Alex & Daniel - 11: Novos rumos

ALEX:

Eu queria crer que tínhamos bons amigos, mesmo sabendo que Filipe era irmão do Vinicius, ele até então se mostrara fiel a sua amizade com o Daniel. Ariel era para mim a mais verdadeira do grupo, não era de falar muito e Alicia mesmo se mostrando louquinha as vezes era uma garota do bem. Nossa turma era pequena, éramos amigos. O fato de mantermos tanto tempo em segredo nosso namoro não os abalaram como eu esperava, eles foram compreensivos e nos abraçaram e nos apoiaram. Um fato que me tranquilizou, pois naquela noite em que estávamos com a Ju e vi o Daniel baixar a cabeça, me preocupou, tive medo de o perder de vez, eu sabia que o sentimento dele de auto proteção era grande, pois o mesmo se preocupava mais com os tios e comigo do que com sigo mesmo. Então ele nos falou seu plano, um plano que me deixou preocupado.
- Amanhã vamos contar para nossos amigos sobre a gente – ele nos falou mas sem tirar os olhos de mim.
- Mas Daniel, como assim contar?
- Precisamos nos manter unidos. Filipe já está chateado com você, precisamos dele do nosso lado... – ele parecia mais sério do que o normal.
- Mas e se o Filipe nos trair e usar isso contra nós.
- Filipe não faria isso, ele teria que ter certeza de que o irmão estivesse com a razão, e vamos mostrar para ele, que Vinicius pode está sendo usado pelo Adriano.
- Não sei... Por um lado fico feliz por você querer manter nosso namoro, mas pelo outro tenho medo por você...
- Não vamos nos revelar para todos, apenas para nossos amigos, vamos correr este risco, vamos mostrar para Adriano que você não está só, e que suas ambições não nos afetará – ele me interrompeu, senti um frio e medo. A Ju concordou com sua ideia, e eu não conseguia pensar direito nas consequências.
Depois fui deixa-lo em casa, ainda tentei fazê-lo desisti daquele plano, mas ele se mostrou firme.
- Escute, e se Adriano ficar mais irritado e falar para meu pai que nós somos um casal?
- Ele não tem provas sobre nós. E sobre você ele tem apenas uma foto te abraçando.
- Mas tem a filmagem do Claudio... Se meu pai ver aquele vídeo, não quero nem imaginar do que possa acontecer.
- Não creio que o Claudio mostraria, nem creio que ele tenha mostrado para o Adriano, comprometeria ele também, o Claudio está tão encrencado quanto a gente.
- Então você está disposto a revelar para turma mesmo?
- Vamos sim. Você diz que me ama, eu também te amo, creio que se nosso amor for verdadeiro vamos passar por tudo isso juntos, e mesmo que o pior aconteça, eu não vou desistir de você.
- Daniel eu vou te proteger. Nada de ruim vai acontecer com você eu prometo.
Ao chegar na casa do senhor Carlos, antes de descer ele me deu um beijo, seu sorriso me tranquilizava, eu queria crer que aquele momento seria para sempre e que nossa felicidade também assim seria. O Daniel sabia me deixar feliz, antes de ir, me disse que ira comigo para a faculdade, o que me animou, e me deixou todo contente. Mas ao vê-lo chegando a porta e lá ficar parado esperando eu partir, senti um frio, um aperto no peito me causou tristeza.
Naquela manhã, fui pegá-lo, estava mais tranquilo. Mesmo tendo medo eu sabia que agora ficaríamos mais unidos e cumplices. Depois que saímos ainda parei numa rua mais tranquila para beijá-lo, pois assim seria todos os dias. Na faculdade eu ficava todo tempo pensando como seria a reação dos nossos amigos. Então chegou o momento de falarmos a verdade, eu apenas observava as reações dos nossos amigos. Estávamos os cinco numa mesinha da lanchonete, Daniel falava baixo. E quando disse a verdade, mesmo a gente sabendo que Filipe e Ariel soubessem de tudo, notei que Filipe parecia não acreditar no que ele estava dizendo. Alicia fez uma cara de quem queria rir ou vibrar... E foi a primeira que falou.
