Vinte dias se passaram. Ricardo e Guilherme se aproximaram e estavam cada vez mais íntimos. Se falavam todos os dias por Messenger, WhatsApp e telefone. Saiam sempre, mas nunca ficavam sós. “Esse cara é muito gostoso. Não posso ir pra casa dele. Se for, transo com ele assim que estacionar o carro”, Guilherme era muito cauteloso e cortava Ricardo sempre que ele avançava o sinal.
O final de semana estava chegando e Rafaela chamou Gabi, Gui e Pati para ir à uma boate.
— Vamos, vai ser ótimo, o Marcelo disse que o DJ toca muito.
— É óbvio que vamos – disse Gabi.
Na sexta-feira, Ric ligou para Guilherme para buscá-lo.
— Oi.
— Oi Ric.
— Você vai hoje não é?
— Vou sim e você?
— Passo aí às 23h e te pego.
— Você vai de carro? Não vai beber?
— Vou de carro, mas não vou estar dirigindo.
— Ah é?! Motorista particular por acaso?
— Exatamente.
— Ah, rica. Vai pra boate de motô particular.
— Não tira sarro não, eu fico envergonhado.
— Ah, que lindinho, desculpa.
— Desculpado. Escuta, depois de beber muito, você pode ir lá pra casa, assim seus pais não enchem seu saco por estar bêbado.
— Hahaha, engraçado, muito engraçado. Depois da festa, voltarei para casa, até porque não beberei tanto assim. Até às 23h.
— Beijão, e pense em mim até lá.
Guilherme desligou o telefone e foi se arrumar.
— Às 23h Guilherme já estava pronto e desceu para esperar na sala. Depois de quinze minutos, ouviu uma buzina vindo de fora e assim que saiu viu um carro da Mercedes, prata, de luxo parado na sua porta. Da porta de trás saiu Ricardo. O rapaz pediu que Guilherme entrasse.
A boate estava bem cheia. Era difícil se locomover, parecia que a cidade toda estava lá dentro. Todos começaram a beber. Depois de um tempo, Guilherme sentiu alguém apertando sua cintura e falar bem próximo do seu ouvido:
— Você tá gostoso pra caralho, sabia – disse Ricardo.
— Vindo de você, vou considerar um elogio, mas você também está muito bonito.
— Valeu, mas seria melhor se você provasse que acha isso mesmo.
— Como?
— Me beijando, ou deixando eu te beijar.
— Porra, você não vai tentar roubar um beijo não? É a sua cara fazer isso.- disse ironicamente.
— Não com você. Vou esperar até você quiser. Não quero perder sua amizade, muito menos que você me odeie.
Guilherme ficou bem mexido com o que acabara de ouvir, mas decidiu não ceder. “O canalha só quer me levar pra cama pra ganhar uma aposta idiota e mostrar que pode fuder quem ele quiser”, pensou.
Guilherme foi ao banheiro, lá percebeu que a fila estava enorme, então decidiu se aliviar lá fora. No lado de fora da boate, Gui achou uma rua tranquila e lá mesmo tirou o pau pra fora e se aliviou. “Errado, mas é melhor que mijar na roupa”, pensou.
Quando voltava para a boate Guilherme viu dois homens em atitude suspeita. Na hora pensou, “Fudeu, vou ser assaltado”, mas logo se acalmou ao ver que um dos caras era Júlio.
Júlio caminhava com um homem de capuz que do nada o empurrou e imprensou no muro de uma casa. Ao ver a cena, Guilherme rapidamente se escondeu atrás de uma árvore, aproveitando que a rua estava escura. Pensou em chamar a polícia, mas temeu que o homem encapuzado pudesse ouvi-lo.
— Calma cara. Eu vou te pagar, tô te falando – Guilherme ouviu Júlio dizer.
Júlio estava bastante assustado e o homem encapuzado parecia falar algo com ele, mas em voz muito baixa para que Guilherme conseguisse ouvir.
— Eu tô te falando, semana que vem já vou ter grana pra te pagar – Júlio disse.
O homem encapuzado soltou Júlio e atravessou a rua indo embora. Guilherme achou melhor não se mostrar para Júlio e deixou que o rapaz voltasse para a boate antes dele.
