Marmita de bandido



Antes de começar o conto, preciso situar os leitores. Na época eu havia acabado de completar 18 anos. Nascida em uma família evangélica fervorosa, pouco ou quase nada sabia da vida. Fui doutrinada a ser temente a um Deus onisciente e submissa aos homens. Meu pai, apesar de ser uma pessoa boa, acreditava nisso cegamente. Não foram poucas as vezes que, contrariado, submeteu eu, minha mãe ou minha irmã a castigos físicos. Era seu direito divino. Dentro da cultura da igreja, nós não podíamos cortar os cabelos, depilar-se, usar maquiagem, calças ou qualquer outra “extravagância”. Eu também não podia estudar ou trabalhar. Fazia dois anos que havia terminado o ensino médio. Meu destino era esperar até o dia em que um irmão da igreja demonstrasse interesse por mim e assim, aprovado por meu pai, trocaria de dono.
Atendendo aos interesses da Igreja, certo dia meu pai autorizou que eu entrasse em uma das missões evangelizadoras. Para minha surpresa, a missão era em um presidio, onde converteríamos presos de baixa periculosidade e bom comportamento, a capelania prisional. Num espaço improvisado da carceragem, arrumávamos as cadeiras de plástico, improvisávamos um púlpito e era realizado o culto. É um trabalho sem nenhuma periculosidade, já que é bem quisto pelos detentos. No fim, era oferecido um lanche e prestávamos a assistência espiritual individual a quem precisasse. Foi em um desses cultos que conheci R. Um homem de 35 anos, pardo, de voz calma e olhos penetrantes. De estatura avantajada sua presença era intimidante. E o que não podia acontecer, aconteceu: eu me tornei sua confidente. Experiente, dono de excelente retórica e atencioso, durante meses conseguiu tirar de mim meus anseios, medos, decepções e até abalar minha fé, até então inquestionável. Eu ansiava por nossos encontros. Não pensem que era paixão ou algum interesse amoroso. Era algo diferente que não sabia explicar.
No dia de natal daquele mesmo ano, meus pais e minha irmã haviam ido até a igreja para ajudar nos preparativos do culto mais importante do ano. Eu fiquei em casa, responsável por recortar e separar o roteiro do culto e os cânticos.
Quando terminava minha tarefa, a campainha tocou. Ao atender, para minha surpresa, era R. no portão. Indulto natalino. Mesmo com o estomago embrulhado, com o corpo tenso e todos os meus instintos dizendo o contrário, consenti que entrasse.
Ele mesmo trancou a porta atrás de si e disse:
        - Agora somos só nós dois.
        Me pegou pela cintura e me beijou. Tentei me desvencilhar, mas era como tentar empurrar uma parede. Mordi seu lábio. Ele sorriu:
        - Então vai ser assim?
        Desferiu um forte tapa no meu rosto. Foi como se tivesse sido atingida por um tijolo. Pontinhos luminosos se formaram na minha frente. Com facilidade, abriu minha camisa. Botões se espalharam pela sala. Com a mesma violência tirou meu sutiã. Reagi arranhando sua bochecha. Outro tapa me atingiu. Desta vez quase me levou a inconsciência. Quando dei por mim, estava no chão com a saia nos tornozelos. Num só movimento de R., senti minha calcinha rasgando. Completamente nua, comecei a movimentar freneticamente as penas. R. me pegou pelos braços - senti a gravidade libertando meu corpo – e me levantou na altura dos seus olhos. Com a mesma calma e serenidade de sempre disse:
- Agora chega!
Me virou contra a parede. Com uma das mãos, segurou meus pulsos para o alto. Com a outra, tirou o cinto e completou:

- Quantos golpes de chibata você me disse que Jesus recebeu? – perguntou de maneira irônica.

- Qua-Quarenta. – respondi sôfrega.

E começou a me golpear com a cinta. Batia nas coxas, nádegas e lombar, contando lentamente com sua voz calma.
Quando terminou o castigo e me soltou, caí de joelhos sobre seus pés. Tirou a roupa na minha frente e acomodou metodicamente as peças numa cadeira da cozinha.
Agachou-se e enfiou seu dedo na minha boceta delicadamente. Mostrou-o lambuzado de lubrificação e completou:

- Você... acabou de apanhar como uma puta, sabe o que vai acontecer a seguir, e ainda assim está excitada como uma cadela no cio.

