Era dia 08 de julho de 2013, um mensageiro qualquer entregou um convite elegante. O envelope ostentava o brasão ao Automóvel Clube, em seu interior, em letras douradas, um convite em pergaminho, informava uma recepção para a alta sociedade da cidade, onde em comemoração às bodas de prata do benemérito casal Heleno e Norma D´Alessandro, seus três filhos ciceroneavam a festividade que ocorreria no dia 06 de setembro de 2013, no Salão nobre daquele abastado ambiente. Ao ler esse convite, minha mente vagou e no fundo de minha mente, vieram inúmeras lembranças.
Como toda festa da “High Society”, o horário de inicio era às 23h. Os convidados homens e mulheres em trajes de gala, como a ocasião e o ambiente exigia, chegavam em carros luxuosos e adentravam pelo tapete vermelho que se iniciava na calçada. Entrei naquele ambiente que sinceramente não era o meu, me sentia deslocado, sou um homem simples, de gostos simples. Me serviram uma taça de champanhe “Don Perignon” safra de 67. Aquela garrafa, com certeza custava mais que todo meu salário do mês.
No meio do salão, me deparei com o casal D`Alessandro. Heleno e Norma abriram um maravilhoso sorriso e abriram os braços para me receberem. Abracei aos dois, ao mesmo tempo. Ficou demonstrado a todos os convidados que eu era um convidado especial. Enquanto ainda estava abraçado aos dois, quase em uníssono, me disseram baixinho.
- Obrigado, amigo. Nada isso seria possível sem você.
....
Novamente meus pensamentos vagaram em direção ao passado, o ano era 1987, especificamente no final do mês de março e já passavam da meia noite. Estava no bairro conhecido como “Boca do Rancho”, quando passei em frente a um estabelecimento conhecido por “Canhão”, uma Boate, uma zona, lugar onde as prostitutas se reuniam para receber seus clientes. O estabelecimento possuía um salão onde os casais dançavam ao som de radiolas automáticas, cujas músicas eram escolhidas após serem introduzidas fichas ou moedas. Na lateral o bar com seu balcão. Ao fundo, saindo por uma porta lateral, ficavam os quartos, alugados pelas garotas para receberem seus homens e fazerem os seus “programas”.
Eu conhecia várias garotas daquela casa, era cada uma mais linda que a outra, Mariana, Jucélia, Mirna, Índia Ceci, Lorena, Lucia, Darquinha, Lucy, Ângela e Nissinha. Dez garotas distribuídas em dez quartos.
Vistoriei o ambiente e percebi que todas estavam acompanhadas, bebiam e dançavam. Era parte do seu trabalho fazer os clientes gastarem no bar, Cervejas, Martinis, Conhaque de Alcatrão, Camparis e como não poderia faltar a famosa cachaça mineira.
Lembro-me que as garotas cobravam o equivalente hoje a duzentos reais por cada programa e não faltavam clientes para as mesmas.
Atravessei o salão e me dirigi à porta lateral, onde acessei o corredor dos quartos. Algumas garotas estavam agarradas aos homens que ainda decidiam se iriam entrar ou não para fazerem os programas. Saí daquele local e decidi encerrar meu trabalho naquele dia, retornando à delegacia.
Finalizada a ronda, dispensei a equipe e já me preparava para sair, quando chegaram diversas viaturas da Policia Militar com vários conduzidos. Instantes depois de minha saída, dois homens havia iniciado uma briga por causa de uma das putas e quase se mataram, utilizando para isso gargalos de garrafa. Haviam diversas pessoas feridas. Moral da estória passamos toda a madrugada efetuando a prisão em flagrante, pela manhã eu estava arrebentado.
Diversas putas compareceram à Delegacia para acompanhar o desenrolar da estória, afinal que prostituta que não gosta de fofoca e de delegacia.
Já amanhecendo notei que Nissinha estava meio acabrunhada sentada no meio fio da calçada. Prestei atenção naquela mulher. Estava com uma sandália alta, com a tira do pé esquerdo arrebentada. Ela trajava um vestido curto de malha verde, que mal tapava as poupas de uma bunda maravilhosa, suas pernas e coxas eram grossas, os seios pequenos e empinados. Se fosse hoje, diria que teria colocado silicone. Como uma puta possuía peitos firmes, nunca entendi essa perversidade ou permissividade da natureza. Suas pernas meio abertas mostravam uma calcinha pequena estufada por uma xoxota volumosa.
Atravessei a rua e a convidei para tomar um café, o que ela aceitou prontamente. Começamos a conversar.
- Você teve lá na boate ontem e não foi me ver.
- Você estava com clientes, respondi.
- Estava não! Estava te esperando! Você falou que ia!
- Sua porta estava fechada. Você queria que eu batesse? Aí, a confusão seria comigo, disse sorrindo.
