Cursou a instrução preparatória no centro de formação da Waffen-SS, que seria a elite do exército alemão; sempre dedicado, Jurgen não demorou a galgar postos na hierarquia militar, chegando à patente de capitão de uma brigada do 36º Batalhão de Granadeiros integrado ao Waffen-SS. Orgulhoso de seus próprios méritos, e corajoso em batalha, Jurgen foi observado por seus superiores, até que, no verão de 1942, lá estava ele ao lado do grupo de oficiais responsáveis pela ocupação alemã em território francês. O Coronel Hans Speidel, seu superior, conferiu-lhe a missão de vigilância nas cercanias da cidade.
Graças à sua posição, Jurgen hospedou-se no célebre hotel Vendôme, mas, logo ele decidiu ocupar uma pequena casa na área residencial de Paris, que pertencera a um comerciante próspero que caíra em desgraça ao descobrir-se sua origem judia. Ao chegar na casa, com suas malas, Jurgen descobriu que alguém ainda permanecia lá; era Anette, a linda esposa do comerciante, e que, imediatamente, pôs-se a implorar para permanecer, pois não tinha para onde ir.
Jurgen observou detidamente a mulher; Anette era uma linda francesa de pouco mais de trinta anos, cujo rosto de pele alva era ornado por belíssimos olhos azuis, e guarnecido por uma volumosa cabeleira loira cacheada. Os lábios carnudos pareciam estar em constante insinuação para receber beijos ardentes, e seu corpo era digno de uma nota especial; depois de apreciar a beleza daquela mulher, Jurgen aquiesceu com sua permanência, porém, na condição de serviçal. Anette, sem outras opções, aceitou sem ressalvas.
Nos dias que se seguiram, Anette, com a ajuda de uma serviçal holandesa de nome Helen, que fora trazida pelo cabo Mayer, o ajudante de ordens de Jurgen, cuidou da casa para o conforto de Jurgen; ele, habitualmente, vinha almoçar em casa e à noite, fazia questão de um fausto jantar que, algumas vezes, era servido para mais alguns de seus companheiros de armas.
Todavia, Jurgen não conseguia esconder o desejo que nutria por Anette, e com o passar dos dias esse sentimento foi se tornando mais intenso, quase beirando ao descontrole. Ele sabia que qualquer aproximação exigiria dela a aceitação de um envolvimento com um invasor alemão, o que, certamente, ela não concordaria. De qualquer modo, Jurgen chegou à conclusão de que tudo valia a pena para ter Anette em seus braços.
E assim pensando, certa noite, após o jantar e enquanto sorvia um saboroso café feito por Helen, Jurgen encheu-se de coragem para tomar uma iniciativa em face de Anette. Ela estava em pé, ao seu lado, esperando o momento em que fosse dispensada, olhando sempre para o chão de cabeça baixa, sem demonstrar qualquer sentimento.
-Sente-se, Frau – convidou Jurgen em tom solene – Preciso dizer-lhe algo.
Tomada de surpresa pelo convite, Anette ainda hesitou por alguns segundos, antes de sentar-se na poltrona ao lado de seu senhorio. Jurgen acendeu um cigarro e depois de uma baforada, inspirou-se em confessar o que sentia, dizendo-se loucamente apaixonado por Anette, e que seus dias já não eram os mesmos sem a sua presença.
-Mas, eu quero mais! – ele completou, tomado por um voleio impetuoso – Eu quero você, Anette! Te quero como minha mulher …, minha fêmea …
Quando ele terminou, fez-se um silêncio quase sepulcral, interrompido apenas pela chegada de Helen, que viera retirar a bandeja de café, e que, percebendo o clima pesado, tomou a bandeja, retirando-se o mais rápido que pôde. Jurgen estava com os nervos à flor da pele, ansiando pela resposta de Anette que, por sua vez, permanecia em silêncio, curvada sobre o próprio corpo e com o olhar mirando o chão.
-Lamento, Capitão – ela iniciou sua resposta com a voz quase em sussurro – Mas, o que o Senhor me pede não é possível …
-E porque não, Anette? – perguntou ele, atravessando as palavras da francesa – Eu quero saber!
