VIDA NO ESTRADÃO - ONDE O PRAZER ENCONTRA O CORAÇÃO

A rotina do transporte de carga pesada pelas estradas do país, não é tarefa fácil para ninguém, nem mesmo para Beatriz, uma morena de corpo bonito e rosto cativante, que desde a perda do marido, viu-se obrigada assumir a direção do caminhão, seu único ganha-pão, e que fora também o único bem que o falecido lhe deixara. Jamais vacilou em aceitar um frete, como também nunca atrasou, sempre evitando os perigos que a rodovia esconde, seja de dia, seja de noite. Decidida, não quis mais saber de marido …, Justino, seu marido fora o homem de sua vida, seja na cama, ou fora dela e mesmo sentindo o clamor da natureza gritar em seu interior, não recuou em sua decisão de cair em tentação.

Mal sabia ela que o diabo está nos detalhes! E a vida não tem segundas oportunidades …, é pegar ou largar! A certa altura de suas atribulações, Beatriz sentiu uma necessidade fisiológica gritante que impunha ao seu corpo um clamor sem limites que precisava ser calado …, um desejo ardente de se sentir mulher, desejada por um macho de verdade; não apenas um oportunista em busca de aventuras, ou mesmo um aproveitador cafajeste que se serve de mulher como o faz com uma iguaria a ser saboreada para depois, ser usada apenas para satisfazer sua subsistência inútil.

Lamentavelmente, ela sabia que no seu ambiente de trabalho, esse tipo de homem não existia, e caso existisse, muito provável que já estaria engajado com alguém, e ela não tinha nenhuma vocação para ser uma mera reserva descartável. A solução mais imediata resumia-se ao prazer solitário, usufruído com o auxílio de fantasias que encontrava nos livros eróticos que lia avidamente.

Funcionava assim: a noite, em uma parada para descanso em um terminal modal, Beatriz jantava sozinha e depois recolhia-se ao alojamento. Despia-se e tomava um banho reconfortante; secava-se com cuidado, concedendo especial atenção às partes de seu corpo que assim exigiam. Depois, nua, deitava-se na cama, cerrava os olhos e imaginava em cenas as passagens que absorvera de suas leituras …, em pouco tempo, seus dedinhos abusados, vasculhavam sua gruta quente e úmida, massageando a região, e, vez por outra, introduzindo-se em seu interior, causando uma deliciosa sensação digna de longos gemidos.

Enquanto isso, a outra mão bolinava seus mamilos durinhos, beliscando-os com sutileza, fazendo seu corpo tremelicar e sua pele arrepiar; apertava o clítoris entre os dedos e tornava a massagear, cada vez mais intenso e voraz …, contorcia-se no ritmo que seus dedos abusados impunham e assim permanecia até o gozo sobrevir …, quente, viscoso e caudaloso, fazendo-a gritar, culminando em um clímax indizível que a deixava prostrada, indefesa, mas feliz!

Era assim que a vida de Beatriz seguia seu curso, e assim continuaria, não fosse por um certo acontecimento que a fez repensar suas escolhas. Com uma carga urgente e horários apertadíssimos, viu-se ela na obrigação de dirigir durante a noite, escolha que ela sempre evitara, pois, conhecia bem os perigos que a estrada reserva aos incautos e desafortunados. Checou sua pistola automática, beijou a imagem da Santa e tocou em frente. Tocando por uma estrada vicinal, de asfalto ruim e iluminação pior ainda, acabou por cair em uma vala, travando as rodas do bruto e deixando-a em uma situação desconfortável.

Desceu do caminhão para conferir o estrago e depois pegou seu aparelho para uma chamada de apoio …, infelizmente, a região era pobre em sinal de telefonia celular, complicando ainda mais a situação de Beatriz. Ponderou que o melhor a fazer era recolher-se na boleia do caminhão e cochilar até o dia amanhecer para pedir auxílio, já pensando no prejuízo que teria que assumir com o atraso na sua entrega. E estava prestes a fazer isso, quando vislumbrou um par de faróis vindo em sua direção. Ao mesmo tempo que sentiu alguma esperança, também sentiu o temor de a oportunidade tornar-se ameaça.

