Desventuras na Estrada - Cap 11

Era cerca de sete da manhã e ouvi barulhos na cozinha, me levantei e fui ver o que era.
Meu pai estava preparando o café.
- Bom dia - ele falou.
Me sentei a mesa e comecei a falar.
- Por quê o senhor não me falou a verdade pai?
- Que verdade Otávio?
- O senhor não machucou a perna em acidente de trabalho nenhum.
Ele se assustou e parou o que estava fazendo.
- Como assim?
- Pai, é só me dizer o por quê!
- Como você soube?
- Li os seus exames, desculpa ter mexido nas suas coisas, mas eu precisei.
Ele parecia ter se conformado que eu descobrira. Meu pai se sentou à mesa lentamente de frente pra mim.
- Olha filho, tudo aconteceu muito rápido, sua mãe tinha acabado de morrer, você tava acabando o colégio, não queria encher a cabeça de vocês com tanta informação, vocês já perderam a mãe, não queria que ficassem com medo de perder o pai também!
- Pai, você tinha que ter me dito isso, isso não é um resfriado que passa com os dias.
Ele não me respondeu só ficou de cabeça baixa.
- Desculpa - ele disse baixinho - não devia ter escondido isso.
Me levantei e dei um abraço apertado em meu pai.
Não queria que ele se sentisse mais mal ainda.
Tomamos café e eu voltei pro meu quarto, me deitei.
Isso mudava muito as coisas, meu pai estava bancando um tratamento oncológico com o pouco dinheiro que tinha, mas eu não tinha mas muito o que fazer, já estava trabalhando, precisava ser paciente e esperar todo fim do mês chegar pra conseguir ajudar em casa.

Fechei os olhos e acabei dormindo.
Acordei e olhei o relógio, era quatro da manhã da segunda feira, já era hora de voltar a trabalhar, passei meu fim de semana praticamente dormindo.
Me levantei, fiz minha mochila, me despedi do meu pai e de minha irmã e fui encontrar Marcelo.
O posto estava cheio como sempre, Tomamos café e caímos na estrada.

- Aproveitou o tempo com a família? - perguntou Marcelo.
- Não muito, meu pai ta bem pior do que eu achava - fiz silêncio por um tempo - ele tem câncer.
- Por que ele não tinha falado sobre isso?
- Ele disse que não queria me sobrecarregar.
Marcelo tirou uma das mãos do volante e colocou sobre a minha.
- Vai dar tudo certo - ele falou sorrindo - é só ser otimista.
O toque e as palavras de Marcelo me acalmaram e me reanimaram, como sempre.

Oito ou nove meses se passaram, estava cada vez mais habituado a vida dentro do caminhão, eu e Marcelo íamos ficando cada vez mais próximos e meu amor por ele só aumentava.
Já tínhamos transado inúmeras vezes em lugares totalmente inusitados, experimentado coisas incríveis em diferentes partes do país.
A cada volta pra casa eu acompanhava o tratamento do meu pai, ele não apresentava muita melhora mas também não parecia correr risco.
Minha irmã estava lhe dando normalmente com a situação (o que me surpreendeu).
Apesar de tudo eu me sentia feliz, eu tinha Marcelo ao meu lado e enquanto ele estivesse comigo eu me sentiria seguro.

Era cerca de seis da tarde, chovia muito e não podíamos nos dar o luxo de parar, pela primeira vez nós estávamos fora do prazo e tínhamos que chegar o mais rápido possível ao nosso destino.
Estávamos na BR-262, a estrada não estava cheia mas as inúmeras curvas enormes em conjunto com a chuva incessante vazia tudo parecer mais perigoso.
Eu e Marcelo conversavamos normalmente como sempre.
Nunca tinha visto Marcelo dirigir com tanta prudência e antenção, ele tinha os olhos atentos na estrada, mas infelizmente não estava atento o suficiente.
Estávamos em uma curva acentuada (mais ainda do que todas as outras) mas infelizmente Marcelo não percebeu o tamanho dela, estávamos indo em direção a um enorme paredão de pedra, Marcelo virou todo o volante para evitar a colisão, o chão molhado não nos favorecia em nada.
O caminhão dava indícios de que estava fora do controle de Marcelo, seus olhos estavam arregalados, ele tentava de todas as formas girar o volante e voltar ao controle, mas era tudo em vão, o asfalto estava molhado demais. O caminhão girava na pista.
Milhões de pensamentos passaram pela minha cabeça.
Seria impossível retomar o controle de todas essas toneladas.
Eu estava certo.
- SE SEGURA - gritou Marcelo.
Não tive reação, permaneci imóvel.
Marcelo pisou no freio com força, o barulho foi assustador, uma pressão veio por trás de mim e só me dei conta da dimensão dessa tragédia quado senti meu corpo se deslocar do banco e cruzar o parabrisas, uma dor lacinante atravessou meu corpo, principalmente minha cabeça.
O vidro se quebrou em vários pedaços, literalmente voei pra fora da cabine e bati com força no asfalto duro e molhado, já tinha perdido a noção de tudo, estava tonto e não sabia destinguir um palmo a frente dos meu olhos, continuei a ouvir um barulho alto.
Apesar da chuva gelada eu sentia meu corpo quente, comecei a ficar cada vez mais tonto e então não vi mais nada.
_________________________________

Então meus queridos, deu merda pra Marcelo e Otávio
O que será que vai rolar?
Não sabemos.
Espero que estejam "gostando"(como gostar de uma tragédia dessas? kkk)
Comentem o que o que acharam e o que vocês acham que vai acontecer!!
Abraços!!


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Comentários


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k4bs Comentou em 27/01/2017

quando o caminhão tava girando eu só lembrei da Leila Lopes e seu Segura Berenice, nós vamos bater!

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meninomal2016 Comentou em 10/04/2016

Meu Deus reviravolta neste Relacionamento... Senas dos Proximos capitulos

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eapg Comentou em 16/03/2016

Mds e eu pensando que o pai dele ia morre, mas na minha opinião acho que vai ser pior...

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littleking Comentou em 20/01/2016

caraca velho!! Que tenso!! kk




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Ficha do conto

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safadinho6969

Nome do conto:
Desventuras na Estrada - Cap 11

Codigo do conto:
77435

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
15/01/2016

Quant.de Votos:
8

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