Imediatamente, Vicky, acompanhada de um parceiro, rumou para o local; não se tratava de uma “quebrada” qualquer, mas sim um bairro de classe média, recheado de edifícios altos, sistemas de segurança e vigilantes diuturnos; assim que saltaram da viatura, Vicky e seu parceiro ouviram alguém chamando por eles; o som vinha de uma viela entrecortada por dois enormes edifícios; logo, eles vislumbraram a pessoa que chamava por eles; era um senhor idoso, cuja voz, pouco potente, esforçava-se em chamar-lhes a atenção.
Aproximando-se dele, os policiais viram o que havia acontecido: estirada sobre o chão de concreto e asfalto, uma jovem jazia, quase inerte e respirando com dificuldade; Vicky foi até ela, ajoelhando-se ao seu lado; observou o estado geral da jovem, que tinha hematomas espalhados pelo rosto, as roupas rasgadas e alguns cortes, provavelmente, feitos por algum tipo de arma branca; embora esforçando-se para respirar, a jovem parecia engolfada; Vicky ajudou-a a ficar sentada e pediu ao colega que providenciasse um resgate médico de urgência.
A policial tentou perguntar a ela o que havia acontecido, e embora ela desejasse contar, seu estado de saúde a deixava impossibilitada; assim que o resgate chegou, ela foi atendida e removida para um pronto-socorro, sendo acompanhada pelos policiais. Depois de algumas horas, um médico veio até eles, informando que a jovem estava estabilizada, com os ferimentos cuidados e devidamente medicada.
Com a autorização médica, Vicky foi até a maca onde a jovem descansava, e perguntou se ela poderia acompanhá-la até a delegacia para prestar esclarecimentos; a jovem acenou afirmativamente com a cabeça, fazendo um único pedido:
-Você pode arrumar alguma coisa para eu vestir? Minhas roupas estão em frangalhos.
Vicky pediu ao colega que providenciasse um roupão hospitalar e um par de chinelos; logo, eles estavam no interior da viatura, rumando para a delegacia. Durante o trajeto, a jovem não disse uma palavra sequer, limitando-se a responder a uma única pergunta da policial, que queria saber seu nome. “Meu nome é Vanessa”, ela respondeu com voz fraca.
E agora, elas estavam na delegacia, com Vicky tentando extrair um depoimento de Vanessa, que mostrava-se reticente e arredia; a policial havia utilizado todos os meios que conhecia para convencê-la a formalizar uma denúncia, porém, Vanessa recusava-se terminantemente. Cansada, com fome e irritada, Vicky controlou-se ao máximo, até que, em dado momento, ela perdeu o controle da situação; levantou-se de sua cadeira e se aproximou de onde Vanessa permanecia sentada, e depois de encará-la com olhar raivoso, segurou-a pelos braços e exigiu algumas respostas.
-Ei! Assim você me machuca! – reclamou Vanessa, tentando desvencilhar-se das mãos fortes de Vicky.
-Então, me conte! – exigiu a policial, com tom ameaçador – O que aconteceu com você? Quem te machucou? Porque te bateram tanto?
-Eu …, eu …, não posso! – constrangeu-se Vanessa encolhendo-se na poltrona.
-Não pode! Não pode, porque? – insistiu a policial, quase à beira de extrapolar a conduta dela esperada.
-Porque! Como porque? – respondeu Vanessa, mostrando irritação repentina – Você não vê o que eu sou?
Vicky hesitou, não compreendendo o que a jovem queria dizer; ela recuou um pouco, e tentou controlar-se.
-Vanessa …, você pode se explicar para mim, por favor? – pediu a policial, não encontrando outro método de abordagem.
-Tudo bem, se é assim que você quer! – respondeu Vanessa, levantando-se da poltrona e abrindo seu roupão.
Vicky, por alguns minutos, ficou sem palavras, incapaz de reagir ao que seus olhos viam …, Vanessa era uma trans! E tinha um “instrumento” de respeito …, Vicky, em toda a sua vida jamais vira uma rola tão grande e tão grossa, no corpo de uma jovem com lindas e excitantes curvas …, Vanessa reunia o melhor de tudo: era linda, sensual e dotada de uma deliciosa e excitante “ferramenta”!
Passado a surpresa inicial, Vicky aproximou-se de Vanessa e lhe ajudou a recompor-se; em seguida, ela pediu que se sentasse e puxou uma cadeira para ficar mais próxima. Um silêncio inesperado, porém, necessário, pairou no ar, até que a policial decidisse tomar a iniciativa.
