Mais que bons amigos -6-

Segunda feira na sala de aula Henri permanece irritado e mal fala comigo, me ignorando boa parte da aula.
No último horário a professora pede para que fazermos duplas para um trabalho. Geralmente eu me sentaria ao lado de Henri, porém neste dia ele havia até sentado em outro lugar, do outro lado da sala no fundo. Decidi então me sentar com outro amigo, mas assim que kaleb colocou sua cadeira ao meu lado Henri chegou por tras do garoto colocou sua mão no ombro de Kaleb e disse:
_ Este lugar ja esta ocupado!
_Mas Toni e eu….
Tentou falar Kaleb sendo interrompido por Henri.
_ Você quer dizer que vai fazer o trabalho como o Guilherme correto?
Kaleb olha para trás e vê Guilherme fazendo sinal com a mão para que ele fosse se sentar ali.
_ Algum problema por aqui garotos?
Pergunta a professor se aproximando de nós.
_ Não nenhum problema professora, só estamos nos organizando aqui, Não é mesmo Kaleb?
Diz Henri.
_ È verdade professora, só estávamos decidindo quem iria se sentar com quem.
Afirma Kaleb.
_ E vão demorar muito a decidir?
Questiona a professora.
_ Não, ja estou indo para meu lugar, vou fazer o trabalho com o Gui.
Responde Kaleb
_ Ok então, ja leve a folha de exercícios que vou explicar a atividade agora.
A professora termina de distribuir as folhas da atividade enquanto Kaleb vai se sentar junto a Guilherme.
_ O que você esta fazendo? Pensei que fosse continuar me ignorando.
Pergunto a Henri que me responde:
_ Não vai se livrar de mim assim tão fácil!
_ Você que saiu irritadinho ontem, sem razão alguma.
_ Sem razão? Passo a manhã toda ligando para você que mal me responde e sempre que o fazia dizia estar ocupado, fazendo algo e quando eu ligava a ligação sempre era interrompida ou desligada e de repente o telefone fica desligado, fico mais preocupado com você e quando chego na sua casa além daquela recepção do seu pai você esnoba a minha tentativa de contato.
Depois de ouvir aquilo fiquei até meio sem palavras, meu coração até disparou, me senti tão quisto, tão amado naquele momento que até cheguei a pensar: será que aquilo tudo era só amizade? Claro que sim respondi a mim mesmo afinal nos conheciamos desde crianças, gostavamos de coisas parecidas, nos zuavamos, nos defendiamos, nos ajudavamos.
_ Me desculpe, eu não tinha visto desse modo, apenas não queria ficar com seu celular novo, pois era algo caro muito além do que eu poderia conseguir nesse momento, mas sabe que por mim ficaríamos conectados o tempo todo.
Depois que terminei de falar é que percebi que minhas palavras poderiam ter chegado de forma distorcida, so queria dizer que não era minha intenção deixar de falar com ele, e agora o que Henri pensaria de mim? Sinceramente não sei o que ele pensou, mas não deveria ter sido coisa ruim pois ele me abraçou bem forte, ali na frente de todos, de repente. A classe inteira começou a fazer barulho e a professora não demorou a intervir.
_ Olha garotos admiro muito a amizade dos dois, mas agora estamos na hora da atividade, vamos deixar a demonstração de afeto para depois?
_ Me desculpe professora.
Diz Henri.
_ Vamos, vamos todos de voltar a atividade, concentração.
Vermelho de vergonha e com a cabeça baixa sem querer olhar no rosto de Henri me voltei a folha de atividade sem poder deixar de notar seu imenso e lindo sorriso.
No final da aula estávamos indo embora quando Henri diz que tinha algo para mim e que daquela vez não aceitaria não como resposta. Meu amigo tira então de sua pasta uma caixa e dentro um celular e carregador.
_ Este é meu celular antigo, fiz um reset nele, está funcionando, não é novo, mas da para mantermos contato só precisa de um chip novo.
_ Bom, ja que você não esta usando esse eu aceito, mas como um empréstimo, quando eu comprar um outro ou encontrar o meu te devolvo.
_ Por mim, pode ficar com ele como presente, mas por enquanto é melhor que guarde ele em um lugar seguro para que não aconteça com ele o mesmo que com o outro.
_ Tudo bem, você esta certo. Obrigado cara, valeu, valeu mesmo!
Dou um abraço forte em Henri, nossa como é bom abraçar ele, aquele corpo quente, forte, grande, aquele perfume que parece que so ele tem, então ele me aperta ainda mais contra seu peito meu desejo era morar ali para sempre.
_ O que vai fazer agora?
Pergunta Henri em meu ouvido ainda sem me soltar.
Queria responder “o que você quiser”, mas por sorte voltei a mim antes e respondi apenas :
_ Vou para minha casa almoçar.
_ Que tal irmos comprar seu chip, assim você ja me passa seu novo número e já aproveitamos para almoçarmos juntos naquele novo restaurante.
_ O chip acho uma boa ideia, na verdade vou apenas resgatar o mesmo número em um chip novo. Agora com relação ao almoço… sabe que estou duro amigo.
_ Estou te convidando eu pago.
_ Ok então!
