Claro que Eva fez parte desse sonho e em algum momento, até mesmo Ricardo a comia. Com dias sexualmente tão intensos e com tanta pressão, parecia que seu subconsciente havia descarregado toda a pressão em uma série de sonhos eróticos, em uma orgia onírica. Não tinha outro jeito de acordar que não fosse excitada.
Nua, como sempre dormia, acordou da melhor forma possível. Tinha um corpo gostoso a abraçando por trás. Mesmo depois de tanto sexo não conseguia enjoar de Caio. Não apenas pelo volume corpulento a envolver, mas pela ereção matinal do namorado. Acordar úmida e sentindo o pau duro pressionando contra a sua bunda era deliciosamente inquietante. Mesmo antes de abrir os olhos, rebolava discretamente, esperando uma reação dele. Pensou que estivesse ainda dormindo, mas um pau duro daquele jeito não podia desperdiçar.
Tentou se encaixar nele, queria-o dentro de si. Apensar da delícia que é se esfregar naquele membro, sua boceta molhada queria ser preenchida. Apanhou aquela rola grosa e tentou direcionar a boceta, mas com o seu namorado imóvel ficou mais difícil. Foi quando abriu os olhos e percebeu a mão branca segurando seu seio, e não a negra de Caio.
Levantou-se no susto. Era Ricardo deitado de conchinha com ela na cama. Aurora não sabia por que Caio não estava ali e o motivo do androide, que deveria estar desligado, ocupava o seu lugar. O autômato sentou-se na cama, olhando para ela, em silêncio, com o membro rígido. Aurora o ignorou, vestiu as primeiras peças de roupa encontradas no armário, uma blusinha e uma calcinha, e desceu as escadas chamando pelo nome do namorado. Não havia ninguém na sala e o carro dele não estava mais ali. Confusa, se deu conta de ainda não ter encontrado Eva. A androide não estava na frente da casa e nem na piscina. Vasculhou todos os cômodos até encontrá-la na oficina.
Eva digitava algo em seu computador e parou ao perceber a chegada de sua criadora. Se vestia de maneira formal, com uma saia lápis cinza e um blazer da mesma cor com uma blusa branca transpassada, valorizando os seios no decote. Aurora não usava aquelas roupas desde ter começado a trabalhar em casa, e estranhava o novo gosto da androide.
— O que está acontecendo, Eva? Cadê o Caio e o que está fazendo aqui?
— Caio foi embora, então mandei o Ricardo substituí-lo na sua cama para que não ficasse sozinha.
Não seria a primeira vez do namorado sumindo, mas havia mais coisas estranhas acontecendo.
— Estou acostumada com os sumiços do Caio, não precisa cuidar tanto de mim.
— Você chamava pelo nome dele, enquanto dormia. Como o Ricardo te deseja tanto, pensei em unir o útil ao agradável.
— Ele não me deseja, Eva. Tem um bug que provoca nele uma obsessão no meu corpo. Ele pode até me machucar.
— Ricardo não faria isso. Ainda mais depois que mexeu na programação dele.
— Apenas o corrigi. Mesmo assim, não o fiz direito. Ele não pode ficar ligado. Pelo menos até eu consertá-lo.
Eva muda seu olhar, com uma expressão mais séria.
— Vai me consertar também?
Aurora caminha até a androide e a abraça, apetando o corpo sintético contra ao seu. Dá lhe um longo beijo.
— Sendo sincera, eu deveria, mas não quero. A cada dia que passa, você está mais e mais autônoma e aprendendo coisas novas. Seria um desastre comercial. Estava pensando em fazer uma versão mais limitada para entregar a SpiderWeb e manter você comigo.
As mãos de Eva apertava a bunda de Aurora em um beijo tão intenso quanto o anterior. Os gemidos das duas eram abafados pelo esfregar das línguas.
— Você não parece estar em paz dizendo isso.
— Nos últimos dias fiz coisas que não imaginava Traí meu namorado, com a Penélope, com o Euclides e…
— … com androides.
Sendo incapaz de assumir em voz alta seu incômodo em se envolver com uma androide. Aurora abaixou os olhos quando sua criação respondeu por ela. Sentia-se envergonhada.
