Quando acordei, o quarto já estava vazio. Ouvi o som da água no banheiro e, logo em seguida, Bernardo saiu já com sua roupa de treino. Eu me levantei, dei um bom dia meio sonolento, e ele me respondeu com uma frase rápida:
— Estou indo treinar com o Silas.
Fui para o banheiro fazer minha higiene matinal, tentando não me deixar abater. Quando saí, vi que Bernardo estava terminando de arrumar suas coisas. Fui até ele por trás, dei um cheiro no seu pescoço e tentei puxá-lo para um beijo, mas ele se afastou de novo.
— Bernardo, por favor, me desculpa. Vamos tentar resolver isso... — implorei, tentando encontrar um resquício de abertura.
Ele fechou a cara, e o silêncio dele me incomodava ainda mais. Coloquei-o contra a parede suavemente, me aproximei do seu ouvido e sussurrei:
— Por favor, amorzinho, me perdoa...
Mesmo assim, ele resistia, o que só aumentava minha frustração. Quando vi que minhas investidas não estavam funcionando, ele finalmente falou, ainda sem me encarar diretamente:
— Estou indo correr com o tio Silas e depois vamos treinar. Se quiser ir... — a proposta soava mais como uma tentativa de afastamento do que um convite real.
Eu ri amargamente.
— Claro que não vou, né? Bom, então tchau. Hoje vou descontar minha raiva no treino. — Ele disse olhando para o espelho, enquanto ajustava a roupa.
Não pude evitar. Puxei Bernardo para mais um beijo, dessa vez com mais intensidade, e para minha surpresa, ele retribuiu. Meu corpo reagiu na hora, e senti as mãos automaticamente deslizarem pelo seu corpo, cheio de desejo. Mas antes que as coisas esquentassem mais, ele se afastou, com uma expressão firme.
— Melhor não, Rafael. Você não vai ter meu perdão com sexo. — Aquelas palavras me atingiram como um balde de água fria.
Tentei insistir, já frustrado.
— Poxa, por favor, tô no tesão desde ontem... vai me deixar na mão assim?
Bernardo foi direto:
— Devia ter pensado antes de esconder as coisas de mim. Chama o Caio, já que você confia tanto nele. — Ele disse, seco, e a menção ao Caio me deixou ainda mais irritado.
— Porra, Bernardo! Já te falei, foi um acordo entre mim e ele. Não queríamos contar a ninguém. Quer saber? Se foda! Fica aí o tempo que quiser. Cansei de te adular. — Falei, emburrado, indo em direção à cama, sem olhar para ele.
E então, sem dizer mais nada, Bernardo pegou suas coisas, saiu do quarto e bateu a porta com força, me deixando sozinho com minha raiva e frustração. O som da porta ecoou no silêncio do quarto, me fazendo sentir que essa briga ainda ia pesar muito mais entre nós do que eu imaginava.
Eu estava com raiva e com o corpo em chamas, sentia uma vontade imensa de transar. Peguei meu celular, comecei a escrever uma mensagem para o Luís Ricardo, ele sempre foi uma opção nesses momentos de impulso. Mas, antes de enviá-la, eu parei. Respirei fundo. Não podia continuar traindo o Bernardo assim, de forma impulsiva e sem pensar. Ali foi um dos primeiros momentos em que comecei a perceber a seriedade do nosso relacionamento. Claro, uma parte de mim queria sim se jogar nos braços de qualquer um, aliviar aquela tensão. Mas outra parte sabia que seria só questão de tempo até eu e Bernardo nos entendermos. Resolvi esperar.
Fiquei deitado olhando o celular, distraído, até que o telefone tocou. Era Alysson. Atendi:
— Oi, bom dia, tio.
Ele me desejou bom dia também, mas em seguida já soltou uma bomba:
— Olha, eu vou ter uma reunião hoje com uns possíveis novos clientes, vamos apresentar os queijos e outros produtos da fábrica, mas acho que não vou conseguir chegar a tempo. Você poderia fazer essa reunião para mim? Ou, pelo menos, enrolar eles até eu chegar? Já era para eu estar na estrada, mas aconteceu um imprevisto.
Fiquei tenso por um momento. Eu não estava totalmente preparado para algo assim, mas ao mesmo tempo não podia deixar meu tio na mão.
— Eu consigo desenrolar, tio. Só preciso de um resumo dos novos produtos ou de algum material que possa me ajudar.
