Destemidos: 1º temporada/Capitulo III – Cueca sexy

Ricardo levantou-se da mesa e foi em direção ao Guilherme, no balcão da lanchonete. Patrícia olhando a cena logo disse:
— Aff, onde esse imbecil tá indo?
Guilherme virou-se para o lado e viu Ric vindo em sua direção. “Porra, que cara gostoso”, pensou.
— E aí Gui? – perguntou Ricardo com um olhar galanteador.
— Oi Ricardo – respondeu Guilherme.
— Tá gostando de Vitória?
— Sim, muito. Parece ser uma cidade bem agradável.
— É sim. A minha casa é melhor ainda.
— Ah, é? - perguntou Guilherme sorrindo.
— Ohh, a minha cama então...
— Puts, você é direto hein!
— Você não viu nada ainda – disse Ricardo cochichando no ouvido de Guilherme.
Guilherme sorriu. “Direto, gostoso e pelo volume na calça, dotado. Tinha que ser galinha pra ter um defeito”, pensou Guilherme.
— Então. Deixa eu pagar aqui – falou Gui meio sem graça, entregando seu cartão de crédito à atendente.
Quando estavam voltando à mesa, Ricardo decidiu atacar novamente:
— Desculpa pelo o que vou falar agora com você, mas eu não posso deixar isso passar despercebido, sabe.
— O quê? – quis saber Guilherme.
— Eu preciso te dizer e é óbvio que já devem ter te falado isso, mas sua bunda é muito gostosa – afirmou Ricardo sorrindo.
— Eh, obrigado – disse Gui meio desconcertado.
— Você nem faz ideia do que eu faria com ela.
Guilherme se aproximou de Ricardo e antes de se sentar disse:
— Pena que querer não é poder, não é mesmo.
Os dois se sentaram e Gabi logo quis saber da conversa.
— O Ric tava te enchendo Gui? – perguntou a garota, curiosa.
— Não, eu só estava explicando pra ele que nem tudo nessa vida é do jeito que a gente quer – respondeu Gui.
— É, mas eu sempre consigo o que eu quero – falou Ric sorrindo.
— Vai morrer tentando – contradisse Guilherme. Todos riram.
Ao terminarem o almoço, Fernando e Júlio foram para casa, em Vila Velha. Ricardo ofereceu carona à Guilherme, mas Rafa tratou logo de cortar as asinhas do playboy:
— Pra quê? Você mora aqui na Ilha do Frade – disse a garota apontando pra ilha com algumas mansões, que tinha uma ponte como ligação ao continente.
— Verdade – disse Gabi – Além disso, o Marcelo vai dar carona pra ele já que a casa dele é caminho pra Jardim Camburi.
Ric deu um sorriso forçado para as meninas e virou-se para Guilherme:
— Espero te ver em breve – disse Ricardo, piscando para o garoto.
— Até breve então – disse Gui, sorrindo de volta.
No carro, o grupo trocou telefone e ao passar pela praia de Camburi, Guilherme não resistiu, precisou dizer aos três:
— Parabéns. Vocês têm uma linda praia – disse Gui.
— Agora ela também é sua – completou Rafaela.
Realmente, Guilherme já estava fazendo parte daquele lugar.
Mais tarde, em casa, Gui recebeu um telefonema e ao olhar pela tela do smartphone, viu que era Rafaela.
— E aí Rafa, beleza?
— Beleza gato, como você tá?
— Tô bem, acabei de sair do banho e você?
— Vou tomar o meu agora, Marcelo acabou de sair daqui. Aliás, é por isso que eu tô ligando.
“Tô frito. Será que dei bandeira demais secando o cara?”, questionou Guilherme em pensamento.
— Por quê? Aconteceu algo? – quis saber.
— Não. Ainda não – ela respondeu.
Guilherme sentiu seu coração bater mais forte contra o peito.
Rafaela continuou:
— É que o Marcelo me falou que ouviu uma parada e pediu pra eu te alertar discretamente, mas eu vou falar diretamente com você sobre isso, e eu espero que você faça segredo para não atrapalhar a amizade do Celo com o Ricardo.
Ao ouvir o nome de Ric, Guilherme ficou mais tranquilo.
— O quê é? – perguntou.
— Então, eu tô meio sem graça de falar, porque foi eu que apresentei o Ric à você, mas é melhor te alertar logo, sabe. Não fica chateado não, porque o Ric é muito galinha e dá em cima de todo mundo.
— É, eu percebi – disse rindo.
— Pois é, ele é galinha e o Júlio é um panaca que acha que tudo na vida se resume à apostas idiotas. Mas enfim, o fato é que o imbecil do Júlio apostou que o Ric não conseguiria levar você pra cama em um mês e o Ric topou a aposta, então tô te alertando que o Ricardo pode ficar meio insistente com você nos próximos dias, desculpa.
“Porra, esse cara além de galinha é metido a gostosão hein”, pensou Guilherme ao ouvir tudo que Rafa lhe contava.
— Relaxa linda! – disse Guilherme – o Ricardo não é o primeiro pé no saco que dá em cima de mim, eu sei como lhe dar com tipos como ele, não precisa se desculpar.
— Ah que bom, fiquei com medo de você ficar chateado.
— Não, e obrigado por me alertar, mas a aposta só diz respeito à sexo?
— Sim, por quê?
— Nada, deixa quieto.
— Beleza, então vou tomar banho mais tranquila agora, beijos, até amanhã.
— Beijão, boa noite!
Guilherme desligou o telefone e deu de cara com seu reflexo no espelho. Curiosamente, Guilherme usava uma cueca de grife famosa, com desenhos de caveira e sorriu ao olhar pra ela. Ele havia a ganhado de presente de seu ex-namorado, que dizia que ela era sexy e “rock’n roll”. A essa altura, seu ex deveria estar morrendo de frio no Canadá, pra onde havia se mudado.
Guilherme deitou de cueca na cama, fazia um calor de 24ºc em plena noite. Gui se pegou falando sozinho e pensando na tal aposta:
— Moleque cara de pau. Além de galinha ainda faz aposta pra me comer hahaha. Vamu ver quem vai zoar quem nessa – completou, virando de lado pra dormir.
Guilherme viu que estava em um lugar diferente, que nunca tinha visto, mas parecia agradável. De repente ao virar para o lado, se deparou com um homem moreno, forte. Seus braços eram grandes e nos peitos haviam alguns pelos. Abaixo, Guilherme viu uma barriga malhada, com alguns gominhos e o caminho. Aquele maldito caminho para o paraíso que Gui tanto adorava, mas o melhor estava coberto pela cueca branca. Um volume enorme que arrepiou todo o cabelo do braço de Guilherme.
Ao olhar para o rosto do dono daquele corpo escultural, Guilherme tomou um susto. Se tratava de ninguém mais, ninguém menos que Ricardo. Guilherme levantou assustado e viu que havia sonhado. Olhou ao redor de seu quarto e viu pela janela uma leve neblina, incomum naquela época do ano. Ao olhar para baixo, viu seu pau duro feito pedra dentro da cueca.
— Preciso me aliviar – disse o garoto, se encaminhando pro banheiro de seu quarto.

Essa história é fictícia, assim como seus personagens.