- Você falou que precisava falar comigo. Fiquei te esperando, não atendi ninguém a noite toda. Porque você nunca me cantou? Perguntou na lata, me pegando desprevenido!
- Não sei. Respondi!
- Você não gosta de mim? Retrucou afirmando.
- Eu nunca saí com nenhuma das meninas, tentei sair pela tangente.
- Você não respondeu minha pergunta! Insistiu ela.
- Eu sou doido com sua bunda. Acho-a fantástica, respondi!
- Rola, foi a resposta. Se você quiser eu dou a bunda para você.
Fiquei louco na hora, meu cacete endureceu e estufou a calça. Comecei a suar e a pensar apenas com a cabeça de baixo. Paguei o café, peguei Nissinha pelo braço e a conduzi para fora do boteco. Entramos em meu carro, um Volkswagen Puma, daqueles antigos, baixinho e esportivo, saí dirigindo sem saber aonde iria, naquela época não havia motéis e a boite era impraticável naquele momento.
Enquanto dirigia e pensava para onde iria, Nissinha, levou as mãos até minha virilha e pegou sobre a calça meu cacete, acariciando-o. Habilidosamente abriu a braguilha e o tirou para fora. Debruçando sobre meu colo começou a chupar. Sua boca era infernal, começava chupando a cabeça e ia descendo pelo corpo. Introduzia o cacete todo na boca e prendia com os lábios fazendo a sucção e depois ia puxando a cabeça enquanto apertava os lábios prendendo-o. Eu sentia como se estivesse fodendo uma boceta, mas era aquela boca mágica. Vi uma ruela de terra e embiquei o carro por aquela viela, até parar num local escondido no meio do mato, no final daquela ruela. Reclinei os dois bancos para ficarmos um pouco mais confortáveis e começamos a sarrar. Eu beijava seu pescoço, ombro, chupava sua orelha, deslizava a língua pelo seu colo até os seios enquanto nossas mãos acariciavam corpo de um e outro. Costas, tórax, peito, pernas, coxas, seios, braços, tudo era tocado, apertado, acariciado.
Nissinha largou meu cacete e me abraçou, apertando-me contra seu corpo. Tentei beijá-la, mas ela recusou. Segurei seu rosto e tentei forçar novamente o beijo. Ela novamente virou o rosto em recusa e disse:
- Puta não beija na boca! Dá problema. Enquanto suas mãos acariciavam meu cacete que há instantes estivera dentro daquela mesma boca que agora tentava beijar. Acariciei suas pernas e coxas, separando-as e buscando aquela xoxota cujo volume na calcinha havia vislumbrado. Puxei o vestido para cima, retirando-o pela cabeça e dentro daquele carro minúsculo desnudei aquela mulher deixando-a apenas de calcinha. Acariciei sua bunda, apertei. Minhas mãos passeavam pela fenda entre cada banda e descia até o cu e a buceta, numa caricia profunda. Notei que ela estava excitada, minha mão estava melada dos fluidos que jorravam de seu interior.
Nissinha começou a me desnudar. Fiquei completamente nu dentro daquele carro. Ela então se reclinou no banco e me puxou para cima dela. Suas pernas saíram pela janela de um lado e a outra foi apoiada no console da alavanca de marchas. Me acomodei entre suas coxas e meu cacete procurou sua fenda. Ela apenas arredou a calcinha para o lado e então guiou meu cacete para seu interior.
Totalmente preenchida começou a rebolar, ao meu ritmo, fazendo com que fosse inigualável aquela relação. Fiquei naquela posição, encaixado, entrando e saindo de dentro dela, até que Nissinha começou a me pedir para parar e tentou me tirar de cima dela. Como era maior e mais forte, deixei que meu peso a subjugasse e continuei martelando, socando meu cacete contra suas carnes macias e molhadas.
Olhei em seu olhos e vi lágrimas escorrendo, no exato momento em que ela me apertou fortemente e começou a gozar. Senti que aquela mulher estava tendo realmente prazer comigo. Continuei naquela batalha, meu próprio gozo se aproximava, acelerei meus movimentos e me vaziei dentro daquele corpo gostoso.
Ao sentir que eu gozava, ela me abraçou mais forte ainda e virando o rosto em direção ao meu disse. - foda-se e colou sua boca a minha, num delicioso beijo de língua. Descansamos por alguns instantes e comecei a fazer caricias em suas coxas, pernas, seios e falei.
- Ainda quero comer sua bunda.
- Eu disse que rolaria, não foi! Já virando de bruços no banco e colocando para cima aquele monumento desejado.
Lubrifiquei o cacete com saliva mesmo, pincelei com o cacete a entrada e utilizando ainda a lubrificação da buceta, misturada com meu próprio esperma que escorria para fora, apoiei o cacete na entrada daquela bunda e forçando fui introduzindo até o fundo o cacete naquele cuzinho. Vocês não imaginam a acrobacia que foi comer a bunda daquela mulher dentro daquele carro. Até hoje, fico imaginando a cena e sempre me rende boas gargalhadas. Ficamos naquele local até por volta das 10 horas da manha. Quando então resolvemos encerrar aquela batalha e retomar nossas vidas.
