-Augusto, você e seu amigo vão passar quanto tempo aqui? Ainda podíamos passear mais um pouco.
A prima dele caminhava ao nosso lado enquanto descíamos o fundo da igreja do Sr Bonfim em direção ao restaurante que prometia o melhor pirão de leite com carne do sol da região.
-Nosso voo retorna domingo de tarde mesmo. Rafa trabalha segunda. Eu como estudei, estou de folga, trabalho terça.
Rimos. Ele deu aquele sorriso de lado pra mim e eu me derreti um pouco.
-Verdade Bia. Estudei pouco. Por isso estou passeando em Salvador indo pra um restaurante sábado de tarde com essa vista para Baia de Todos os Santos.
Abri os braços como se em um átimo fosse possível absorver aquela vista.
Bia deu um murinho de leve no braço dele. Sorriu contrafeito para nós, meneando a cabeça, como se eu tivesse ganhado uma corrida da qual apenas nós dois participávamos.
Efetivamente a promessa estava cumprida. A união daqueles dois pratos conseguia fazer daquele vista um deleite... Tudo combinava. O tempo, o Sol, a luz, a companhia, a carne e o pirão. Uma comunhão abençoada por todos os santos e principalmente por Nosso Senhor do Bomfim. Acho que eu estava em alguma medida apaixonado por aquele urso.
-Como vocês se conheceram?
Na mesa, aquela pergunta gerou, como sempre gerava, uma confusão e um estranhamento. Ele tomou a frente, já que eu estava com a boca cheia de comida.
-Uma amiga dele é minha vizinha. Batemos um papo, tínhamos muita coisa em comum e a amizade surgiu.
Aquela narrativa abusava do limite tênue que existia entre a verdade propriamente dita e uma história bem contada.
-Legal Augusto! Rafa você parece ser uma pessoa muito gente boa. Gostei de ti.
-Brigado Bia.
Foi impossível agradecer sem um leve rubor.
Nos despedimos daquela tarde deliciosa com uma cerveja num dos terminais de integração de Salvador. Pegamos um ônibus de volta para o hotel enquanto ela seguia em direção ao subúrbio.
-Será que sua prima desconfiou de algo?!
O som do ônibus além do movimento mais calmo de um sábado a noite dificultava que outras pessoas ouvissem a conversa.
-Rafa. Temos mais de 18 anos e pagamos nossas contas. O que ela pensa ou deixa de pensar é problema dela.
Permaneci em silêncio aguardando que ele o quebrasse.
-O que me interessa é te pegar de 4 naquele sofá.
Ele falou um pouco mais baixo e mais perto de mim. Meu coração acelerou e pude sentir a cadência da batida no meu pau e no meu rabo.
-Você me controlou na hora da transa, tomou a frente. Agora sou eu que vou comandar. Você me deve obediência novinho.
E aquele sorriso que estrava tudo. Se pudesse eu dava pra ele no meio do ônibus. A viagem demorou mais alguns minutos, assim como a chegada ao nosso quarto. Enquanto isso não deixava de olhar a mala marcada no short dele e a cara de safado que ele fazia ao me olhar. Quase me comendo com os olhos.
Descemos no ponto e caminhamos mais alguns minutos até o hotel.
-Podíamos tentar, na volta, fazer sexo no banheiro do avião. Quê que você acha novinho?
A ideia era boa, mas eu estraguei com uma risada alta.
-Poderia ser Sr... Mas com o seu tamanho não caberíamos.
Ele pesava perto de 100kg, um verdadeiro urso. Subimos os andares e o deixei passar enquanto fechava a porta do quarto.
-O Sr me disse que tinha uma ideia sobre a nossa chegada...
Fiz uma cara de desentendido para ele.
-Eu?
Ele entrou no jogo.
-Alguma coisa sobre um sofá, sobre uma posição... Algo nesse sentido.
Me aproximei, envolvi seu pescoço nos meus braços e nossos corpos foram colando.
-Eu devo ter dito algo sobre isso sim... Mas agora não me lembro bem...
Sentia seu pau duro na minha perna.
-Como será que eu poderia lhe relembrar Sr?
A boca dele estava na minha orelha.
-Chupa meu pau novinho.