Graças ao perrengue desse vírus, estou enfurnada em casa há quase 30 dias. Nesse período sai umas poucas vezes, para ir ao mercado ou algo do tipo, nunca fiquei tanto tempo dentro de casa e claro, o tédio vai tomando conta. Mas uns dias atrás, sexta-feira passada para ser exata, o tédio deu indícios que ia sumir !
Eram umas 19:00 horas e fui buscar uma encomenda de verduras/frutas que minha irmã fez. Peguei as coisas, passei pela portaria a caminho de casa. De repente, ouço alguem do meu lado falar :
- OI ! Você mora na casa XX, não é ?
- Não, não moro !
- Mas você não é irm ... irmão da Patrícia ?
- Ahh, sou sim ... mas é casa YY ...
- Sou Rogério e você é ?????
- “Lê”
Foi ai que prestei atenção de verdade no meu “vizinho” e quase desmaio, era tudo me agrada, mais alto, mais velho, não consegui ver a cor dos seus olhos, levemente grisalho e aparentemente muito em forma a julgar pelas roupas que usava; bermuda sarja caqui, camisa polo, mocassim esportivo. Delicia, penso comigo mesma. Chegamos à minha casa e a conversa continua. Quando dou por mim, já passa das 21. Mais de duas horas de conversa e nem parece.
Entro em casa, minha irmã me enche a paciência pela demora, jantamos e cada uma para o seu canto.
Sábado, nada para fazer, como nas ultimas semanas, tomo meu solzinho no quintal, almoço, filminho na TV e o dia se arrasta. Mais um dia de tédio total, então umas das 5 da tarde, o interfone toca, atendo já que estava por perto :
- Alô, Lê ? Rogério aqui, tudo bem ?
- Tudo e você ?
- Ótimo, também, que bom ! Sabe, estava pensando se você não gostaria de uma pizza hoje comigo ? O que acha ?
Depois de uns segundos aceito o convite, considerando o tédio dos ultímos dias, que ele é um gato, que não ia fazer nada, a resposta é mais que simples :
- Tá bom, parece legal, a que horas ?
- Umas 20:00 ?
- Ah pra mim tah ótimo !
- Sabe o número da minha casa ?
- 26 ?
- Não, 32 !
- Anotei !
- Ok ! Te espero as 20, então ! Bjs
- Bjs
Meu dilema começa quando desligo o interfone, o que vestir ? Depois de pensar muito, decido ir “normalzinha”, de sapinho, afinal ele me conheceu como sapinho. Escolho um jeans de cintura baixa e justinho, uma camisetinha básica baby look, um ténis normalzinho. No fim, um lookzinho bem básico e absolutamente neutro. Na verdade, desde que vim morar aqui, sei que sou a bichinha do condomínio, mas ninguem nunca me viu produzida e as vezes que saio montada, apenas o porteiro acha que me vê assim.
Vou para o banho, para minha satisfação, depois de um “auto-exame” descubro que a depilação ainda pode esperar uns dias. Odeio me depilar sózinha. Achando que estou pronta vou indo para a porta da frente. Da cozinha , minha irmã pergunta onde vou, respondo que na casa de um conhecido aqui no condomínio, mas sem muitos detalhes. Mal saio de casa, descubro que vou passar frio, volto pego um moleton quentinho e sigo para a casa do meu vizinho. Umas dez ou doze casas depois, chego lá. Toco a campainha e instantes depois a porta se abre, minha super visão faz uma análise rápida dele, jeans desbotado e muito bem passado, camisa escura com mangas enroladas, ténis, o visual me agrada muito. A gente se cumprimenta, entro na sala. Confesso, estou meio ansiosa, quase trêmula, ele me oferece uma taça de vinho, aceito. Eu numa ponta do sofá, ele numa poltrona em frente, um tanto afastada.
A conversa tem início sobre qual pizza pedir, nem dá trabalho, meia muzzarela e meia escarola, adoro ! Ele pede licença, faz o pedido, antes de voltar a se sentar, torna a encher minha taça; Não entendo de vinhos, mas é delicioso. Voltamos a conversar.
Para minha surpresa, ele diz que ja havia me visto algumas vezes no “centrinho” ou no mercado e que ficou agradavelmente surpreso quando me descobriu no condomínio e mais ainda por conhecer minha irmã. Não sei bem o que respondi, mas tenho certeza que fiquei bem vermelha, bem encabulada, digamos. A conversa voltou a girar sobre fofoquinhas do condomínio e coisinhas mais leves.
Durante essa conversa, consegui ver detalhes que não tinha visto antes; tipo cor dos olhos (verdes), corpo alético. Aproveito uma quase pausa na conversa, pergunto se ele fazia algum esporte, ao que responde que tentava se manter uma rotina básica de treino em Triathlon, mas quando não conseguia tentava manter ao menos a natação. Fala sem tirar os olhos de mim, o que me agrada muito. Mas antes que a conversa seja retomada, o interfone toca. É a entrega da pizza, ele pergunta se posso esperar, claro que sim, mas quando ele sai, saio também e fico esperando na entrada da garagem/casa. Minutos depois ele volta com a redonda. Entramos e ele segue direto para a cozinha, vou seguindo. Na cozinha, vejo a mesa posta, até com certo capricho, ele ganha pontos comigo. Uma segunda garrafa daquele vinho delicioso é aberta. Minha irmã diz que sou uma draga para comer, mas me contenho e fico em dois pedaços e meio (risadas) , acho que ele em 3 e meio. Terminada a janta, recuso a sobremesa, sorvete, mais de frescura que outra coisa, não quero dar vexame ! Recolho a louça, pensando em lavar, mas ele não me deixa, dizendo algo sobre encher a máquina de lavar-louça. Vamos para a sala, mais vinho e conversa. Desde a hora que cheguei, uma seleção fantastica de musícas estava tocando.
Já estava começando a ficar meio zonza e resolvo ir embora e me levanto. Não sei se foi pelo vinho ou o quê, mas perco o equilíbrio.
Rô estava bem perto de mim e me ampara, nessa hora começam os problemas.
Com um braço ele me segura pela cintura, a mão livre faz um carinho no meu rosto, lá longe eu ouço uma voz grave, meio rouca...
- Você é um menino muito lindo, lindo demais para se resistir ...
E me beija. No início, não correspondo, mas quando ele me puxa contra ele com mais força, desisto, com uma mão seguro seu rosto e o abraço apertado também e a coisa começa a esquentar ...
(segue parte 2)
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