(prólogo): “No curso da ocupação de Varsóvia pelo exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial, logo após a formação do gueto, um destacamento de oficiais de infantaria alemã, percorriam a parte externa do gueto, quando foram atacados, mortos e trucidados por jovens integrantes da resistência polonesa. Com o sangue dos alemães mortos, os jovens integrantes da resistência, picharam o muro do gueto com a expressão ‘KAPUT’. O episódio, encheu de ira o oficial Ludwig Fischer, governador-geral do distrito de Varsóvia, que, imediatamente, baixou uma Diretiva Executiva, determinando que 100 poloneses seriam fuzilados ao longo de dez dias como punição pela morte dos soldados alemães”.
Todos os dias, logo pela manhã, a cena se repetia no gueto; soldados alemães fortemente armados, desciam dos caminhões e punham-se a caçar jovens poloneses pelas ruas, becos fétidos e prédios, até reunir dez deles que eram, prontamente, conduzidos até os muros e fuzilados. Da janela do velho apartamento em escombros onde se escondia a jovem Eva, observava aquela chacina, inconformada com a insanidade alemã.
Depois que os soldados ordenaram que um grupo de homens empilhassem os cadáveres em carrinhos de madeira e seguissem como um funesto cortejo, ela respirava fundo e procurava coragem para sair de seu esconderijo. Normalmente, ela iria em busca de restos de comida para saciar sua fome ou um pouco de água para matar sua sede.
Entretanto, naquele dia, Eva tinha outras pretensões. De início, saiu em busca do coronel Petroski, líder e comandante dos jovens integrantes da resistência polonesa; encontrou-o em um beco, orientando seus subalternos nas próximas ações que deveriam ser feitas contra os invasores germânicos; clamou que ele desse um fim naquele massacre, já que era o terceiro dia da vingança determinada pelo Governador-Geral em retaliação.
“Lamento, mocinha …, mas, estamos em uma guerra! Mortes são inevitáveis!”, ele lhe disse com a empáfia e ironia que lhe eram naturais. Ela saiu do beco desesperada, mas viu que nada podia fazer. Pensou em pedir ajuda, porém, não tinha a quem recorrer. Limitou-se, então, a sua tarefa cotidiana de buscar alimento e água. Dormiu agitada naquela noite, e acordou pela manhã com o ronco dos motores dos caminhões alemães anunciando que o Anjo da Morte viera em busca de mais inocentes para serem sacrificados.
E, ao olhar pela janela, viu algo que torceu suas entranhas ressecadas; entre os jovens reunidos para serem fuzilados, estava Victor, o amor de sua vida! Desesperada, ela desceu as escadas carcomidas e esgueirou-se pelos vão cegos e recuos dos prédios em ruínas, até conseguir ficar próximo do grupo. Valendo-se de uma velha granada de estilhaçamento que encontrara em suas incursões diurnas, ela provocou um estardalhaço, atirando-a contra um dos veículos de transporte.
Enquanto os soldados alemães tentavam entender o que havia acontecido, Eva correu na direção de Victor; pegou-o pelo braço e pôs-se a correr sem olhar para trás. O casal disparou sem direção certa, temendo que os soldados viessem atrás deles. Victor gritava que precisava voltar para se juntar aos amigos que foram feitos prisioneiros. Alheia ao reclamos de seu parceiro, Eva continuou a correr e somente parou quando, finalmente, conseguiu atingir seu objetivo.
Eles entraram na velha sinagoga abandonada que ninguém tinha coragem de ocupar já que havia notícia de que ela estava contaminada por ninhos de ratazanas. Eva empurrou o portal de madeira e entrou, trazendo Victor a reboque. Por alguns minutos, ela pôs-se a espiar por uma fresta, desejando certificar-se de que a perseguição tivera seu fim. E foi nesse momento, que ela sentiu as mãos fortes do rapaz abraçá-la por trás, apertando-a contra si.
