Amando um Roqueiro - XXXI


Quando chego no apartamento de Davi, Caveira me atende ja vou empurrando ele entrando e gritando:
_ Aonde ele está? Aonde ele está? Cade o Davi!
Ja vou entrando apartamento a dentro, abro a porta do quarto de Davi que está la na cama com o braço engessado.
_ Sério Davi? Porquê, Davi? Porque?
_ Eu precisava de dinheiro, minha mãe disse que não me daria nem mais um centavo, que era para eu me virar. Eu me virei.
_ Estou vendo, virou saco de pancada de traficante e logo logo vai virar mais um corpo jogado por ai. È isso que você quer Davi? Você quer morrer?
_ Claro que não Edu, mas o que eu poderia fazer?
_ Trabalhar como todo mundo faz?
_ Eu estou trabalhando sabe quanto eu ganho trabalhando o dia todo? Mal da para eu pagar as contas fixas, aluguel, energia condomínio...
_ Mas e o Caveira? Não está ajudando?
_ O Caveira fica mais a toa que empregado, sabe como as pessoas tem preconceito com quem tem tatuagem, ainda mais ele que tatuou o rosto.
_ Então você teria que arrumar outra pessoa, outro lugar, aqui não é um lugar barato nós alugamos porque não conhecíamos bem a cidade, depois ficou perto da faculdade, do meu trabalho e tínhamos o dinheiro suficiente mesmo sendo apertado.
_ Eu gosto daqui e o caveira foi expulso de casa, não posso expulsar ele daqui também.
_ Ok tudo bem e quem vai sustentar tudo isso? Hã? Me diga vai!
_ Eu não sei…
_ Chega Davi, eu vou ligar para sua mãe e você vai voltar para Lagoa Azul.
_ Não, você não pode fazer isso Edu.
_ Porque você não me ligou?
_ Eu não queria preocupar você.
_ Como acha que eu estou agora? como acha que eu fiquei quando descobri Davi? Seu irresponsável!
_ Me desculpa, não foi minha intenção.
_ Então para começar me da o dinheiro para pagar o Rubão.
_ Eu não tenho dinheiro.
_ O que? como assim não tem dinheiro? Então me da a mercadoria que eu devolvo.
_ Não tem mais.
_ Como assim Davi? ou você tem a mercadoria ou o dinheiro. A não ser que...Eu não acredito Davi! Você usou?
_ Eu e uns amigos… nos…
Passei a mão no rosto e espalmando a mão para Davi disse com muita raiva.
_ Não fala mais nada, só arruma as suas coisas.
Sai do quarto e fui para a cozinha beber água ou eu ia ter um avc.
Meu celular toca, eu atendo e era Katia.
_ Alo Edu? Edu você está bem, o Davi está bem? O que está acontecendo?
Explico a ela resumidamente o que aconteceu e como Davi esta, ouço a voz de George ao fundo pedindo para perguntar se é para ele vir me buscar ou se eu iria voltar com o Podrão, mas digo a Katia que vou passar a noite la. katia começa a gritar comigo e desligou a ligação.
Bebo água como um pedaço de pizza que encontro na geladeira e deito no sofá tentando dormir. Ja era de madrugada quando percebo alguém me cobrindo era Davi. Finjo que continuo a dormir. Ele com um braço so segurando a coberta me cobre, me da um beijo na testa e volta para seu quarto mancando.
No outro dia de manhã acordo cedo, olho nos armarios e não ha nada para tomar cafe da manha. na verdade o pedaço de pizza que eu tinha comido na noite anterior era a única coisa que tinha para se comer em todo o apartamento. Resolvo ir a padaria comprar algo para tomar café da manhã quando encontro com Seu George o porteiro.
_ Vala me seu Edu! Que bom que o senhor voltou. Não sabe o furdunço que estava aqui.
_ O que está acontecendo seu George?
_ Não é fazendo mexerico não, que o senhor sabe que não sou disso, mas é uma bagunça, aquelas musicas esquesitas com um homem da voz grossa gemendo, um povo... Olha seu Edu não é falando mal não, mas é um povo esquisito, rasgado de preto você não sabe se esta no Halloween ou no inferno. E olhe te digo mais se o senhor não volta acho que o dono não ia deixar o seu Davi nem completar o mês.
_ Por isso o Davi insistia para eu avisar quando vinha e aquela bagunça imensa sempre no apartamento.
_ Bagunça? Tava dando até bixo seu Edu! A Consuelo disse que quase não conseguiu limpar o apartamento da última vez e que não sabe se vai aceitar uma próxima não viu.
_ Obrigado seu George prometo que vou dar um jeito nisso, qualquer coisa é so me ligar que eu venho o mais rápido possível.
Estava saindo quando Katia aparece no carro de Nagila.
_ Edu! Me espera que preciso falar com você.
_ Obrigada linda, bom trabalho!
Se despede de Nagila com um beijo. Nagila me cumprimenta e vai embora.
_ Parece que estão se dando bem.
_ Muito, ela é incrível, mas não foi de nós duas que eu vim falar.
_ O que aconteceu?
Pergunto a Katia.