- Olha pessoal, não querendo ser a chata, mas me contem algo que eu ainda não saiba – apenas olhamos para ela, ela falou tão tranquila, sem alvoroço e alarme que o silencio tomou de conta da mesa até Ariel falar.
- E não falou nada para agente.
- Claro, achei que fosse tipo um segredo, e vocês também desconfiavam?
- Sim, apenas preferimos esperar eles falarem, e agora rapazes por que só agora? – Ariel nos encarou, esperava uma explicação.
- Nós somos amigos, e tem coisas que vocês precisam saber por nós antes que outros destorçam a verdade, como já aconteceu – nessa hora Daniel olhou para Filipe, e ele ficou um pouco desconfortável.
- No momento vamos combinar um local para nos encontrar e deixar vocês a par de tudo – avisei olhando para todos.
- Quanto mistério, e não pode dizer agora afinal? – falou um Filipe meio aborrecido.
- Não Filipe, tem muita coisa acontecendo e aqui não é o lugar mais apropriado – Daniel respondeu baixo mantendo seu tom amigável.
Voltamos para a sala, tudo parecia normal. Aqueles dias Não avistamos mais Adriano, Daniel me falou que também achava estranho, chegamos a imaginar que ele tinha desistido de nos atormentar. O comportamento de Claudio e Ryan pareciam normal, porém fugia do habitual o fato deles simplesmente nos ignorar, eles entravam na sala e saiam, e nenhum olhar em nossa direção era notado.
No final da manhã, eu e Daniel estávamos no carro, eu iria deixa-lo em casa. Ele parecia preocupado.
- Será que podemos confiar no Filipe? – ele perguntou, mas eu não precisei responder, ele mesmo falou em seguida. - Eu sei que ele sempre foi um bom amigo o que eu me pergunto é se ele vai acreditar na nossa história tendo o irmão envolvido nisso tudo.
- Vamos esperar, precisamos ver um local para nos reunir.
- Sim, o apartamento da Ju seria ideal, mas será que ela não se incomodaria com tanta gente assim lá?
- Não, ela está no nosso lado.
Depois dessa conversa eu comecei a pensar com mais prioridade algo que eu já tinha desejado algumas semanas logo quando a Ju resolveu morar só. Eu também cheguei a fazer meus planos, não queria o apartamento da família, pois ficava muito longe, e também era muito grande. E claro, meu velho não concordaria, então resolvi por esse plano em ação. Antes do Daniel descer do carro, eu falei.
- Posso te ligar mais tarde?
- Sempre. Mas qual o motivo?
- Tenho que ver uns detalhes e depois eu te ligo.
- Sim, mas sobre?
- Calma, eu te ligo. Queria um beijo.
- Aqui na frente da porta de casa não rola...
- ... no seu quarto.
- Calma Alex, vamos de vagar, agora precisamos manter mais cautela.
Claro, ele tinha razão. O nosso plano era manter as aparências, de uma forma mais ousada, contudo sem deixar brechas para suspeitas.
Fui direto para o escritório. Avisei a Patrícia, que iria almoçar lá. Meu plano era encontrar um apartamento pequeno, num condomínio legal, com área de lazer, e que não estivesse na região empreendedora dos escritórios do meu pai. Depois do almoço me sentei com um dos meus corretores, Paulo, que estava comigo desde o início. Ele era de confiança, mesmo assim não falei que era para mim. Ele me separou três, todos próximo ao meu bairro, peguei os endereços e liguei para Daniel.

...

Daniel

Como eu suspeitava todos do nosso grupo de alguma forma já sabiam sobre nós, eu apenas queria confirmar e não dá mais motivos para ser usado pelo Adriano, não queria deixar brechas para ele nos pressionar, além de ter o pessoal mais unido, teríamos nossos amigos como um ponto de apoio. Restava agora não só descobrir o motivo do Adriano está fazendo isso com Alex, pois isso eu já tinha certeza de que ele queria se vingar do Alex, e também tentar pará-lo.
Ainda senti um pouco de receio em se revelar oficialmente para eles, mais pelo Filipe pelo fato dele ser Irmão do Vinicius, isso me deixava preocupado pois o eu não sabia até onde ele estava envolvido.