Victor fez com que ela se voltasse para ele, e, sem aviso, procurou seus lábios selando um longo beijo …, nenhum deles sabia explicar o que estava acontecendo naquele momento. Não sabiam se era o fato do perigo iminente, ou a proximidade da perda, ou mesmo a possibilidade de morrerem, mas, aquele beijo foi o estopim para o que viria.
O rapaz puxou Eva consigo e foram para o fundo da sinagoga; entraram em um recinto que parecia ser a sala de descanso dos rabinos; nela havia uma grande e larga mesa de madeira de lei cercada por doze cadeiras do mesmo material; Victor olhou fixamente para o rosto de Eva, transmitindo algo que apenas ela seria capaz de compreender.
-Não! Aqui não! – disse ela e tom de alerta – Venha comigo!
Rapidamente, o casal circundou a sala, abrindo uma outra porta que dava para uma escada em caracol; subiram por ela, até chegarem a uma nova porta. Eva segurou a maçaneta, mas, antes de abrir, olhou para o rapaz e sorriu. Dentro do pequeno recinto havia uma cama de madeira com um colchão, coberto por lençol de algodão. Victor não foi capaz de esconder seu espanto em ver um ambiente tão limpo e conservado como aquele.
-Esse é o meu refúgio …, onde me escondo, quando preciso de um pouco de paz – confidenciou Eva, trazendo seu parceiro para dentro e fechando a porta.
Recuperando-se da surpresa, o rapaz tornou a enlaçar a jovem e ambos selaram mais um beijo, quente, profundo e prolongado. Depois de algum tempo, Eva desvencilhou-se de Victor, afastando-se dele alguns metros. Demonstrando ainda algum recato, ela começou a despir-se, exibindo, aos poucos, sua nudez delicada e ingênua.
Quando terminou, deixou os braços caírem ao lado do corpo, baixando a cabeça, sem coragem para encarar o rosto do rapaz; Victor estava extasiado, não apenas com a iniciativa dela, como também por sua beleza discreta e delicada. Aproximando-se dela, o rapaz pôs as mãos em torno de sua cabeça, soltando os longos cabelos dourados de Eva, deixando que eles caíssem ao redor de seu rosto, coroando sua beleza ainda mais,
Olhou para os mamilos intumescidos e ficou encantado; tomou-a nos braços e a beijou; no momento seguinte, sua boca sugava avidamente os peitos da jovem, que eram sustentados por suas mãos quentes e másculas. Eva acariciou os cabelos de Victor, incentivando que ele continuasse o que estava fazendo. Entretanto, o desejo de entrega de ambos estava em seu auge.
O rapaz despiu-se com uma rapidez tolhida pelo despreparo, enquanto Eva segurava a vontade de rir dos gestos impulsivos dele; ela deixou que ele cuidasse de suas roupas e deitou-se na cama, aguardando a vinda de seu homem. Victor deitou-se ao seu lado e ambos se abraçaram, seguindo-se mais beijos ardorosos e mãos abusadas e inexperientes, explorando o delicioso desconhecido.
Eva deleitava-se segurando o membro duro e pulsante, pressentindo um ardor interior, delicioso e excitante; ela massageou o apêndice de Victor, apreciando suas dimensões e sua dureza impressionante. Ainda abraçados, um de frente para o outro, ela aproximou o membro de seu ventre, permitindo que ele descesse um pouco mais, esfregando sua vulva lisa e úmida.
Aquele movimento fez com que ambos gemessem de prazer, com seus corpos apertando-se um contra o outro, e tornando a esfregação algo ainda mais intenso; em dado momento, Victor segurou seu membro, puxando-o um pouco mais para cima e para dentro, até sentir o contato macio dos grandes lábios. Ele, então, projetou o corpo, e seu membro avançou, invadindo o sexo de Eva, que sentiu uma pressão, seguida de uma resistência incômoda.