-Você foi agredida em razão de sua opção sexual? – ela perguntou com tom de voz controlado – Se foi isso …, eu compreendo …, o que eu não entendo é porque você prefere permanecer calada, deixando que essa pessoa …, ou pessoas, impunes? Do que você tem medo? Me diga, para que eu possa ajudá-la …
Vanessa olhou fixamente nos olhos da policial, e tentou balbuciar alguma coisa …, mas, o que restou foram lágrimas; Vicky ajoelhou-se na frente de Vanessa e deixou-se abraçar por ela, tentando consolá-la, mesmo que isso não fosse possível. Minutos depois, Vicky serviu um café para a jovem e disse que ela podia ir embora, mas que, de qualquer maneira a investigação prosseguiria, mesmo contra a vontade dela.
-Tome aqui, seus documentos …, ou o que sobraram deles – disse Vicky, estendendo a carteira quase destruída para Vanessa.
-E o meu celular? – perguntou a jovem, um tanto aflita.
-Ele não foi encontrado no local da agressão – respondeu a policial – provavelmente, seus algozes devem tê-lo roubado …
-Acho que não – respondeu Vanessa, pensativa – Creio que ele ficou lá naquele lugar.
-Tudo bem – disse a policial – Deixe que eu vou até lá e procuro por ele …
-Tudo bem! – respondeu Vanessa – Agora …, como faço para ir embora …, não tenho dinheiro …, mas, meus cartões estão aqui …, posso pedir um táxi?
-Com essas roupas? Nem pensar! – repreendeu a policial – Se você tiver um pouquinho de paciência, meu plantão está no final …, posso te levar em meu carro …
-Acho que não é uma boa ideia – interrompeu Vanessa.
-Não me importa o que você acha! – retrucou a policial – Vestida assim, você não vai sair daqui! Sente-se ali e espere alguns minutos.
Vanessa não respondeu, limitando-se a sentar no banco de madeira apontado por Vicky. Pouco tempo depois, ambas estavam no interior do carro da policial, rumando para a casa de Vanessa, que revelou não residir naquele bairro onde sofrera a agressão, mas sim, um pouco mais para frente, também em uma área residencial.
Vicky estacionou o carro em frente ao edifício de padrão médio indicado por sua acompanhante. Vanessa voltou-se para ela e agradeceu por tudo que ela fizera em seu favor; sem que Vicky pudesse reagir, Vanessa aproximou seu rosto do dela e beijou sua face …, aquele beijo causou um enorme arrepio no corpo da policial, que não conseguiu esconder sua surpresa.
-Obrigado por tudo …, de verdade! – disse a jovem com a voz embargada – Ninguém jamais me tratou assim …, moro aqui como você sabe …, se encontrar meu celular, por favor …, vou ficar imensamente grata.
Vanessa saltou do carro e caminhou em direção à portaria do edifício, sendo seguida pelo olhar curioso e excitado de Vicky, que ainda guardava na memória a lembrança do beijo recebido por tempo atrás. E ela foi para casa ainda pensando naquilo.
Já em sua casa, Vicky livrou-se de suas roupas e tomou um banho reconfortante; secou-se e despida caminhou por seu minúsculo apartamento; foi até a cozinha, sacou uma lata de cerveja da geladeira e beliscou sobras de pizza que jaziam ali por algum tempo.
Sentou-se no sofá, ligou a televisão apenas para preencher o ambiente, e passou a saborear sua bebida, enquanto pensava em Vanessa e como a visão de sua nudez havia mexido com ela …, não demorou para que ela sentisse a excitação revelar-se sob a forma de umidade vertendo entre suas pernas, pensando no corpo de Vanessa, e, principalmente, naquela rola monumental!
Instintivamente, Vicky flagrou-se a si própria bolinando sua vagina …, sentindo a umidade …, esfregando seu clítoris …, e, por fim, masturbando-se vigorosamente; quase deitada no sofá, ela se contorcia dominada pelo ritmo de seus dedos proporcionando-lhe uma deliciosa sensação de prazer …, e o gozo sobreveio …, caudaloso e intenso! E depois outro! E mais outro! E mais …
Vencida pelo prazer, Vicky acabou por adormecer ali mesmo, nua, mas feliz!
O sol do dia seguinte, encontrou a policial estirada sobre o sofá, com sua nudez iluminada pelos raios cor de ouro de uma linda manhã. Ela abriu os olhos e percebeu onde estava; sorriu para si mesma e correu para o banheiro, pois, precisava de outro banho. E como era sua folga, decidiu procurar pelo celular de Vanessa.