Enquanto o veículo se aproximava, Beatriz pôs a mão para trás segurando o cabo da pistola e esperando pelo pior; o carro parou um pouco mais a frente de onde ela estava e de seu interior, saltou um homem alto que caminhava com tranquilidade; ao ver seu rosto, Beatriz sentiu-se confiante, pois a expressão do sujeito transmitia segurança. “Boa noite, moça …, parece que você está com um baita problema, não é?”, perguntou ele, com voz grave, mas, ao mesmo tempo, acolhedora.

-Pois é! Desviei a atenção e caí nesse buraco – disse ela, demonstrando tranquilidade, mas, ainda segurando o cabo de sua pistola – Meu celular está sem sinal …, queria pedir um socorro e …

-Não se preocupe, moça! – interrompeu ele, com um sorriso – Vamos resolver isso, agora mesmo!

Ele voltou para o carro e retornou trazendo nas mãos um rádio comunicador. “Afrânio, aqui é o delegado Heráclito …, chama o Anésio e pede para ele vir até o quilômetro seis da vicinal trazendo o reboque turbinado para um socorro …, e vê se não demora!”, disse ele ao rádio, recebendo um “ok” de volta.

-Então, o senhor é delegado? – quis saber Beatriz, respirando aliviada.

-Senhor? Puxa! Que triste! Me senti com sessenta anos! – brincou Heráclito com um sorriso – Deixa o senhor pra lá, tá …, sou Delegado Chefe da Polícia Rodoviária Federal, sim senhora!

-Ah, tá! Então, deixa o “senhora” pra lá também! – respondeu ela, devolvendo o gracejo.

Enquanto aguardavam a chegada do reboque, Heráclito e Beatriz conheceram-se melhor; ela ficou sabendo que ele residia na cidade próxima, mas trabalhava no polo regional que ficava mais a frente; ele adorava o seu trabalho e por isso fracassou em dois casamentos, optando por não causar mais problemas na vida das mulheres. Beatriz contou-lhe um pouco de sua vida, e o policial ficou surpreso com a determinação da mulher, elogiando-a sem parar.

A conversa estava entrando em um clima mais interessante quando a buzina do reboque quebrou o silêncio e também o papo. Pouco mais de uma hora depois, o caminhão de Beatriz estava na garagem de uma oficina; Heráclito ligou para outro amigo e pediu que ele verificasse o veículo logo pela manhã; agradeceu ao proprietário do reboque, e quando Beatriz perguntou-lhe quanto custaria seu serviço, ele a encarou e sorriu. “Pro meu amigo aqui, tudo é de graça, moça …, boa noite!”.

Heráclito quis saber o que Beatriz pretendia fazer pelo resto da noite além de dormir, e ela lhe respondeu que estava com fome. “Então, venha comigo …, conheço um boteco aqui perto que é vinte e quatro horas …, não tem comida, mas podemos conseguir um sanduíche, o que acha?”, disse ele em tom convidativo. O primeiro pensamento de Beatriz foi declinar do convite e procurar algum lugar para dormir, mesmo com fome; no entanto, o sorriso encantador de Heráclito desarmou-a por completo, não restando outra opção, senão aceitar o convite e também a companhia.

No tal boteco, onde se respirava ar dos anos sessenta, com fotos de Elvis Presley, Chuck Barry e outros ícones da época, o proprietário, um sujeito simpático com barba e cavanhaque bem aparados, serviu a especialidade da casa: um enorme sanduíche de carne e queijo, acompanhado de uma cerveja. Enquanto Beatriz saciava sua fome, retomou o papo agradável com o delegado, cujo olhar penetrante e charmoso a deixava eriçada …, Beatriz sentia um magnetismo proveniente daquele homem maduro, alto, de musculatura definida sem exageros, e um ar de sensualidade intrigante …, mesmo assim, ela resistia, pois, não era chegada a ideia de aventurar-se por terras desconhecidas apenas para o deleite da carne.

