Eu nunca fui de carregar coisas acidentalmente, mas naquela noite ao sair do uber juntei meus pertences junto a uma carteira do passeio anterior, no escuro, junto as minhas coisas nas mãos. Eu estava assustada, pois havia acabado de passar por uma possível tentativa de assalto.
Assim que chego no apartamento, tirando todas as sacolas e coisas dentro de coisas, ali estava uma carteira preta, até então irreconhecível.
Ao abrir, notei que havia documentos, cartão corporativo do dentista. Meu primeiro impulso foi abrir para ver quem era: Vinícius Cardoso. O nome parecia tão forte quanto as feições na foto do documento.
Depois de uma rápida busca, encontrei um número no cartão de visitas da carteira. Liguei, e a voz que atendeu era grave e acolhedora. Ele parecia aliviado ao saber que sua carteira estava comigo. Combinamos de nos encontrar no dia seguinte, e, por algum motivo, eu estava mais animada do que deveria para um encontro tão simples.
Quando cheguei à cafeteria, ele já estava lá, e eu o reconheci na hora. Alto, cabelos bem arrumados, sorriso... Meu Deus, que sorriso! MUDOU MEU DIA. Fiquei um pouco sem graça, mas ele quebrou o gelo com uma brincadeira. Conversamos mais do que o necessário, e, quando estávamos nos despedindo, ele me entregou outro cartão, dando leves sugestões.
“Se algum dia precisar de um dentista, seria um prazer cuidar do seu sorriso,” disse ele com um olhar que ficou na minha cabeça pelo resto do dia.
Semanas depois, peguei o cartão na gaveta. Eu não precisava de um dentista, mas a curiosidade – ou talvez algo mais – me fez ligar. Agendei uma consulta, e logo estava na clínica. Assim que entrei, lá estava ele, com aquele sorriso novamente. O ambiente era profissional, mas a tensão era de fato outra, a química era algo incompreensível..
Durante a consulta, nossos olhares se encontravam mais do que o necessário. Ele parecia um pouco nervoso, o que me fez sorrir. Quando ele se aproximou para examinar meus dentes, senti sua respiração tão próxima que meu coração acelerou. A tensão era quase insuportável, mas nenhum de nós cruzou a linha... ainda, não.
Quando terminou, ele me acompanhou até a porta. Antes de eu sair, ele respirou fundo e disse:
“Larissa, sei que talvez isso não seja muito profissional, mas... eu adoraria te ver fora daqui. Aceitaria jantar comigo?”
Minha resposta foi um sorriso. “Por que não?”
No jantar, tudo parecia perfeito. Entre taças de vinho e olhares intensos, as barreiras que mantínhamos na clínica desapareceram, ali.
Ele pegou minha mão sobre a mesa, e o calor do toque dele me fez querer mais. Depois de pagar a conta, ele me acompanhou até o carro. Quando estávamos prestes a nos despedir, ele se aproximou devagar, como se esperasse minha permissão.
Eu não hesitei. O beijo começou suave, mas logo se tornou mais intenso, como se estivéssemos segurando aquilo por tempo demais. Suas mãos acariciaram minha cintura, e o arrepio que percorreu meu corpo denunciou o quanto eu queria mais dele.
A partir daquele momento, tudo se tornou inevitável. Alguns encontros depois, ele me convidou para a casa dele. Assim que entrei, a tensão entre nós se transformou em algo quase elétrico.
Ele se aproximou, seu olhar já dia tudo, me senti desejada e ele fez questão de deixar claro que eu era importante pra ele. E sem dizer nada, me beijou novamente, dessa vez sem hesitação.
Suas mãos exploravam meu corpo com uma mistura de firmeza e cuidado, e eu me senti completamente dele naquele momento. Foram altas histórias, sorrisos e abraços.
Entre beijos, toques atrás da orelha, com beijos no pescoço, mãos firmes na cintura, e suspiros, a conexão que começara que ali tínhamos era eletrizante.
E com uma simples carteira perdida se transformava em algo muito mais profundo. Não era só desejo – era como se nossos corpos e nossas almas tivessem sido feitos para se encontrar.
Foi tudo mais do que excitante – foi um encontro de corpos e almas, o começo de algo que nenhum de nós sabia até onde iria. E aquela noite ainda iria se provar mais pra mim e pra ele.
[CONTINUA…]