_ O que aconteceu? O que aconteceu pergunto eu, mais ainda o que está fazendo aqui, quer acabar com seu relacionamento garoto? Está achando que homem bom feito o George da em árvore, se acha na esquina?
_ O Davi foi agredido Katia, ele foi espancado!
_ Rezando ele não estava, certamente.
_ Não fala assim Katia.
_ Falo, eu falo sim! Toda fez que esse porra se ferrar você vai vir correndo?
_ Katia...
_ Katia não, nós vamos subir agora naquela apartamento eu quero ver e ouvir com meus olhos e ouvidos você descascar aquele bosta e tirar ele da sua vida pra sempre, vem vamos!
Diz Katia pegando em meu braço.
_ Não tem nada de Katia, não! Vamos la agora!
_ Amiga vou comprar o café da manhã e depois resolver tudo. Vou ligar para a mãe dele e ver se ela busca ele e da o dinheiro para pagar o traficante. Ele não tem condições de ficar aqui.
_ Ótimo, eu também concordo. Eu quero esse cara bem longe de você, quem sabe assim entra na sua cabeça que o problema dele não é você! E outra coisa liga pra mãe dele passa a responsabilidade para ela e volta para o seu namorado que ele esta te esperando ou você vai acabar perdendo ele.
Compro o café da manhã volto para o apartamento acordo Davi e faço ele tomar os remédios passados pelo médico e o café da manhã. ligo para a mãe dele que diz que não vai ajudar nem com dinheiro e nem com a volta dele diz com todas as letras para ele se virar e sair da enrascada que ele entrou sozinho. Fico horrorizado com aquelas palavras enfatizo que é de fato um caso de vida ou morte, mas a mãe de Davi segue irredutível.
_ Não sei o que fazer Davi, não sei.
Digo me sentando no sofá e cobrindo o rosto com as mãos. Davi senta se ao meu lado coloca a mão em minhas costas e a alisando diz com sua voz calma como se nada estivesse acontecendo.
_ Tudo bem, eu vou dar um jeito eu ainda tenho um tempo antes do fim do mês.
_ De onde você vai tirar dinheiro Davi?
_ Vou cobrar umas pessoas que estão me devendo, vou vender algumas coisas…
_ Vender o que Davi? Nem se você vendesse a sua alma você teria dinheiro o suficiente e como pretende se manter aqui. Provavelmente você está desempregado uma hora dessas.
_ È você tem razão, a notícia ja chegou no colégio, me ligaram e disseram que assim que o afastamento acabar eu nem preciso voltar para o trabalho apenas para acertar.
_ Eu preciso pensar, eu vou para o meu apartamento qualquer coisa você me liga e desta vez é para ligar mesmo!
_ Ok
Orientei sobre a compra dos remédios, deixei dinheiro para compra do almoço e fui embora. Cheguei tomei banho quando deitei na cama George acorda.
_ Como você está?
_ Com a cabeça explodindo.
_ Vou buscar um remédio para você.
_ Não precisa, obrigado eu ja tomei.
_ Me desculpa por não acreditar em você aquele dia eu não…
_ Tudo bem, só me deixa dormir um pouco e você também precisa dormir, você passou a noite toda trabalhando.
_ O problema nem foi passar a noite trabalhando, isso eu ja estou acostumado. o Ruim foi chegar e não ter você aqui me esperando.
_ Me desculpa.
_ Tudo bem, so me deixa abraçar você, preciso sentir seu cheiro para eu dormir bem.
George me abraça e dormimos assim. Segunda feira a noite eu ja ia me deitar com meu namorado quando o porteiro George me liga desesperado.
_ Seu Edu, me socorre aqui Seu Edu.
_ O que esta acontecendo Seu George.
_ Seu Davi… Mal escureceu e começou a chegar um monte de gente indo para o apartamento de vocês eu pensei que era para comemorar a volta do senhor, mas o senhor não apareceu. a música começou bem alta e as reclamações pipocando aqui. De repente começa o furdunço de verdade, gente saindo gritando, tropeçando uns vomitando, uma música de um povo com a voz grossa tocando bem alta no apartamento do seu Davi e ele no chão se estrebuchando todo ate com espuma na boca o que eu faço seu Edu.
_ Liga para a ambulância, tenta manter a cabeça dele de lado estou indo para ai agora!
Desligo o celular me levanto pegando carteira e uma pasta com documentos. George me pergunta o que esta acontecendo.
_ Overdose, o Davi está tendo uma overdose!
Desesperado chego ao condomínio, e ja encontro com Davi sendo colocado na ambulância.
_ Eu vou junto.
_ Quem é o Senhor?
_ Eu sou responsável por ele.
Digo mostrando o papel, entro na ambulância e vou junto ja ligando para a mãe de Davi avisando o que aconteceu e em seguida para Serguei pendindo para que ele va ao apartamento de Davi e de uma geral antes que a polícia apareça por la.