Pagaram a conta …, ou melhor, Heráclito fez questão de pagar, e rumaram para o carro dele; dirigindo pela cidade, ele sugeriu uma pousada próxima da oficina onde Beatriz deixara seu caminhão, o que facilitaria para o dia seguinte. Ela agradeceu e ao chegar na pousada, despediu-se com um beijo no rosto. Não se preocupe que eu passo aqui amanhã para levá-la até a oficina”, disse o delegado com um tom singelo. Beatriz agradeceu e tentou declinar, mas a insistência de seu anfitrião não lhe deixou opção que não fosse aceitar o convite.

Beatriz jogou sua mochila sobre a velha poltrona de tecido marrom, despiu-se e foi tomar um banho; voltou para o quarto, deitou-se e ligou a televisão; como não estava nem calor, nem frio, ela permaneceu nua sobre a cama, e as imagens da tela não eram suficientes para sacá-la do devaneio com a imagem de Heráclito …, era um homem e tanto!, pensou; todavia, mesmo com todo o charme e eloquência, ela temia envolver-se com ele. Um homem assim exige algo mais que apenas uma aventura passageira.

Perdeu-se em pensamentos, que logo peregrinaram para uma fantasia quente e excitante; imaginou-se nos braços dele, usufruindo da sua virilidade e entregando-se a um prazer ilimitado; não percebeu quando seus dedos começaram a vasculhar sua gruta quente e úmida, denunciando uma excitação inusitada para o momento; acariciou-se intensamente, dedilhando seu sexo com movimentos circulares e pequenas massagens em seu clítoris, o que desaguou em um orgasmo carregado de volúpia descarada.

Ofegante, ela procurou relaxar, mas a imagem de Heráclito não lhe permitia esse merecimento; e mais uma vez, seus dedos abusados bolinaram seu sexo e manipularam seus mamilos, até extraírem mais um gozo caudaloso. Extenuada, Beatriz foi vencida pela sonolência, adormecendo em poucos minutos. Passava um pouco das seis da manhã quando alguém bateu à porta do quarto …, Beatriz acordou em sobressalto; buscou algo para proteger sua nudez; envolvida na curtíssima toalha da pousada ela foi até a porta e perguntou quem era.

-Bom dia! Sou eu, Heráclito! – disse o delegado em tom alegre – Queria alguém para tomar café comigo …, e pensei em você!

-Ah! Tudo bem! Espera só um minuto, ok? – respondeu Beatriz, correndo atarantada, tentando vestir alguma coisa.

Em poucos minutos ela abriu a porta do quarto; usava um vestido curto de alças, pois fora o que encontrara na correria, e ficou ruborizada com o olhar guloso que Heráclito lhe dirigiu, demonstrando sua excitação voraz. “Bem …, vamos? Conheço um lugar muito bom!”, disse ele, tentando disfarçar sua indiscrição. Beatriz aquiesceu com um gesto, escondendo sua excitação, pois, há muito não via um homem deitar-lhe um olhar tão carregado de desejo.

Depois do café foram até a oficina onde o mecânico de nome Jair disse que a avaria não fora muito grande e que já estava reparado; mais uma vez, quando Beatriz perguntou o preço do serviço, ouviu algo parecido com o que ouvira do guincheiro. Voltaram à pousada, onde Beatriz pagou a despesa (fez questão!), pegou sua mochila e aceitou a última carona de Heráclito até a oficina. No momento da despedida, ela sentiu a intenção do delegado em beijá-la, mas, conteve-se, sabedor de que não podia “avançar o sinal”.

-Se algum dia, você passar por aqui …, me procure – disse Heráclito, com um tom sugestivo – Afinal, não é todo dia que se encontra uma mulher linda, atraente, simpática e independente!

-Ah! Não precisa exagerar, tá? – brincou ela, com sorrisos – Mas, tudo bem …, se isso acontecer, vou te procurar.

Já de volta à estrada, Beatriz não conseguia tirar Heráclito de sua mente; ele a impressionara!
Meses se passaram, e Beatriz viu-se envolvida com muito trabalho, de modo que Heráclito tornou-se apenas uma boa lembrança. Todavia, o destino adora detalhes, assim com o demônio. Beatriz rodava por uma estrada, levando uma carga, quando, subitamente, dois utilitários passaram a segui-la, avançando perigosamente …, tudo aconteceu em uma fração de segundos; um deles bloqueou o curso do caminhão, enquanto emparelhou; o carona abriu o vidro, exibindo um fuzil de assalto, sinalizando para que ela encostasse.

