
- Porra Bruno, quer me matar né? Olha meu estado!
Seu pau já dava sinais de alerta, meia bomba pendendo de lado, num convite irresistível. Tive que pedir força a todos os orixás prá não jogá-lo na cama ali mesmo e devorá-lo completamente, sem pressa.
- Veste alguma coisa e vamos pro café Dani. Temos muita coisa prá aproveitar. O dia tá lindo.
Entrei no banheiro e enquanto escovava os dentes ele remexia nas roupas. Quando voltei, ele estava encostado na janela trajando só um shortinho de pano leve, solto.
- Você vai assim?
- Algum problema?
- Nenhum... Não prá mim.
Muita gente ia engasgar naquele café da manhã... Ah, se ia...
De fato, foi até divertido notar os olhares desde o elevador. Sabendo de seu poder de sedução, ele tinha vestido uma regata justa, que ao mesmo tempo em que lhe conferia um pouco mais de pudor, só o deixava mais gostoso e bonito de se ver... No salão do café que ficava no subsolo do hotel, mas ainda assim ao nível do mar, acompanhei de rabo de olho a reação de algumas pessoas. Mulheres e homens. Era legal ver, pois não é que Daniel era um Deus grego, o homem mais bonito do mundo... Nada disso. Ele era bonito. Simplesmente bonito como muitos outros ali. Menos até que alguns. Mas tinha uma postura, uma altivez, uma personalidade naquele corpo e forma de caminhar, olhar, se mexer, que lhe conferia algo a mais. Ele sabia usar a sua simples beleza.
Nos servimos e fomos nos sentar em uma mesa perto da janela que dava pro mar. De lado pro salão.
- Dani... Você tem consciência que vai causar torcicolo em muita gente aqui, né?
- Hehe... Seu bobo. Quem quiser que sente de frente.
- Quanta maldade!
- Você sabia que tu também está lindo? E que uma certa moçoila lá da frente não para de TE encarar? Não tá nem aí prá mim.
- Sei...
Ele chegou mais junto na mesa e me cutucou com a perna por baixo da mesa.
Perigo!
- Bruno, já te falei. Pare de se menosprezar, ok? Aqui na Bahia, vou fazer você se dar conta do seu poder também... Se é que podemos chamar assim.
- Ai que medo!
- Tô falando sério meu lindo.
Ele pegou minha mão.
- Dani...
- Ei, sem frescuras, heim! Não vou atentar contra o pudor, fica tranqüilo. Não aqui.
- Cara, não sei por que ainda me desconcerto com suas atitudes.
- Também não. Bobeira viu, bobeira. Desista de se desconcertar!
Tive que rir.
Tomamos nosso café, subimos rapidamente e saímos prá explorar o centro velho de Salvador. Ele estava animado e excitado com tudo que via. Olhinhos devorando cada pedaço de arte e cultura daquele lugar.
E prestando atenção em tudo...
Andamos por todas aquelas ladeiras, ruelas estreitas, igrejas seculares. Atravessamos a Sé e descemos pelo elevador até o mercado modelo. Nos divertimos desbravando o artesanato e tudo que era oferecido. O dia passou rápido.
Por volta das quatro da tarde estávamos chegando ao hotel de novo. Exaustos.
- Caraca, velho... Bela caminhada. Tudo lindo!
- Curtiu?
- Muito... Tinha muita vontade de vir aqui sabia?
- Não... Aliás, acho que quase todo mundo tem né?
Eu joguei as coisas na poltrona e abri a cortina. O sol invadiu o quarto. Literalmente.
- Olha isso...
- Porra Bruno! A gente vai ter um pôr-do-sol particular...!
- Hãhã...
Ele sorria, me abraçou por trás.
- Agora entendo por que toda a preparação!
- Era isso que eu queria Dani. Fazer amos contigo aqui, de janelas abertas, com esse sol queimando a gente e esse mar ali embaixo!
Ele não me deixou completar. Me puxou com força e fome, revelando que não tinha sido tão fácil assim esperar. Rasgou minha camisa e me jogou na beirada da cama, descendo com sua boca pelo meu pescoço. Enquanto me beijava e explorava meu corpo com sua boca, com as mão foi me livrando da bermuda e em pouco tempo estávamos nus. Ele subiu com seu corpo colado ao meu e me beijou com força.
- Que fome de você velho! Quero fazer tudo contigo hoje!
- Vem meu macho safado. É a hora.
Ele me deitou e caiu de boca no meu cacete, já duro como pedra. Chupava com gula, engolindo até as bolas e tirando até a cabeça, boca bem aberta, molhada, sugando com força e fazendo barulho. Com suas mãos bolinava meus mamilos e não deixava uma parte de meu tórax sem ser tocado... Eu me contorcia. Também estava com saudade.
- Caralho, como é bom.