E la fomos nos, resgatamos meu número em um novo chip e já configurei o celular, muito mais top que o meu antigo. Eu todo bobo mexendo em todas as funções que não eram novas para mim, ate porque eu já havia utilizado aquele celular antes, mas agora ele era meu. Henri ia todo o caminho com seu lindo sorriso me olhando com um olhar de carinho como se tivesse feito a criança mais feliz do mundo, eu não era criança, mas sim, estava muito feliz naquele momento.
Estávamos almoçando, conversando, nos divertindo um com o outro quando vejo meu pai na porta do restaurante gesticulando me chamando la fora. Me levanto da mesa e vou ate ele.
_ Serio Antonio? Sabe que horas são? Estou te esperando em casa depois da aula e cadê você?
_ Até teria avisado, mas meu celular sumiu misteriosamente…
Disse eu sarcasticamente.
_ Engraçadinho, o correto era você ter ido direto para casa e não ficar bordejando por ai com esse playboyzinho.
Diz meu pai.
_ O Henri é meu amigo pai e não estamos fazendo nada demais apenas almoçando.
_ Almoçando? Neste restaurante? - Meu pai vai até o meio da rua para olhar bem a faixada do restaurante e gesticulando me pergunta - Ja deu uma olhada neste lugar? So de olhar ja da para ver que tudo aqui é caríssimo, como você vai pagar a conta, pode me explicar?
_ O Henri me convidou, ele se ofereceu para pagar.
_ E você todo oferecido aceitou, ne? E o que você vai dar em troca? Porque você sabe que nesta vida nada é de graça né?
_ Ofereci minha amizade.
_ Quanta inocência, você é assim mesmo ingênuo? Ou esta se fazendo de bobo?
Pergunta meu pai
_ Qual é pai, não estou entendendo essa implicância com o Henri de uma hora para outra, sempre fomos bons amigos.
_ Uma coisa são duas crianças ficarem entretidas brincando de carrinho outra coisa são dois marmanjos barbados andando para baixo e para cima o tempo todo juntos. Eu nunca vi nenhum dos dois atrás de um rabo de saia que seja.
_ O senhor esta insinuando alguma coisa pai?
Pergunto ja ficando irritado. Meu pai então diz pagando em meu braço.
_ Acho melhor continuarmos essa conversa em outra hora e principalmente em outro lugar.
Meu pai começa a puxar meu braço, Henrique ja prestava atenção em tudo o que acontecia do lado de fora ja se levantou de forma brusca, mas acenei para que ele ficasse que depois eu ligaria e explicaria. Entramos em casa e meu pai em um movimento rápido me jogou no sofá como quem jogava uma trouxa de roupa suja.
_ Senta ai moleque e presta a atenção! Eu não quero te ver mais com aquele playboyzinho entendeu? Você é pobre não tem como acompanhar ele, as “chiquezas” dele. E tem outra, não sei o que ja rolou entre vocês dois dois e não quero saber…
_ Mas pai não rolou nad…
Interrompo meu pai, mas ele nem permite que eu me explicando e continua:
_ Eu ja disse que não quero saber, o que aconteceu aconteceu não tem como ser alterado, mas de agora em diante quero que se comporte como homem, porque foi um homem que a sua mãe pariu! Ja arrumei um trabalho para você, meio período para não ter desculpa que vai atrapalhar os estudos. Vai estudar pela manhã, trabalhar a tarde e se comportar a noite poderá sair desde que seja para encontrar com uma namorada, se eu perceber que está indo atrás daquele playboyzinho te tranco em casa, esta me ouvindo Antonio?
_ O Henri e eu não fizemos nada…
_ Melhor ainda se não fizeram, agora é que não farão nada mesmo e tenho dito! Agora va tomar um banho, vista uma roupa mais velha, mais surrada, não tem problema se tiver uma ou outra mancha,só não vá pegar uma das novas porque que vou te levar la no bar do Zé para você começar o trabalho.
Sai irritado para o banheiro, eu estava com irritado, com raiva, mas sabia que não adiantaria nada discutir com meu pai naquele momento, ao menos minha desconfiança se confirmava estavam desconfiando de uma relação entre Henri e eu.
Tomei meu banho, vesti uma roupa, mas meu pai não aprovou.
_ Esta de palhaçada comigo garoto? Não tinha uma camiseta mais colorida para você vestir não? Volta ja la pra dentro e vista uma roupa de homem porra! Uma camiseta azul, preta, verde e uma calça jeans.
_ Não disse para eu vestir uma camisa mais velha, manchada? Então vesti essa que manchou naquela festa que fui com o Henri.
_ Claro, tinha que ser, eu sabia que esse garoto não era boa influência, mas isso acaba aqui.

Continua…

Autor: Mrpr2


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Comentários


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gutoalex Comentou em 04/05/2021

Continua cara tá muito boa essa história eu tô adorando. Um abraço




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Mais que bons amigos -6-

Codigo do conto:
177771

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
02/05/2021

Quant.de Votos:
12

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