As conversinhas com Monteiro se seguiram por mais uns dias e não demorou até que ele me ligasse, fingindo cortesia e nos convidando para passar um fim de semana em uma fazenda dele no interior de São Paulo, inclusive disse que iríamos de avião, pois de carro ficava a umas cinco horas da capital. Eu o cortei logo e disse que sabia que Renata e ele estavam conversando, mas que se ela topasse se encontrar ele, eu não iria me opor, mas tinha que ser um local mais próximo, pois não dava para viajar.
Sem perder a banca, Monteiro se lamentou e disse que em outra oportunidade gostaria de nos mostrar sua “humilde” fazenda, mas não perdeu tempo e nos convidou para irmos a sua casa. Respondi que se Renata aceitasse, por mim tudo bem.
Naquela semana, Renata esperou eu chegar do serviço e entrou no assunto:
-Amor, o Monteiro nos convidou para jantarmos lá e eu estou disposta a ficar com ele se você não for brigar comigo.
-Bem, foi o que eu disse antes, direitos iguais, sendo assim, a gente vai dessa vez para não passar a ideia de que estou escolhendo quem você pode ou não transar.
Renata concordou e numa sexta-feira fomos à casa do coroa que ficava no Jardim Europa, quem conhece a cidade de São Paulo sabe que esse é um bairro de extremo luxo para ricos realmente, as casas, ou melhor, mansões, chegam a ter um quarteirão ou quase e custam dezenas de milhões de reais, soube depois que a de Monteiro era avaliada em quase 45 milhões de reais, quantia que eu não teria nunca para dar em um imóvel.
Minha esposa colocou um vestido preto que deixava boa parte das costas de fora e ainda tinha uma abertura lateral até as coxas. Colocou o colar que Monteiro lhe deu e se maquiou. Ao contrário de outras vezes, onde eu sentia uma mistura de ciúme e tesão, dessa vez, era mais chateação, parecia que minha esposa estava diferente e ainda tinha o fato de eu não ir com a cara do coroa.
Entramos em sua mansão, estilo clássico, enorme, cinco suítes gigantescas, vários ambientes grandes, sendo que a sala principal era praticamente um salão, do lado externo tinha uma enorme piscina redonda, um longo gramado, árvores e até uma quadra de tênis. Monteiro nos recebeu bem vestido e começou sua verborragia sobre a beleza de Renata e histórias pitorescas que tinha vivido. Já ressabiado comigo, tratou de me dar atenção, fazer perguntas e ouvir atentamente, mas eu sabia que fazia parte do jogo. Até que ele citou os filhos:
-O Erick ainda está solteiro, gosta de sair pelo mundo, mas a boa vida está com os dias contados, em breve, ele terá que assumir os negócios, claro que darei uma supervisionada, durante um pouco depois do processo de sucessão, mas quero passar os próximos anos viajando sem pressa e para isso preciso dele aqui. Já minha garota...Ah, minha garota, minha garota! Era o xodó da casa, nos dávamos muito bem, mas aí...Arrumou um rapaz, mudou completamente a cabeça, foi embora com ele e resumindo, não nos damos bem, infelizmente.
O coroa demonstrava certo ressentimento com a filha, tanto que encurtou o assunto, pois ficou visivelmente emocionado.
Um detalhe não comum a nós simples mortais é que mesmo morando sozinho , ele tinha vários funcionários e todos trabalhavam uniformizados. Após o jantar, Monteiro trouxe duas garrafas de sua adega particular, dispensou as empregadas e começou a discorrer sobre vinhos, dizendo o quanto aqueles eram bons (e caros). Depois , ele nos levou para outro ambiente, colocou uma música e disse se poderia dançar com Renata, estava chegando a hora do que o coroa realmente queria. Dançaram por um tempo e quando se sentaram no sofá, houve uma mudança simbólica, ficaram juntos e de mãos dadas e ela tomou a iniciativa de beijá-lo. Seguimos conversando por mais alguns minutos, fingindo naturalidade, até que ele perguntou:
-Permitam-me a indiscrição, não sei como funciona com vocês, por isso irei perguntar: gostaria muito de poder ter uns bons momentos de intimidade com essa linda mulher, você, Andersom, permite? Prefere assistir ou esperar?
