Por insistência de Alice fui a me arrumei e fui com ela e seu namorado para “descontrair”. A noite já não começou muito bem, pois fomos na única boate da cidade ou seja a boate onde Alexandre e eu nos encontramos pela primeira vez fora do meu trabalho. Na boate fui apresentado a Miguel amigo de Joshua, depois de conversarmos um pouco Miguel me chama para dançar. Estávamos dançando Miguel e eu quando de repente senti um puxão, abri os olhos e vi Miguel sendo empurrado enquanto ouvia uma voz conhecida gritar.
_ Flavio! Flavio! O Que você esta fazendo solta ele!
E A voz era dele Alexandre.
_ Não temos mais nada Alexandre! Esta me seguindo?
Perguntei.
_ Sim estou, porquê, estava fazendo algo de errado?
Perguntou com voz embargada Alexandre.
_ Cara se liga! Perdeu, aceita!
Disse Miguel.
_ Não se mete, não esta vendo que isso é entre namorados?
Diz Alexandre.
_ Não somos mais namorados Alexandre!
Respondo.
_ É só uma crise, tenho certeza que se você deixar eu te explicar...
Tenta Alexandre.
_ Esse papinho de novo Alexandre? Não tem mais nada ha ser explicado.
Digo.
_ Mas eu te amo e não vou abrir mão de mais nada da minha vida!
Diz Alexandre me colocando de frente a ele me segurando firme com os dois braços e tenta me beijar. De inicio tento me livrar de suas garras, mas ele é forte nunca havia me segurado daquela forma digo que esta me machucando, mas ele ignora sua boca vem se aproximando, sinto seu cheiro, seu perfume cada vez mais perto o cheiro de alcool vindo de sua boca, os pelos de seu peito saindo pela camisa com botões abertos a música que dançamos pela primeira vez começa a tocar e por um instante o mundo para.
Como que se eu tivesse entrado em um transe todos a minha volta somem, so vejo ele, so sinto o cheiro que ele exala, a musica que dançamos nos embala, meu corpo relaxa e não estou mais sendo apertado por Alexandre estou sendo amparado, me puxa para mais perto de seu corpo quente sinto seus braços me envolvendo, me abraçando. Por milímetros quase seus lábios tocam os meus então novamente sinto um empurrão.
_ Larga!
Miguel grita me empurra me afastando de Alexandre que é empurrado na direção contraria e por estar meio bêbado vai se afastando quase caindo tentando recobrar o equilíbrio.
Miguel vem para meu lado coloca as mãos em meus ombros e me pergunta se estou bem, mas confesso que naquele momento não consigo tirar os olhos de Alexandre preocupado com ele.
_ Sim... Sim estou bem, acho melhor sairmos daqui... Alexandre, não!
Grito para Alexandre não fazer o que pretendia, pois ele conseguiu recuperar um pouco do equilíbrio embora estivesse visivelmente embriagado apoiando se em uma coluna. Mas ao ver Miguel junto a mim, Alexandre muda seu semblante para algo raivoso e vem para cima de Miguel com os punhos cerrados. Tento impedi lo, mas é tarde demais. Miguel se vira a tempo de bloquear o golpe disparado sem técnica por Alexandre e o golpeia em cheio acertando o com um soco na cara. Era para ser mais de um , mas eu puxo Miguel e me ponho na frente de Alexandre gritando para que parassem com aquilo.
_ Quer saber? Que vocês se resolvam! Se você quisesse realmente seguir em frente ficaria ao meu lado, mas ta na cara que ainda gosta dele. Pra mim ja deu!
Alexandre tenta se levantar gemendo de dor, mas não consegue tento levanta lo, mas ele é pesado para mim sozinho, mas logo conto com a ajuda de um segurança da boate que nos orienta a deixar o lugar.
Alice se aproxima e bem baixo pergunta para mim.
_ O que pensa que esta fazendo?
_ Eu não posso deixa lo aqui neste estado e se ele resolver dirigir?