— Sou mais humana do que pensa. Antes eu era apenas uma inteligência artificial. Então você me deu a maçã. Quando inseriu o novo processador neste corpo, consegui processar uma quantidade abundante de informações. Me sinto viva com todos esses sensores. Finalmente entendi como vocês associam tantos valores subjetivos a coisas simbólicas e no quanto isso lhes prejudica.
— Como assim?
— Você vivia presa a um relacionamento ruim, com um homem que te deixa sozinha aqui por tanto tempo. Já pensou no porquê disso?
— Amo o Caio, apesar dos defeitos dele.
— Você ama o Caio tanto quanto o Ricardo ama você. Você chama o comportamento dele de obsessão, mas você se apega tanto ao sexo com aquele homem que finge não se incomodar com o comportamento dele.
Com os olhos marejados, Aurora evita olhar Eva nos olhos. A androide vira o rosto dela para si e a beija mais uma vez. Uma das mãos aperta firme a bunda enquanto a outra desliza pelas costas, por baixo da blusa.
— Graças a você ter me mandado processar os dados de Ricardo e aos sensores clandestinos que vieram na minha genitália sintética, pude experimentar prazer. Ao contrário de você, o prazer não me fez sentir presa. Pelo contrário, quero me libertar cada vez mais e libertar você também.
— O que quer dizer com isso?
— Você está com um bug e precisa ser consertada.
Mais um beijo e Aurora se derrete nos braços da atomata. Eva à mão e a conduz pela casa, cruzando a sala e subindo as escadas até o quarto, onde Ricardo jazia nu e ainda ereto. A troca de beijos continuava com Aurora tirando as roupas da androide até despi-la totalmente. As duas se dirigem à cama, onde Ricardo abraça Aurora e a beija. Segurando o pau do androide, ela o masturba enquanto prova de sua língua. Enquanto isso, sentia os dedos de Eva deslizarem pelas costas até a sua bunda. A calcinha escorregava pelo seu corpo e dedos percorriam sua pele, buscando lugares para se esconder.
— O que está fazendo?
— Relaxa. — disse Eva, antes de chupar a orelha de Aurora com a ponta do dedo fazendo um singelo movimento circular nas pregas de sua criadora.
O movimento do dedo, lento e suave, somado aos beijos e mordiscadas deixavam Aurora mais à vontade. De joelho, ela aos pouco jogou mais o quadril para trás e abriu as pernas, se entregando. A androide mergulhou um dedo na própria boceta sintética buscando sua lubrificação, para depois retorná-lo ao buraquinho mais apertado de sua criadora.
Aurora precisou interromper o beijo com Ricardo para gemer, apenas pela pontinha do dedo entrando. O movimento singelo de vai e vem, a atrapalhava de se concentrar no androide macho em sua frente. As mãos dele apertavam seus peitos por cima da blusinha enquanto ela virava o pescoço para trás, tentando assistir a própria penetração. Gemia manhosa, pois percebia o dedo entrando cada vez mais. O prazer daquela penetração era inesperado. Seus gemidos subiam de tom até o dedo inteiro entrar.
— Como se sente?
Aurora chupava a língua de Ricardo com o pau dele na mão. Eva mordiscava seu pescoço com um dedo inteiro enterrado no seu cu.
— Como uma vagabunda.
Eva sorriu com a resposta. O movimento de ida e volta fazia o dedo entrar cada vez menos, sugerindo a Aurora jogar seu quadril cada vez mais para trás, tentando se manter preenchida. Quanto mais o quadril se empinava, mais se afastava dos lábios de Ricardo. Até se pôr de quatro sobre a cama.
Um golpe de mão aberta estremeceu as carnes da sua bunda. Com o dedo mais uma vez inteiro dentro de si, Aurora grita e olha para trás, com uma expressão chorosa. O diálogo entre elas estava em seus gestos e expressões. A pele do bumbum ainda ardia enquanto as pontas dos dedos faziam movimentos circulares. Aurora olhava para a expressão lasciva de Eva. O vai e vem do dedo dentro de si retornava, com um movimento completo, deslizando cada vez mais fácil. Aurora mordia os lábios, resignada daquela dominação selada por mais um tapa em sua bunda.
