Infelizmente, por conta desse seu jeito, Urânia acabou por colecionar tristes experiências amorosas em sua curta vida inicial; o primeiro namorado, aconteceu no início do curso superior; um rapaz de nome Márcio, com porte atlético, sorriso másculo e atitudes ensaiadas …, foram alguns meses, mas, ele não perdeu a oportunidade de assediá-la por sexo. Ela bem que resistiu …, queria que fosse algo mágico, consequência de um idílio amoroso repleto de tórrida paixão.
Ao perceber que a garota era uma sonhadora, Márcio não poupou esforços nem maquinações para levá-la para a cama …, em férias, propôs uma viagem a dois para o litoral, que após muita insistência, ela acabou aceitando. Um lugar paradisíaco, uma casa de praia linda …, jantar a luz de velas, champanhe, vinho …, e quando deu por si, Urânia estava nua nos braços de Márcio. Ele sugou seus seios com alguma fúria e nenhum carinho.
Sem preâmbulos, jogou-a sobre a cama e depois de quase arrancar suas próprias vestes, atirou-se entre as pernas dela, chupando e lambendo sua vagina, com a língua abusada vasculhando o entorno para enfiar-se em seu interior, fazendo Urânia gemer de tesão, abrindo-se ainda mais para ele, como se o desejasse dentro de si. Ao perceber que a jovem estava arrebatada pela situação, Márcio subiu sobre ela e depois de pincelar a vagina com a glande, começou a penetrá-la.
Assim que a glande varou entre os lábios, a jovem sentiu uma dor aguda que a fez gemer alto, chegando mesmo a pedir que o rapaz não prosseguisse. “Calma, meu amor …, vou pôr só a cabecinha … se doer mais eu paro!”, sussurrou ele no ouvido de Urânia. Confiando no parceiro, Urânia assentiu com a cabeça, e Márcio retomou a invasão …, a dor cresceu em uma espiral quase insuportável, e quando ela, novamente, reclamou, a resposta do macho foi dar início a violentas bombadas, sacando e enterrando seu membro grosso e rijo nas entranhas da jovem.
Duas lágrimas escorreram pelo rosto dela, e mesmo após a dor aliviar-se por si só, e um fiapo de prazer formigar em seu corpo, Urânia sentindo-se melhor procurou aproveitar o momento, embora o seu parceiro, após grunhir como um animal, gemeu alto; imediatamente, ela viu-se invadida por uma onda de esperma quente e viscoso, denunciando que ele havia atingido seu ápice.
Ela, então, supôs que seria a sua vez de atingir o mesmo estado de prazer, mas, Márcio, mostrando-se satisfeito, golpeou mais algumas vezes, e, em seguida, saiu de cima dela, sentando-se na beirada da cama; ele suava e ofegava, olhando para ela com um sorriso irônico. “Porra! Que foda deliciosa! Olha aqui …, meu pau com seu sangue …, você era mesmo virgem! Caralho, mano!!!!”, ele disse em tom sarcástico, exibindo seu membro lambuzado de sangue.
Urânia estava tão aturdida com tudo o que acontecera e ainda com a maneira como Márcio tratava aquele assunto, que lhe era tão íntimo e pessoal, que a única reação que teve, foi levantar-se da cama e correr para o banheiro, trancando-se em seu interior. Enquanto se banhava, ela tentava limpar o estigma que aquele sujeito desprezível deixara não apenas em seu corpo, como também em sua alma; embora ela soubesse que não fora um estupro, pois não houve negativa de sua parte, Urânia degustava uma dor que apenas ela compreendia. Ele entrou no banheiro e começou a dizer como tinha sido fantástico aquela foda, que ele nunca tinha tirado um cabaço e também como ela era gostosa; e tudo isso foi dito sem que ele sequer olhasse para ela. “Quero ir embora”, disse ela em dado momento …
Ao sair do banheiro, viu Márcio já trajando uma bermuda; eles se entreolharam como se fossem dois estranhos. “Vista-se! Vou te levar até a rodoviária …, talvez ainda haja ônibus para a capital …, ou quer que eu te pague um carro de aluguel?”, disse ele em um tom áspero e indiferente. Urânia valeu-se do pouco de amor-próprio que lhe restava, vestindo-se e pegando suas coisas, encaminhando-se para a porta de saída da casa.