- Nissinha, enquanto me dirigia boite, onde veria deixa-la, estava silenciosa, pensativa, circunspecta. Quando parei o carro para ela descer, novamente me olhou nos olhos, me deu outro beijo na boca e disse:
- Você não deveria ter-me feito gozar e eu não deveria ter te dado beijo na boca. Virou as costas e me deixou plantado dentro do carro sem saber o que pensar ou fazer.
Encontrávamo-nos toda semana, cada vez era melhor que a outra. Aquela mulher se entregava a mim com fome e volúpia e sempre que tinha oportunidade me dizia, com você sou mulher, não sou puta. Você nunca me tratou como a puta que sou.
....
No meio de agosto, acontecia a festa da padroeira da cidade, durava quinze dias as comemorações.
As garotas da boate faturavam alto com a grande movimentação de romeiros. Vinha gente de todo canto do país para a peregrinação. Nessa época Nissinha recebeu um homem. Esse homem, após terminada a romaria, retornou mais algumas vezes e ficava esperando ser atendido. Quando ele percebia que ela estava com outro cliente, não transava com ela, mas pagava sua companhia a noite toda, de modo que ela não recebesse mais ninguém.
No dia 06 de setembro, estava dentro da delegacia resolvendo alguns problemas, quando um dos detetives me procurou e disse que havia um casal, a mulher era a Nissinha, mas o homem ele não conhecia. Interrompi o que fazia e disse que os atenderia. O homem eu não conhecia, junto ao mesmo estava Nissinha. Arqueei as sobrancelhas em sinal de preocupação e também um pouco de surpresa.
Cumprimentei os mesmos, com um bom dia, ofereci um café, respirei fundo e me preparei para o que estava por vir.
O homem se apresentou, e disse que precisavam conversar comigo um assunto muito sério.
Olhei para Nissinha e a mesma começou a falar.
- Inspetor, o senhor me conhece há muito tempo, já me comeu várias vezes e sabe que eu sou prostituta, não sabe? Sem esperar resposta, continuou. Esse homem me procurou, a gente transou, ele me pagou, tá tudo certo. Ele voltou mais umas quatro vezes. Teve duas vezes em que eu estava com cliente e ele ficou esperando ate eu terminar de atender. Me pagou a noite toda, mas não ficou comigo na cama, ficamos batendo papo e bebendo, mas eu não atendi mais nenhum cliente a noite toda.
Nos outros dois dias ele chegou cedo e a gente ficou junto a noite toda e ele me pagou tudo e eu não atendi ninguém nestes dias. A última vez foi essa noite. Hoje de manhã, ele veio com um papo de que quer me tirar da zona para eu ir morar com ele.
- Sim e daí, exclamei!
- Eu disse a ele se queria ter uma puta particular ou se queria uma esposa. Sem deixar ele me responder, eu disse, que somente receberia a resposta aqui na delegacia com o testemunho do senhor, que é uma pessoa séria e que me conhece.
-Não posso negar, fiquei desconcertado com a situação, mas não havia remédio ou solução, apenas me dirigi ao homem e disse: Responda à mulher, meu senhor, se o senhor quiser!
- O homem então disse: Eu não quero uma puta, eu quero que você seja minha mulher, minha patroa, a mãe dos meus filhos.
Nissinha em lágrimas, olhou pra mim, deu um sorriso e dirigindo-se ao homem, disse:
- Eu serei a melhor mulher que você poderia desejar ou sonhar e segurando o homem pelas mãos, agradeceu e deixaram minha sala. Eu não sabia o que pensar, recusei-me a pensar no futuro.
....
Esses pensamentos duraram o exato tempo em que fiquei abraçado a aquele casal. Quando nos separamos, do nosso lado estava Paulo Henrique, Maria Amélia e Lucas André, 24 anos, meu afilhado. Os três se jogaram em meus braços, como crianças, me chamando de tio, uma alegria incontida, me pediam a benção.
Este homem, policial experiente, duro, acostumado a quase tudo, não resistiu e se derramou em prantos. Enxugando as lágrimas, pensei se o roteiro do filme “Uma linda mulher” não era uma adaptação, uma biografia da história da vida desses meus amigos.
Olhei em volta e vi que os convidados estavam todos, mirando-nos, e mais um pensamento veio a minha mente, quem naquela sala saberia a história de vida do Empresário Heleno e da socialite Norma “Nissinha” D´Alessandro e que tudo começou numa viagem de quermesse para pagamento de promessa a uma santa padroeira.
Ao fundo a banda tocava “Parabéns a voce”.
Eu não deixava a nissinha fugir...
Geeeente... kkkkkk