— Claro, vou te enviar um e-mail com tudo resumido. Só não esquece que a reunião está marcada para as 13h, então seria bom você ir para a fábrica o quanto antes. — Ele disse, aliviado. — Ah, e os novos clientes são gente importante, então tenta impressionar.
Eu ouvi tudo atentamente, prestando atenção a cada detalhe. Quando ele desligou, me arrumei rapidamente e fui para a fábrica. Pelo menos, essa situação iria me ajudar a manter a mente ocupada, afastando as frustrações com Bernardo e me focando em algo que eu sabia que era importante para a família e para o negócio.
Ao chegar na fábrica, comecei a organizar tudo. Conferi os e-mails, li o material que Alysson tinha enviado e me preparei mentalmente para a reunião. Estava nervoso, mas sabia que podia lidar com isso.
A Brenda, nossa estagiária no administrativo, me ajudou a organizar a sala de reunião. Era uma garota esperta, e logo nos entendemos sobre o que precisava ser feito. Preparámos uma pequena degustação dos queijos da fábrica, arrumei uns slides para apresentar os novos produtos e perguntei a ela onde poderíamos encontrar um bom restaurante que servisse carne de sol, feijão verde, farofa e outros pratos regionais. Ela prontamente me passou o nome de um lugar, e eu pedi para ela dar um jeito de organizar a entrega, já que a fábrica era um pouco distante da cidade.
Os clientes que iríamos receber eram dois irmãos que gerenciavam uma pequena rede de supermercados. Apesar de serem mercados de bairro, tinham uma boa presença tanto na capital quanto em cidades menores nos arredores. Eles estavam interessados em uma compra de grande volume, o que era excelente para a fábrica, já que a rede tinha quase 20 lojas. Eu sabia que o negócio poderia trazer bons resultados.
Após revisar o material que o Alysson me enviou e ter tudo pronto na sala de reunião, olhei para o relógio: já era meio-dia. Pouco depois, os irmãos entraram em contato, avisando que iriam se atrasar e perguntando se poderíamos remarcar a reunião para as 16h. Eu, claro, aceitei sem problemas.
Quando o Alysson me ligou da estrada, fiquei aliviado em saber que ele estava a caminho. Tranquilizei-o, informando que a reunião tinha sido remarcada para as 16h, e ele suspirou aliviado, prometendo que chegaria antes do horário. Isso me deu um senso de calma, mas ao mesmo tempo, eu estava determinado a mostrar que era capaz de conduzir aquela negociação por conta própria.
O almoço que a Brenda havia encomendado chegou, e como a reunião tinha sido adiada, decidimos comer. A comida estava excelente, exatamente como esperávamos. Pedi para ela solicitar os mesmos pratos mais tarde, para serem entregues perto das 16h, a tempo de servir aos clientes.
Quando Alysson chegou às 15h45, mostrei-lhe as minhas ideias e o que tinha preparado. Sentindo-me confiante, virei-me para ele e disse com firmeza: “Tio, confia em mim. Deixa eu falar sozinho, e qualquer coisa, você intervém.” Ele sorriu, orgulhoso, e disse que eu ficasse à vontade, que ele apenas me observaria. Fiquei nervoso por dentro, mas também sabia que poderia fazer uma boa apresentação.
Os clientes, Matheus e André, chegaram logo depois. Matheus, o mais jovem, tinha cerca de 40 e poucos anos, com barba bem feita e um corte de cabelo no estilo militar. Seus braços eram fortes, pernas grossas e postura imponente, com uma barriga reta, o que o deixava com uma aparência robusta e viril. Não pude deixar de notar que ele tinha algo atraente, o tipo de homem confiante e de presença marcante. O outro, André, devia ter uns 50 anos, com cabelos já brancos e um pouco gordinho, mas com um sorriso acolhedor, daqueles que te fazem sentir à vontade.
Nos apresentamos formalmente, e confesso que me senti um pouco atraído pelo Matheus, mas sabia que precisava focar na apresentação e deixar qualquer distração de lado.
Eu comecei a apresentação com firmeza, projetando confiança e um tom amistoso. "Somos uma fábrica de queijos com mais de 50 anos de tradição," comecei, fazendo contato visual com Matheus e André. "A empresa é familiar, fundada pelo meu avô e hoje meu tio que estava a frente, e eu trabalho lado a lado com ele. Muitos dos nossos funcionários também são da família, ou como se fossem, porque aqui a gente trata todos muito bem." Eu sabia que estava exagerando um pouco, mas queria criar uma conexão com os dois irmãos, apelando para a familiaridade e os valores que eles poderiam compartilhar.