-Não precisa se preocupar …, eu me viro! – ela respondeu em tom firme, escondendo sua dor sem olhar para trás.
-Espera aí, gata! – respondeu ele, correndo até ela e segurando seu braço – Ficou magoada? Me desculpe, mas pensei que era isso que você queria …, uma boa foda!
Urânia não deu-se ao trabalho de virar-se para o rapaz, apressando o passo e saindo porta afora. Já na rua, ela viu-se perdida e desorientada; não sabia para onde ir nem por onde ir. Caminhou a esmo por algum tempo, em uma avenida larga e bem iluminada, temendo por sua segurança e também por sua vida. De repente, Urânia notou que um veículo a seguia aparentando certa discrição; ela, então, apertou o passo, tentando distanciar-se …, mas, isso era inútil.
Em dado momento, o carro emparelhou com ela e o vidro do passageiro abriu-se. “Urânia? É você?”, disse uma voz rouca mas amigável. Percebendo que era alguém que a conhecia, a jovem estancou o passo e olhou para dentro do veículo. O sorriso tranquilo era do professor William Grant que ministrava aulas na universidade. Urânia sorriu para ele, mas sem saber o que dizer.
-Vamos, garota, não fique aí! – disse ele, abrindo a porta do carro – Entre! Me diga para onde vai que te levo …, vamos, não precisa ter medo!
Um tanto hesitante, Urânia ponderou suas opções e viu que aquela era a mais aceitável naquele momento; ela entrou e fechou a porta; enquanto tentava compor-se, inclusive puxando o vestido que teimava em exibir suas coxas, ela procurava uma explicação plausível para o professor, embora, não conseguisse atinar em algo crível para justificar sua situação naquele momento.
-Estou a caminho da capital – disse ele, quebrando o silêncio entre eles – se você quiser podemos ir juntos …, adoro companhia quando dirijo …, o que achas?
-Olha professor, acho que lhe devo uma explicação – respondeu ela, um tanto encabulada e ainda medindo as palavras.
-Em absoluto, minha querida! – devolveu ele em tom carinhoso e afável – Você não me deve nada …, apenas estou te oferecendo uma carona …, e se quiser, ficamos apenas nisso …, está bem para ti?
Emocionada com o cavalheirismo e polidez do educador, Urânia assentiu com a cabeça e eles, então, seguiram viagem. No trajeto, William perguntou-lhe se estava com fome, e a jovem respondeu que sim; fizeram uma parada em um posto de conveniência e ao saírem do veículo, o professor sugeriu: “Urânia, porque você não vai ao banheiro e põe uma roupa mais confortável …, creio que tenha alguma?”.
-Hã? Sim! Tenho sim – ela respondeu ruborizada e inquieta – Nos vemos daqui há pouco, professor.
Minuto depois, ela reencontrou-o, trajando calça jeans e uma camiseta com mangas; comeram sanduíches e retomaram a viagem, conversando amenidades sobre o curso e outros assuntos mais leves. Algumas horas depois, e com a orientação da jovem, William estacionou o carro em frente ao prédio de apartamentos onde Urânia residia com uma amiga. Ela agradeceu pela carona e pela atenção. “Boa noite, Urânia …, descanse e fique bem …, se precisar conversar, conte comigo sempre que quiser!”, disse o professor antes que ela saltasse do carro. Sem saber o que dizer, Urânia apenas agradeceu com um beijo na face dele. Logo, ela estava em seu quarto, tentando dormir, mas lembrando-se do rosto de Willian e de sua imensa gentileza.