Dominada e subjugada, Beatriz foi atirada no interior de um dos veículos, enquanto um dos criminosos tomava o controle de seu caminhão, desligando o rastreador; no porta-malas do utilitário, amarrada e amordaçada, Beatriz temia por sua vida; inadvertidamente, os assaltantes esqueceram-se de revistá-la, e, para sua sorte, ainda portava seu aparelho celular. Com algum esforço, puxou o aparelho do bolso traseiro do jeans e tentava acionar o botão de pânico (dispositivo de uso de caminhoneiros e fornecido por empresas seguradoras).

Depois, ela tentou acionar um de seus contatos, momento em que foi flagrada por um dos criminosos; ele arrancou o equipamento das mãos delas e o atirou pela janela; sem aviso, ele a golpeou na têmpora, e Beatriz perdeu os sentidos. Acordou sem muita noção de onde estava e quanto tempo se passara; olhou ao redor e constatou que estava em uma espécie de galpão; ouvia um vozerio não muito distante; serpenteou pelos chão tentando uma posição onde pudesse ver o que acontecia.

“Acho que a gente precisa dar um fim naquela vadia, Chefe!”, disse um dos criminosos. “Calma aí, cara! Ela até que é bonitinha! Vamos brincar um pouco com ela!”, respondeu aquele que parecia ser o líder. Teve início, então, uma acalorada discussão sobre o destino de Beatriz, cujo coração acelerado e a respiração ofegante, denunciavam seu desespero. “Faz o seguinte, leva a vadia pro escritório lá no mezanino, solta ela, que depois eu vou até lá …, e olha, sem maltratar o brinquedinho, hein?”, finalizou o líder intimando um de seus asseclas.

Beatriz foi carregada até o local indicado e jogada novamente no chão frio; o sujeito livrou-a das amarras e também da mordaça. “Se comporta aí, vadia! Se fizer bem gostoso …, a gente de libera, caso contrário …”, disse o sujeito encapuzado em tom ameaçador, ao mesmo tempo em que prendia suas mãos com algemas que foram suspensas em uma espécie de gancho, suspenso por uma corrente. Ele ficou olhando para ela, denunciando sua excitação animalesca. Beatriz temia por sua vida, mas, ainda assim, ela resistiria, até fim! Enfim, ele soltou uma gargalhada sarcástica e saiu.

Momentos depois, o outro sujeito, que parecia ser o chefe da quadrilha, entrou no recinto; ele parou e fitou sua presa. “Calma, vadia …, relaxa que eu quero apenas me divertir antes que meus camaradas queiram acabar com sua raça!”, grunhiu ele em tom sarcástico. Na iminência de ver-se estuprada, Beatriz, que ainda tinha as pernas livres, mesmo sob os efeitos do golpe que recebera, preparou-se para enfrentar seu algoz. Ele começou a caminhar em sua direção, abrindo a calça, e pondo para fora seu membro ereto.

Ela esperou o momento exato e quando viu a oportunidade descortinar-se, não perdeu tempo, golpeando a virilha do sujeito que urrou caindo de joelhos; ao mesmo tempo, ela chutou seu rosto; o homem desabou para trás, semiconsciente e gemendo de dor. Usando toda a parca energia que ainda lhe restava, Beatriz escalou a corrente, atingindo a viga do teto onde ela estava presa; puxou com força as algemas, libertando-se do gancho e caindo dolorosamente sobre o piso.