Depois daquela manhã, e depois que Alex me deixou em casa eu simplesmente queria me deitar e dormir, meu corpo parecia doente, meu corpo meio que doía, minha cabeça estava pesada. Fui direto tomar uma ducha quente. Logo depois escutei minha tia chamar para o almoço. Me sentia mais aliviado. Sentei a mesa, era algo raro de ter a companhia do tio Carlos, geralmente ele já estava a sala vendo o noticiário do meio dia.
- Daniel, tudo bem com a faculdade? – ele perguntou olhando apenas de relance.
- Tudo... E o senhor como foi lá no escritório pela manhã?
- O de sempre, apenas um detalhe que eu quero rever com você quando chegámos lá.
- Que detalhes, sobre a venda da casa, mas vamos almoçar, aproveitar que você está chegando mais cedo em casa.
Então foi isso, eu tinha chegado mais cedo, a carona de Alex. Mas aquele papo me deixou apreensivo. Ele não tocou no assunto durante o percurso, e lá no escritório, fomos para nossa sala e então ele me encarou.
- Daniel, preciso de sua confirmação sobre as negociações da casa que você foi avaliar noutro dia.
- Qual casa tio? – queria ter certeza, meu coração estava palpitando, afinal eu temia que ele descobrisse que a casa era do pai de Adriano.
- A casa do senhor Machado. Me fale, você sabe de quem estou falando?
- Sim, o senhor Pedro Machado, é a casa dele que estamos pondo a venda, não aprovou minha avaliação? Eu posso voltar lá se for preciso.
- Não falo disso, você sabe quem é ele? Não minta, sei que você e Alex são muito amigos agora, e sei que as vezes você pega carona com ele quando vai para fazer algumas dessas vistorias.
- Então, eu não disse nada antes pois pensei que não tivesse problema...
- Daniel, tudo bem, não precisa ficar preocupado, nosso escritório não discrimina nossos clientes, desde que seja um bom empreendimento. Mas a questão é, você sabe de quem se trata, né?
- Sim, do pai de Adriano – ele me olhou sério, parecia ler minhas palavras.
- Você sabe alguma coisa sobre o senhor Machado?
- Sei apenas que ele foi embora da cidade há alguns anos com toda a família dele.
- Isso é verdade, mas ele voltou e trouxe com ele sua empresa de malhas, ele se tornou um grande empresário e está comprando novos imóveis e vendendo alguns antigos. Recentemente ele comprou uma pela casa com piscina, e a negociação foi feita por nós.
- Mas então o senhor já sabia?
- Sim, minha preocupação na verdade é com nossas negociações, ele é um cliente que devemos ter apreço pois pode nos trazer muitos lucros.
- Mas tio e o senhor Gonsalves?
- Não só sabe como foi ele mesmo que me instruiu como devemos seguir as negociações.
- Alex já descobriu.
- Cuidado Daniel, Alex não precisa se meter nas negociações, procurem ficar distante dessa família. Mas... – ele ficou me encarando em silencio.
- Mas o que tio?
- Tem um porém, depois que você visitou a casa do senhor Machado, ele nos procurou avisando que gostou de você e gostaria que as negociações finais fossem intermediadas por você Daniel. Sei que parece estranho, mas não podemos perde-lo como cliente, em breve terão que se encontrar para ele assinar o contrato, pois já temos um interessado na casa dele.
- Já? – fiquei surpreso, mas minha preocupação seria encontra-lo novamente, pois já fazia alguns dias que eu não tinha mais visto Adriano, e isso seria meio constrangedor se eu o encontrasse.
- Já, na verdade nós tínhamos um cliente na lista de espera por uma casa com estas especificações, então, o próximo passo eu darei, irei mostrar a casa ao comprador, e você se encarrega de falar com o senhor Machado.
Nossa conversa ficou só no profissional, terminou por esquecer do Adriano.
Mas a tarde não foi tão tranquila, Alex me ligou quando eu estava organizando uns documento no escritório. Ele parecia eufórico, agitado e empolgado.
- Calma Alex, parece que ganhou na mega sena.
- De que horas sai hoje?