Conforme eu falava, sentia que a minha postura estava capturando a atenção deles. Eu falava com segurança, e notava que todos na sala estavam concentrados nas minhas palavras. Continuei: "Temos uma linha de produtos tradicionais da região do Seridó, como o queijo de manteiga e o de coalho, que são simplesmente irresistíveis. Quem prova, se apaixona. E é isso que queremos que seus clientes sintam quando experimentarem nossos produtos. Vamos fazer uma pequena degustação para vocês sentirem esse sabor único."
Fiz um gesto para Brenda, que rapidamente trouxe os queijos. Quando Matheus e André começaram a provar, eu continuei a apresentação, agora com mais detalhes técnicos. "Além desses produtos que são os carros-chefes da nossa fábrica, estamos expandindo nossa linha com novas delícias: manteiga de garrafa, nata fresca, biscoitos artesanais, e até queijo mussarela, que está em fase final de desenvolvimento."
Eu estava no controle total da sala, cada palavra calculada, cada movimento planejado para demonstrar minha confiança. Peguei a tabela de valores e expliquei: "Aqui estão os preços que sugerimos para o mercado, levando em consideração a alta qualidade dos nossos produtos. Também podemos negociar prazos de entrega flexíveis e condições especiais para compras em grande volume." Expliquei sobre as datas de validade, logística de entrega e como poderíamos facilitar a distribuição para os supermercados deles.
Enquanto eu falava, íamos servindo os pratos que haviam sido preparados — feijão verde com carne de sol, queijo coalho grelhado, e a manteiga de garrafa para acompanhar. Matheus deu um sorriso ao provar e olhou para André, que assentiu, também impressionado com o sabor.
No final da apresentação, Matheus e André começaram a bater palmas. "Vocês conseguiram nos conquistar, tanto pela qualidade dos produtos quanto pela apresentação," disse Matheus, ainda sorrindo. Senti um orgulho enorme naquele momento, sabendo que tinha feito um bom trabalho.
O Alysson, que estava observando ao lado, me olhou com um ar de aprovação. Eu sabia que, apesar de qualquer coisa, tinha conseguido impressionar não só os clientes, mas também o meu tio.
O Matheus apertou minha mão com firmeza, sorrindo confiante. "Depois dessa apresentação, seria impossível não fechar o negócio," ele disse. "Vamos pegar uma remessa teste e, dependendo da aceitação das vendas, aumentaremos os pedidos. Com o tempo, quem sabe, nos tornamos clientes fixos."
Senti um orgulho enorme crescer dentro de mim. Enquanto trocávamos olhares, algo a mais parecia surgir ali, mas tentei afastar esses pensamentos. Não era hora de me deixar levar. Meu tio Alysson e o André começaram a acertar os detalhes burocráticos, e então convidei o Matheus para conhecer as instalações da fábrica. Ele aceitou, mas a Brenda acabou nos acompanhando, o que, confesso, me deixou um pouco desapontado. Eu queria mais proximidade com Matheus, talvez entender melhor aquele olhar que ele tinha me dado.
Durante o tour, Matheus parecia interessado em tudo o que eu mostrava, mas não pude deixar de perceber que nossos olhares se cruzavam de novo de tempos em tempos. Quando o tour acabou e eles se preparavam para ir embora, Matheus pediu meu telefone, dizendo: "Qualquer coisa, te ligo." Ele me deu uma piscada discreta, e eu, sem pensar, retribuí.
Depois que eles foram embora, Alysson me abraçou com um sorriso largo no rosto. "Rafael, estou impressionado com o que você fez hoje," ele disse, com orgulho evidente na voz. "Você conduziu tudo com tanta segurança em tão pouco tempo. Eu já esperava que você fosse se sair bem, mas você superou todas as expectativas. A ideia de fazer a degustação, mostrando as combinações com outros pratos, fez toda a diferença. Parabéns!"
Ele me puxou para um abraço apertado, e naquele momento, senti que tinha realmente conquistado a confiança dele. Era um reconhecimento que significava muito para mim, não só pela relação profissional, mas também pelo vínculo familiar que compartilhávamos.
Fiquei feliz com o resultado do dia. Eu dava muito valor a essas pequenas conquistas, e cada uma delas me mostrava o quanto eu estava crescendo, tanto profissionalmente quanto pessoalmente. Me sentia cada vez mais maduro, e estava orgulhoso do caminho que estava trilhando. Depois de conversarmos sobre o fechamento do negócio, Alysson puxou outro assunto que me deixou ainda mais animado.