Sem perder tempo, puxei o grosso edredom que cobria o colchão e joguei no chão, bem perto da janela aberta. Do andar que estávamos podíamos fazer tudo ali literalmente a céu aberto, sem problemas de sermos vistos por qualquer pessoa. Se bem que isso não era problema prá ele. Jogamos todos os travesseiros no chão e aquilo virou nosso ninho.
Eu o fiz deitar de frente, segurei suas mãos acima de sua cabeça e joguei meu corpo sobre o dele. Comecei a beijá-lo pela nuca, descendo pelo seu rosto, contornando seu queixo até alcançar sua boca carnuda. Mordi sua orelha de leve e desci pelo pescoço.
Ele se contorcia e gemia alto.
- Caralho Bruno... Que tesão velho...
Não tinha pressa nenhuma. Enquanto minha língua descia pelo seu tórax abocanhando seus mamilos eretos, uma mão segurava as dele sobre a cabeça e a outra explorava as laterais de suas costas, suas coxas, sua bunda. Ao mesmo tempo meu pau rijo se esfregando no dele e aquele sol acariciando nossos corpos e os deixando ainda mais em brasa.
Desci com minha língua pela sua barriga e cheguei em seu caralho. Estava duro, rijo, já melado com as primeiras gotas de sua porra suculenta. Segurei suas bolas e a base e fiquei brincando com ele perto do meu rosto, passando por minha barba serrada e soprando de leve. Eu o observava de rabo de olho e sua feição de tesão e prazer quase me levava ao gozo... Era delicioso vê-lo tão entregue.
- Porra cara, eu não agüento...
- Calma... Ainda te quero muito mais!
- Me deixa então!
- Não. Minha vez.
- Ahahahah
Sem mais esperar, abocanhei seu cacete melado até a garganta. Ele soltou um gemido alto e forte e se contorceu, enrijecendo seus músculos. Com força libertou suas mãos da minha quase prisão e segurou minha cabeça, movendo sua virilha e fodendo minha boca.
- Chupa esse caralho meu macho... É todo seu. Faz o que só você sabe fazer assim!
- Gosta?
- Porra... Essa boca... Essa vista... Esse sol... Não vou agüentar cara...
- Goza meu macho... Me mostra seu tesão.
- Bruno... Eu... Ah... Vou...
Ele segurou minha cabeça forte e se curvou erguendo-se em minha direção. Senti o primeiro jato de seu gozo invadir minha boca, e tirei rapidamente. Eu queria ver o prazer no rosto dele! Os próximos jatos voaram até a altura de seu pescoço, enquanto ele gemia e se contorcia, me olhando com olhar de súplica e esfregando seu peito...
Era delicioso vê-lo em êxtase. Ele ainda se contorceu por alguns segundos, e parecia que não ia parar de gozar nunca...
- Caralho velho... Olha isso!
- Valeu a pena esperar hein?
- Porra se valeu! Mas não acabamos, certo? É a minha vez...
Ele me virou rapidamente, me colocando deitado de costas perto da sacada, encostado em duas almofadas. Levantou-se e veio se sentar em cima de mim, de frente, abrindo as pernas e encaixando meu cacete em seu cuzinho quente.
- Me come Bruno... Quero te ver gozar junto comigo de novo. Dentro de mim!
- Ah Dani, como eu te quero velho!
- Me mostra então!
Ele foi sentando e descendo sua bunda em meu pau, mexendo e rebolando sensualmente. Levantava seu corpo até quase tirar meu cacete de dentro dele, e depois sentava de novo, me fazendo quase pirar.
- Vem cá Bruno.
Ele me levantou, e ficamos com nossos corpos grudados, peito com peito, minha boca sugando a dele, nossas mãos passeando pelas nossas costas e nucas, num ritmo igual e perfeito. Seu pau duro de novo roçando minha barriga.
- Meu homem. Eu te amo cara!
- Eu também rapaz... Amo te dar prazer!
- Goza dentro de mim cara. Junto comigo, mais uma vez!
Acelerei o ritmo e comecei a bombar. Ele subia e descia mais rapidamente, e eu segurava forte sua cintura com as duas mãos, apertando-a e beijando sua boca com sofreguidão. Nós gemíamos e suávamos com o sol quente sobre nós... O mar arrebentando lá embaixo! Era como eu tinha pensado! O gozo veio do fundo, surgindo como uma onda incontrolável que passa por cada parte do seu corpo. Nos atingiu ao mesmo tempo e eu o vi gozando ao mesmo tempo em que esporrava dentro dele, puxando seu corpo mais forte junto ao meu. Caímos exaustos um do lado do outro...
- Caralho!!!
- Porra, essa foi a melhor velho!
- Nem fale...
Nos encostamos na janela, sacada aberta, sol quente e brisa forte nos acariciando. Ficamos assim, em silêncio, trocando beijos calmos e de mãos dadas até que o sol se pôs, lá no horizonte e as primeiras luzes da cidade se acendiam.
A noite vinha iluminada e linda.
Sem pressa.

