No embalo do que Antônio tinha falado, resolvo escolher uma mini saia jeans e uma camiseta mais legalzinha, caso a gente saia no domingo, outra calcinha. Para dormir, prefiro um pijaminha de algodão, shortinho e camiseta justinhos, faço essa escolha por ainda não saber como ele gosta das coisas. Outro shortinho, um body. Quando vejo as coisas em cima da cama, parece que vou passar uma semana fora. Finalmente, os sapatos.
Como já tinha mentalizado todo meu look principal, o primeiro par foi facil, um peep toe de verniz preto e salto agulha, acho que 12 ou 14, para os outros looks o que estava usando era a conta, mais um tênis e uma rasteirinha. Meu estojo de make, perfume (um Lancôme - La vie ...), batons e esta tudo certo. A mala fica enorme ! Vou levando ela pra sala.
Meu telefone toca, atendo, é André, o cara do barzinho. Diz que pensou em mim, etc, etc. Mas digo que estou no trânsito e que podemos nos falar outra hora, ele parece decepcionado, desligo. Passa pouco das 17:00 horas, como Antônio ficou de ligar, fico ansiosa, resolvo sair assim mesmo, mas antes deixo um bilhete para minha irmã avisando que vou ficar fora e só volto no dia seguinte.
Resolvo parar num certo shopping, no meio do caminho, comprar alguma idiotice. Claro que esta lotado e demoro um tempão para achar vaga, mas tenho sorte e aparece uma pertinho da entrada. Vou direto a uma certa lojinha de bijouterias, uma amiga é dona. Começo procurando algum brinco transadinho, vejo um anel bárbaro e finalmente acho um piercing que procurava fazia tempos, ele é de aço cirúrgico e seu desenho lembra um olhal (sei o nome da peça pois aprendi numa aula de desenho), separo 2, um para cada mamilo. Acabo achando um terceiro que combina com os dois. Minha amiga faz o pacotinho e despeço, resolvo tomar um café. Paro na cafeteria, peço um expresso, que tomo ali mesmo no balcão em pé. De uma mesa próxima, ouço a conversa edificante de dois caras :
- Será que é mulher ou travesti ?
- Nem sei, mas tem um rabão ...
- Pois é, mas pelo pé parece ser mulher ...
Ao menos o último comentário me deixa contente, as vezes acho que tenho pezão, calço 38/39; mas considerando minha altura - 1.75 - é proporcional. Isso me dá uma ideia, sapatos. E sigo em direção às lojas, não me dou ao trabalho de olhar os caras.
Acho algumas coisas lindas, mas sem dinheiro não tem jeito, como sempre digo, tenho muito bom gosto, mas pouca grana. E os sapatos que gostei, muito acima do orçamento naquela hora. Vou para outra vitrine, roupas dessa vez. As coisas vão me interessando e o tempo passa mais rápido, ao menos é o que acho. O telefone toca, é ele.
- Esta aonde, Viadinho ?
- Shopping e vc Daddy ?
- Shopping tambem, terminando de resolver aqueles detalhes de hoje cedo ...
- Sozinho ?
- Não, a menina esta comigo, mas estou quase acabando aqui. Assim que sair, te ligo ! Bjs
- Beijos ...
Mais vitrines, o telefone toca, é ele novamente.
- Pode ir para minha casa, ja estou saindo. Quando chegar lá, você me liga.
- Tah bom Daddy , eu ligo !
- Beijos !
- Beijos !
Pago o estacionamento e tomo rumo da casa dele, uma leve tremedeira de ansiedade me ataca. Maldito trânsito. Quando chego ai seu edifício pouco depois das 19:30. Ligo para ele .
- Porra, que demora ! O que houve ?
- Trânsito tava complicado , Daddy, desculpa !
- Tah certo, esta onde ?
- Bem em frente ao seu prédio, fila dupla.
- Ok, me espera já estou descendo.
Uns minutos depois ele sai do prédio e entra no meu carro. Nem fala muito.
- Imbica o carro naquela garagem ali, vai deixar na minha vaga, melhor que ficar na rua e discreto tambem.
Faço o que ele manda, sua mão na minha perna. Um portão se fecha o outro abre. Ele me orienta na garagem enorme. Vejo seu carro e vou até lá. Ele me manda parar, desce do carro, entra no seu. Manda que eu entre na sua vaga, em seguida estaciona o dele na frente do meu. Saio do carro e pego minha “malinha” e minha bolsa. Ele me olha espantado.
- Tudo isso pra um fim de semana ?
- É, ué ! Você não quer me ver bonita ?
- Você já é lindo, Viadinho e muito delicioso !
Mais uma vez acontece, o jeito como ele me chama, o tom da sua voz, me causa uma sensação estranha, sequer me sinto ofendida. Então, ele pega minha mala e seguimos para o elevador. Mal ele aperta o andar e a porta se fecha, sinto sua mão livre apertar meu bumbum e aperta com muita vontade, mesmo. Tenho bons pressentimentos. Chegamos ao andar.
Quando entro na sala, quase tenho um troço, parece maior que minha casa e a decoração ??? Coisa de filme, naquela hora pensei que podia morar facil por ali. Ele coloca a malinha em um canto e me abraça por trás. No mesmo instante sinto sua vara contra minha bunda.
- Estava doido pra encoxar essa bundinha gostosa, doido !
Desse jeito ele vai me levando para a varanda, a vista é linda.
- Quer beber alguma coisa, Delicioso ?
- Pode ser uma água ?
- Claro ...
(segue 22)