– Rafa, falei com a dona do apartamento, e só falta o contrato pra assinar. Acredito que amanhã ou depois a corretora já vai entregar as chaves – ele disse, com um sorriso.
– Sério, tio? Que tudo! Nem acredito que deu certo! – eu parei por um momento, e a realidade bateu. – E como fica a questão do pagamento?
– Bom – ele começou –, quero você trabalhando aqui na empresa, e vamos ajustar isso com sua faculdade. Então, por hora, eu vou pagar esse primeiro ano de aluguel. Esse vai ser o tempo que a gente vai se ajustando por aqui. Quero muito você trabalhando comigo, mas também quero ver você estudando. Precisamos resolver essa questão da faculdade, porque, caso você não passe no ENEM, tem a possibilidade do seu pai pagar.
Suspirei, sentindo uma mistura de gratidão e incerteza. – Obrigado, tio. Sério, não sei nem como agradecer por tudo o que você faz por mim. Sobre a faculdade... Eu conversei com o Bernardo ontem, e ele meio que me fez ver que eu poderia aceitar a ajuda do meu pai, mas, ao mesmo tempo, não sei... tenho medo.
– Rafa, escuta – ele falou com um tom sério, mas carinhoso. – Eu posso pagar sua faculdade sem problema algum. Dinheiro não é uma questão pra mim. Mas o Silas, ele é seu pai. Depois de tudo o que ele te fez passar, pagar uma faculdade de cinco mil reais por mês é o mínimo que ele poderia fazer.
Eu balancei a cabeça, pensativo. – Eu sei, tio, mas eu não quero me sentir cobrado, sabe? Ou ficar com a sensação de que vou ter que agradecer ele por isso. Parece que ele vai pagar só pra ficar "impune" por ter me abandonado. E, sinceramente, não sei se quero construir um laço com ele.
Alysson suspirou, pensativo, e depois falou com firmeza. – Você tem o direito de decidir isso, Rafa. E saiba que, qualquer que seja sua decisão, eu vou te apoiar. Se você quiser, eu pago sua faculdade, sem problema algum. E outra, se você quiser, eu mesmo falo com o Silas. Não é pedir, é informar a ele que ele vai pagar sua faculdade, sem precisar te procurar ou pedir nada em troca. Mas, enfim, é você quem decide. Só quero que você comece a pensar no seu futuro, Rafa. Quero você aqui comigo na empresa, claro, mas eu sei que, em algum momento, você vai precisar voar com suas próprias asas. E, se pra isso você precisar da ajuda do seu pai, não tem nada de errado nisso. Não precisa ser um fardo.
A conversa com o Alysson foi um pouco pesada, cheia de questões que eu sabia que precisaria enfrentar em breve. Era mais uma pressão, mas ao mesmo tempo, um incentivo pra pensar no meu futuro. Já tinha decidido que iria esperar o resultado do ENEM antes de tomar qualquer decisão. Até lá, teria tempo para pensar no que realmente queria para minha vida.
Depois de deixar a Brenda na faculdade, segui meu caminho para casa, pensando em como a conversa com ela havia sido agradável. Ela era uma garota simpática, e no fundo, senti que essa nova amizade tinha potencial para crescer. Quando chegamos em casa, o clima com Bernardo ainda estava tenso. Ele continuava frio, mantendo certa distância. Com Alysson dormindo em casa, e sabendo que Bernardo ainda não havia contado a ele sobre o nosso relacionamento, acabei dormindo sozinho. O silêncio foi bom para reorganizar meus pensamentos.
Na manhã seguinte, nós três tomamos café juntos, e Bernardo mencionou que estava dolorido. Perguntei se tinha sido do treino com o Silas, e ele confirmou com um aceno de cabeça. Alysson, que até então comia em silêncio, lançou um olhar de surpresa para Bernardo, que rapidamente justificou, dizendo que Yves estava viajando e ele havia indo correr e depois treinar com o tio.
Terminamos o café e eu fui para a fábrica, enquanto Alysson tinha outros compromissos para resolver. Passei a manhã conversando com a Brenda sobre os próximos passos da empresa. Ela tinha ótimas ideias, e eu começava a vislumbrar um futuro promissor para a fábrica. Por volta das 12h, Alysson me ligou, dizendo que havia dado tudo certo com o apartamento e que ele já estava com as chaves em mãos. Ele pediu para nos encontrarmos no prédio.