-Porque, muito embora, eu compreenda a sua situação como soldado – ela respondeu no mesmo tom subserviente – Não posso …, e não consigo esquecer que o Senhor e os seus são invasores que ocuparam minha terra, subjugaram meus compatriotas e estão, sistematicamente, assassinando meu povo …, por essas razões que acabo de lhe expor …, eu não posso …, sinto muito, Capitão …, faça de mim o que achar que deva ser feito, eu vou compreender …
Novamente o silêncio imperou, mas, desta vez não por muito tempo; tomado por uma fúria descontrolada, Jurgen levantou-se de sua poltrona e tomou Anette em suas mãos, apertando-a com toda a força possível. “Você vai ser minha …, de um jeito, ou de outro!”, ele vociferou em plena ira. Anette não resistiu, oferecendo-se ao sacrifício que ela sabia ser inevitável. Jurgen tomou-a nos braços e levou-a para seus aposentos. Jogou-a sobre a cama e ante o olhar atemorizado da jovem mulher, ele se despiu, exibindo toda a sua virilidade Ariana e sua determinação germânica.
Por um curto instante, Anette olhou para seu algoz com um olhar cuja expressividade revelava que o desejo era recíproco; Jurgen foi até a cama e puxou Anette para si, despindo-a com violência, chegando mesmo a rasgar suas vestes. Ao deparar-se com a nudez exuberante e cheia de frescor de Anette, o oficial alemão perdeu-se em divagações interiores sobre honradez …, divagações essas que duraram apenas o suficiente para que ele mergulhasse sua boca nos mamilos intumescidos da bela francesa que estava, agora, ao seu inteiro dispor, para satisfazer todos seus desejos mais recônditos e inconfessáveis.
Anette bem que tentou posar de impassível ante a boca ávida de Jurgen que saboreava seus mamilos, enquanto sua mão vasculhava o interior de seus sexo, cuja umidade denunciava seu estado de pura excitação; tomado pelo desejo quase animalesco, Jurgen não demorou em subir sobre Anette, forçando-a a abrir as pernas para que ele a penetrasse com um movimento contundente; a jovem mulher cravou as unhas nos ombros do alemão e gemeu alto, deixando-se levar pelo delicioso sabor do sexo há muito ansiado.
Na medida em que Jurgen promovia intensos movimentos de vai e vem, cadenciando uma penetração que nada tinha de violento, mas sim de voluptuoso, sua parceira, vencida pelo próprio desejo, começou a retribuir os movimentos, atirando seu ventre contra o membro rijo do oficial alemão. Não tardou para que houvesse uma perfeita sincronia entre ambos; Jurgen persistia em deliciar-se com os mamilos de Anette, alternando-os em sua boca, quando não havia uma interminável troca de beijos quentes e molhados.
Tempo e espaço perderam sua razão de ser, pois, naquele quarto haviam apenas um homem e uma mulher deliciando-se com o insubstituível prazer do sexo; em certos momentos, Anette cavalgava o alemão, que segurava seus peitos em suas mãos enormes, massageando-os com volúpia; em outros, estavam deitados de lado, um em frente ao outro, usufruindo de uma cópula mais intimista. A certa altura, Jurgen sentou-se sobre a cama e trouxe Anette para que se sentasse sobre ele, frente a frente, subindo e descendo sobre seu membro rijo que não dava sinais de esmorecimento.
Anette já experimentara uma sequência quase interminável de orgasmos que a deixaram quase sem energia, levando-se pelo desejo incontido de seu parceiro, que insistia em prosseguir naquela cópula que desconhecia limites; todavia, após tanto esforço, a natureza e a fisiologia cobraram um preço do alemão; ele ejaculou dentro de Anette, urrando como um animal selvagem, enquanto os jatos de sêmen projetavam-se nas entranhas da francesa que se sentia plena de satisfação com a onda quente e viscosa que percorria todo o seu âmago.
Extenuados e vencidos pelo esforço, o casal desfaleceu sobre a cama, cujo odor deixava evidente que o invasor satisfizera-se com a sua presa; mal sabiam eles que, por uma fresta inoportuna da porta do quarto, Helen, a serviçal holandesa a tudo observava, deliciando-se com a explosão visual que presenciara, e que a deixara em total estado de prostração proporcionado por seus dedinhos afoitos. Ela pôs-se a imaginar como aquela descoberta poderia ser-lhe útil no futuro …
Os dias se passaram, formando semanas que foram sucedidos por meses onde Jurgen e Anette usufruíram de noites e mais noites de puro prazer; assim que terminava o jantar, a francesa conduzia os trabalhos de Helen na cozinha, e depois de despedir-se dela, fingia ir para o seu quarto, desviando-se, oportunamente, em direção ao quarto de Jurgen, que já a esperava ansiosamente.
Certa noite, após outra sessão de prazer interminável, Jurgen não se deu por satisfeito, e obrigando que sua parceira se prostrasse de quatro sobre a cama, vislumbrou aquele traseiro roliço, explorando o vale entre as nádegas, até descobrir o pequenino botão, objeto de seu desejo sôfrego. Anette olhou por cima do ombro, fitando o olhar guloso de seu parceiro.
