Os dias iam se passando, e eu já estava totalmente habituado a rotina de trabalho.
As piadas e insinuações de Heitor ficavam mais frequentes a cada dia.
Eu seria capaz de me render a ele quando ele quisesse, mas ele já tinha poder demais naquela empresa, não queria que ele também tivesse poder sobre mim, eu me controlava pra não pular em cima dele a cada insinuação sexual que ele fazia.
Era difícil me segurar perto de um homem como ele, alto, forte, lindo. Pode parecer besteira mas até sua falta de educação me atraía, parece que sua brutalidade o deixava mais atraente.
Subi para o décimo andar, em um dia qualquer para entregar as correspondências, entrei na sala depois da permissão de Heitor, deixei-as em sua mão. Quando estava prestes a sair ele começou a falar.
- Senta aí, vamos conversar.
Exitei um pouco, sabia que ele tentava me envolver, não sabia o motivo mas era claro que ele me queria, e eu não queria me render, não queria dar esse gostinho a ele.
- EEeh..eu ainda tenho muito trabalho, preciso ir.
- Senta aí - ele disse agora ainda mais sério e apontando a cadeira em frente sua mesa.
Obedeci e me sentei.
Ele ficou um tempo em silêncio, parecia estar pensando em algo.
- Por quanto tempo você acha que vai conseguir resistir?
- Como assim? - falei tentando parecer confuso.
- Não se faça de desentendido, nós dois sabemos bem do que eu tô falando, está muito claro o que está acontecendo aqui.
- Acho que eu não sei - falei mudando a postura, e tomando um ar provocante.
- Então eu vou esclarecer pra você - ele falou se levantando e andando pela sala enquanto falava - é óbvio que eu quero você e que você me quer também...
- Você ta bem convencido.
- Não me interrompa - ele disse sério apontando o dedo pra mim - mas continuando, por algum motivo você está tentando resistir as minhas investidas, querendo dar uma de difícil, você já está trabalhando aqui à...sei lá, três semanas?
- Exatamente - respondi
- Então - ele continuou - pelo que me parece isso já virou um jogo não é mesmo?
- Você acha? - eu ri debochado.
- Sim eu acho, e como um bom jogador eu já percebi que você vai resistir ao máximo, e eu também vou fazer de tudo pra acabar com essa sua resistência.
Ele ficou em silêncio por um tempo sorrindo.
- Então, aqui vai minha proposta - ele falou se sentando na cadeira bem ao meu lado - se dentro de duas semanas você não se aguentar e se reder a mim, eu vou poder fazer o que quiser com você.
Comecei o sorrir e perguntei.
- E se eu resistir as duas semanas? O que eu ganho?
- Você decide! - ele falou com os olhos vidrados em mim.
- Já sei - falei rapidamente - se eu resistir as duas semanas, você vai trabalhar um dia inteiro no meu lugar, entregando correspondências pro prédio todo, almoçando no lugar onde eu almoço e principalmente sendo educado com as pessoas.
Ele gargalhou.
- Fechado - ele disse estendendo a mão pra mim.
Fiz o mesmo e apertamos as mãos
- Ah, só quero te lembrar que eu sempre venço - ele disse.
Desta vez fui eu quem gargalhou.
- Vamos ver então!
Me levantei pra sair da sala e ele pareceu se lembrar de algo.
- Aah, bem lembrado, como isso é um jogo cada um usa dos seus recursos pra ganhar não é?
- Sim - respondi.
- Então, à partir de amanhã você trabalha diretamente pra mim, vai ser meu assistente pessoal, vai me ajudar com minhas papeladas, com meus compromissos, vai ficar bastante tempo perto de mim.
Eu cerrei os olhos.
- Isso é jogo sujo.
- Não existe jogo sujo, só jogo.
Ele falou se sentando de novo atrás da mesa.
- Os assistentes trabalham no nono andar - ele voltou a falar - amanhã vou pedir pra alguém te mostrar sua mesa.
Saí de sua sala sem dizer nada, com um sorriso de orelha a orelha.
Eu precisava vencer essa aposta de qualquer jeito.
Desci para o térreo e contei a Lídia que iria trabalhar no nono andar, ela ficou radiante com a notícia.
No outro dia, acordei cedo e fui pro trabalho sem atrasos. Felipe, o mesmo garoto que me ajudou no primeiro dia me mostrou meu novo posto de trabalho.
O nono andar não tinha paredes, só mesas enormes bem distribuídas separadas por divisórias.
A minha mesa ficava bem nos fundos da sala.
Me sentei, a cadeira era muito confortável e girava, a mesa tinha inúmeras gavetas, sobre ela havia um computador enorme, um telefone, e vários papéis.
- Bom - falou Felipe - seu trabalho agora é basicamente fazer o que o Sr. Heitor manda.
Nós rimos.
- Mas a gente já não faz isso - perguntei.
- Sim, mas quando algo der errado é com você que ele vai reclamar.
Eu ri, mas por dentro estava nervoso, era uma responsabilidade maior e como bônus eu ainda ficaria mais tempo perto de Heitor.
Felipe me deixou sozinho ( a não ser pelos outros assistentes).
Depois de alguns minutos organizando (ou pelo menos tentando organizar) a papelada o telefone da mesa tocou, logo eu atendi.
- Sobe aqui.
Ele nem esperou que eu respondesse e já desligou na minha cara novamente.
Entrei no elevador e subi até a sala de Heitor.
- Tenho mais uma coisa pra acrescentar à nossa aposta caso eu ganhe.
- Pode falar - ele disse mexendo no computador.