Beatriz sabia que não podia perder tempo, pois, logo, os companheiros do facínora estariam dentro do escritório, prontos para matá-la; quando tentou alcançara porta, sentiu um puxão em seu tornozelo, caindo novamente; o sujeito que ela golpeara estava se recuperando e procurava evitar que ela fugisse; mas uma vez, ela golpeou o rosto do sujeito com os pés.
Imediatamente, ela retomou seu plano de fuga, quando ouviu uma gritaria e tiros sendo disparados. Olhou ao redor, procurando alguma coisa para se defender; achou uma barra de ferro e pôs-se a esperar pelos seus agressores. Ela ouviu chutes na porta e preparou-se para o que der e vier; sabia que sua vida estava por um fio, mas também sabia que a vida lhe ensinara a ser forte e brava …, um tiro rompeu a fechadura, e um homem surgiu …, era Heráclito!

Ao vê-lo, Beatriz não sabia se ria ou chorava tal era o estado de abalo físico e emocional; Heráclito olhou para ela e sorriu aliviado; incapaz de conter-se, ele correu em direção a ela, tomando-a em seus braços. Pouco depois, Heráclito saiu do escritório, carregando Beatriz em seu colo; ela olhou ao redor e viu que galpão estava apinhado de viaturas policiais e agentes para todos os lados. Ainda abalada por tudo que passara, ela fitou o rosto de Heráclito procurando por respostas. “Como foi que você me encontrou?”, ela perguntou, após algum tempo.

-Bom …, primeiro, você acionou o botão de pânico – explicou ele – Depois, quando você tentou usar seu celular, foi meu número que tocou …, percebi que havia algo de errado e juntei as informações que eu tinha …, nós procurávamos essa quadrilha há algum tempo …, e pelo que vejo você deu um jeito no chefão!

-Obrigado …, não fosse você, a esta altura eu estaria … – balbuciou ela, engolindo as lágrimas.

Sem pensar, Heráclito selou seus lábios nos de Beatriz, beijando-a com muito ardor; ela, instintivamente, correspondeu ao beijo. E depois do primeiro, vieram outros, mais intensos, quentes e profundos. Heráclito colocou-a em sua viatura e foi para o hospital, onde ela foi examinada e realizou corpo de delito. Um outro policial conduziu o caminhão dela para a delegacia, pois era preciso confeccionar o boletim de ocorrência e o relatório

-Creio que por alguns dias, seu caminhão ficará apreendido – explicou Heráclito enquanto caminhavam pelo hospital – Eu lamento, mas, é o protocolo …

-Tudo bem, meu querido – conformou-se ela, sabedora de sua situação – Eu compreendo …, só não sei o que vou fazer e …

-Você vai ficar comigo – interrompeu ele em tom taxativo – E não aceito recusa …, ouça Bia, você é muito importante para mim e …

-Não diga mais nada, por favor – cortou ela, com um sorriso entre os lábios – apenas me leve embora daqui!

Algumas horas depois, o casal chegava à residência de Heráclito, em um condomínio fechado e afastado da cidade; novamente, ele a carregou no colo até o interior da casa; quando ficou sobre seus próprios pés, Beatriz pediu para tomar um banho, pois precisava arrancar de sua pele aquela sensação de nojo que estava sentindo. Ele, sempre solícito, indicou-lhe o banheiro e disse que levaria toalhas limpas para ela.

Beatriz acionou o chuveiro e entrou debaixo dele, deixando que a água escorresse pelo seu corpo, funcionando como um bálsamo capaz de curar não apenas as feridas superficiais do corpo, como aquelas mais profundas de sua alma. Em dado momento, ela percebeu a presença de Heráclito, que segurando as toalhas nas mãos, quedou-se inerte, como se estivesse hipnotizado pela beleza e sensualidade de sua hóspede.

-Espero que esteja gostando do que está vendo? – comentou ela com um tom insinuante.

-Estou …, estou sim …, gostando muito – respondeu ele, como saindo de um transe.

-Então, porque não vem até aqui – disse ela em tom convidativo – Preciso de alguém para ensaboar minhas costas.

Imediatamente, o policial jogou as toalhas no chão e começou a despir-se ante o olhar cobiçoso da mulher. A nudez de Heráclito era de dar água na boca; ele tinha uma musculação perfeita e sem exageros, com um apêndice digno de sua masculinidade; e Beatriz sentiu um arrepio percorrer sua espinha, ao mesmo tempo em que também sentia sua vulva umedecer. O homem sorriu e entrou no box, abraçando sua parceira …, beijos se sucederam, cada vez mais ávidos e eloquentes, descortinando um delicioso embate pelo prazer.

