— Bom dia — disse ele, a voz rouca de sono, enquanto se espreguiçava de um jeito desajeitado e encantador. Sentou-se na cama e, depois de um olhar para o relógio, soltou uma risada.
— Acho que está na hora de a gente levantar. Já está tarde... Você acabou comigo ontem, seu safado! — falou com aquele sorriso travesso que fazia meu coração disparar.
Ri junto, puxando-o para mais perto e dando um cheiro em seu pescoço, aproveitando o momento íntimo antes que o dia realmente começasse. Ficamos ali por alguns segundos, aproveitando a conexão entre nós, mas logo levantamos para tomar um banho e fazer nossa higiene matinal.
No banheiro, entre olhares e risos, tudo parecia natural, como se já tivéssemos vivido essa rotina inúmeras vezes. Depois do banho, Bernardo me emprestou algumas roupas. Apesar de nossos corpos serem um pouco diferentes — eu era mais alto — as roupas serviram bem. Enquanto nos arrumávamos, ele me olhou pelo reflexo do espelho e disse, de um jeito divertido:
– Meu namorado é um gato – sorri sem graça e disse
– Vem cá – Puxei o Bernardo para um beijo e guia a cabeça dela em direção ao meu pau e eu disse — Que tal tomar um leitinho quente antes de descer —
Bernardo começou a me mamar ali de frente ao espelho, acho que de todos os caras que já havia me chupado o Bernardo era um dos que eu mais gostava, ele se ajoelhou e começou a me me mamar, e toda hora me lançava um olhar de puto safado, até que eu tive uma ideia, puxei o Bernardo para um beijo e virei ele de costas, e disse sussurrando no seu ouvindo:
– Vou te leitar seu safado, vou leitar você e você vai passar o dia com o leite do seu macho.
— Rafa, ta doido, não basta a noite de ontem?
— Cala a boca e se vira.
Virei o Bernardo de costas, peguei o lubri que estava próximo e comecei a meter no Bernardo, que não demorou e ele já estava rebolando no meu pau, após algumas metidas acabei gozando em seu cú, ele me virou me colocou de joelhos e deu seu pau para eu mamar, e não demorou muito e ele gozou na minha boca, e disse:
— Já que leitou meu cú, vou te dar leite quente seu safado.
Fiz questão de engolir tudo, o Bernardo levantou sua cueca e bermuda, e terminamos de nos arrumarmos, e descemos para o café da manhã.
Quando chegamos à mesa do café, todos já estavam lá. Cumprimentamos o pessoal com um "bom dia", e logo senti os olhares de Yves sobre mim, como se ela estivesse me analisando. Para ela, eu não passava de um empregado da fazenda. Silas, por outro lado, nos lançou um sorriso contido, que preferi não retribuir, embora ele parecesse mais calmo e sereno do que nas vezes anteriores.
A tranquilidade da manhã foi interrompida quando Alysson quebrou o silêncio:
— Rafael, preciso que você vá até a cidade novamente. Passe na fábrica, pedi para prepararem algumas coisas para o churrasco de hoje. E depois vá ao armazém, a Dona Benta vai te passar uma lista do que está faltando. Preciso que traga tudo ainda hoje, tudo certo?
— Sim, senhor — respondi prontamente. — Assim que terminar o café, eu vou.
— Não precisa ter pressa. Coma com calma, temos tempo — ele respondeu com aquele tom calmo que sempre tinha comigo, reforçando a confiança que depositava em mim.
O café seguiu tranquilo até que Yves, em seu jeito usualmente arrogante, resolveu provocar:
— Você trata bem os seus empregados, hein, cunhado? — disse ela, com um sorriso carregado de falsidade, me deixando um pouco desconfortável.
Antes que eu pudesse reagir, Alysson respondeu com firmeza, mas sem perder a compostura:
— Sim, trato todos com respeito. Inclusive, o Rafael é como se fosse um filho para mim. Ele é meu braço direito e confio plenamente nele.
Yves abriu um sorriso forçado, como se sua provocação tivesse sido neutralizada, e voltou a tomar seu café em silêncio. O clima pesou um pouco, mas logo foi cortado por Silas, que tentou quebrar a tensão com um convite para Bernardo:
— Bernardo, que tal a gente andar de cavalo agora pela manhã e ir até a cachoeira?
Sofia, sempre animada e espontânea, logo exclamou:
— Quero ir também! Não tem nada melhor do que andar a cavalo aqui na fazenda.
Mas antes que pudesse continuar, Silas a cortou com um olhar firme:
— Não, Sofia. Você tirou notas baixas em física e precisa estudar. Já faltou aula ontem para vir mais cedo para a fazenda.
Ela encolheu os ombros, aceitando a decisão com um suspiro.
— Tudo bem, pai. Vou estudar — respondeu com um tom meio desapontado.
Nesse momento, Bernardo olhou para mim com um sorriso brincalhão e comentou:
— O Rafael é muito inteligente, sabia? Ele me deu umas aulas de biologia e eu mandei super bem na prova. Acho que ele pode ajudar a Sofia nos estudos também. Qual o tema, Sofia?
