O dia que eu me tornei netinha de um coroa - parte 1

Essa história aconteceu quando tinha 26 anos. Eu estava acompanhando minha mãe no hospital que ela pois ela tinha feito uma cirurgia e precisava de acompanhante. Era um hospital da zona sul do Rio e o público era diferenciado.
Estava no elevador quando um senhor de idade entrou e me deu boa noite. Respondi educada e ele perguntou se eu trabalhava como acompanhante, respondi que não é que estava com minha mãe que tinha feito uma cirurgia plástica. Era uma conversa simples de elevador, eu ia para 12º andar e ele para o 10°, mas elevador de hospital para em tudo quanto é andar e então ele puxava papo comigo e eu educada sempre respondia. Ele perguntou em que eu trabalha e eu respondi que fazia freelancer de fotógrafa, ele perguntou se eu tinha cartão e eu disse que sim. Peguei um na bolsa e entreguei a ele, ele me disse que guardaria pois sempre precisava de fotógrafos no trabalho dele. Antes de sair ele me disse seu nome: Carlos.
Respondi: “tenha uma boa noite, seu Carlos” e sorri simpaticamente. Até chegar no meu andar, fiquei rindo e pensando em como idoso são carentes de atenção. Mal sabia eu o que me esperava pela frente…
Passou uns dias e recebo uma mensagem no meu WhatsApp, não tinha foto no perfil e achei estranho. E segui no diálogo: (M sou eu e C ele)

M: Boa tarde! Quem é?
C: Boa tarde, minha linda! Não sei se lembra de mim, sou o Carlos que pegou seu cartão no hospital.
M: Ah sim… tudo bem com o senhor? Seu amigo já saiu do hospital?
C: tudo bem. Ele está em casa já, se recuperando. Você está bem? Gostaria de te fazer uma proposta de trabalho.
M: estou bem. Poxa, pode fazer a proposta. Posso ver se consigo encaixar na agenda.
C: Meu chefe quer fazer umas fotos do gabinete. Acho que não informei que trabalho no gabinete de um deputado aqui na Alerj. Gostaria de saber quando poderia vir aqui e o valor do seu trabalho.
M: Olha, não é um trabalho que estou acostumada a fazer, mas aceito sim. Tem que ser dia útil né? Eu posso ir aí e mostrar meu trabalho para vocês, ele gostando podemos fechar contrato por $400,00.
C: tenho certeza que vou gostar do seu trabalho. O valor está ótimo e por mim estamos fechados. Você pode vir na sexta? (Era uma segunda-feira)
M: posso sim! Pode me encontrar na frente da Alerj na sexta as 10h?
C: te encontro na saída da Barcas, na Praça XV na sexta nesse horário. Até lá então!
M: Até lá e muito obrigada pela confiança no meu trabalho.

Na sexta eu vesti uma calça jeans justa, um cropped soltinho branco e tênis branco. Nada demais, bem básica e confortável para poder fotografar. Botei a câmera na mochila e fui! Na hora marca encontrei com o Carlos, ele veio como se tivesse intimidade comigo me dando um beijinho no rosto e disse que eu ficava melhor de jeans do que com o vestido que havia me conhecido; agradeci. Fomos andando, entramos no prédio do gabinete e ao entrar percebi que estava vazio.

C: demos folga ao pessoal para você poder fotografar melhor.
M: tudo bem. Onde vamos encontrar seu chefe?
C: ele está em Brasília numa reunião do partido. Seremos apenas eu e você aqui no gabinete. Venha até minha sala para assinarmos o contrato e eu te pagar, aí você tira as fotos. Tudo bem?
M: tá ok.

Fomos para a sala dele. Sentei nas cadeiras a frente da mesa e ele na cadeira dele. Ele me olhou de forma sacana e confessou que a proposta que ele tinha pra mim era outra.