Ele a virou de costas, passando a beijar seu pescoço e orelha, causando uma sucessão de sensações voluptuosas que ampliavam o seu desejo de pertencer àquele homem de gestos dignos e carícias alucinantes. Habilmente, Heráclito segurou as mamas de Beatriz, apertando-as carinhosamente, tocando os mamilos durinhos sem deixar de mordiscar o pescoço dela.

Beatriz podia sentir o membro rijo de seu parceiro roçando suas nádegas, demonstrando impetuosamente o delírio do desejo do macho; eles tornaram a se encarar, incapazes de resistir ao desejo de mais beijos; por um momento seguinte, Heráclito ajoelhou-se na frente de sua amante e pediu que ela abrisse as pernas; ao sentir a língua abusada do macho lambendo sua vagina com imensa voracidade, Beatriz entregou-se ao gozo alucinante que explodia em seu interior, vertendo copiosamente, enquanto ela gemia descontrolada, acariciando os cabelos de seu macho.

Por algum tempo, Heráclito dedicou-se a propiciar para sua parceira um nirvana de prazer oral, dedicando-se com esmero a explorar as suculentas notas musicais compostas pelos gemidos e suspiros de Beatriz, que via-se dominada pela língua de seu homem, quedando-se em pleno delírio. Encerraram o banho entre beijos e carícias, secando-se mutuamente com sorrisos e discretas risadas entre toques de suas intimidades.

Mais uma vez, Heráclito tomou-a no colo e caminhou em direção ao quarto, depositando-a gentilmente sobre a cama; em seguida, ele subiu sobre ela, mirando seus olhos e dizendo o quanto a desejava. “Só te peço uma coisa …, seja cuidadoso …, faz muito tempo que não tenho intimidades com um homem”, disse ela, em tom de súplica.

-A única coisa que eu quero, é te dar o que uma mulher como você merece – ele respondeu com um tom terno.

Beatriz abriu suas pernas, esperando por receber a virilidade do macho que jazia sobre ela, ansiando por ver-se possuída mais uma vez; Heráclito, por sua vez, moveu-se com cuidado, e com extrema perícia, conseguiu realizar a penetração almejada; seu membro, duro e farto, acomodou-se no interior de Beatriz, encaixando-se com absoluta perfeição. Ao sentir-se preenchida pelo membro másculo do parceiro, ela não conseguiu reter um gemido alto, demonstrando inequivocamente, o prazer que tomava conta de seu corpo e de sua alma.

Ele deu início a movimentos pélvicos longos e contundentes, fazendo que sua parceira experimentasse todo o prazer de ser preenchida pela sua virilidade eloquente. Beatriz não cabia em si de tanto prazer, sentindo o membro volumoso entrar e sair de sua vagina, causando-lhe a mais deliciosa sensação de completude. Heráclito se esmerava a cada movimento, procurando proporcionar a sua parceira uma realização ansiada há muito tempo.

Beatriz, que ainda parecia um tanto resistente, acabou por libertar-se, passando a atirar seu ventre contra as estocadas veementes de seu parceiro admitindo uma saborosa sincronia que ampliava ainda mais o regozijo insano e tempestuoso que ambos ansiavam não ter mais fim!

Por muito tempo Heráclito e Beatriz permaneceram atrelados em um sexo ardente e voluptuoso; seus corpos suados já exibiam os claros sinais de que o esforço atingia um limite antes sequer imaginado. Heráclito golpeava com movimentos mais rápidos e profundos, saciando sua sede nos lábios convidativos daquela mulher cuja exuberância intrigante e o desembaraço ousado se faziam presentes, comprovando que almas e corpos haviam, finalmente, se encontrado após longa espera.

