Desventuras na Estrada - Cap 3

Ver o rosto e a barba de Marcelo sujos com a minha porra, era incrível.
- Vamos logo pro banheiro - ele falou sem olhar pra mim.
Peguei minha toalha na mochila, e ele pegou roupas limpas também.
Saímos do caminhão e fomos até o banheiro.
O banheiro estava mais vazio que antes.
Tomamos banho em silêncio, estava com um pouco de vergonha e Marcelo também parecia envergonhado.
Terminamos o banho.
Ver Marcelo completamente nu, se secando na minha frente era a melhor visão que poderia ter.
- Me dá a roupa suja - falou Marcelo enquanto terminava de se vestir - vou lá guardar no caminhão, enquanto isso pode ir comer.
- Ta bom.
Entreguei minha roupa pra ele.
Ele saiu na minha frente seguindo até o caminhão.
Entrei no restaurante da parada e pedi dois pratos, me sentei numa mesa no fundo e coloquei o prato de Marcelo do outro lado da mesa.
Depois de alguns minutos ele entrou pelo rrestaurante e veio até mim, se sentou em silêncio e sem olhar pra mim.
- Pedi frango pra você - eu disse tentando quebrar o gelo.
- Frango ta bom - ele disse sorrindo.
Marcelo comeu rápido, parecia com fome.
Se levantou da mesa e pediu outro prato.
Fiquei assustado com sua fome.
- você come bastante né?
- As vezes sim - ele respondeu - é que hoje gastei muita energia.
Ele olhou pra mim sorrindo.
Fiquei sem graça e ele mudou de assunto.
- Aqui em cima do restaurante tem uns quartos pra passar a noite.
- Ta bom.
- Mas não vamos passar a noite toda, só algumas horas, temos carga pra levar.
Assenti com a cabeça.
Ele terminou o segundo prato.
- Acho que vou querer uma sobremesa - ele disse - e você?
- Pode ser - falei - Pudim?
- Sim.
Me levantei e fui até o balcão.
Esperei um pouco até a moça me atender.
Percebi que do outro lado Marcelo me olhava fixamente, de um jeito carinhoso.
Peguei os dois pedaços de pudim, voltei pra mesa e comemos em silêncio.
- Bom, agora to satisfeito - ele falou - vou subir, quando você for, pergunta por mim na recepção, por que não seu qual quarto está vago.
- Ta bom, só vou ligar pro meu pai e já subo.
- Ta, toma cuidado.
Ele subiu e eu me encostei do lado de fora do restaurante.
Era cerca de dez da noite, liguei pro meu pai, a conversa não teve nada demais, só "estou bem" "boa noite" "a viagem ta ótima".
Desliguei o celular e subi pra descansar, passe na recepção, que era nada mais que uma mesinha, e uma mulher velha sentada.
Me aproximei e perguntei:
- Boa noite, eu tô com um homem alto, careca, ele acabou de entrar aqui.
- Então você é a puta de hoje? - ela respondeu rindo sem nem olhar pra minha cara - Quarto 17
Não me dei o trabalho de responder.
Andei pelo corredor até chegar ao quarto 17, a porta estava aberta.
Entrei no quarto minúsculo, mal cabia a cama de casal.
Marcelo estava deitado sem camisa no canto com um braço atrás da cabeça, ele parecia dormir profundamente.
Me deitei na encolhido na beirada da cama, pensando no que a recepcionista disse, é claro que os caminhoneiros tinham que se satisfazer de alguma forma, mas será que eles traziam tantas mulheres(ou homens) pra cá assim?

Os lençóis faziam meu corpo coçar, peguei no sono rapidamente.