- Hoje irei encontrar um cliente as 16 horas, acho que lá pelas cinco e meia estarei livre.
- Ótimo me liga para eu ir te pegar, quero te mostrar algo.
- Mostrar o quê?
- Surpresa.
Alex sabia muito bem me deixar curioso.
Meu tio voltou da visita a casa mais cedo do que eu esperava, entrou no escritório já se direcionando ao seu birô e procurando alguma coisa no seu notebook.
- Daniel você tem em mãos aquela proposta de venda da casa do \senhor Marchado?
- Tenho sim...
- Traz aqui, preciso dos dados para mim redigir uma proposta de compra da casa dele para você ainda levar hoje para ele.
- Mas tio, tenho uma visita a um cliente as quatro horas.
- Não tem problema, sei de quem se trata, essa proposta deve ser entregue hoje, escute o como você vai proceder com os dados e explicar tudo direito a ele, e não teremos problema.
Enquanto ele me explicava tudo, eu estava com meu sangue ficando gelado, não sei porque mas eu estava em pânico, não queria me encontrar com o pai do Adriano novamente.
- Daniel, meu filho você está bem? – o tio me despertou.
- Estou sim, então o senhor já marcou com ele o horário.
- Não, você ligue para ele agora, e diga que estamos com a proposta em mãos e ele deve conferir pois o cliente ficou animado. Acho que ele não vai recusar.
Liguei para o senhor Marchado, mas estava nervoso e desejando ele não atender. Mas atendeu. Ainda travei um pouco, mas quando ouvi uma voz feminina, eu relaxei. Era a secretaria dele, e logo acertamos um horário, porem o local não foi de meu agrado, seria na casa atual dele. Encontrar com Adriano seria muito azar, eu iria e se ele estivesse lá, eu agiria normalmente, sim, era isso que eu imaginava, era o que eu queria.
Cheguei no portão da casa dele, na minha mão eu levava um envelope branco com os papeis, logo foi liberado, e cheguei a porta da casa que foi aberta por uma jovem simpática, não lembrava dele, acho que ela não estava no dia da festa da piscina, entrei naquela sala já familiarizada.
- O Senhor pode ficar ai um momento que o senhor Machado já o chama.
- Obrigado. – olhei de lado procurando onde me sentar, a sala era bem aconchegante, não tinha teve assim como a casa de Alex. Logo fui chamado e encaminhado a um escritório. Ele estava de pé.
- Pode entrar Lucas, seja bem vindo a minha humilde casa.
- Obrigado senhor Machado. Tem uma casa bonita e aconchegante.
- É sim, vocês sabem escolher e nós sabemos pagar – ele sorriu, notei que ele apenas quis ser engraçado.
- Mas a outra casa também é muito boa, claro que não se compara a esta em termos de estrutura e metragem, algum motivo em particular fez o senhor querer se desfazer dela? – ele me olhou sério, então notei que fui indelicado. - desculpe pela pergunta, é que eu realmente gostei da outra casa, foi por impulso. Me perdoe.
- Calma meu jovem, não precisa se desculpar, realmente é uma casa maravilhosa, mesmo morando estando nessa agora, e podendo manter a outra, há histórias e fatos que ficam marcados em cada lugar onde moramos, entende? – ele falou algo interessante, e de fácil compreensão, ele queria deixar certas coisas no passado e a casa poderia ter sido o palco para estes acontecimentos.
- Entendo sim senhor. Então vamos aos negócios.
Nosso papo foi estritamente profissional, ele muito gente e cada vez que sorria eu notava algo familiar, sim, a covinha, porem sua cor não era igual ao do Adriano, ele era caucasiano, de olhos castanhos médio. Já Adriano era um mulato lindo. Deveria ser herança genética da mãe. E por falar na mãe dele, eu ainda não a conhecia.
Terminamos as negociações, e quando eu ia saindo na companhia dele me deparo com seu filho parado na sala conversando com Eliza. Minha reação foi tão espontânea que o senhor Machado notou.
- Vocês já se conhecem? – perguntou em relação ao filho e a mim.