Em dado momento, Heráclito, sentindo estertores involuntários que lhe dominavam, anunciou que seu gozo estava próximo. “Goza dentro de mim! Me preenche com teu doce mel de macho! Eu quero! Eu preciso!”, suplicou ela, com voz embargada e respiração arfante. O parceiro sorriu, encantados com as palavras de Beatriz e ampliou seus movimentos, até que, finalmente, o orgasmo sobreveio; contraindo seus músculos de modo descontrolado, ejaculou vigorosamente, inundando sua fêmea com seu jorro quente e profuso, provocando nela mais uma onda de deliciosas sensações de prazer.

Tal foi a intensidade do momento, que Heráclito e Beatriz, suados e ofegantes não demoraram a desmoronar, vencidos pelo cansaço, adormecendo abraçados. Era alta madrugada, quando o homem foi acordado com as carícias de sua parceira, cujo olhar faiscante sinalizava o desejo por um recomeço …, ela serpenteou pelo corpo do amado, até aninhar-se entre suas pernas, exibindo um olhar guloso para o membro que renascia das cinzas. Não tardou para que ela o recebesse em sua boca, mamando sofregamente o membro rijo, ora engolindo, ora cuspindo em gestos ágeis, deixando Heráclito a mercê de uma fêmea sedenta.

Beatriz apreciou o sexo duro de seu parceiro, até o momento em que subiu sobre ele, denunciando sua intenção de retomar o assédio, só que, desta vez, comandando o espetáculo; ele apreciou por demais a iniciativa da parceira, deixando que ela conduzisse os acontecimentos como bem quisesse; segurando o instrumento com uma das mãos e com o olhar fixo no rosto de seu homem, Beatriz começou a descer lentamente, até que a glande se encaixasse em sua vulva; depois de ameaços de penetração que enlouqueciam o parceiro, ao mesmo tempo que a divertiam, ela, por fim, desceu até o fim, sentindo o membro invadir-lhe, ocupando com perfeição, suas entranhas, fazendo-a gritar de prazer.

O que se viu a seguir, foi a exibição de uma exímia amazona cavalgando seu garanhão, subindo e descendo sobre o falo em riste, comemorando cada novo orgasmo que explodia em seu corpo, causando-lhe deliciosa sensação prazer sem fim; Heráclito, por sua vez, acariciava os seios de sua parceira, detendo-se nos mamilos que, ora ele beliscava com delicadeza, ora puxava, ampliando ainda mais o torvelinho de sensações proporcionadas à fêmea.

Nesse clima de deliciosa cumplicidade, Beatriz girou seu corpo como se o membro de Heráclito fosse um eixo, deixando ao alcance das mãos dele, suas nádegas roliças e de firmeza impressionante; ele as apertou, deixando-se, mais uma vez, levar pela parceira; sem esconder sua intenção, Beatriz parou de movimentar-se e levantou o corpo, oferecendo algo mais ao parceiro. Ele olhou para o pequeno orifício que piscava de maneira tentadora e começou a massageá-lo, ouvindo os gemidos de Beatriz que funcionavam como um convite abusado.

Ele aquiesceu com o convite, puxando sua parceira até que ela se inclinasse para trás o suficiente, enquanto ele direcionava seu falo na direção do selinho piscante; o primeiro golpe contundente empurrou a glande para dentro, rasgando as pregas e invadindo abusadamente; Beatriz gemeu alto, porém, não recuou, resistindo com bravura indômita ao assédio anal a que era submetida; Heráclito prosseguiu, enterrando o membro lentamente, sempre respeitando sua parceira, o que a deixava ainda mais arrebatada por ele. Ele avançou com o cuidado de um homem cuja virilidade ia além das limitações do rompante pérfido e descompromissado de homens que apenas pensam em si próprios, respeitando sua parceira e o objetivo comum da alcançar o máximo prazer.

Quando a penetração chegou ao seu fim, Beatriz arqueou o corpo para a frente, convidando seu parceiro a dar início aos movimentos; ele, imediatamente, começou a golpear, cada vez mais forte e profundo, ao mesmo tempo em que, com uma das mãos, manipulava o clítoris de sua parceira, proporcionando um gozo profuso que era celebrado com gritos e gemidos. O dedilhado feito com extrema habilidade ampliava a sensação propiciada à Beatriz, que não aguentava mais tanto volúpia, beirando à possível perda dos sentidos.