Fiquei eufórico. A ideia de finalmente ter meu próprio espaço me encheu de felicidade, então fui ao encontro dele com um sorriso no rosto. Quando cheguei ao prédio, Alysson já me aguardava. Ainda não tínhamos entrado no apartamento, e ele comentou sobre o quanto o prédio era bonito, especialmente a vista para a área verde. Eu o puxei para um abraço apertado, sentindo uma gratidão imensa.
– Não sei nem como te agradecer, tio – murmurei, a voz cheia de emoção.
Alysson me olhou com aquele olhar que eu já conhecia, um sorriso safado no canto dos lábios.
– Bom, acho que sei um jeito de você me agradecer – ele disse, puxando-me para um beijo inesperado, mas intenso.
Naquele momento, o mundo lá fora deixou de existir. Estávamos só nós dois, no meio da sala vazia do apartamento. O beijo rapidamente evoluiu, e antes que eu percebesse, nossas roupas já estavam jogadas pelo chão frio. Alysson se inclinou ao meu ouvido, a voz rouca e baixa.
– Vamos inaugurar esse apartamento com chave de ouro.
Eu soube naquele instante que aquela seria uma lembrança marcante para nós dois, algo íntimo e nosso, que transformaria aquele espaço em mais do que apenas paredes. Me ajoelhei e comecei a mamar meu tio, seu pau era suculento, babava e eu fazia questão de engolir tudo, e sempre que eu chupava fazia questão de olhar para o meu tio com cara de puta, porque eu sabia que isso o deixava maluco. Eu já estava a dois dias sem transar então estava subindo pelas paredes, me levantei e puxei meu tio pra um beijo e nossos paus roçavam um no outro, ele então me vira de costas e me empurra na parede e crava seu pau em mim, não reclamo de nada e já começo a rebolar, ele sussurra no meu ouvido me chamando de puta safada, e eu peço pra ele me fuder como uma puta, ele segue metendo e pouco tempo goza dentro de mim, puxo ele para um beijo e boto ele de joelhos e dou meu pau pra ele mamar onde rapidamente gozei em sua boca.
Depois de um sexo rápido, mas cheio de intensidade, eu e Alysson nos vestimos em silêncio, ambos satisfeitos com o momento íntimo que acabáramos de compartilhar. O contato entre nós havia sido mais marcante do que o habitual, talvez pela emoção de estarmos ali, no novo apartamento, celebrando mais uma conquista. O toque das mãos dele ainda estava fresco na minha pele, e eu sentia uma mistura de gratidão e desejo, apesar da relação complicada que tínhamos.
Com um sorriso leve no rosto, abracei meu tio, envolvendo-o com os braços de forma fraternal, mas carregada de emoções complexas.
– Obrigado por tudo, tio – disse, dando um selinho rápido, quase como um gesto de carinho e respeito.
Alysson sorriu de volta, aquele sorriso que sempre trazia conforto a mim, mas desta vez com um brilho a mais nos olhos.
– E agora? Quer ir comprar os móveis? – perguntou, com o mesmo tom casual, mas com um olhar sugestivo, como se quisesse prolongar o tempo que passaríamos juntos.
Sentindo a necessidade de retomar o controle da situação, balancei a cabeça, ainda com o corpo aquecido pela lembrança do que havíamos feito.
– Vou mais tarde, tio. Quero comprar o básico por enquanto: cama, guarda-roupa, geladeira, fogão, e uma mesa. Vou comprar com meu dinheiro, abrir um crediário para o resto – expliquei, rápido, antes que ele pudesse se oferecer para pagar. – Não vou aceitar ajuda pra isso, quero fazer as coisas por conta própria.
Alysson respeitou minha decisão, mas me abraçou novamente, dessa vez com um ar protetor.
– Qualquer coisa, estou aqui. Posso ir com você, se precisar.
– Não se preocupa, vai dar tudo certo – respondi com um sorriso confiante, antes de vê-lo se despedir e ir embora.
Com a saída de Alysson, me senti mais leve. Saí para as lojas, decidido a montar meu novo lar, sentindo-me cada vez mais independente. Cada compra parecia ser uma afirmação de minha nova fase de vida. Escolher a cama, os eletrodomésticos, o guarda-roupa – tudo isso me fez perceber que estava construindo algo meu, com minhas próprias mãos. Cada item representava uma pequena conquista, e não podia deixar de sentir um orgulho crescente.
Ao finalizar as compras, sabendo que tudo seria entregue no dia seguinte, respirei fundo e olhei para o céu, sentindo-me verdadeiramente realizado. Estava dando mais um passo em direção à minha independência, e isso me enchia de felicidade.