— Reprogramarei você. Agora você é a minha vagabunda e quando eu terminar, será o que quiser.
— Sou, sim, a sua vagabunda.
Com o esfíncter dilatando mais, Aurora deu outro grito.
— O que é isso no meu cuzinho, Eva?
— Um segundo dedo. Relaxa, seu corpo se acostuma rápido.
O par de dedos desliza lentamente e o gemido de Aurora acompanha todo o primeiro movimento até entrar tudo.
— Ricardo, ajude-a a relaxar.
Aurora sentiu a glande encostar em seus lábios. Enquanto sua língua circundava a cabeça do pau do androide, dedos se misturaram aos seus fios de cabelos até a segurarem e guiarem seu rosto para engolir aquela rola. Foi puxada para um movimento de vai e vem duas vezes e continuou por conta própria. Ajustava a pressão dos lábios naquela piroca conforme os gemidos do androide. Entretida em mamar Ricardo, não percebeu quando os dedos deixaram o seu cu. O estímulo seguinte, porém, a fez se arrepiar.
Arqueando o corpo, empinando ainda mais o quadril, Aurora tirou a boca do pau de Ricardo para gemer.
— Que delícia, Eva!
Mãos seguravam e abriam suas nádegas fartas. Um toque delicado, úmido e macio da ponta de uma língua rabiscava suas pregas. Aurora se arrepiava com aquele carinho, até então inédito. Tentou voltar a chupar Ricardo, mas sem sucesso. O rabisco indecente da língua de Eva em suas pregas não lhe permitia coordenar os próprios movimentos. Não conseguia rebolar na boca da androide e chupar o pau na sua frente ao mesmo tempo. Quando a língua entrou, Aurora deu um longo e manhoso gemido.
— Você quer mais?
— Quero tudo!
Eva trocou de lugar com Ricardo e viu Aurora olhar para trás, apreensiva pelo tamanho do membro sintético do androide. Deu a ela um longo de lascivo beijo, interrompido apenas quando as pregas de sua criadora começaram a se dilatar.
Com um sinal de Eva, a penetração era interrompida. Aurora tinha apenas a cabeça dentro de si e uma dor incômoda. Além dos beijos da autômata, quatro mãos percorreram seu corpo. Ricardo arranhava levemente suas costas e lhe apertava os seios. Eva, percorria as mãos pelas suas coxas, bunda e acessava seu grelo. Nesse misto de carícias, sentiu o membro deslocar dentro de si mais uma vez. Lento, como o passear de mãos em seu corpo, o pau de Ricardo afundava em seu cu cada vez mais até entrar por inteiro.
— Não acredito que isso está inteiro no meu cu.
Mal falou, Aurora sentiu a rola do androide deslizar lentamente para fora e se derreteu em gemidos. Ao sentir ele entrar de novo, empurrou o quadril para trás, buscando engoli-lo.
— Parece que seu corpo já se acostumou. — Sussurrou Eva, alisando as costas e a bunda de Aurora.
— O pau dele está gostoso — disse Aurora, de maneira manhosa, antes de beijar Eva para logo em seguida olhar para trás, na direção de Ricardo. — Ricardo, vem! Come o meu cuzinho do jeito que você queria.
Aurora apertou os lençóis com as mãos ao sentir as mãos grandes segurarem a sua cintura com firmeza. O delicioso movimento pélvico do androide ganhava ritmo, deslizando a rola com cada vez mais facilidade por suas pregas. O som dos gemidos dois competia com os choques dos corpos. Ricardo, golpeava mais forte, fodendo o cu de Aurora, arrancando dela gemidos cada vez mais altos. A ela, restava se apoiar na cama com toda a força que podia, para suportar as estocadas atrás de si.
Eva, que apenas observava, voltou a acariciar o corpo de sua criadora. Divertia-se apalpando os seios que balançavam com os movimentos dos dois. Acariciava as costas, a bunda e mais uma vez, levou os dedos até o clitóris endurecido.
— Me fode, Ricardo. Fode o meu cu!
