O último dia de aula havia acabado. Guilherme estava agora em seu quarto arrumando as malas.
— Mãe – disse ele – Cadê minha cueca da caveira?
— Já está no seu armário. Gui, você tem certeza que esse pessoal que vai viajar com você é mesmo responsável?
— Sim. O pessoal é responsa. Relaxa mãe. Manda um beijo pro papai, por mim.
— Tá meu bem. Mas mesmo assim tome cuidado – disse a mãe de Guilherme sentindo um leve aperto no peito.
Às 15h Ricardo foi até a casa de Gui e tocou o interfone:
— Oi – disse a mãe de Guilherme.
— Oi, meu nome é Ricardo. Eu vim buscar o Guilherme, ele já está pronto?
— Oi Ricardo, ele tá quase. Por que não entra – disse abrindo o portão.
Ric entrou na casa de Gui e foi recebido na porta da sala pela sua mãe.
— Olá. O Gui já está descendo. Sente-se. Você quer beber algo?
— Não, Obrigado! – respondeu Ric.
— Ricardo, eu sei que pode parecer bobagem de mãe chata e que sua mãe já deve ter te dito isso, mas por favor, tomem cuidado, principalmente durante a viagem.
— Na verdade D. Lúcia, minha mãe já faleceu, mas pode deixar que eu irei redobrar os cuidados ao volante e vou cuidar para proteger o Guilherme. É uma promessa minha.
— Ah, me desculpa meu amor, eu não sabia.
— Não tem problema. Já faz muitos anos.
— Bom. De qualquer forma eu vou ficar aliviada agora. Obrigada.
Guilherme desceu com sua mala e se surpreendeu ao ver que Ricardo estava sentado no sofá da sala de sua casa, ao lado de sua mãe, com seu álbum de infância nas mãos. “Isso não tá acontecendo”, pensou. Sua mãe e Ricardo sorriam vendo as fotos de infância de Guilherme.
— Olha, aqui ele estava aprendendo a andar de bicicleta, tá vendo os dentes, tinham acabado de cair – disse sua mãe apontando a foto.
— Que lindo, mostrando essas fotos novamente mãe? Eu deveria atear fogo nesse álbum.
— Não seja bobo garoto. Vem aqui na cozinha para eu me despedir.
— Mãe, só vou ficar três dias fora. Não vou pra Austrália.
Ricardo percebendo que estava sobrando, decidiu deixa-los as sós:
— Bom, enquanto isso vou levar sua mala. Foi um prazer te conhecer D. Lúcia.
— O prazer foi meu, apareça mais vezes meu querido. Tchau.
— Meu querido, já tá assim já? – disse Gui após Ricardo deixar a sala.
— Não tenha ciúmes. Esse garoto parece ser responsável e o melhor, se preocupa com você, então fico menos preocupada.
Guilherme se segurou para não rir. “Responsável?! O que o Ric falou pra ela”.
— Mas por que você não me disse que a mãe dele morreu? – quis saber a mãe.
— Eu não sabia. Tchau mãe.
— Tchau meu bem. Fique em paz.
Guilherme entrou no carro, pensando no que sua mãe disse. Ele se preocupa com você, a mãe dele morreu. Duas coisas curiosas sobre Ricardo. “Ele não tem tipo de quem se preocupa com alguém, mas por que será que ele não me disse sobre sua mãe?”, questionou.
Gui foi retirado dos seus pensamentos por Ricardo que perguntou:
— Pensando na viagem?
— Não – Gui achou melhor não tocar no assunto da mãe de Ric.
— Você era uma gracinha quando criança, sabia?
— Ah, não acredito. Esquece aquelas fotos Ric.
— Mas você estava lindo nelas. Você era bochechudo – brincou.
— Todo bebê é.
— Eu me segurei pra não pedir uma foto pra mim.
Os dois riram bastante até chegarem na casa de Ric. Foi aí que Gui percebeu que nunca havia ido à casa do rapaz. Ric morava em uma mansão enorme e branca no bairro Ilha do Frade.