Foi no meio desse pensamento, enquanto dirigia de volta para casa, que meu celular tocou. Um número desconhecido apareceu na tela. Atendi sem pensar muito.
– Alô, Rafael? – a voz do outro lado soou familiar e agradável.
– Pois não? – respondi, curioso.
– É o Matheus, da rede de supermercados. Tudo bem?
Sorrir abriu um sorriso involuntário, adivinhando o rumo daquela ligação.
– Diga lá, Matheus, o que manda?
– Cara, gostei muito de você... digo, da apresentação – Matheus disse, com uma leve hesitação que me fez arquear uma sobrancelha, intrigado. – Você manda muito bem, e estava pensando em te chamar para tomar um chope e a gente comemorar, o que acha?
Não consegui esconder o sorriso malicioso que começou a se formar.
– Pode ser, sim. Quando você quer? – respondi, tentando manter o tom casual.
– Agora, se estiver livre. Te mando o endereço, o que acha?
– Por mim, tranquilo. Me passa o local e eu vou.
Assim que desliguei, não pude evitar um sorriso de malícia. Mesmo depois de tudo que havia acontecido naquele dia, ainda estava tentado a encontrar Matheus. Sabia que algo mais podia rolar, e embora os pensamentos sobre Bernardo me incomodassem, o desejo era difícil de ignorar.
Fui um pouco contraditório, eu sei. No início do texto, eu havia jurado que não queria trair Bernardo, que queria ser fiel. Mas, como posso explicar? O Bernardo estava frio, com raiva, e eu estava com tesão. E a verdade é que eu me deixei levar, como um babaca. Havia transado com o meu tio e agora, aqui estava eu, prestes a sair para encontrar Matheus, pensando em como ele tinha me atraído de um jeito que eu não poderia ignorar. Era um conflito interno que me deixava em dúvida, mas, honestamente, fodasse. Era hora de aproveitar o momento, mesmo que isso significasse quebrar as promessas que fiz a mim mesmo.
Decidir em casa tomar um banho e trocar de roupa:
– “Talvez seja só um chope, conversar e relaxar um pouco” – penseil, enquanto tentava racionalizar a minha decisão.
Me arrumei rapidamente, sem me preocupar muito com o que vestiria. Queria parecer casual, mas sabia que o jogo de olhares trocados com Matheus mais cedo indicava algo além de uma simples reunião de negócios. Peguei a chave do carro e fui em direção ao local que Matheus havia indicado.
Quando cheguei ao bar, Matheus já estava lá, sentado à mesa com dois chopes servidos. Ele sorriu ao me ver se aproximar e se levantou para me cumprimentar com um aperto de mão firme, o mesmo que havia dado após a reunião na fábrica. Os olhos de Matheus brilhavam, e havia algo mais na forma como ele olhava para mim.
— Que bom que você veio — disse Matheus, seu tom de voz um pouco mais baixo e casual. — Eu estava realmente querendo te agradecer pela apresentação. Foi ótima.
— Fico feliz que tenha gostado — respondi, sentando-me e pegando o copo de chope. — E parece que o negócio deu certo, não é?
Matheus riu, inclinando-se levemente para frente.
— Deu sim, mas vamos deixar o trabalho de lado por um tempo. Hoje, a ideia é relaxar e aproveitar.
Conversamos por um tempo sobre assuntos mais leves, desde a fábrica até histórias engraçadas dos supermercados de Matheus. O clima estava descontraído, mas o olhar dele carregava algo a mais, uma intensidade que deixava claro que a proposta daquele encontro era mais do que apenas negócios. A química entre nós crescia, e eu sentia o calor do meu desejo voltando à tona.
Então o Matheus sugeriu que continuássemos a noite em um lugar mais privado.
— Tem um motel perto daqui — ele disse, sem rodeios, com o olhar direto no meu. — O que você acha de continuarmos a comemoração lá?
Hesitei por um segundo. A imagem de Bernardo passou pela minha mente, mas logo foi substituída pelo sorriso malicioso de Matheus. O tesão que sentia era forte, e as coisas com Bernardo não estavam bem. Mordi o lábio, como se já soubesse a resposta.
— Vamos, sim — respondi, levantando-me e deixando a culpa para ser resolvida em outro momento.
Que viado safado
Cara, a historia ta ótima, mas ta entrando tanta gente "importante" pra história, que to perdido. rsrsrs