PAULO DO BATE-PAPO - Parte 06

Como falei antes, a fantasia dele não era nada do outro mundo, na verdade era bastante simples, eu teria que encontrar com ele naquele hotelzinho da Liberdade, vestida de forma “elegante” mas que parecendo uma garota de programa fina. Ele já estaria me esperando e eu deveria chegar toda produzida, com o look que ele ia escolher, comprar e me mandar.
O encontro seria numa quarta-feira, a tarde, por volta das 14:00 horas.

Na semana anterior, varios pacotes foram sendo entregues no meu trabalho, óbvio que as meninas ficaram ouriçadas para ver, mas ele tinha dito; na verdade mandado, que eu só abrisse os pacotes depois que ele me mandasse uma mensagem avisando que podia abrir. “ Para não estragar a surpresa”, disse ele. Confesso que a princípio fiquei meio apreensiva com o look que ele ia escolher.

Na segunda-feira anterior chega mais um pacote. Todos foram empilhados no meu quarto e eu aflita para abri-los. Na terça-feira à noite, chega um SMS : “ Delicia, pode abrir os pacotes. Ansioso ! “

Fui abrindo os pacotes e colocando as coisas na cama, minha aflição desapareceu. Era tudo de bom gosto, mas todas coisas juntas, lembravam o look de uma GP luxuosa. Confirmo isso depois que experimentei o vestido, bem mais curto do que outros que tenho e uso. Mas uma coisa que realmente me deixou curiosa, como ele sabia o tamanho das minhas roupas ? Teria que perguntar. A única coisa minha seria o sapato, ele so pediu que fosse de salto fino (agulha) o mais alto possível. Depois de ver tudo, sabia exatamente o que iria usar, era perfeito.

Voltei do salão, umas onze e pouco da manhã. No quarto, ao olhar as coisas todas, lembrei que não ia ser possível voltar com o mesmo look com que sai. Se já era meio complicado sair com aquele look de dia, chegar em casa e ter que explicar para minha irmã ia ser ainda pior. Assim, separo um lookzinho bem básico, jeans/camisetinha, enfio tudo na minha bolsa gigante. Uma ducha rapida, faço o make que ele pediu, marcando bem os olhos e boca. Começo a me vestir e por volta das 12:40 estou quase pronta. O toque do celular indica que recebi um torpedo.

- “ Tesão, vou arregaçar você hoje ! Ansioso ! Beijos “
- “ Duvido, to ansiosa tambem ! Beijos “ (eu)
- “ Veremos. Até daqui a pouco ! “

Calço os sapatos, uma conferida no espelho, a produção toda me agrada, mas realmente pareço uma GP e minha saia ... qualquer movimento errado mostra a parte de cima das meias e a parte das tirinhas da liga. Mas fica sexy. Desço a escada o mais rápido que posso. Esqueci como era difícil andar com esses saltos. Outra conferida no espelho da sala, me agrada. Entro no carro, troco os saltos pelo de dirigir e la vou eu. So depois de passar a portaria percebo como a saia é curta, fazer o quê ?

Pego um trânsito pesado, não quero me atrasar, pois Paulo sempre é muito pontual e me cobra direto sobre isso. Por sorte, acho, o trânsito so estava pesado e chego no hotel, faltando menos de 10 minutos para as duas. Entro direto no estacionamento, mal paro o carro, o manobrista ja vem abrir minha porta. Como a mula aqui esqueceu de trancar a porta, ele abre a dita, bem na hora que estou trocando os sapatos, meu vestido esta quase no meu pescoço (exagerozinho, claro), mas minhas pernas estão todas de fora. Acabo saindo do carro, meio desconjuntada, antes de pegar o ticket , tento ajeitar meu vestido o melhor que posso. Quando pego o papelzinho, o sorriso nos lábios e olhos dele são engraçado. Ele demora um tantinho para soltar.
- Não se preocupe , esta linda !

Um sorrisinho simpático para ele e tento pegar o bilhete, mas ele demora um tantinho para soltar. Sim, esta me olhando. Até que solta o bilhete e pega o carro, eu entro na recepção. Coraçãozinho a mil, leve tremedeira. Da porta, procuro por Paulo e nada dele. Vou até o balcão da recepção. Um rapaz vem até mim.

- Posso ajudar, moça ?
- Acho que não, tô esperando uma pessoa, obrigada.
- Fique a vontade, se quiser ficar no bar, basta entregar a comanda pra gente, quando seu ... quando a pessoa chegar.
- Brigada moço !
- Por nada ...

So então me dou conta do movimento por ali, bem parecido com os motéis no caminho de casa no mesmo horário. Acabo rindo sozinha. Nenhuma poltrona ou sofá esta livre, gostaria de sentar, so resta mesmo o bar e vou para lá. Subo a escadinha, duas mesas estão livres, uma muito escondida e outra que permite olhar direto a recepção, escolho a tal, mas percebo um detalhe a mais, talvez embaraçoso. O bar fica um pouco mais alto que o piso da recepção e todo guarda-corpo é de metal e vidro transparente. Sentado naquela mesa, com aquele vestido, fatalmente se alguém olhar na minha direção vai ver salto, pernas, meias e algo mais. Sem muita saída, me sento na tal mesa, numa posição que espero que seja o mais discreta possível.

Um garçom vem me atender, nem dou tempo para que ele entregue o cardápio, peço logo uma água com gás e um expresso. Meu pedido não demora. Fico observando a recepção, noto que um cara da recepção me olha fixo, um coroa ( feio ) numa das poltronas tambem. Olho o relógio, 2:15, nada de Paulo. Termino o café e mexo no celular. Pelo canto do olho, percebo que o mesmo cara e mais um outro na recepção me olham disfarçadamente. Ai eu percebo que dei um vacilo, acabei cruzando as pernas e mostrei mais do que gostaria. Disfarço, descruzo as pernas, os meninos voltam a suas coisas.
Relógio, 2:28, ainda nada dele. Enrolo com minha água, volto ao celular.
Relógio, 2:35, nada. O garçom se aproxima e pergunta se quero mais alguma coisa, respondo que não. Ele me olha bem sério e solta :

- Querida, desculpa me meter, você esta esperanto cliente ?

Roxa de vergonha e sem resposta melhor.

- Tô sim, ele tá atrasado ...
- Olha, querida, se não quiser perder a viagem, a gente pode te colocar na lista, sempre tem uns caras que vem sózinhos e pedem ajuda pra gente ...
- ‘Brigada , querido, vou esperar mais um pouco e te aviso.
- Tá bom, so chamar ...

Se afasta. Fico envergonhada, mas parece que o plano do meu amante esta funcionando. Não se passam nem 5 minutos, um garotão bombado para ao meu lado :

- Ola, posso ?

Nem espera resposta e se senta ao meu lado...

(parte 07)