Ela olhou para mim, já animada novamente com a ideia de receber ajuda:
Antes que Sofia pudesse responder, Yves, com uma risadinha forçada, comentou:
— Você, inteligente? — disse, com um tom sarcástico.
Forcei um sorriso, já acostumado com o jeito dela, e perguntei, ignorando a provocação:
— Então, Sofia, qual o assunto que você está estudando?
— Leis de Newton — respondeu ela, meio desanimada.
Sorri e disse:
— Ah, claro, leis de Newton... Bom, para começar, podemos falar sobre o Princípio da Inércia. A primeira lei de Newton diz que um corpo em repouso permanece em repouso, e um corpo em movimento continua em movimento com a mesma velocidade e na mesma direção, a menos que uma força externa atue sobre ele. Isso tem a ver com a resistência que um objeto tem em mudar seu estado de movimento. Basicamente, qualquer mudança na velocidade ou direção depende da aplicação de uma força externa, certo? Já a segunda lei fala da relação entre a força, massa e aceleração. Ela estabelece que a força resultante agindo sobre um objeto é igual à massa do objeto multiplicada pela sua aceleração. F = ma. Ou seja, quanto maior a massa, mais força é necessária para mover o objeto. E a terceira lei, claro, é a mais famosa: "Para toda ação, há uma reação de igual intensidade e em sentido oposto". Isso explica, por exemplo, como um foguete pode decolar, mesmo no vácuo do espaço. O combustível queima e expulsa gases para trás, gerando uma força para frente que impulsiona o foguete.
Todos na mesa ficaram em silêncio por um momento, meio atordoados. A explicação tinha sido técnica e detalhada, o que claramente confundiu alguns. Então, eu continuei, percebendo o olhar perplexo ao redor:
— Mas vamos simplificar... Imagina, Sofia, que você está andando de bicicleta. Se você pedalar e depois parar de pedalar, a bicicleta vai continuar andando por um tempo, certo? Isso é a inércia, a primeira lei. Mas, eventualmente, ela vai parar por causa do atrito com o chão e o ar — essas são as "forças externas". Agora, se você quer acelerar a bicicleta, precisa fazer mais força, porque quanto mais pesada a bicicleta, mais força precisa fazer. Isso é a segunda lei. E se você der um soco em uma parede, vai sentir que a parede empurra sua mão de volta, não é? Isso é a terceira lei, ação e reação.
Yves me olhou com os olhos arregalados, surpresa por eu ter descomplicado algo que, segundos antes, parecia tão complicado. Silas, que estava em silêncio até então, abriu um sorriso de orgulho, balançando a cabeça em aprovação.
— Impressionante, Rafael — disse ele. — Você tem um jeito com as palavras.
Sofia estava radiante, animada por finalmente ter entendido o conceito, enquanto Bernardo me olhava com aquele sorriso de admiração.
Yves, sem saber o que dizer, forçou um sorriso e voltou a tomar seu café, claramente surpresa com o rumo da conversa.
— Se você quiser, quando eu voltar da cidade, a gente pode estudar mais um pouco e tirar outras dúvidas — falei, sorrindo para Sofia.
Ela abriu um sorriso animado e aceitou prontamente:
— Combinado!
Alysson, que estava observando a interação, aproveitou para comentar com bom humor:
— Já que conseguimos um professor para a Sofia, não vejo problema em minha sobrinha fazer o passeio a cavalo com o primo e o pai. Quando vocês voltarem, o Rafael já vai ter chegado e pode ensinar a Sofia.
Silas olhou para Sofia e, embora tenha feito um gesto afirmativo com a cabeça, seu olhar em direção a Alysson indicava que ele não tinha gostado muito da ideia. Talvez estivesse incomodado com o entusiasmo de Sofia ou com o fato de Alysson ter tomado a decisão por ele. Mas antes que ele pudesse dizer algo, Sofia, eufórica, exclamou:
— Eu tenho o melhor tio do mundo!
O ambiente ficou mais leve com a alegria dela, e a pequena tensão no olhar de Silas se dissolveu momentaneamente, embora ele permanecesse calado.
Terminei o café e segui rumo à cidade para resolver as tarefas que Alysson havia me pedido. Aproveitei para passar em casa e pegar algumas roupas. Enquanto estava lá, conversei um pouco com minha mãe, contando sobre a conversa que tive com Silas e como ele havia reagido. Não mencionei minha crise de choro para não preocupá-la. Notei, no entanto, que minha mãe estava um pouco distante. Naquele momento, achei que era só cansaço, mas depois viria a descobrir que ela havia ficado triste por ter reencontrado o Silas seu grande amor do passado — algo que só soube com o tempo, mas não vou me aprofundar nisso agora.
Depois de pegar minhas coisas, voltei para a fazenda e descarreguei o carro. Ao chegar, Alysson me chamou para o escritório. Conversamos sobre algumas pendências do dia, e logo depois, Sofia apareceu na porta, sorrindo e perguntando:
— Pronto, professor Rafa?