Eu sempre gostava de ver, mas estranhamente disse que se eles quisessem ficar um tempo a sós, poderiam ir e depois de tomar mais um pouco de vinho me juntaria a eles como expectador. Renata estranhou minha atitude e perguntou:
-Você não vai querer ver?
-Vou, mas podem começar sem mim.
Renata ficou visivelmente sem graça, mas Monteiro tratou de adiantar as coisas dizendo que eles subiriam e que era só eu virar à direita quando subisse as escadas e fosse até a penúltima porta. Eles subiram de mãos dadas e vi minha esposa de costas, com aquele corpo lindo caminhando para se entregar ao coroa.
Acabei enchendo mais uma taça de vinho e virando, por um momento achei que era melhor nem ter ido, agido como a Renata que preferia não saber das minhas transas,.
Esperei mais um pouco e subi, a porta estava levemente entreaberta, mas não coloquei o rosto, apenas tentei ouvir se já estavam transando. Aguardei por algum som, mas o máximo que ouvi foi um beijo estralado. Quando finalmente decidi olhar, o quarto estava à meia luz com apenas dois abajures iluminando, Monteiro estava de joelhos no chão só de cueca, dando leves beijos na boceta de Renata que estava com as pernas apoiadas no chão e o resto do corpo deitado na cama. O coroa começou a chupá-la, por um bom tempo, não notei empolgação em minha esposa , mesmo tentando entrar no clima. Após um bom tempo, acho que ele finalmente conseguiu acende-la, pois seus gemidos começaram a quebrar o silêncio do quarto, mais um tempo assim e Renata, que já tinha ido um pouco mais para cima na cama, começou a jogar seu quadril para cima e a dar sinais de que iria gozar, com voz melosa, Monteiro disse:
-Isso, minha garota, goza na minha boca, vai ser lindo sentir seu orgasmo, como você é maravilhosa e como sua bocetinha é cheirosa, minha garota. Deixa eu sentir teu gozo? Deixa?
Renata gozou e pouco depois Monteiro exibiu um sorriso vencedor. Em seguida, tirou a cueca e exibiu um pau que era praticamente do mesmo tamanho que o meu, porém mais fino e já estava duro. Se fosse um conto clichê, diria que o coroa a pegou com uma volúpia espantosa e com sua experiência a fez gozar alucinadamente, mas não foi nada disso, ele a penetrou num xoxo papai e mamãe e bombou lentamente por dois minutos e disse ofegante:
-Você não sabe a vontade que estava de te comer! Esperei muito...
Acelerou um pouco mais e gozou soltando um ooooooaaaaaaaauuuuuu.
Balancei a cabeça, lamentando por um lado ter visto aquilo, mas ao mesmo tempo contente, pois depois dessa pífia exibição de Monteiro, Renata não iria querer saber mais de se entregar a um cara tão ruim de cama e, verdade seja dita, sua performance fraca nada tinha a ver com a idade, pois há homens com mais de 60 que têm um pique melhor, já ele, que ainda não tinha se tornando um sexagenário, era ruim mesmo de pegada.
Resolvi dar uma volta pela casa, acreditando que logo Renata se vestiria e poderíamos ir embora. Olhando o imenso lugar pensei que era um desperdício um espaço tão grande para alguém viver ali sozinho. Em cima de um móvel, vi vários porta-retratos e por curiosidade comecei a olhar, até que uma das fotos me chamou atenção, era de Monteiro com uma jovem, até aí tudo bem, mas a moça tinha uma grande semelhança com Renata, os olhos, a boca e os cabelos eram muito parecidos. Procurei outras fotos e vi mais duas da mesma moça e a semelhança voltou a me espantar. Num dos retratos, estavam o coroa, uma mulher que provavelmente era sua esposa (que já falecera), um rapaz e a moça, deduzi que eram o filho e a filha. Nesse momento, me veio à cabeça, ele chamando Renata de “minha garota”, a mesma maneira que usou para se referir à filha durante o jantar. Engoli seco e pensei: “Não, o vinho não deve ter caído legal e estou imaginando coisas, seria viajar demais achar que Monteiro estava tão interessado em Renata por causa da semelhança com a filha, isso explicaria o modo que se portou na festa, o presente caro, o tom de bom moço para conseguir o queria, mas era doentio demais acreditar nisso”.