Após um momento de olhares e gestos insinuantes, Anette enterrou o rosto no travesseiro, elevando ainda mais suas nádegas, oferecendo-as em sacrifício ao seu macho insaciável; separando as nádegas de forma carinhosa, Jurgen apontou seu membro ereto na direção do alvo, estocando-o com um movimento contundente; toda a lubrificação causada anteriormente, serviu ao fim desejado, e, de um átimo, Jurgen viu-se estocando em frenesi o orifício antes intacto de sua parceira. Ambos experimentaram uma nova e deliciosamente prazerosa sensação que eclodiu em mais uma onda de gozos inesquecíveis.
Vencidos, mas também plenos em sua glória íntima, o casal adormeceu abraçados.
Com o passar do tempo, Jurgen e Anette conviviam quase como um casal em sua alcova, deixando para o público a mesma imagem de senhorio e serviçal, sem denunciarem o enorme envolvimento que os fizera mais que íntimos; e a exceção de Helen, que tudo sabia e tudo espiava, para os demais nada de errado acontecia entre o oficial alemão e a francesa submissa.
Todavia, os ventos da guerra começaram a soprar em direção oposta ao esperado; a Alemanha via-se encurralada pelo exército aliado, até que em seis de junho de 1944, a operação “Overlord” teria seu início, assim como teve início o fim da dominação alemã na Europa. E tudo foi muito frenético, embora os avanços militares ainda demorassem algum tempo para surtir o efeito almejado, em Paris, todos estava conscientes de que, mais cedo ou mais tarde, os alemães precisariam retirar-se do território francês, recuando até Berlim, onde, inevitavelmente, a derrocada do Reich estaria selada definitivamente.
A partir daquele momento, as noites na casa do oficial alemão tornaram-se mais densas e repletas de reuniões às portas fechadas e pastas com documentos indo e vindo a todo o instante. E nas madrugadas dessas mesmas noites, Jurgen e Anette encontravam-se no segredo da alcova; o alemão não continha-se entre quatro paredes, explorando todas as possibilidades que sua amante poderia oferecer-lhe. E foi nesse clima de plenitude do sexo que Jurgen chegou ao ponto de ousar um fetiche que ele escondia em seu íntimo, mas que, dia após dia, tornava-se uma fixação.
Após amarem-se ilimitadamente, Jurgen tomou seu cinto e amarrou as mãos de Anette atrás de seu corpo, obrigando-a a ficar em decúbito dorsal, submetendo-a por inteiro; lançando mão de um pequeno chicote de montaria, Jurgen supliciou sua parceira, até que ela implorasse para que ele desse fim ao castigo; excitadíssimo e sem dizer palavra, ele a violou impiedosamente; cada gemido da mulher deixava o alemão ainda mais excitado, imprimindo um ritmo furioso em seus movimentos, ao mesmo tempo que a súplica de Anette para que cessasse com aquele sofrimento, servia apenas para incentivá-lo a prosseguir com mais intensidade.
Ao final, nada foi dito, e mesmo sentindo-se profundamente envergonhado, Jurgen limitou-se a abraçar Anette e sufocar seu choro com beijos e abraços apertados. Assim que ela adormeceu, o alemão levantou-se da cama, buscando seu maço de cigarros, pois, ele precisava de uma válvula de escape após aquela noite insana. Sentado na beirada da cama, observando Anette dormindo, ele fumou um cigarro pensando no que fizera; e mesmo sentindo-se mal …, mesmo assim, ele havia gostado da submissão.
Mais algumas noites transcorreram, sem que Anette e Jurgen tornassem a encontrar-se no segredo de sua alcova; apenas olhares desviados e expressões repletas de formalidades orbitaram em torno do casal. Finalmente, em outra noite, Jurgen foi para o quarto de Anette, escondendo-se na escuridão; mas, qual foi sua surpresa ao ver que ela havia trancado a porta. Tomado por uma irritação incontida, ele ousou bater a porta, mas desistiu, ao ver que tal ato seria inútil. E sem saber que estava sendo observado, ainda permaneceu alguns minutos ali, esperando que a francesa cede-se e a ele se entregasse.
Levando dentro de si uma mistura quase explosiva de raiva, excitação e arrependimento, Jurgen voltou a caminhar pela escuridão, retornando para seu quarto. Para sua surpresa alguém o esperava ansiosamente, alguém que ansiava por experimentar a mesma sensação que ele oferecera a Anette, e ela não soube usufruir como devia.