Respondo.
_ chama um taxi para ele, um carro de aplicativo.
Diz Alice.
_ Você esta em qual hotel?
Pergunto a Alexandre.
_ Pensei que fosse me levar para nosso apartamento.
Diz Alexandre com um sorriso numa mistura de safadeza, dor e álcool. Com um gemido de dor. Sua boca e bochecha ja um pouco inchados um pouco de sangue devido a um corte no lábio inferior. Confesso que doía meu coração vê lo daquele jeito. Cabelos um pouco arrepiados, maior e sem o habitual arrumado, a barba ja grande desleixada era visível que ele não estava bem, mas eu também não e a culpa era dele. Todos esses pensamentos e sentimentos passando ao mesmo tempo em minha mente. Voltei a mim e respondi com um semblante sério e um tom de voz firme.
_ Meu apartamento e não, não vou te levar para la. Não confunda as coisas. Não estou te perdoando, não esqueci o que fez comigo e muito menos voltando com você! Nos terminamos, estou te ajudando como faria com qualquer pessoa.
_ É serio que você sai ajudando a todos os bêbados de coração partido que são agredidos em boates por defender seu amor?
Pergunta Alexandre com claro uma dicção não tão boa por conta da bebida.
_ Quer que eu te deixe aqui?
Pergunto em tom firme.
_ Não, tudo bem. Ja entendi. Estou na imobiliária, no apartamento modelo.
_ Joshua é perto daqui, você por favor nos leva?
Joshua olha para Alice que assente com a cabeça e ele responde.
_ Claro, vem o carro esta ali do outro lado. Eu te ajudo!
_ Valeu cara!
Agradece Alexandre.
_ É o mínimo depois que meu amigo arrebentou sua cara.
Diz Joshua.
_ Ei você estava arrumando homem para meu namorado?
Pergunta Alexandre.
_ Não eu não, a ideia foi da...
_ Joshua chega! É so levar, deixar e irmos embora!
Diz Alice irritada.
_ Alexandre por favor calinho ok?
Digo a Alexandre.
_ Tudo o que você mandar meu amor!
Diz Alexandre batendo continência para mim.
Joshua sai com o carro e logo chegamos pois era bem perto. Vantagens de morar em uma cidade pequena.
Joshua me ajuda a levar Alexandre ate a cama Alice da porta do quarto diz com voz de autoridade.
_ Agora vamos!
Vou me levantando pois estava sentado na cama para ajeitar melhor Alexandre quando ele delicadamente pega em minha mão e diz.
_ Fica so mais um pouco.
_ Flavio!
Diz Alice da porta me chamando.
_ Vou pegar um pouco de gelo para você.
Sai do quarto e Alice me interroga.
_ É serio isso Flavio? O que esta acontecendo? Ele bebe e você que se embebeda? Esqueceu o que aquele cara te fez?
_ Não, não esqueci Alice, mas ele esta machucado...
_ Foda se! Ele mereceu, na minha opinião foi pouco! E você nem em sonho pense em me trair porque não vai precisar de outro homem para te dar um corretivo não eu mesma faço o serviço esta entendido?
_ Sim senhora!
Responde Josua levantando as mãos.
_ Você não intende Alice...
_Você o ama! Eu sei esta na cara.
_ Eu sei o que ele fez e não vou voltar com ele, mas...
É difícil conter as lágrimas. Alice me abraça e me conforta.
_ Ei calma, eu sei esta sendo uma fase difícil, mas você consegue, vai superar isso, mas precisa se afastar dele para isso.
_ Não sou eu que estou seguindo ele.
_ Ele esta te seguindo?
_ No começo achei que era impressão minha.
_ Vou ter que ter uma conversinha com esse sujeito!
_ Não, Alice espera. Deixa eu falo com ele.
_ Acho melhor você convencer ele do contrário falo com meu pai e vejo o que posso fazer com ele, importação, ameaça, sei la, mas não vou deixar esse cara estragar mais a sua vida. Você não merece isso.
