Destemidos: 2º temporada/Capítulo II

“Uma mente nobre não tem vergonha de se arrepender”
Alexander Pope

O sábado começou com o clima gelado. Guilherme estava com seu edredom e o ar condicionado do quarto ligado.
Às 16h, Guilherme recebeu uma ligação de Ric:
— E aí, meu leãozinho, tá fazendo o que de bom?
— Tô de bobs, meu lindo e você?
— Tô atoa. Vem aqui pra casa, pra se arrumar pra festa.
— Claro. Que horas tu vem me buscar?
— Tô saindo de casa.
— Beleza.
Gui avisou aos pais que iria sair. Ricardo chegou estacionando seu carro na frente da casa de Guilherme e o pai de Gui atendeu o interfone:
— Oi – disse Seu Marcos.
— Boa tarde Seu Marcos, eu vim buscar o Guilherme.
— Boa tarde Ricardo. Entra aí.
Ric entrou na casa, para esperar Gui terminar de arrumar sua mochila.
— E então, para onde você vai levar meu filho? – questionou Marcos.
— Para uma festa na Praia do Canto.
— Vamos Ric – disse Guilherme descendo as escadas.
— Tomem cuidado meninos – disse a mãe de Gui.
Os dois entraram no carro. Ricardo ao invés de ligar o carro, ficava olhando insistentemente para Guilherme, que disse:
— O que foi?
— Você é muito lindo, sabia?
— Besta – disse Gui sorrindo – Você também é muito gato.
Os dois se beijaram. Ricardo tinha uma pegada forte e sabia como excitar Guilherme, só de colocar sua língua na orelha de garoto.
— Minha vontade é de esquecer essa festa e ficar a noite toda juntinho com você.
— Nem me fale – disse Gui – Mas não se esqueça que iremos comemorar o niver do Fernando hoje.
Ricardo ligou o carro e em dez minutos já estavam em sua casa. Ric abraçou Guilherme e disse:
— Agora você é só meu. Vamos pro meu quarto.
No quarto, Gui olhou nos olhos de Ric e falou:
— Vai deixar eu te fuder hoje?
— Vou deixar você fazer o que quiser.
Guilherme sorriu e começou a tirar a roupa. Ricardo o pegou pelo braço e começou a beijá-lo.
Os dois estavam de sunga. Ric abaixou Guilherme, que começou a chupar seu pau. Depois de algumas chupadas, os dois começaram a fazer um 69 e Guilherme enfiou toda a língua no rabo de Ric.
— Cara você tem uma língua muito gostosa, não para não.
Ric já estava louco de tesão quando Guilherme começou a penetrar um, dois, três dedos no seu rabo. Gui dava palmadas e mordidas na bunda de Ricardo e dizia:
— Geme pra mim, geme amor.
Depois de um tempo penetrando os dedos no rabo de Ric, Guilherme colocou uma camisinha, passou lubrificante no pau e no rabo de Ricardo e começou a penetrá-lo.
Guilherme começou o movimento de vai e vem. Colocou Ric de quatro, subiu em cima dele e acelerou as estocadas. Ric gemia de prazer.
Os dois trocaram de posição. Ric começou a cavalgar no pau de Guilherme. Gui estava de olhos fechados de tanto tesão e em seguida colocou Ric de ladinho e começou a penetrá-lo:
— Deixa eu te fuder de ladinho, meu lindo.
Gui dava estocadas cada vez mais fortes e Ric falou:
— Me fode assim amor.
Ric deitou de barriga pra cima e Guilherme veio com tudo e o penetrou. Dava rápidas estocadas e ao mesmo tempo punhetava Ricardo. Depois de cinco minutos Ric gozou intensamente. Guilherme lambeu toda porra da barriga de Ricardo e o beijou.
Gui começou a bater punheta e também gozou, dessa vez na boca de Ricardo. Os dois se beijaram e foram se arrumar para a festa.
Ao chegar na festa, Gui e Ric logo encontraram o pessoal. Fernando havia decidido comemorar seu aniversário em um famoso barzinho da cidade.
Depois de algumas horas bebendo e conversando, Guilherme resolveu ir ao banheiro.
— Onde é o banheiro desse lugar? – perguntou para Ric.
— Tá vendo aquela fila ali?! Pois é! - respondeu Ricardo ironicamente, apontando o dedo para uma fila enorme de mais ou menos 20 pessoas em direção à um banheiro compartilhado entre homens e mulheres.
— Não acredito! – falou Gui.
— Paranaense, “cê” tá muito apertado? – perguntou Júlio.
— Tô quase mijando na calça, cara.
— Têm um banheiro público aqui perto, bora lá? Também tô a fim de dar uma mijada.
— Vai lá amor – disse Ric.
— Beleza – disse Gui.
Júlio acompanhou Guilherme até o banheiro público, que ficava duas ruas depois do barzinho. Os dois terminaram de mijar em silêncio e Júlio saiu do local enquanto Gui lavava o rosto e as mãos. Gui estava se sentindo meio tonto pela bebida e com o estômago meio embrulhado. De repente, ele ouviu uma voz alterada do lado de fora:
— Você achou que eu ia deixar minha grana pra lá?
“Eu já ouvi essa voz antes”, pensou Guilherme antes de Júlio responder:
— Calma cara, abaixa essa porra. Eu vou te pagar.
Guilherme se desesperou e pensou “O cara deve estar armado e agora”. Gui olhou pra cima e viu uma báscula. Decidiu olhar pra ver o que estava acontecendo.
— Cansei de promessas, seu cusão. Você vai me pagar é com a vida.
Guilherme tomou um susto ao ver que o cara estava com uma blusa com capuz. A mesma blusa do cara que ameaçou Júlio aquele dia na boate. “Meu Deus”, pensou Gui.
— Não atira não cara, por favor – ouviu Júlio dizer.
Após dizer isso, por um breve instante os olhos de Júlio encontraram os olhos de Guilherme através da báscula. Gui percebeu que além de tristeza por saber que iria morrer, Júlio tinha também um olhar de arrependimento.
O homem com blusa de capuz mirou e deu três tiros em direção ao Júlio. Os tiros acertaram o peito, o braço esquerdo e a cabeça de Júlio, que já caiu morto no chão.
Gui pensou por um instante estar em um sonho e em seguida se deu conta do que havia acontecido. Seu colega, melhor amigo do seu namorado, chato, brincalhão e debochado, estava morto. Guilherme percebeu que uma lágrima corria pelo seu rosto.
Após os tiros, o homem retirou o capuz da cabeça e virou-se em direção ao Guilherme com um olhar de satisfação. Gui olhou diretamente nos olhos do assassino e entrou em choque ao ver quem era.

Essa história é fictícia, assim como seus personagens.