CAPÍTULO 31

Quase dormi ali, e se tivesse dormido teria sido delicioso. Mas ele me despertou.
- Ei, meu amor...
- Oi. Tô vivo.
- Hehehe... Vamos tomar um banho?
- É bom né? Estamos acabados!
- Deliciosamente acabados.
A gente se banhou junto, ainda trocando carícias e carinhos, mas sem passarmos disso. Não precisava mais. Nos deitamos na cama e liguei a TV para acompanhar o noticiário. Ficamos assistindo juntos e trocando comentários e idéias sobre o que víamos e ouvíamos. Isso também era muito bom com ele.
- Dani, você tá a fim de sair?
- Essa noite?
- É...
- Bruno, tô mais que de boa. O que você acha da gente descer pro bar, tomar alguma coisa aqui mesmo?
- Beleza. A gente come alguma coisa aqui e amanhã se programa prá alguma coisa.
- Fechado.
Assim fizemos. No bar rolava uma MPB ao vivo, bem aconchegante e gostosa. Pedimos uma bebida e ficamos conversando e ouvindo juntos. Foi aí que ele passou...
Por incrível que pareça, eu fui o primeiro a notar.
Era alto. Devia ter por volta de 1,90. Moreno escuro, quase mulato. Cor da terra. Tinha o cabelo raspado em máquina zero, traços fortes. Corpo magro que se revelava definido em sua camiseta justa e coxas lisas e torneadas. Usava um short curto, como o que Dani gostava de exibir. Ele passou por nós, fez um movimento com a cabeça e soltou um sorriso discreto, mas bonito. Dentes branquíssimos.
Sentou-se do outro lado do bar, de frente prá gente. Notei que me olhava.
- Vou ficar com ciúme Bruno.
- Bobo... Não precisa.
- Gostou dele?
- Poxa Dani, é presença né?
- É sim... Bonito. Gostoso.
- Eu que vou ficar com ciúme agora.
- E ele não pára de olhar. Prá você.
- Prá mim?
- Bruno...
- Você tá viajando!
Desconversei e tratei de retomar o papo com ele, e prestar atenção na música. Mas aquela bela espécie de certa forma remoia minha imaginação.
- Bruno?
- Oi...
- Olha só...
- Fala Dani.
- Essa presa é sua! Sua vez, rapaz.
Eu o encarei. Seu olhar era sério. Aquele olhar.
- Você tem certeza?
- Toda.
- Ok... Amanhã.
Estávamos prestes a dormir, quarto apagado, de pé na sacada vendo a noite linda, o mar lá embaixo, Salvador ainda correndo e acontecendo lá embaixo. Observávamos também o movimento lá na piscina, ainda com algumas pessoas sentadas no deck e conversando. Elas com certeza não nos viam.
- Poxa seu amarelão. Tu devia ter ido falar com o gato.
- Prá que a pressa? Vai ter tempo.
- Porra Bruno, esse hotel é imenso. E se tu não o encontrar mais. E se ele for embora?
- Caramba... Parece que você tá mais preocupado que eu. Se ele for embora, paciência. Mas tenho quase certeza que ele não vai, e que a gente vai se topar de novo.
- Vamos ver.
- E olha só. Ainda não sou descolado como você não. Preciso me preparar. E se eu levar um fora?
- Eu pego ele na rua!
- Hehehehe... Que bravinho.
- Deixa de ser bobo Bruno. O cara deu o maior mole!
- Então... Vamos ver, ok? Deixa rolar.
- Beleza. Mas fica mais esperto viu?
- Pronto... Era só o que me faltava.