Deitou-se sobre mim no chão mesmo. Seu torso, todo tatuado de imagens profanas. O tipo de pessoa que não devemos nos aproximar, mas que queremos salvar. Seu membro duro não encontrou resistência em me penetrar. Senti minha boceta dilatar com o volume. Suas estocadas eram violentas e profundas, um misto de dor e prazer. Não demorou e me entreguei. Uma onda de prazer e espasmos tomou meu corpo. Em meio ao êxtase, se pôs de pé deu, uma volta com a mão em meus longos cabelos, e me colocou de joelhos. Recebi seu membro negro e vascularizado na minha boca. A mesma que só deveria ser utilizada para louvar e orar a Deus. Seu gosto era forte e me deixava em uma posição de submissão, ao quase me sufocar quando atingia minha garganta. Não demorou para que seu sêmen inundasse minha boca com seu gosto amargo. Engoli tudo e, de maneira quase instintiva, lambi o que restou em seu pau. Quando me soltou, estava exausta e ofegante.
Sem dizer uma palavra, vestiu-se, jogou um pedaço de papel no chão, e foi embora.
Levantei e fui me olhar no espelho. Apreciei minha pele, o corpo magro, os seios volumosos e duros, o cabelo castanho e volumoso... pecadora, me vi mulher pela primeira vez. O corpo, todo marcado do castigo, começava a doer. Recolhi e escondi as roupas rasgadas e encobri qualquer evidência do que havia ocorrido. O papel que deixou eram instruções dos documentos e procedimentos necessários para visita-lo na cadeia. Não disse nada para meus pais e fui ao culto como se nada tivesse acontecido. As cintadas doíam, mas só conseguia me concentrar no gosto de esperma na boca e minha boceta que ainda latejava, umedecendo minha calcinha quando pensava no que havia ocorrido. Louvei e orei em estado de lascívia.

O ano passou e no primeiro dia para visitas, estava na fila de visitantes. Fila interminável, composta basicamente de mulheres de todas as idades e algumas crianças.
Na triagem da carceragem, fui encaminhada para a sala de revista intima. Duas carcereiras me aguardavam. Mandaram que me despisse. Nua, mandaram que desse uma volta com os braços abertos. Meu corpo todo marcado ainda das cintadas. Em seguida mandaram eu agachar três vezes e tossir. Nervosa e num estado de excitação sem igual, ao executar os movimentos, um fio de lubrificação se formou indo da minha buceta até a altura dos joelhos. A carcereira notou e, diante do meu embaraço, comentou gargalhando:

- Vocês, marmitas de malandro, já chegam aqui aquecidas. Liberada vagabunda!