Por fim, Heráclito viu derrotado pela sua própria fisiologia, enterrando seu mastro o mais fundo possível, enquanto gozava em uma profusão de sêmen quente e viscoso, encharcando sua parceira, que sentia seu corpo tremelicar descontrolado, ao mesmo tempo em que também sentia o excesso de suco transbordar de seu interior, proliferando mais pequenas ondas de prazer que conduziam o ritmo dos corpos que não mais eram capazes de controlar suas sensações.

Pelo resto da noite, o casal dormiu abraçado, colados como verdadeiros amantes que não queriam mais perder-se um do outro. Pela manhã, tomaram banho, juntos, momento em que algumas sensações da noite anterior vieram a tona em nova profusão de beijos, carícias e trocas de sabores até um renovado e tórrido clímax. Tomaram café da manhã juntos, nus, alegres a realizados …, todavia, o inexorável ainda estava por vir.

Os dias se passaram repletos de novas sensações; enquanto o policial exercia suas atividades diárias, Beatriz se incumbia de resolver sua vida; resgatou seu caminhão, acionou o seguro da carga, e conseguiu ainda realizar a entrega que foi realizada em um município próximo. Ao voltar para a casa de Heráclito, viu-se pensativa em resolver sua vida, e um dilema se apresentava: ficar ou partir.

Sem nada dizer ao companheiro, ela meditou sobre o assunto por algumas noites, sempre depois de um sexo ardente e renovado de desejos. Certa manhã, após o café, ela decidiu resolver aquele assunto que a importunava. Confessou a Heráclito que não podia deixar sua vida, sua independência, sua liberdade, mesmo sentindo que ele era o homem com quem partilharia o resto de sua existência. Foi verborrágica, demonstrando sua insegurança, sua sensatez e suas preocupações.

Heráclito, que a tudo ouviu pacientemente, sem intervir em momento algum, esperou até que ela terminasse suas considerações. Depois, segurou seu queixo, percebendo que uma lágrima teimava em escorrer. “Não fiques assim, meu amor! Tuas lágrimas doem em meu coração! Sinta-se livre para fazer o que almejas, mas, saiba que eu estarei aqui, a sua espera …, sempre!”, disse ele com tom suave a acolhedor. Beatriz fitou aquele rosto viril e dócil ao mesmo tempo e sentiu uma pontada no coração …, mas, ela sabia o que devia ser feito.

Na manhã do dia seguinte, após uma inesquecível noite de prazer prolongado pela sensação de perda, Beatriz tomou seu caminhão e seguiu em frente, ante os olhos sóbrios e aparentemente controlados do policial, que em seu interior lastimava a decisão por ela tomada, mas, tinha ciência de que era imprescindível respeitá-la, sob pena de perdê-la para sempre!

Assim, cortando as estradas e fazendo o seu trabalho, Beatriz seguiu com sua vida …, e sempre que o desejo reascendia em seu interior, ela ligava para Heráclito, cuja voz era um bálsamo para ela …, e ao término de cada ligação, ela sabia exatamente para onde ir, onde um cavalheiro gentil e fogoso a esperava de braços abertos.

Não havia despedida …, havia sempre o reencontro, o renascimento e uma entrega ardente e irrestrita ao prazer sensorial sem limites.

Foto 1 do Conto erotico: VIDA NO ESTRADÃO - ONDE O PRAZER ENCONTRA O CORAÇÃO

Foto 2 do Conto erotico: VIDA NO ESTRADÃO - ONDE O PRAZER ENCONTRA O CORAÇÃO

Foto 3 do Conto erotico: VIDA NO ESTRADÃO - ONDE O PRAZER ENCONTRA O CORAÇÃO


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casalbisexpa Comentou em 07/06/2020

delicia de conto




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Ficha do conto

Foto Perfil trovão
bemamado

Nome do conto:
VIDA NO ESTRADÃO - ONDE O PRAZER ENCONTRA O CORAÇÃO

Codigo do conto:
157741

Categoria:
Heterosexual

Data da Publicação:
07/06/2020

Quant.de Votos:
9

Quant.de Fotos:
3