A primeira vez que vi Theo, foi na loja de aluguel de roupas onde eu trabalhava. Naquela ocasião, o seu terno me chamou a atenção, extremamente bem cortado, caimento perfeito e de muito bom gosto. A segunda, foi numa cafeteria perto do meu trabalho.
Tirando os ternos perfeitos dele, reparei que ele mesmo, era bastante interessante, mais alto que eu, talvez 1,85 ou 1,90; ombros largos e porte atlético; cabelos raspados, olhos aparentemente claros, uns 50 e poucos anos.
Depois, acabei cruzando com ele em um barzinho, perto de casa, que ia vez por outra. E numa dessas vezes, ele veio falar comigo. Estava sentada no balcão do bar, esperando uns amigos, quando ele se sentou ao meu lado.
- Conheço você, não ?
- Bom, a gente ja se viu umas vezes, sim. Mas nunca conversamos.
- Verdade, você trabalha na loja tal, não é ?
- Sim, sim. Mas ja te vi aqui uma vez e no café perto da loja.
- Verdade ! Prazer, sou Theo !
- Prazer, sou Lê. (meu nome de sapinho)
Depois da apresentação, conversa começa a fluir e num dado momento, tive a impressão que nos conheciamos há séculos. Bem nessa hora, meus amigos chegam. Faço as apresentações (por educação) e noto um olhar guloso de um deles para Theo. Sorte que eles percebem a situação e avisam que vão tentar uma mesa no andar de cima e se vão.
Não demora e a conversa volta a fluir agradavelmente. Lá pelas tantas, ele diz que precisa ir, pois acordaria cedo no dia seguinte.
- Nossa acordar cedo no sábado é muito uó ...
- Verdade, mas tenho que cuidar de algumas coisas, falando nisso ... quer almoçar comigo amanhã ?
- Ia adorar, mas trabalho e sábados são puxados na loja !
- Verdade, esqueci disso ! E jantar, gostaria ?
- Isso sim ...
Trocamos telefones e combinamos um horário para ele me ligar, já que na loja não podia usar meu celular. E nos despedimos, mas no meio da despedida, ele segura minha mão e com um sorriso fantástico, ele diz :
- Você é muito simpático, Lê, e se posso dizer um rapaz muito bonito ...
- ‘Brigada Theo, você tambem é simpático.
Ele vai embora e eu vou me juntar aos meus amigos. Claro que o povo acaba me zoando, mas ao mesmo tempo elogiando o coroa gatissimo.
Penso comigo mesma, se estivesse toda montada e tal isso teria acontecido. Minha vez de ir embora. No caminho, vou fantasiando com Theo, porquê não ? Afinal, era bem gato.
No dia seguinte, ansiosa espero o horário combinado, que seria no meu almoço. Então o telefone toca. A primeira coisa que ele fala depois do “Oi” é combinar o jantar. Adoro isso num homem, ser direto, sem enrolação. Passo meu endereço e um horário.
- Sério ? Então você mora pertinho do bar !
- Sim, três quarteirões ...
- Que legal ! Diz uma coisa, você mora com quem ?
- Ahhh, divido a apê com uns amigos.
- Ok ... Então a noite a gente se vê ! Beijos
- Beijo ...
Na época, tinha acabado de vir da praia, para tentar morar com a mãe, mas não tinha dado certo, a saída foi morar com uns amigos, sim, dois gays e uma menina trans.
Ao mesmo tempo que o dia foi movimentado, demorou anos para passar, eu tentando imaginar o que eu iria usar. Se fosse me montar seria bem mais facil, mas sair de menino deixava tudo um tantinho mais complicado. Até gostaria de me montar, mas como ele me conheceu como menino, não conseguia imaginar sua reação, melhor ir com calma, né ?