Tratei de esquecer o assunto e decidi voltar a espiá-los, talvez já estivessem se trocando, pensei, mas quando cheguei, vi Renata chupando o pau de Monteiro que parecia ter dificuldade em manter a ereção, ele a penetrava de quatro, bombava por um minuto e voltava a pedir para ela chupá-lo. Fiquei com raiva de vê-la se sujeitando àquilo, até que lá pela terceira vez, o coroa disse algo baixo que não consegui ouvir e ela respondeu:
-Não, tudo bem, eu gozei aquela hora que você me chupou. Fica tranquilo.
Monteiro então se deitou de barriga para cima e Renata começou a chupá-lo com a cabeça próxima da barriga dele que passou a acariciar seus cabelos e gemer
-Oh. Como você chupa certinho, minha garota. Temos que fazer isso outras vezes.
Aquele “minha garota” voltou a me incomodar, tudo bem, que poderia ser uma forma que ele usava para chamar tanto a filha como as jovens, mas era estranho.
-Isso, chupa gostoso, sabia que sua boquinha era demais.
Pouco depois, sem dar nenhum aviso, ele gozou na boca da minha mulher, que cuspiu e riu para disfarçar enquanto ele soltava mais um: ooooooaaaaaaaauuuuuu.
Após se recompor, ainda deitado, Monteiro disse:
-Que noite incrível, espero que possamos repeti-la outras vezes. – E deu um beijo na testa de Renata. Em seguida, ela foi para o banheiro se lavar e eu desci, louco para ir embora o mais rápido possível.
Os dois desceram juntos, já trocados e Monteiro me disse:
-Poxa, Andersom. Achei que você curtia assistir. Foi uma noite sensacional, Renata foi muito além das minhas expectativas.
Mesmo puto da vida, disfarcei:
-Preferi deixá-los à vontade.
Monteiro sorriu satisfeito com minha atitude, mas mudou o semblante quando eu conclui:
-Aproveitei para dar uma olhada pela casa, lindas fotos da sua família.
Por alguns segundos, ele perdeu a graça, mas logo voltou a sorrir:
-Obrigado, muito gentil, família realmente é tudo.
-Bem, amor, vamos então?
-Por que não dormem aqui? Há vários quartos.
Expliquei que não seria possível e ele se despediu de nós todo satisfeito e com um olhar de apaixonado para Renata, quase não largando-a.
Assim que entramos no carro, Renata indagou:
-Você está bravo? Por que não quis participar?
-Não estou bravo, eu vi partes das transas de vocês e que merda a atuação do coroa, heim?
Renata não podia discordar, mas tentou “passar pano” para Monteiro:
-Ah, mas ele chupa bem, gozei gostoso. Pelo menos foi melhor do que com aquele médico bonitão, mas ruim em tudo.
-Ah, mas esse coroa não tem pegada nem vem dizer que gostou porque te conheço há quatro anos.
-Talvez hoje ele estivesse muito ansioso, acabou gozando rápido na primeira e depois na segunda disse que não estava conseguindo gozar, mas numa próxima pode ser melhor.
-Próxima? Me poupe! Você não vai querer transar com esse merda novamente.
-Ah! Sei lá...Ele é legal., só fiquei meio assim de você não ter curtido como das outras vezes. Podia ter me comido depois, garanto que o coroa ficaria com a inveja da sua pegada.
-Para ser bem sincero, eu nem deveria ter vindo, ao contrário dos outros encontros seus, só vim para te agradar, mas se soubesse, faria o que você faz, ficaria em casa vendo um bom filme e deixaria vocês saírem sem saber dos detalhes depois.