- Sim, da faculdade. Olá Adriano, oi Eliza – se minha cara de cu pudesse ser descrita em palavras, mas vocês terão que imaginar como eu fiquei sem ação na frente deles, e eles que estavam sorrindo logo mudaram suas expressões, para algo do tipo quem te convidou para nossa reunião de vilões.
- Olá Lucas, surpresa encontra-lo na minha casa.
- Meu filho, este jovem é seu amigo? Aprenda com ele, pois ele faz faculdade e ainda trabalha.
- Sim papai, eu sei, eu também trabalho...
- Lucas, você pode ficar ai com este rapaz e esta linda garota que ainda não fui apresentado...
- Pai esta é a Eliza, uma amiga da faculdade também.
- Pronto Lucas, podem ficar a vontade, eu tenho que resolver uns assuntos de adulto, e logo espero uma resposta do escritório de vocês – ele saiu e eu fiquei na sala, não queria ficar ali, mas também minha curiosidade não permitia simplesmente eu virar as costas e sair sem conseguir nenhuma informação deles.
- Então Lucas Daniel estava com saudades de mim ou foi apenas profissional o motivo de sua vinda aqui?
- Puramente profissional – Eliza estava de cabeça baixa, parecia confusa. - E eu não sabia que vocês tinha amizade.
- Daniel, não mude de assunto. Eliza você poderia ir na minha frente, eu já te acompanho – ela me encarou fez um sinal de despedida e saiu sem dizer nada, foi em direção aos quartos. - Não sei o que você anda pensando sobre mim, mas eu queria muito conversar com você sobre aquele dia, eu só queria fazer inveja ao Vinicius e você sumiu, nunca mais te encontrei na parada de ônibus...
- Mas você queria o que de mim, que eu te desse um beijo para provocar ciúmes no outro. Olha Adriano, e não foi apenas eu que sumiu, você não tem mais aparecido no nosso setor, acho que você deixou bem claro que minha amizade era apenas uma forma de conseguir alguém para provocar seu ex-namorado.
- Então você já sabe que ele me trocou pelo Claudio.
- Sei, e achei muito estranho esta história assim como muito sobre você que eu não sei. Até o Filipe anda desconfiado de mim e do Alex, nem com Alex ele quer mais falar, pois Vinicius foi falar pra ele que você andava suspirando pelo Alex, e depois que o Claudio também estava deixando ele por causa do Alex. Então me diga Adriano se eu não teria realmente motivos para me afastar de você. Olha eu acho que já falei de mais, e eu também não tenho nada que ficar se metendo na vida particular dos outros.
- Calma Daniel, acho que você está confundindo. Eu não troquei o Vinicius pelo Alex, nós terminamos por sua causa, depois que você saiu naquela tarde de sábado, eu e o Vini, brigamos por sua causa. E eu não sei onde o Filipe entra nessa história, e sobre o Vinicius com o Claudio, até onde eu sei eles ainda estão namorando, e antes que você conte alguma coisa para o Alex sobre ter visto a ex-namorada dele aqui comigo, eu vou logo avisando a Eliza não sabe de mim e com o nosso amigo – ele deixou a entender que não queria falar sobre aquilo, pois a Eliza poderia está por perto e escutar. - Ela é amiga de uma das minhas colegas, e acabei conhecendo-a e estamos num nível de amizade inicial, então não envolva a nisso tudo. Depois nós conversamos melhor. Prometa que quando eu te ligar você vai me atender para marcamos um encontro para tirar todas as suas duvidas sobre mim.
Suas palavras pareciam sinceras, eu concordei que o encontraria em breve. Sai de sua casa e caminhei até uma parada de ônibus, já eram quase cinco, tinha esquecido de ligar para Alex. Minha cabeça estava a mil, queria processar cada palavra dita por ele. Queria fazer as ligações entre os fatos e o que foi dito pelo Vinicius, Filipe e ele. O ônibus já estava próximo do meu destino quando recebo uma mensagem de Alex perguntando se já poderia ir me pagar. Marquei o local e o tempo estimado que eu estaria pronto.
Cheguei ao escritório, meu tio ainda estava lá, entreguei os papeis assinados, e me encaminhei até a lanchonete da esquina onde eu fazia meus lanches da tarde, pedi uma água de coco e esperei Alex.

... Continua.