Enquanto isso em meu apartamento George liga para Katia:
_ Alô Katia, eu não sei o que fazer.
_ O que aconteceu George?
_ Aquele drogado do Davi sofreu overdose e o Eduardo foi atrás. Estou com medo Katia, estou com medo de perder meu namorado. Não sei se torço pra ele morrer logo de uma vez, porque tenho medo do Eduardo cair em depressão ou ate coisa pior ou se torço para ele melhorar e o Eduardo perceber que na verdade nunca deixou de amar ele.
_ Calma George o Edu te ama ele só esta preocupado.
Diz Katia tentando consolar o amigo.
_ Eu so queria que esse cara saísse das nossas vidas. É tão errado isso?
_ Nem um pouco meu amigo, vivi por anos com esse mesmo sentimento, mas esse traste é feito uma barata que parece sobreviver a tudo. Fica tranquilo, sabe para qual hospital levaram ele?
_ Não, o Eduardo não me ligou desde que saiu daqui.
Katia me liga e vem me encontra no hospital.
_ Como você esta?
_ Preocupado, não sei quanto tempo ele ja estava daquele jeito ate o Seu George encontra lo e a ambulância socorre lo. Sabe que nesses casos o tempo é tudo e ele ainda esta todo machucado.
Digo chorando. Katia me consola me abraçando e acariciando minhas costas.
Horas depois sem notícias, enfim um médico aparece e informa que fez todos os procedimentos e felizmente Davi esta fora de perigo, mas o medico não me deixa vê lo dizendo que ele esta descansando. Passo a noite no hospital mesmo Katia tentando me convencer a ir para meu apartamento. Ligo para George dizendo que vou passar a noite la.
No outro dia passo a manhã toda praticamente sem notícias ate que me permitem ver Davi. Entro no quarto e vendo ele deitado na cama vestindo aquele camisolão verde não me contenho vou ate ele nos abraçamos, nem o repreendo, não digo nada, eu não consigo, só nos abraçamos e choramos juntos, choramos muito. Converso um pouco pergunto como ele esta, se esta precisando de algo. Saio do quarto e encontro Katia que voltou para ver como eu estava me trazer um lanche, pois disse que sabia que eu nem tinha me preocupado em comer, de fato não tinha.
_ O que vai fazer agora?
_ Eu preciso cuidar dele Katia, ele não consegue sozinho.
_ E porque tem que ser você Edu? Porque não a mãe dele? A família dele, eles que são responsáveis. O que você é dele? Nada! O seu namorado esta te esperando, desesperado querendo saber quando você volta acha justo com ele, com você?
_ Eu sou amigo dele Katia, eu que apresentei esse mundo para ele eu sou o responsável pelo que esta acontecendo com ele e não, não acho justo com o George eu amo ele, amo de verdade e estou muito decepcionado comigo mesmo por estar magoando ele, mas não posso fugir da minha responsabilidade.
_ Que responsabilidade garoto? Abre os olhos! Você esta se responsabilizando por algo que aconteceu quando vocês eram adolescentes? Quanta coisa aconteceu depois disso? Você saiu disso mesmo tendo um pai homofobico que te perseguiu ate depois de morto. Você ajudou ele a entrar na faculdade coisa que ele jogou fora por pura preguiça. Você tirou ele daquela cidade que ele odiava, ele veio para ca e qual foi a primeira coisa que ele fez? Se juntar com quem não presta! Não se lembra da turminha barra pesada logo quando vocês chegaram aqui? Foi você quem apresentou? Não, não foi ele achou sozinho. Você deu amor, carinho, você deu tudo o que ele queria e so não deu mais porque ele não quis, tolerou os namoros, o desemprego , a porquisse e por último ensinou ele a ser independente e tudo o que ele fez foi o que? Se afundar ainda mais. Foi culpa sua? Quer dizer que se você nunca tivesse apresentado o rock ele nunca ouviria, se nao tivesse apresentado as drogas ele nunca experimentaria? Você conheceu, você experimentou não teve um terço do apoio e oportunidade que ele teve e largou e agora você vem se culpar? Ha por favor Eduardo! Não quero que me diga nada agora, so quero que você reflita sobre tudo o que eu te disse e lembre se que tem alguém que te ama muito te esperando, mas não demore porquê homem bom quanto o George não se encontra em qualquer esquina e ele não merece sofrer.

Continua…

Autor: Mrpr2


Foto 1 do Conto erotico: Amando um Roqueiro - XXXI


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Ficha do conto

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Nome do conto:
Amando um Roqueiro - XXXI

Codigo do conto:
164765

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
22/09/2020

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