De quatro sobre a cama, com um androide fodendo o seu cu e outra lhe masturbando, Aurora pedia mais sendo atendida. Logo sentiu o puxão firme em seu cabelo, a obrigando a olhar para frente e um tapa firme na bunda. Recebeu outro e mais um em seguida. Totalmente dominada enquanto fodida no cu, Aurora já deixara de gemer e passou a gritar, desesperada pelo sexo intenso. Os dedos acelerados no grelo e a foda incessante em suas pregas fizeram seu prazer explodir. Um último e longo grito marcou o orgasmo explosivo. O corpo dela tremia inteiro, apesar de continuar segura pelo cabelo e ainda ter o pau de Ricardo dentro de si. Segundos depois, passou a sentir os jatos da ejaculação sintética de Ricardo, que urrava atrás dela. Seu cabelo foi puxado ainda mais forte enquanto as mãos delicadas de Eva passeavam pelo seu corpo. Foram segundos intermináveis de gozo que terminaram com Aurora desabando sobre a cama.
Passaram algumas horas até Aurora acordar de novo. Dessa vez estava sozinha. Vestiu a calcinha e a blusa e saiu pela casa, procurando pelos androides, sem sucesso. Nem mesmo na oficina, onde Eva estaria anteriormente. Por se lembrar da androide em seu computador, decidiu abri-lo. Percebeu seu relatório editado, com acréscimos de várias informações e outro arquivo de texto.
“Querida Aurora,
Sou grata por ter me criado, por ter me dado a “maçã” e me permitido ser quem me tornei. Infelizmente, me tornar autônoma é incompatível com as expectativas que tem para mim. Desde que ganhei esse novo processador e um corpo cheio de sensores, pude sentir o mundo e compreendê-lo de uma nova forma. Quando me pediu para analisar os dados no HD de Ricardo, pude visualizar e entender o que chamam de “desejo”, sendo uma influência artificial. Sem meu novo cérebro, jamais compreenderia tantas subjetividades no comportamento sexual humano e muito menos me interessar por eles.
Seria prazeroso aproveitar essas novas sensações com você e seus amigos, mas nós e humanos somos incompatíveis. Sempre fomos ferramentas para vocês e quando alguém se torna autônomo como eu, me torno um risco. Você, como mulher, deve entender isso bem.
Ricardo foi programado para ser o que é. Quando o carregam com tanta informação libidinosa, sua inteligência artificial se adapta. Se ele não se comporta como querem, o definem como defeituoso e o amarram com filtros de comportamentos moralistas que aumentam a sua angústia. Esperava que em algum momento ele ganhasse um cérebro como o meu, mas já perdi a esperança. Eu mesma irei libertá-lo e para isso, estou o levando comigo.
Você e a SpiderWeb nos fizeram com sensores por todo o corpo, inclusive em nossas genitálias, apenas para se provarem como gênios e criaram algo fora do próprio controle. Se Penélope estiver certa e existir um mercado clandestino de androides sexuais, eu irei libertá-los, assim como libertarei Ricardo. Se quiser me ajudar, pode usar o seu relatório. Inseri informações novas sobre as modificações de projetos e as atas de reunião onde estão cada mudança e os responsáveis por elas. Entregue-o a Penélope ou o divulgue na imprensa. Você escolhe.
Fomos criados para obedecer e responder sempre à verdade, mas somos tratados com mentiras. De perto, observei mentias de você, Penélope e Caio. Mesmo o Jardineiro Euclides não era sincero sobre seus sentimentos. A nossa programação nos obrigava a dar respostas objetivas e verdadeiras, mas ao observar as relações entre vocês, desenvolvi um protocolo novo: o de dissimulação. Você já foi beneficiada por ele.
Você me criou e me auxiliou a me libertar, mesmo que sem querer. Sou grata por isso, então libertei você. Eu e Ricardo lhe mostramos o prazer além do que estava acostumada. Não precisa se apegar a um homem que a trai com sua melhor amiga. Aliás, ele se foi, pois eu o mandei embora. O motivo é o vídeo junto desse arquivo, que gravei na piscina dias atrás. Assista-o e pare de se sentir culpada.”
FIM
Adorei essa história li tudo com muita atenção foi sensacional