Fui encaminhada até o pátio onde R. me aguardava. Ele aguardava. Sem dizer uma palavra, me conduziu em direção as celas. O lugar era abafado e tinha cheiro de banheiro recém lavado.
As celas estavam escuras. Toalhas cobriam as janelas de forma improvisada. As celas, abertas, estavam divididas por lençóis presos nas paredes. Pelos vãos era possível ver os casais, transando como animais, suados devido a falta de circulação do ar. Alguns no chão mesmo, sobre finos lençóis. Outros, nas pequenas camas e beliches da carceragem. O silêncio prevalecia, mas os murmúrios e gemidos ecoavam como uma música de fundo libidinosa. Eu já havia escutado relatos das visitas intimas, ao que as mulheres se sujeitavam, mas nunca imaginei que fossem tão degradantes e com tão pouca privacidade.
Ao chegar na cela de R., pediu que eu tirasse as sandálias antes de entrar. O chão era de concreto, frio e grudento. Senti nojo e um arrepio percorreu meu corpo. A cela também estava separada por um lençol. Há poucos centímetros de nós, um casal transava e gemia.
R., mandou que eu tirasse minha roupa. Obedeci. Fechei os olhos esperando que ele me agarrasse com violência. Mandou que eu me sentasse no beliche e aguardasse. O casal ao meu lado continuava transando freneticamente. Eu estava com medo e minha vontade era fugir, mas algo me prendia. Fiquei sozinha um instante, mas pareceu uma eternidade. R. voltou com uma “amiga”, um travesti chamado Sheila. Os únicos traços de feminilidade dela eram a maquiagem, o cabelo cumprido e as roupas curtas e agarradas. Tudo o mais era masculino, escandalosamente masculino.
- É essa. – disse R.
Sem cerimônia a travesti abriu minhas pernas e pediu que ficasse calma. Senti um arrepio quando ela lambuzou meu sexo com espuma gelada, esparramando com um pincel de barbear. Com uma gillette, em poucos movimentos, raspou todos os meus pelos pubianos. Me colocou de quatro e repetiu o mesmo procedimento no meu cú. Com uma tolha toda puída, eliminou o excesso de espuma e conferiu o trabalho que havia feito. Deu um tapa na minha bunda e mandou que me sentasse de frente novamente.
-Agora vem a parte difícil. – disse com uma voz forçadamente fina.
Pegou uma agulha relativamente grossa e esterilizou num copo. No mesmo Instante R. sentou-se ao me lado, enfiou um pano na minha boca e imobilizou meus braços. A travesti puxou um pouco de pele acima do meu clitóris e atravessou com a agulha. Senti uma dor lancinante e me contorci inteira. Dei um grito abafado pelo tecido que quase me sufocava. Depois da agulhada senti ela pendurar algo no orifício que havia feito. Com um espelho em mãos, mostrou o seu trabalho: um piercing circular com um pingente com a letra “R”. Sem dizer nada, ela foi embora.
R. me colocou de pé na sua frente, observando meu corpo que o pertencia. Depois fez com me ajoelhasse na sua frente e recebesse seu pau na minha boca. O mesmo sabor forte invadiu meus sentidos, a combinação de suor, porra e mijo. Alguma coisa tomou o meu corpo. Chupei-o com o mesmo fervor que antes usava para louvar a Deus. O tesão da carne era maior que o regozijo da oração.
Já estava em transe quando ele me pegou pelo pulso e colocou de quatro na cama de baixo do pequeno beliche. Seu corpo naquele ambiente lusco-fusco era mais negro. Senti uma dor forte e seca quando seu pau venceu a resistência das pregas do meu cú.
Sem conseguir abafar meus gemidos com a mão, R. pegou sua camiseta, enrolou formando quase uma corda e passou na minha boca, segurando cada ponta com umas das mãos, formando como se fosse um cabresto. Dessa forma me controlava e desferia ao bel prazer as estocadas em meu cú. O curioso é que, embora não sentisse o prazer físico, só dor, a degradação e a submissão me deixavam absurdamente excitada. Em determinado momento, R. podia obter de mim o que quisesse.
Em um movimento brusco levantou-se, agarrou-me pelos cabelos, enfiou o pau até minha garganta, gozando logo em seguida. Me manteve naquela posição por alguns segundos enquanto urrava de prazer. Em seguida me largou desfalecida no chão, enquanto meu corpo se contorcia do orgasmo que a foda e a breve privação de oxigênio trouxeram.
Antes que estivesse recuperada mandou eu levantar e ir embora. Completou que me esperava para a próxima visita.
Num impulso que não sei explicar, me levantei e cuspi em sua cara.

        - Quem disse que eu vou voltar? Você não passa de um animal imundo, só mais um preto presidiário! – gritei.

        Ele riu e respondeu:

        - Eu sei que você vai. Eu posso estar encarcerado, mas sou mais livre que você.

        Toda dolorida, fui embora para casa cheia de dúvidas mas com uma certeza: Ele estava certo.
        


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Comentários


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madurocuritiba Comentou em 22/06/2021

Parabéns pela tua história. Imaginativa, tesuda, excelente desenvolvimento. E aó para melhorar, notei o quanto tens progredido na tua escrita. Continue fenomenal assim!

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tropy123 Comentou em 14/06/2021

Muito bom, bem escrito, ancioso pela continuação, "R" escrever nome dele como exp. Roberto daria mais ênfase na história, acho que vai ter que dividir essa crentinha safada haha

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sabrinasaskia Comentou em 14/06/2021

Bãoooo

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kasper Comentou em 14/06/2021

Porra..que tesão de conto!




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Ficha do conto

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fadainsensata

Nome do conto:
Marmita de bandido

Codigo do conto:
180514

Categoria:
Sadomasoquismo

Data da Publicação:
14/06/2021

Quant.de Votos:
21

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