Passamos grande parte da nossa vida fazendo escolhas, alguns aprisionantes e outras libertadoras. Nosso cotidiano coloca estas oportunidades, com isso temos a sensação de livre arbítrio. Aliás uma coisa atualmente muito questionada por diversos pensadores, já que vimos com um software instalado previamente quando chegamos a este mundo. Escolhas pequenas nos são permitidas, grandes escolhas nem tanto.
Um escolas que esclarece a não existência do livre arbítrio é o Determinismo. Muitos filósofos argumentam que se o universo é governado por leis causais, então todas as ações humanas são determinadas por eventos anteriores. Se tudo é predeterminado, então o livre-arbítrio não pode existir. Além disso, a existência do livre-arbítrio tem implicações significativas para a moralidade e a responsabilidade. Se não temos livre-arbítrio, então a responsabilidade moral por nossas ações pode ser questionada.
Nos seminários que realizo, o primeiro chama-se TANTRA. Não confunda com massagem tântrica, que da forma como é propagada atualmente nada mais é corrupção e a terceirização da masturbação. O mesmo acontece com a Yoga, onde as pessoas focam basicamente nas ásanas e não na filosofia. A questão é que através do TANTRA e do levantar da serpente no deserto podemos transcender o determinismo.
No evento da semana passada fui procurado por uma jovem chamada Gladys. Uma empresária do mundo da moda com relativo sucesso, casada, sem filhos, cerca de 30 anos, curso superior, excelente relacionamento com os pais e sogros. Este seu lado visível vive em choque com a sua mente, com os desejos. A mulher que trás no significado do seu nome liderança e que pode remeter aos famosos gladiadores romanos, sonhava com outras coisas. Quer aventuras proibidas.
Todas as manhãs, ela escolha as roupas, o caminho que fará para o trabalho, pensa se terá ou não filhos, define as cores da nova coleção, seleciona funcionários, precifica seus produtos. Porém, não tem coragem de sair da sua gaiola social dourada. Aparentemente isso lhe dava segurança, seus desejos eram tão diferentes que ela sequer consegue falar em voz alta, olhando no espelho.
Abrir-se para o marido, para mãe ou para a melhor amiga, era tido como pecado mortal naquela cabeça formada pelos dogmas religiosos tradicionais. A ameaça de passar a eternidade no inferno pairava sobre a sua cabeça como a guilhotina de Robespierre em Maria Antonieta. Gladys era uma puta, uma cadela, uma devassa, uma submissa no seu íntimo, mas era também uma medrosa, uma covarde, uma insatisfeita, uma infeliz vivendo como uma sombra.
Quem já participou de um seminário Tantra deve se lembrar o momento da apresentação. Este é um dos mais importantes de todo o evento, perde somente para o exercício dos espelhos. Formamos um círculo, onde quem se apresentará deve falar seu nome, o que faz, porque está ali, seus desejos, livrando-se das roupas até ficar nu diante todos. Admito que é uma barreira muito grande a ser quebrada.
Isso porque uma parcela considerável da população sobre com o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC). Esse transtorno psicológico faz com que os indivíduos se fixem em defeitos imaginários ou insignificantes em sua aparência, levando a uma obsessão e sofrimento emocional intenso. Pessoas com TDC podem gastar horas por dia preocupadas com sua aparência e podem evitar situações sociais por causa disso. Gladys é uma destas pessoas e quase desistiu do seminário nesse momento, felizmente desta vez conseguiu vencer.
Como chegou a este mundo, confessou seus medos e desejos para todos numa verdadeira catarse regada a lágrimas, sensação de liberdade e tesão extremo. Gladys, uma mulher de estatura mediana, magra, elegante, sonha em ser estuprada por homens fortes e rudes. Agredida, invadida, tendo todos os seus buracos preenchidos por paus de todos os tamanhos. Seu sonho é ser fodida por pelo menos três homens, um metendo com força no seu cu, outro na buceta completando a DP e o terceiro puxando seus cabelos enquanto fode a sua boca.
Isso era somente o início da sua apresentação, ansiava sem ser batizada como cadela, receber um novo nome e entregar-se a um DOM. Renunciando a forma consciente do seu “livre arbítrio” para realizar todos os desejos dele, por mais absurdos que fosse. Se imaginava sendo fodida por animais, principalmente cães e cavalos. Sendo levada para passear em parques, engatinhando com um plug com rabo nu cu para ser oferecida a moradores de rua para gozarem em todos os seus buracos.
Queria olhar-se no espelho e ver os hematomas na sua bunda, marcas deixadas pelo chicote do seu senhor. Vendo seu cu com um plug, mas cheio de porra depositada durante sua sodomização. Gostaria de foder com machos escolhidos ou o próprio DOM, chegar em casa suada, com a buceta gozada e dar para o marido chupar, compartilhando com ele a porra de vários machos.
Externar tudo isso para o grupo lhe tirou anos de agonia, de repressão das costas. Entre a cruz e a espada, Gladys escolheu o ato corajoso de admitir publicamente quem era e o que desejava. “Vocês já entenderam, eu sou uma puta e espero que nesse final de semana seja tratada como tal”, finalizou. Nesse momento ela tinha feito uma escolha difícil, porém cheia de significados.