Durante o banho, consigo decidir o que usar. Do armário, tiro uma calça branca de linho, de corte meio social e levemente feminino, mas se um hétero percebesse esse detalhe, bem, vocês imaginem sózinhos. Uma camisa justinha (slim fit), azul marinho. Os sapatos mais masculinos que tinha não combinavam de jeito nenhum com o look, acabei resolvendo com uma ankle boot, quase unisex. E óbvio, um caleçonzinho branco, justinho e bem cavado, ninguem iria ver, mas me sinto mais confortável assim. Uma olhada no espelho, o que vejo me agrada, um look andrógino, mas levemente masculino. Com penteado e o make certos ficaria mais menina. Claro, não fiz o make e ajeitei o cabelo de uma forma mais “masculina”. Outra olhada no espelho o resultado me agrada. Meu telefone toca, é ele. Instantes depois, estou na portaria, ele me espera na calçada. Ao me ver saindo do prédio, um sorriso incrivel, mas com um toque de malícia (acho), nos cumprimentamos e vamos até seu carro pouco mais adiante. Nessa hora, surpresa total, ele me abre a porta do passageiro. Pontos para ele. Educada que sou, retribuo abrindo a sua porta.
Enquanto ele dá a partida, me olha.
- Realmente, você é um rapaz muito bonito ! E gostei do seu estilo, muito ! Gosta de comida italiana ?
- Adoro ...
- Ótimo.
Seguimos para o restaurante, passa um pouco das 22. Durante todo o caminho, enquanto conversamos, noto que ele não perde nenhuma chance para me olhar, mais pontos para ele. No restaurante, caiprinha para mim, uisque para ele, mais conversa, pedimos os pratos, mais conversa. Dispenso a sobremesa, mas aceito o expresso. Saimos de lá perto da meia-noite. Depois de andar uns dois quarteirões, ele me pergunta se gostaria de ir numa certa balada. Respondo que sim na hora, lugar famoso, tipo “gay friendly”, mas caro demais para mim naquela época. Chegamos depois de uns minutos. Manobrista recebe o carro e nos dirigimos à recepção, mas nova surpresa, tão logo Theo fica a meu lado, pega na minha mão. Um tremor gostoso percorre meu corpo, outra coisa que passa pelos meu pensamentos, o jeito como ele pegou minha mão, deixou bem claro quem era o “ALFA” e quem era a “beta”. Confesso, isso tambem me agrada.
Pegamos, ou melhor, ele pega os cartões e entramos na casa, de mão dadas. Não esta cheia, nem vazia, mas longe de bombar, pelo normal, isso deve acontecer mais tarde.
Ele escolhe uma mesa, com um “sofazinho”, de forma que sentamos lado a lado. Pedimos as bebidas, continuamos a conversar. Ele segura minha mão, do nada, ele a beija e diz que tenho mãos bonitas e delicadas. Sim, isso me agrada bastante, ser tratada como menina de forma natural me agrada e muito, ainda mais estando de sapinho. Eu agradeço etc, mas um clima meio tenso fica no ar. As bebidas são entregues, brindamos. Assim que coloco minha taça na mesa e volto a me ajeitar na mesa, ele me segura pelo queixo e me beija. No princípio, não reajo pela surpresa, mas quando ela passa, quase engulo sua lingua.
- Seu beijo é uma delicia, sabia ?
- Posso dizer o mesmo ...
- Na verdade, você todo é delicioso, menino, muito delicioso.
E a gente se pega outra vez. Nisso a casa vai enchendo e a pista tambem, alguns “casais” dançam juntinho. Apesar dele se recusar no início, finalmente consigo dançar com ele. Enrosco os braços em seu pescoço e ele me segura na cintura, mas não demora a coloca-las no meu bumbum. Apoio minha cabeça em seu ombro. Ele passa a acariciar minha nuca. Nem sei quanto tempo ficamos assim, mas quando começa uma música mais agitada, percebo que ele fica desconfortável e voltamos para a mesa.
Lá, mais amassos e pegação. Quando acabam as bebidas, ele me beija, deliciosamente, outra vez e segurando meu queixo, pergunta se não gostaria de ir para um lugar mais tranquilo. Digo que sim e ele morde suavemente minha orelha.
De mãos dadas vamos para os caixas; no caminho, alguns meninos olham interessados. Feliz da vida e bem bobinha, penso comigo que aquele homem é meu, ou melhor, que eu vou ser dele logo, logo ...
==> segue parte 2
Delícia seu conto! Finalmente eu saí com as duas novinhas amigas da minha filha, leia o conto 196853 A Amiga da Filha e vote se eu merecer. E goze gostoso com essas duas putinhas!
Delicia adorei seu conto