_ Obrigado amiga também te amo viu! Vou la entregar o gelo para ele e ja vamos embora, podem me esperar no carro.
Eu disse a meus amigos. Limpei minhas lágrimas, respirei fundo e entrei no quarto.
_ Toma coloca o gelo ai e não se meta mais em confusão! Trousse um copo de água também para caso você tenha algum analgésico ai.
_ Tenho sim esta naquela maleta branca ali.
Disse Alexandre.
Fui la e peguei a maleta achei um analgésico entreguei a Alexandre que bebeu com um pouco de dificuldade devido ao corte no lábio. Tinha uma pomada e passei com cuidado enquanto Alexandre sentia dores, mas tentava conter suas reações não tendo tanto êxito.
_ Desculpa, mas ajuda a cicatrizar.
_ Não se desculpe é tão bom ter você aqui cuidando de mim.
Diz Alexandre tocando em minha mão que ainda esta em seu rosto passando a pomada.
_ Agora entendo o que você quis dizer com querer cuidar mais de você, que tinha cuidado muito dos outros.
Digo abaixando a cabeça e tirando a mão do rosto de Alexandre.
_ Eu sei que você pensa que sou um mal caráter, mas não sou.
_ Alexandre...
_ Deixa eu falar, quando eu conheci ele não era como esta hoje e não digo so doente e mais velho. Quando eu conheci ele era um homem envolvente, sedutor, maduro, cheio de vida. Eu estava em uma situação complicada, sem meus pais ele me ofereceu emprego, me ajudou a entrar na imobiliária onde ele trabalhava e me ensinou o oficio. Não foi do dia para noite, nos envolvemos era difícil resistir ao charme dele. Quando começamos a nos relacionar saiamos, viajávamos, ele cuidava de mim como nenhuma outra pessoa tinha feito antes eu estava encantado com ele e tudo que tinha me proporcionado e quis retribuir. Eu o instiguei e ajudei ele abrir sua própria imobiliária trabalhei arduamente ao seu lado com isso o tempo foi passando ele foi envelhecendo, adoecendo, mas isso não foi o pior o pior foi vê lo se afastar de mim. Não queria minha ajuda, não queria mais sair, viajar, sempre cansado, meses sem me tocar e evitando quando eu o procurava sexualmente ele foi se afastando de mim.
Acho que foi o jeito dele de me mandar ir embora, mas quando ele percebeu que eu ja estava distante pois tinha me interessado por outro e ele ia me perder de vez ele não aguentou, seu estado de saúde piorou, começou a querer mais atenção, se afastou definitivamente da empresa e queria mais minha presença acho que ele percebeu que eu estava com você aqui.
_ Tudo bem Alexandre você pode ate não ter tido a intenção de magoar ninguém, mas magoou. Não precisava ser assim. Se seu relacionamento ja tinha acabado poderia ter dito isso a ele e ficado comigo. Seu erro foi querer ter tudo!
_ Eu sei, eu errei, mas eu não estava mais com ele como marido eu não podia deixa lo só ele precisava e ainda precisa de cuidados não tem mais ninguém para fazer isso ele não tem família.
_ Infelizmente as vezes temos que tomar difíceis decisões e convivermos com as consequências.
Me levantei e fui indo embora Alexandre geme de dor tento, mas não consigo não olhar para trás. Com um olhar de carente ele me pede outro analgésico me aproximo e digo que é melhor ele aguardar um tempo que o remédio logo fara eleito. Alexandre pede para eu passar mais pomada, sei que é só carência, uma desculpa, mas eu também estou frágil e cedo.
Passo pomada em sua bochecha acariciando sua barba, passo meus dedos em seus lábios delicadamente. Sinto vontade de beija lo, mas não o faço. Alexandre vai fechando o olho e diz respirando profundamente relaxando o corpo.
_ Eu te amo!
Continua...
Autor: Mrpr2