Minha amiga Cida sabendo que eu ia ficar mofando em casa, acabou por me convidar a ir para um sitio de um conhecido dela, com algumas outras pessoas. Como não conhecia ninguem, apenas Cidinha, bateu aquela duvida ! Fazer a travesti ou a bichinha discreta ?
Escolho a ultima, mas na hora de fazer a mala, acabo colocando uns biquinis, um maio e umas sunguinhas, just in case, mas não imagina me montar numa situação dessas. Enfim, as vezes sou meio encabulada.
Chegamos no sitio, por volta de umas 9 da noite, pois saimos tarde e a estrada estava cheia. Mal saimos do carro, uma morena linda vem nos receber. A Cida nos apresenta, ela nos leva para a casa, nos leva a uma suite na verdade, com acesso a uma varanda e duas beliches.
- Foi o ultimo quarto que sobrou ... E talvez ainda chegem mais duas meninas, vcs se importam em dividir ?
- Eu não tenho problemas ...
- Nem eu ...
- Ahhh massa ! Se ajeitem por ai, a gente tah la no fundo ... churras ...
Minutos depois, estamos na churrasqueira, Lena (a morena) nos apresenta ao pessoal todo, umas 8 ou 9 pessoas. Um casal de rapazes de seus 30/40 anos, um casal e sua filhinha de un 3 anos, outro casal de seus 50 anos e mais uma moça com sua filha de uns 5 anos. Depois descobri que era namorada de Lena. O feriado seria um lance bem familia. Mas nada contra.
Eu ganho uma caipirinha, pego uns pedaços de carne e vou me enturmar. Acho que ja era meio tarde, quando a gente ouve barulho de um carro chegando.
- Deve ser meu irmão ... (diz Lena)
Dali a pouco entra um cara enorme, de seus 40 e poucos, cabelo escuro, cortado estilo militar, bonito mas não lindo, tudo nele transpira testosterona. Ele comprimenta o povo todo que obvio ja conhecia, inclusive Cida, que me apresenta a ele. Toda educada estendo a mão para ele. Quando ele aperta minha mão, parece que tomo um choque, tenho a impressão de que aquele aperto de mão dura mais do que deveria e ele com os olhos fixos em mim. Mas logo isso passa. E ele vai para o balcãozinho.
- Pelo jeito acabou a caipirinha ? Alguem quer ? Vou fazer !
Fico, novamente, com impressão de que ele fala aquilo pra mim. De qualquer jeito, faço um gesto aceitando. Ele sorri e uns minutos depois vem me servir. Estou sentada e levanto o copo para que ele faça o refil. Do nada, antes de encher meu copo, segura a minha mão delicadamente. Outro choque me atravessa. Mas fica nisso, ja que se afasta indo conversar com um dos caras.
A caiprinha acaba, o sono bate - passa da uma da manhã - aviso Cida de vou dormir ela diz que vai em seguida e saio a francesa. No quarto uma ducha DELICIOSA, pijaminha e cama. Não sei porque, mas gosto da cama de cima em beliches. Minutos depois chega Cida.
- Menina ... vc viu como o Fabio te olhou ? Minha nossaaaaaaa ... Quem dera !
- Pior que não vi (realmente não) !
- Devia ter visto !
Ela vai para o banho e eu apago.
Acordo mais ou menos cedo, Cida não esta no quarto. Escovo os dentes, troco a camiseta do pijama , a de Johnny Bravo do pijama, seria meio delicada demais, por uma de algodão enorme, tipo XXXL, que cobre tudo inclusive o shortinho e vou tomar o café.
Cida esta a minha espera, ela diz que o povo todo foi para o “lago” e que a gente tambem ia. Café tomado, vou colocar o traje de banho. Mas eu sendo eu, recorro a uma velha “tatica” , visto a tanguinha dessas de amarrar bem apertadinha e por cima uma sunguinha de lycra, mas cujo corte não era exatamente masculino. Mas considerando que sou assumiderrima e nem poderia ser de outra forma, não nada de exotico ou estranho. A ideia por tras dessa “tatica” era que se ficasse sozinha, tirava a sunga e tomava sol de biquini, simples. E la vamos nós para o lago.
Todos estavam lá, alguns ja “calibrando” , brincando na agua com as crianças, o dia estava quente. Lá pelas tantas rola um total entrosamente e o povo se diverte a mil. Apenas Fabio não estava por ali.
Caipirinhas, cerveja, comidinhas, mergulhos, muitas risadas e a manhã passa rapidinho. Os pessoal com criança vai embora mais cedo e se oferece para começar o almoço, depois o casal de moços se vai, até que ficamos so eu e Cida. Pergunto se teria problema eu ficar de tanga, ela diz que não ve porque não já que estamos sozinhas ali e somos velhas amigas. Sim, somos amigas desde os tempos de primario. Tiro a sunguinha e pulo na agua. E vou nadando até uma especie de ducha que havia por ali. Na verdade, acho que era uma nascente que colocaram um cano, Não importa, cai agua pra caramba e é deliciosa, esqueço do mundo ali.
Finalmente volto para o “deck”, para minha total surpresa, quando saio da agua, vejo que Fabio esta conversando com Cida. Não tem mais volta, ja estava fora da agua e vou para minha cadeira pegar a toalha e minha sunga. Não olho, mas percebo que ele me olha atentamente. Depois de uns minutos, ele pula na agua e quando sai quase tenho uma sincope. O homem é uma escultura grega, nadinha fora do lugar e aparentemente tem um pau fantastico, ou algo assim, pelo jeito como fica colado em sua sunga. Ele me pega olhando exatamente nesse momento e sorri. Então avisa que seria legal irmos para almoçar, ja que são quase tres da tarde. Ele monta na motoca (dessas de cross) e vai embora.
Cida me olha, com cara de safada.
- Menina, assim você vai sair daqui casada !
- Boba você né ? Mas que ele é um tesão ele é ! Jesus ...
Visto minha camiseta e voltamos para a casa, para ajudar a terminar o almoço. Mas chegando lá estava tudo no jeito.
Mais conversas, almoço, sobremesa, me encarrego da louça e os meninos me ajudam. Tudo em ordem vou para a varanda onde o povo esta reunido. O assunto basico é “quem vai no bailinho do clube da cidade”. Nisso Fabio se senta quase ao meu lado no sofazão e começa a animar o pessoal para o tal baile, dizendo que costuma ser bem animado e que o pessoal que fica nas pousada por ali sempre vai. No fim, o pessoal que vai fica sendo eu, Cida, Fabio, os meninos e o casal sem filhos. Os demais vão ficar por lá mesmo.
Fabio ainda sugere que poderiamos sair um pouco mais cedo para um esquenta num barzinho da cidade. Sugestão aprovada, os interessado na balada desaparecem pela casa. Passa pouco das 7 da noite.
- segue parte 02