Nós fomos dormir por volta da uma da madrugada, não sem antes ainda abordar o assunto. Ele me garantiu que queria repetir a experiência do Rio, mas que eu seria o "caçador". Me senti meio mal, mas mais uma vez a vontade de ver aquilo acontecer era real e clara prá mim. Mais uma vez me surpreendi com minha mudança, e com a forma que encarava essa situação.
- Dani?
- Oi insone...
- Me promete uma coisa.
- Fala, zumbi!
- Se você não quiser mais, quando não quiser mais, me fala...
- Você tá falando do quê?
- Desse lance, uma terceira pessoa.
- Bruno... Eu só não vou querer mais se tu não for a "primeira" pessoa do lance. Do contrário, tô dentro velho. Adoro.
- Seu puto.
- Sou sim. Seu putinho favorito.
- Convencido.
- Chega, moleque. Dorme agora... Amanhã vamos precisar estar cheios de energia.
Ele passou o braço pelo meu peito, encostou seu rosto no meu e me beijou suavemente.
- Dorme bem...
- Você também.
Dormi uma noite perfeita.
No dia seguinte estávamos no salão do café da manhã quando ele apareceu. Estava tão bonito quanto, numa bermuda branca que realçava sua cor do pecado. Passou propositalmente pela nossa mesa com o mesmo balançar da cabeça, sorriso leve e foi se sentar ao fundo do salão. Dessa vez de lado.
- Bruno, não vai deixar escapar hein...
- Sossega Dani. Já falei. Se você me encher o saco, desencano.
- Ok. Não tá mais aqui quem falou.
- Hehehehe... Fácil assim!
Durante o café trocamos olhares furtivos. Ele acabou antes de nós, passou mais uma vez pela nossa mesa e saiu em direção à piscina que ficava ao lado. Como todo o salão era de vidro, notei que ele encostou-se à mureta que separava a área da piscina das rochas onde o mar arrebentava e ficou lá, de vez em quando nos buscando com o olhar.
Me levantei.
- Me espera aqui.
- Oba... Boa sorte.
Atravessei o salão e fui de encontro a ele. Só havia mais um casal na área externa, mas do lado oposto a onde ele estava e estavam entretidos tirando fotos. Cheguei firme por fora e uma gelatina por dentro. Foda ser um aprendiz...
- Opa...
- E aí!
- Beleza cara? Prazer, Bruno.
- Valeu Bruno. Cauã.
Até o nome era bonito!
- Você é daqui Cauã?
- Não velho. Bom, sou nascido aqui, mas morando em Recife. E você?
- São Paulo.
- Terra boa!
- É... Correria louca, mas boa.
- Fica até quando?
- Até Segunda.
- Eu também...
Um silênciosinho chato...
- É seu namorado?
- É sim. E você, tá sozinho?
- Tô. Tenho namorada lá, mas ela não pode vir.
- Sei.
...
Eu tinha que conseguir!
- Então cara... Não tá a fim de colar no nosso quarto hoje mais tarde?
Ele sorriu um sorriso lindo.
- Hum... Podemos fazer diferente. Pode ser no meu?
- Pode, sem problema.
- Estou no 1709
- Legal. Te dou um toque no telefone, por volta de umas nove. Pode ser?
- Pode, mas só uma coisa...
- Fala...
Não acreditava que tinha sido tão direto. Nem tão difícil foi!
- Bruno... Te espero por volta das sete. Sozinho.
Acho que não consegui disfarçar meu choque. Apertei sua mão, me despedi e saí meio de lado.
Voltei pro salão atordoado.