- Você nunca mais vai desligar o telefone na minha cara.
Ele riu.
- Você que manda.
Ele se levantou e voltou a falar.
- Vamos sair hoje...
- Pra onde.
- Já te disse pra não me interromper, vamos comporar umas roupas pra você, você é meu assistente agora, não pode ficar por aí andando de tênis.
Ele apontou pros meus pés.
Eu sorri.
- Na hora do almoço me encontre na garagem, pode ir.
- Ok.
Saí da sala, e voltei ao trabalho.
O tempo passou voando e logo já era hora do almoço, desci de elevador até o subsolo e logo estava na garagem, esperei por alguns minutos e logo Heitor apareceu.
Ele foi andando até um carro branco, era um Jeep Compass.
Ele entrou sem falar nada, entrei e me sentei no banco do carona.
Não conversamos durante o caminho, chegamos ao shopping e ele estacionou, passamos por poucas lojas, Heitor não parecia gostar de fazer compras. Mesmo assim comprei roupas lindas (que nunca conseguiria comprar com meu salário) blazers, sapatos, calças jeans e sociais.
Saí do provador da última loja, vestido uma calça jeans muito escura bem ajustada ao meus corpo, um blazer azul marinho por cima de uma camisa lisa e um sapato lustrado e brilhoso.
Heitor estava sentado impaciente, quando saí ele se levantou.
- Ta lindo.
Me assustei e falei.
- Nossa, a primeira gentileza que ouvi você dizer.
Ele pareceu ter ficado sem graça e fechou a cara.
- Vamos, anda logo, pode ir até com essa roupa mesmo.
Gostei da idéia de usar essas roupas, eram confortáveis e eu me sentia elegante usando-as.
Heitor foi até o provador que eu estava e saiu de lá com minha roupas que eu tinha trocado.
- Vai fazer o que com isso? - perguntei.
- O que você já devia ter feito - ele foi até a lata de lixo mais próxima e jogou tudo dentro - isso não é roupa de verdade, não quero mais você usando isso.
Eu gargalhei de sua atitude, não me importei nem um pouco, estava gostando totalmente de trocar de estilo.
Saí do shopping cheio de bolsas, Heitor não me ajudava com uma se quer, parecia nem ligar por eu carregar tanto peso.
Entramos no carro e depois de alguns minutos estávamos na rua do prédio.
- Vamos almoçar - ele falou.
- Meu horário de almoço vai acabar agora, não vai dar tempo.
Ele gargalhou.
- Acho que você esqueceu quem é que manda nisso aqui.
Eu sorri.
Ele estacionou na frente do restaurante que eu e Lídia passamos aquele dia, por dentro era ainda mais fantástico do que por fora.
A comida era, espetacular.
Por diversas vezes eu esquecia da maldita aposta e ficava prestes a puxar Heitor pra qualquer canto e me jogar nos braços dele, ele sabia como me envolver apenas com suas palavras e aquela voz grossa, cada movimento dele me fazia repará-lo e desejá-lo mais e mais. Mas eu tinha que ganhar dele, tinha que mostrar que ele não tinha poder sobre tudo.
Acabamos o almoço e saímos do restaurante.
- Pode ir pra casa - ele disse - tira o resto do dia de folga.
- Sério?
Ele fez que sim com a cabeça.
Não esperei ele me oferecer uma carona ( pois eu sabia que ele não ia oferecer) tirei todas as minhas bolsas do carro. Quando saí o peso delas me fez tropeçar e quase caí atrapalhado sobre Heitor.
Ele colocou suas duas mãos enormes em minha cintura com força me fazendo arrepiar.
Ele percebeu minha reação e aproximou seus lábios dos meus ouvidos.
- Vai ser fácil ganhar de você - ele disse sussurrando.
Fiz o mesmo, aproximei meus lábios de seus ouvidos e sussurrei:
- Isso é o que nós vamos ver.
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E aí queridos, espero que estejam gostando de ler, por quê eu estou amando escrever essa coisa HeitorxOtávio
Comentem o que estão achando, e se quiserem compartilhar opiniões e até idéias podem me mandar Mensagem... Beijo
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH EU TOU GRITANDO AQUI
CCCCCCCCAAAAAAAAAAAAAAARRRRRRRRRRRRRRAAAAAAAAAAAAAAACCCCCCCCCCCCCCAAAAAAAAAAAAA... to aqui Me remoendo de Vontade de ser Otávio......... Muito Envolvente essa Trama...
SEGUUUUUUURA OTÁVIO. Faça desse Heitor um otário. Cara, seu relato é sensacional, bem descrito.
você escreve muito bem cara. parabéns!
Ahhh meu Deus não faz isso, adoro seus contos mas o duro é esperar vc escrever kkkkk sou mto curioso. Por favor escreva logo hein
muito bom esse conto, cada dia melhor. Faz o Heitor sofrer também. hahah
O conto ta cada vez melhor...DELÍCIA. Esse lance do jogo entre HeitorxOtávio foi uma cartada de mestre. Isso tá melhor que muito livro. Já pode virar escritor. Torcida pelo Otávio aqui...Uhuuuul.
Cara, você escreve muito bem. Parabéns.
Cara, já sou seu fã!!! Você devia se aventurar em livros, isso é um romance e dos bons, to amando, mas pelamor, o Otávio tem que ganhar kkkkkkkkkkkk quero ver o Heitor, entregando correspondências kkkkkkk
Boy que é isso fica deixando agente na curiosidade deixa o conto bem longo
muito bom, so deixa os capitulos mais longos