Acordei, Marcelo não estava ali, estava sozinho no quarto, olhei no celular, eram três e meia da manhã.
Me levantei e sai do quarto, desci.
O restaurante estava praticamente vazio, Marcelo não estava ali, também não estava no banheiro.
Andei pelo estacionamento até o caminhão.
Ele não estava na cabine, dei a volta no caminhão, Marcelo estava em pé encostado na parte de trás do caminhão fumando um cigarro, olhando pra estrada, parecia estar pensando.
- Você fuma? - perguntei, ele se assustou e deixou o cigarro cair.
- Não...é, só de vez em quando pra relaxar.
Eu sorri.
- Você devia estar dormindo - falei - vai dirigir o dia todo, precisa descansar.
- Faz muito tempo que não tenho uma noite interação de sono, já me acostumei a dormir pouco.
Me encostei no caminhão ao lado dele.
- Ta pensado em quê? - perguntei.
Ele ficou em silêncio por um tempo e falou:
- Em você.
Ficamos os dois olhando pra estrada, sem olhar um para o outro.
Voltei a perguntar.
- Pensando exatamente o que sobre mim?
Ele riu e revirou os olhos.
- Muita coisa.
- Então me fala - eu disse.
Ele hesitou um pouco, parecia não quere falar mas então se abriu.
- É que eu realmente quero te ajudar sabe? Ajudar sua família, é difícil achar um garoto como você, que cuida da família.
Não falei nada e ele continuou.
- Queria realmente conseguir um emprego pra você, um emprego que você conseguisse ficar perto de casa, da sua família.
- Não liga pra isso Marcelo, você já criou um emprego pra mim onde nem existia.
Nós dois rimos.
- Verdade, mas...quando se é caminhoneiro, ainda mais por um longo tempo como eu, você vê muita coisa, muita maldade, muita gente ruim, e então fica fácil reconhecer quem é bom e quem é mau, e eu consegui ver bondade e força de vontade em você, não queria ver alguém como você vivendo essa vida.
- Não se preocupa, eu sei me cuidar!
Ele olhou pra mim, segurou meu braço e me fez ficar de frente pra ele.
- Por via das dúvidas, eu também vou cuidar de você! - ele disse olhando em meus olhos.
Cheguei mais perto dele, enlacei meus braços em volta do corpo rígido de Marcelo e coloquei minha cabeça em seu peito, ele me abraçou apertado, e eu realmente me senti seguro em seus braços.
Ele beijou minha cabeça, ficamos abraçados por um tempo.
Olhei nos olhos dele.
- Obrigado - sussurrei.
Ele olhou em meus olhos, abaixou a cabeça lentamente em minha direção e encostou seus lábios nos meus.
Ele me beijou calmamente, e eu correspondi, sentia sua barba encostando em meu rosto e me fazendo cócegas, sua língua invadia minha boca de uma forma terna e carinhosa.
Podia dizer que era o melhor beijo da minha vida, seus lábios macios regiam aquele beijo molhado, e suas mãos calejadas seguravam com força minha cintura.
Minhas mãos corriam de suas costas largas, para seu peitoral, depois pra barba, e então eu acariciava seu pescoço e sua nuca.
Não queria que esse beijo acabasse, nunca, mas Marcelo afastou seus lábios calmamente e ficou me olhando, passando seus dedos por meu rosto e por meus lábios.
Seu olhar pra mim exalava carinho.
- Infelizmente já ta na hora de ir - ele falou baixinho.
- Ta bom.
Nos soltamos.
- Acho melhor comprarmos algumas coisas, aí tomamos café da manhã na estrada, pode ser?
- Pode sim - respondi.
- Pode me esperar no caminhão, já volto - ele disse me entregando a chave.
Entrei no caminhão, e Marcelo entrou no Restaurante que também funcionava como padaria.
Fiquei o observando.
Ele saiu da Padaria e entrou na pequena lojinha de conveniência ao lado, não demorou muita lá e saiu carregando um garrafa térmica e um esopor, ele entrou novamente na padaria e depois voltou ao caminhão.
- Comprei bastante coisa - ele disse animado - uns sanduíches, pães, biscoito recheado, você gosta né?
- Gosto - falei rindo.
- Comprei esse esopor pra guardar, e a moça da padaria encheu a garrafa de café pra gente - ele sacudiu a garrafa no ar.
- Então podemos ir? - perguntei
- Com certeza.
Depois de um tempo na estrada, quase amanhecendo puxei um assunto que claramente não agradou Marcelo.
- Quando entrei lá no dormitório ontem a noite a moça da recepção disse que eu era "a puta de hoje", o que ela quis dizer? - perguntei.
- Aah Otávio, você sabe. É que... A gente fica tempo demais na estrada, os homens tem necessidades - ele riu
- Então, você leva muitas mulheres pra esses dormitórios na estrada?
- Todo mundo leva, e nem sempre são mulheres, se é que você me entende.
Ele piscou pra mim.
- E agora que eu to viajando com você muda alguma coisa?
Nós dois rimos.
- Acho que sim, agora você pode fazer o papel delas!
Ele deu um sorriso safado e meu corpo se arrepiou.
Com certeza eu poderia fazer esse papel


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Comentários


foto perfil usuario anonimategay

anonimategay Comentou em 10/05/2018

mdss me imaginando la na cena aaaaaaaaaa

foto perfil usuario lordricharlen

lordricharlen Comentou em 20/12/2015

Aí tinha feito um escândalo com aquela Vadia.




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Ficha do conto

Foto Perfil safadinho6969
safadinho6969

Nome do conto:
Desventuras na Estrada - Cap 3

Codigo do conto:
75827

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
18/12/2015

Quant.de Votos:
15

Quant.de Fotos:
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