Ao voltar para a boate, Guilherme não conseguiu encontrar o grupo. Ele estava pensando em tudo o que acabara de presenciar e se perguntou que diabos Júlio devia àquele cara.
Gui viu Gabi de longe ficando com um cara e decidiu dar de ombros. Depois de uns minutos, Guilherme percebeu que um cara loiro e alto olhava intensamente para ele. “O que esse cara quer aqui, em uma boate hétero”, pensou. Como estava com sede, decidiu ir ao bar.
Chegando lá, Guilherme pediu uma água ao garçom e esperou. Depois de um momento, Gui percebeu que o rapaz loiro estava ao seu lado, olhando para ele.
— Oi – disse o rapaz.
“Puta que pariu, que cara lindo”, pensou Guilherme.
— Oi. tudo bem? – respondeu Gui.
— Tudo. Você não vem sempre aqui, não é mesmo?!
— É a minha primeira vez.
— Tá sozinho?
— Com meus amigos.
— Quem bom. Pelo visto está solteiro.
— Sim.
O rapaz aumentou o sorriso e chegou mais perto de Guilherme.
— Posso te pagar um drinque?
— Não – disse alguém atrás dos dois.
Guilherme e o cara viraram-se ao mesmo tempo e viram Ricardo com um olhar raivoso, como se fosse capaz de matar alguém ali mesmo em pleno bar.
— O que você tá fazendo? – perguntou Guilherme.
— Te ajudando. Vem, vamos embora – respondeu Ric.
— Você tá com ele? – quis saber o rapaz, olhando para Ricardo.
— Sim – disse Ric.
— Não – respondeu Gui rapidamente – quer dizer, está, mas só como amigo.
— Não interessa, você não vai ficar com ele Guilherme – disse Ric
— E quem é você pra decidir isso por ele? - quis saber o rapaz loiro.
— Aquele que vai te quebrar todinho, se você não vazar daqui agora.
— Parte pra cima então – disse o cara.
Ricardo sorriu ironicamente e deu um soco bem na boca do cara que caiu na hora.
Guilherme ficou perplexo ao ver a cena:
— Você tá louco? – perguntou Gui.
— O que tá acontecendo? – quis saber Júlio, chegando no bar enquanto o rapaz loiro se levantava e partia pra cima de Ricardo. Ric levou um soco no olho e em seguida três seguranças chegaram para apartar a briga.
Guilherme, Ricardo e Júlio foram expulsos do local, juntamente com o cara loiro que pegou um táxi rapidamente e sumiu.
— O que deu em você pra socar o cara assim do nada? – quis saber Guilherme.
— Ele estava dando em cima de você – respondeu Ric.
— E daí?
Ricardo não respondeu. Após ver que a discussão havia terminado, Júlio decidiu falar:
— Já avisei ao pessoal lá dentro que estamos indo embora. É melhor irmos logo, antes que o carinha volte armado ou sabe lá o quê.
— Táxi! – gritou Guilherme parando um carro na avenida.
— Ei, eu te levo – disse Ric.
— Não precisa – respondeu Guilherme entrando no táxi e partindo.
— O que foi isso cara? – perguntou Júlio.
— Não sei o que me deu. Só sei que quando vi o carinha chegando perto do Gui, me deu uma vontade louca de parti-lo em dois.
— Ixi, você tá levando nossa aposta muito a sério hein. Eu já te falei, o Gui não vai transar com você assim do nada, ainda mais agora.
— Eu não fiz pela aposta.
— Bom, das duas uma, ou você tá com muito medo de perder a aposta, ou tá com muito medo de perder o objeto da aposta. E se for a segunda opção meu caro, sinto lhe informar, mas você está entrando em maus lençóis. O cara não parece curtir muito o tipo playboy rico que soca as pessoas numa boate.
— Eu não tô apaixonado por ele, se é isso que você quis dizer. “Não posso estar”, pensou Ric.
Júlio sorriu sem graça e entrou no carro de Ricardo que acabara de ser estacionado na entrada do local.
Essa história é fictícia, assim como seus personagens.
muito show, é,pelo visto ricardo esta se apaixonando sim por guilherme rsrsrsr =)