Fechei os olhos e acabei dormindo.
Acordei e olhei o relógio, era quatro da manhã da segunda feira, já era hora de voltar a trabalhar, passei meu fim de semana praticamente dormindo.
Me levantei, fiz minha mochila, me despedi do meu pai e de minha irmã e fui encontrar Marcelo.
O posto estava cheio como sempre, Tomamos café e caímos na estrada.
- Aproveitou o tempo com a família? - perguntou Marcelo.
- Não muito, meu pai ta bem pior do que eu achava - fiz silêncio por um tempo - ele tem câncer.
- Por que ele não tinha falado sobre isso?
- Ele disse que não queria me sobrecarregar.
Marcelo tirou uma das mãos do volante e colocou sobre a minha.
- Vai dar tudo certo - ele falou sorrindo - é só ser otimista.
O toque e as palavras de Marcelo me acalmaram e me reanimaram, como sempre.
Oito ou nove meses se passaram, estava cada vez mais habituado a vida dentro do caminhão, eu e Marcelo íamos ficando cada vez mais próximos e meu amor por ele só aumentava.
Já tínhamos transado inúmeras vezes em lugares totalmente inusitados, experimentado coisas incríveis em diferentes partes do país.
A cada volta pra casa eu acompanhava o tratamento do meu pai, ele não apresentava muita melhora mas também não parecia correr risco.
Minha irmã estava lhe dando normalmente com a situação (o que me surpreendeu).
Apesar de tudo eu me sentia feliz, eu tinha Marcelo ao meu lado e enquanto ele estivesse comigo eu me sentiria seguro.
Era cerca de seis da tarde, chovia muito e não podíamos nos dar o luxo de parar, pela primeira vez nós estávamos fora do prazo e tínhamos que chegar o mais rápido possível ao nosso destino.
Estávamos na BR-262, a estrada não estava cheia mas as inúmeras curvas enormes em conjunto com a chuva incessante vazia tudo parecer mais perigoso.
Eu e Marcelo conversavamos normalmente como sempre.
Nunca tinha visto Marcelo dirigir com tanta prudência e antenção, ele tinha os olhos atentos na estrada, mas infelizmente não estava atento o suficiente.
Estávamos em uma curva acentuada (mais ainda do que todas as outras) mas infelizmente Marcelo não percebeu o tamanho dela, estávamos indo em direção a um enorme paredão de pedra, Marcelo virou todo o volante para evitar a colisão, o chão molhado não nos favorecia em nada.
O caminhão dava indícios de que estava fora do controle de Marcelo, seus olhos estavam arregalados, ele tentava de todas as formas girar o volante e voltar ao controle, mas era tudo em vão, o asfalto estava molhado demais. O caminhão girava na pista.
Milhões de pensamentos passaram pela minha cabeça.
Seria impossível retomar o controle de todas essas toneladas.
Eu estava certo.
- SE SEGURA - gritou Marcelo.
Não tive reação, permaneci imóvel.
Marcelo pisou no freio com força, o barulho foi assustador, uma pressão veio por trás de mim e só me dei conta da dimensão dessa tragédia quado senti meu corpo se deslocar do banco e cruzar o parabrisas, uma dor lacinante atravessou meu corpo, principalmente minha cabeça.
O vidro se quebrou em vários pedaços, literalmente voei pra fora da cabine e bati com força no asfalto duro e molhado, já tinha perdido a noção de tudo, estava tonto e não sabia destinguir um palmo a frente dos meu olhos, continuei a ouvir um barulho alto.
Apesar da chuva gelada eu sentia meu corpo quente, comecei a ficar cada vez mais tonto e então não vi mais nada.
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Então meus queridos, deu merda pra Marcelo e Otávio
O que será que vai rolar?
Não sabemos.
Espero que estejam "gostando"(como gostar de uma tragédia dessas? kkk)
Comentem o que o que acharam e o que vocês acham que vai acontecer!!
Abraços!!
quando o caminhão tava girando eu só lembrei da Leila Lopes e seu Segura Berenice, nós vamos bater!
Meu Deus reviravolta neste Relacionamento... Senas dos Proximos capitulos
Mds e eu pensando que o pai dele ia morre, mas na minha opinião acho que vai ser pior...
caraca velho!! Que tenso!! kk