CAPÍTULO 32

"Te espero por volta das sete. Sozinho."
Aquilo ficou martelando em minha cabeça. Dei uma enrolada básica indo até ao banheiro antes de voltar à mesa do café e encarar Daniel.
Caraca, porque me enfiava nessas paradas?
O que ele diria ou pensaria disso?
Melhor inventar uma história e dizer que não tinha rolado ou contar a verdade? E se ele topasse com o cara e soubesse a verdade? Poderia achar que escondi algo dele?
Voltei prá mesa e ele estava com a ansiedade estampada em seu rosto.
- E aí? Como se saiu?
- Acho que bem.
- Olha só... Me conta tudo. Vai rolar?
Segundos que pareceram durar uma hora...
- Hum... Não. Não vai rolar Dani!
- Porra, velho, eu jurava que ele jogava no nosso time.
- E até joga. Mas impôs umas regrinhas que não curti.
- Conta... Conta!
Na sua cara de safado ele já imaginava mil coisas. Toparia todas elas.
- Dani. Vamos subir e te conto tudo.
- Beleza.
Nós subimos e me recostei na poltrona, perto da janela aberta. Ele se sentou no chão.
- E aí, ele quer brinquedinhos?
- Não Dani. Ele quer uma coisa a dois.
Ele ficou sério.
- Só um de nós? Só você?
- É. Só eu.
Notei em sua expressão que ele estava confuso. Decepcionado também.
- E você topou?
- Claro que não, Dani! Não respondi nada, fui pego de surpresa, mas é óbvio que não vou.
Ele olhava pro horizonte. Olhar fixo no mar azul lá embaixo.
- E porque não?
- Como? O que você quer dizer?
- Porque tu não vai? Tu curtiu ele, não curtiu? Ele te curtiu também. Se tiver vontade, vai firme.
- Daniel... Não tô entendendo nada!
- É isso que tô te falando velho. Se quiser, vai de boa. Eu já fiz isso contigo né?
- Já?
- Com a Ana, cara... Não é a mesma coisa?
- Não Dani... Completamente diferente.
Eu estava quase com raiva. Não acreditava que ele estava aceitando, quase propondo aquilo.
- Como assim diferente, Bruno?
- Dani... Você me disse que foi seduzido cara. Era sua ex- namorada. Era uma mulher. Você caiu no jogo dela, se arrependeu depois e veio me contar.
- Não sei se é tão diferente assim.
- E você acha que o fato de ter cometido esse deslize com ela me permite te pagar com a mesma moeda? Não acha que depois será sua vez, e assim a gente entra numa roleta russa?
- Eu não vou querer te pagar com a mesma moeda. Você também está me contando, antes ainda. Não é traição.
- Daniel...!
Ele se levantou e veio em minha direção. Sentou-se no chão entre minhas pernas. Me olhava bem fundo nos olhos.
- Bruno, escuta. Não estou dizendo que quero que você vá. Só estou dizendo que entenderia se você fosse.
- Lembra o que você me disse quando te pedi para me dizer quando não estivesse mais a fim dessas paradas?
- Me ajuda...
- Porra!
- Ah, vai... Falei muita coisa!
- Você me disse que só deixaria de gostar se eu não fosse a primeira pessoa do lance a três, ou a quatro. E agora me propõe te tirar da jogada, e fazer algo sem você, sem que seja a parte principal dessa nossa brincadeira.
- Ei, ei... Não estou te propondo nada.
Eu estava assustado. A reação dele tinha me surpreendido mesmo.
- Dani, me diz uma coisa.
- Fala...
- Se fosse você. Se tivesse curtido ele, e ele tivesse feito a proposta. Se tivesse vindo até mim, e eu tivesse reagido dessa forma que você reagiu, e te "liberado" para ir fundo se quisesse...
- Hã...
- Você iria?
Ele me olhou mais uma vez. Levantou-se e encostou-se à sacada, de frente prá mim.
Eu tinha medo da resposta...

------------ continua ------------


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Comentários


foto perfil usuario armagedom2000

armagedom2000 Comentou em 26/06/2014

Ió c vira esa bok p la emoçoes finais c ta loco ainda tm q tr mt coisa lela fren

foto perfil usuario victor1607

victor1607 Comentou em 19/06/2014

Emoções finais,tenso...




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Ficha do conto

Foto Perfil brunno lemme
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Nome do conto:
O Rapaz da guarita (Parte 8)

Codigo do conto:
48775

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
18/06/2014

Quant.de Votos:
3

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