Sorri de volta para ela e concordei. Passamos o restante da manhã estudando. Ensinei o que sabia e tirei algumas dúvidas dela, que parecia realmente interessada. Em alguns momentos, Silas e Bernardo apareceram por perto, provavelmente para “fiscalizar”, mas se mantiveram discretos. O estudo fluía bem, e Sofia assimilava tudo de maneira rápida, o que me deixava satisfeito com a nossa pequena aula.
A presença de Silas me incomodava levemente, mas tentei me concentrar em ajudar Sofia e em manter o ambiente tranquilo.
Quando terminamos os estudos, a conversa fluiu para assuntos mais leves. Sofia, sempre eufórica e engraçada, falou baixinho que gostaria de encontrar um namorado ali no Alto, alguém para ter quando ela viesse para a cidade. Aquilo me provocou um leve ciúme. Afinal, ela era minha irmã, mesmo que ela ainda não soubesse disso. Para ela, eu era apenas um amigo. Tentando disfarçar, respondi:
— Sofia, você ainda está muito nova pra namorar. Precisa focar nos estudos.
Ela riu, jogando o cabelo para o lado, e disse:
— Ai, Rafa, falando assim você parece meu pai! Mas eu tenho que aproveitar, né?
Retribuí com um sorriso, e para mudar o rumo da conversa, perguntei:
— E você, já decidiu o que vai fazer no vestibular?
Ela suspirou, como se aquele assunto fosse um fardo, e olhou ao redor para se certificar de que estávamos sozinhos antes de desabafar:
— Meus pais são médicos, né? Então eu meio que sinto que eles querem que eu siga a mesma carreira que eles. Mas, pra ser sincera, eu não sei... ainda falta dois anos para o vestibular, então até lá tenho que decidir. Só que, confesso, estou meio perdida.
Fez uma pausa e continuou:
— Eu gosto muito da área de comunicação. Penso em jornalismo ou publicidade, mas sabe, Rafa, não tenho certeza. Parece tudo muito delicado... E eu sei que em algum momento meus pais vão querer conversar sobre isso, e eu não sei se estou preparada pra dizer o que eles querem ouvir.
A insegurança dela era palpável. Percebi que Sofia se sentia pressionada pelas expectativas dos pais, e ao mesmo tempo, havia uma chama de curiosidade e paixão pela comunicação. Ela queria mais, algo que a fizesse feliz, mas a responsabilidade de seguir um caminho tradicional parecia uma nuvem pairando sobre ela.
— Olha, Sofia, você tem tempo pra pensar. Não se pressione tanto. É importante encontrar algo que você goste de verdade, porque vai ser sua vida, não a deles. Talvez você possa conversar com eles antes mesmo de decidir, ver o que eles realmente esperam... Mas, acima de tudo, siga o que te faz feliz.
Organizamos as coisas e seguimos para o almoço, que foi algo simples, já que o aniversário de Alysson estava marcado para as 16h e prometia ser um grande churrasco. Após o almoço, fui para o quarto do Bernardo. Ficamos deitados, apenas conversando, pois a porta estava aberta e havia sempre alguém passando pelo corredor. Quando deu a hora, tomamos banho, nos arrumamos e descemos para a festa.
A festa foi enorme, cheia de carne, bebida e com três bandas animando o ambiente. Durou até de madrugada. Alysson, completamente bêbado, começou a me abraçar na frente de todos. Eu, apesar de sentir um carinho genuíno, fiquei um pouco constrangido, com medo de que alguém notasse algo além da amizade ou que ele, sem perceber, deixasse escapar algum detalhe. No entanto, tudo pareceu passar despercebido.
No domingo, após o almoço, nos reunimos todos mais uma vez. Alysson, ainda de ressaca, estava bem mais quieto, e Yves, como sempre, parecia entediada e irritada com tudo. A hora da despedida chegou. Todos retornariam à capital, e foi aí que precisei me despedir de Bernardo. O coração já estava apertado de saudade, mesmo sem saber quando seria o nosso próximo encontro. Agora estávamos oficialmente namorando, e eu sabia que precisava ser fiel ao nosso compromisso.
Me despedi de Sofia, lembrando-a de me avisar como havia se saído na prova, e disse que podia me ligar a qualquer momento caso precisasse. Silas me deu um aperto de mão formal, que eu aceitei para não levantar suspeitas diante de Yves. E assim, naquela tarde, com o sol se pondo, vi todos partirem de volta à capital.
A saudade e a tristeza logo começaram a pesar no peito. Alysson, percebendo minha melancolia, colocou o braço em meus ombros e disse para eu não ficar triste, garantindo que logo eu e Bernardo estaríamos juntos de novo. Ficamos ali na fazenda, apenas eu, ele e os empregados que moravam no local. Conversamos sobre algumas coisas, até que eu decidi que estava na hora de ir.
— Tem certeza que não quer dormir aqui hoje e ir pra casa amanhã? — ele perguntou, com um olhar carinhoso.
Sorri de forma maliciosa e respondi:
— Melhor não. Preciso ir pra casa, estudar um pouquinho.
Ele sorriu, orgulhoso, e disse:
— Então me avisa quando chegar.
Com essa despedida leve, saí da fazenda com a cabeça cheia de pensamentos, mas também com o coração mais tranquilo.