Renata se calou por uns minutos. Lembrei-me do que tinha visto e decidi contar:
-Além de não ir com a cara dele e de ter visto a patética performance dele, teve mais uma coisa que me deixou cabreiro. Quando vocês terminaram a primeira transa, comecei a olhar umas fotografias e a filha dele é muito parecida com você, não vou dizer que é sua cara, mas se parecem demais.
-Sério? Por que não me mostrou?
-Porque fiquei perturbado com outra coincidência, não sei se você se lembra, mas durante o jantar, Monteiro chamou a filha de minha garota e na hora da transa, ele te chamou de minha garota algumas vezes.
Renata me olhou como se eu estivesse maluco:
-Você não está achando que ele viu em mim, a filha? Aí já é paranoia demais, Andersom! Que absurdo!
-Não estou afirmando nada, apenas achei tudo muito estranho. De toda forma, amanhã a gente fala mais sobre esse cara, quero chegar em casa e descansar.
Deixei para o dia seguinte exatamente para não virar uma discussão, já que estava me incomodando a defesa sutil que Renata fazia de Monteiro. Fiquei inseguro não em perder minha mulher para aquele coroa ruim de cama, mas em talvez não conhece-la tanto como eu imaginava mesmo após quatro anos entre namoro e morando juntos.
No outro dia, um sábado, acordamos com o interfone bem cedo. Era uma entrega, uma imensa cesta de café da manhã com produtos bem caros e um buquê de flores, ambos enviados por Monteiro além de um cartão agradecendo Renata pela noite inesquecível. Ela adorou e não fez questão nenhuma de esconder, mas eu fiquei irritado, pois o cara parecia que iria ficar no pé.
Decidi que era hora de conversar com Renata:
-Olha, amor, acho que as coisas estão ficando estranhas, se a gente ainda se ama, talvez o melhor seja voltar à monogamia.
-Mas tudo isso por causa do Monteiro? Você me viu com o Fernando e com o Sergio que são ótimos de cama e não ficou inseguro, agora vai ficar assim por causa do coroa?
-Não sei, você está agindo estranho desde que o conheceu e depois de ontem, com aquela trepada tão sem graça, achei que você nem iria querer ver mais o Monteiro, com o médico que era um tremendo boa pinta, não teve segunda chance, agora com ele, você já deixou no ar que pode rolar novamente. Isso não está me soando bem.
-Amor, o Monteiro é um cara charmoso, culto, conhece pessoas muito importantes, gosto do papo dele e ele me disse ontem que não tinha tomado viagra, por isso estava meio difícil na segunda, mas me disse que numa próxima, tomaria antes para ter mais pique, pode ser que ajude.
-Se você estiver se sentindo atraída por esse cara que tem mais idade que o seu pai, me diga logo e resolvemos isso como adultos.
Renata riu alto:
-Você está mesmo com ciúmes dele, seu bobo. Eu te amo e até fico feliz por você demonstrar que tem receio em me perder, já disse que é só curiosidade para passar um pouco mais de tempo com um homem maduro. Se você topar, eu saio com ele só mais uma vez e se continuar inseguro, paramos.
-Puta que pariu! Você quer mesmo dar para o Monteiro. Olha não sei não...
-Você tem sua preferida para sair e não foram só uma ou duas vezes, acha que não sei.
Talvez tenha sido um chute, mas senti que Renata talvez soubesse algo e se fosse sobre Bia, poderia dar merda, elas não se conheceram, mas se tivesse visto as mensagens que troquei saberia que era minha ex-tia e se resolvesse contar a alguém, meus pais, minha irmã, meu tio Rodolfo e demais parentes me odiariam.
Encerrei a conversa dizendo:
-Olha, se você sair novamente com o Monteiro, não vou te impedir, mas eu não quero estar presente. Pense com calma e veja se isso não irá ferrar tudo.
Ela se calou e os dias seguintes foram bem estranhos, nem transamos.
Momentos decisivos estavam por vir.