— É a primeira vez que venho à sua casa.
— Não foi por falta de convite. Tá com medo?
— Não – respondeu rapidamente.
— Relaxa. Não vou forçar nada. Além disso, o pessoal já tá todo aí.
Ric estacionou seu carro em frente de casa e os dois entraram.
— Bom, agora sim, todos já chegaram – disse Gabi.
— Pessoal, somos em oito e estamos com dois carros. Eu proponho que vá quatro pessoas em cada carro. No meu vão eu e a Rafa. Então, restam ainda duas vagas.
— Ah, eu quero ir com vocês Rafa – disse Gabi.
— Eu e Fernando vamos com o Ric – disse Júlio.
— Pati e Guilherme, restam vocês, uma vaga em cada carro, querem tirar par ou ímpar? – brincou Marcelo.
— Pra mim tanto faz – disse Gui.
— Tem certeza Gui? - perguntou Rafa.
— Sim – respondeu Guilherme.
— Ah, então deixa eu ir com o Marcelo e você vai com o Ric, Gui – completou Patrícia.
Marcelo ligou seu carro, com Rafa ao seu lado no carona e Gabi e Pati atrás. No carro de Ric, ele dirigia, com Gui ao seu lado no carona e Júlio e Fernando atrás.
Depois de uma viagem rápida, chegaram em Guarapari. A casa de praia do pai de Ricardo, era uma boa casa colonial com três quartos espaçosos, uma enorme sala, cozinha, varanda e banheiro, além de um enorme jardim e espaço para churrasco.
— Chegamos pessoal – disse Ric – a casa tem duas vagas de garagem, então nada de deixar carro na rua, seu Marcelo.
— Sim capitão – disse Marcelo em tom de brincadeira.
— Então, onde cada um vai dormir? – quis saber Gabi.
— Bom, a casa tem três quartos e somos em oito. Então duas pessoas dormirão em cada quarto e duas ficaram com colchonetes na sala. A suíte obviamente é minha. Provavelmente o casalzinho – disse apontando o dedo para Marcelo e Rafaela – vai ficar com o segundo quarto que tem cama de casal, já que são o único casal da casa. O terceiro quarto tem duas camas de solteiro. Querem tirar par ou ímpar, ou vão ser cavalheiros e deixar as damas escolherem? – perguntou apontando pra Gabi e Pati.
— Podem escolher garotas – disse Fernando.
— Eu quero o quarto e a Pati também, porque não vou dividir quarto com homem.
— Por que não docinho, posso ser uma ótima companhia – disse Júlio.
— Só se for pra eu acordar molestada, né Júlio. Todos riram.
— Beleza, as duas ficam no terceiro quarto – disse Celo.
— Como eu não divido cama com macho, fico no colchonete – disse Fernando.
— Ohh, eu também não divido – gritou Júlio – quero o segundo colchonete.
Guilherme de repente sentiu suas pernas tremerem. “Puta que pariu, e agora?”, pensou. Ric olhou sério para ele e afirmou:
— Não precisa. Se você quiser posso dar um jeito e arrumar outra coisa pra você.
Guilherme viu a preocupação de Ric e sentiu uma enorme segurança no olhar do rapaz.
— Relaxa Ricardo. Eu sei que ao contrário do Júlio, você não vai me molestar –disse.
Todos riram na sala. “Será?”, pensou Ric. “Que os deuses me deem força pra não fazer nada”.
Na mesma hora Júlio levantou do sofá e soltou:
— Ah pronto, agora sou o Jack estripador.
Guilherme olhava para Ric e se perguntava se essa história de dividir a cama com um homem perfeito como aquele, daria certo. “Parece até que estou vendo Henry Cavill sem camisa na minha frente”.
Essa história é fictícia, assim como seus personagens.
Estou apaixonado pelo seu conto, fico sempre esperando você postar, Gui e Ric s2.
Todo dia fico esperando você postar. Tou ficando apaixonado pelo seu conto. E são poucos contos que gostos. Quando não são realidades e sim fictício mais parabéns e tou esperando os próximos capítulos.