Ela reagiu, apertando o membro com a contração da vulva e impedindo que seu avanço prosseguisse; eles se olharam e Eva não conseguia esconder sua hesitação; Victor sorriu para ela e beijou sua face. A garota sentiu aquele gesto e pensou: “Ele é o homem da minha vida!”; respirando um pouco mais fundo, Eva relaxou o aperto e deixou que seu homem continuasse a penetrá-la.
O rapaz golpeou mais uma vez, com impetuosidade, mas também com o cuidado de um cavalheiro em relação a sua dama na sua primeira vez. Eva sentiu-se preenchida pelo membro vigoroso de seu parceiro, e quando ele, finalmente, estava dentro dela, a dor foi desaparecendo, dando lugar a uma deliciosa e indescritível sensação de prazer, de êxtase carnal, mas também espiritual.
Victor manteve-se imóvel por algum tempo, apenas para que ambos pudessem saborear o momento único e especial; e após mais alguns beijos e carinhos, o rapaz deu início a movimentos de sacar e tornar a penetrar, mantendo uma cadência suave e constante. Eva sentiu cada movimento como se fosse uma carícia que acentuava seus sentidos, mostrando a ela como aquilo era imensamente prazeroso.
Permaneceram nesse idílio por algum tempo, até que Victor decidiu virar o jogo, girando corpo e ficando por cima de Eva …, a mudança proporcionou uma penetração mais profunda, cujo resultado foi a sensação do primeiro orgasmo da jovem, que gemeu alto, enlaçando o pescoço do parceiro e selando um beijo longo e profundo. E depois desse, sucederam-se outros ainda mais veementes, sob o ritmo impetuoso de Victor.
Com a intensificação dos movimentos viris do rapaz, e o esforço a que estava submetido, não demorou para ele, finalmente, atingisse o clímax, ejaculando no interior de sua parceira, que experimentou mais uma deliciosa sensação de plenitude. Victor, exausto, desabou sobre sua amada, respirando com dificuldade e suando muito. Eles se entreolharam e sorriram um para o outro. “Nunca pensei que isso pudesse acontecer …”, disse o rapaz, ainda com voz arfante.
-Eu te amo, Victor! – respondeu Eva, com um olhar faiscante e um sorriso arrebatador – Você é o homem de minha vida! Sempre te desejei …, sempre!
-Pena que tenhamos descoberto isso em um momento como esse! – comentou ele, devolvendo o sorriso – Logo, precisarei voltar para a resistência e …
-Não, meu amor! Fica! – pediu Eva em tom de súplica – Não vá, por favor! Se fores, vou te perder e não quero isso!
Victor fitou os olhos marejados de Eva e beijou as lágrimas que teimavam em escorrer por seu rosto. Ela o abraçou forte, tentando impedi-lo de sair daquela cama …, Victor aquiesceu com o abraço e depois de muitos beijos ele disse: “Está bem meu amor …, fico aqui com você, está bem?”. Eva sorriu aliviada …, e mais abraçados que antes, eles adormeceram.
Horas depois, Eva acordou …, e Victor não estava mais ao seu lado! Vozerio e gritos vindos da rua atrás da Sinagoga despertaram seu interesse e também seu desespero! Correu até a janela bloqueada com tábuas e espiou pela fresta entre elas e viu seu maior pesadelo: Victor estava cercado por quatro soldados alemães; eles gritavam com ele que tentava justificar alguma coisa.
Eva queria correr até ele e safá-lo daquela situação …, mas, antes que ela pudesse reagir, um soldado aproximou-se por trás do rapaz e o golpeou na cabeça com a coronha de sua arma …, e Victor caiu! Eva quis gritar, mas a voz ficou presa na garganta, enquanto via seu amado ser carregado para o caminhão e desaparecer em minutos …, ela desesperou-se …, precisava fazer alguma coisa …, e fazer rápido!