Calor, praia e um pé torcido

        E tudo começou no verão do ano passado.
O calor de Maceió estava digno do próprio inferno, a temperatura oscilava sempre entre trinta e quarenta graus, nem camelo suportava aquilo. Certo dia meu irmão mais velho veio com uma ideia de fazermos um acampamento com um grupo de amigos da faculdade dele, alunos de biologia, medicina e veterinária. Levei a proposta a sério e pensei bem no assunto, a natureza e eu nunca fomos bons amigos, na verdade eu acho que sou alérgico ao ar fresco, mas mesmo assim resolvi aceitar o convite do Rafael e ir para o que chamo de mundo selvagem.
       Três horas dentro de um carro e ainda estávamos no meio do caminho, éramos um comboio de quatro veículos totalizando vinte e uma pessoas, pois o carro que liderava a caravana tinha capacidade para sete passageiros, mas o que eu vinha só comportava quatro. Meu irmão, Rafael, dirigia o veiculo onde estávamos eu, Amanda - sentada a seu lado como a boa namorada que era -, e o Flávio - um estudante de veterinária amigo do meu irmão que sentara ao meu lado no banco de trás do Ford Ká. Nó início apenas nos apresentamos, ele era bem educado e alto, olhos pretos e cabelos loiros avermelhados, quase ruivo, tinha uma barba por fazer impecável e dentes perfeitos quando sorria de alguma piada idiota do meu irmão e a voz dele me lembrava muito Dean Winchester.
       Finamente havíamos cegado a tão famigerada casa da praia, era grande e com dois andares, ficava no interior do Estado e afastada de tudo e todos, era a única construção num raio de cinco quilômetros. Ao redor dela tinha muitas árvores, e podia-se ouvir as ondas do mar que ficava além do pequeno mangue ao leste da residência.
       - E então baixinho, gostou? – perguntou meu irmão colocando seu braço em volta do meu pescoço e me abraçando de lado. – Linda não é?
       - Parece à casa do massacre da serra elétrica – falei olhando a residência.
       - Credo! – ele sorriu. – Você sempre vê o lado ruim das coisas, como sabe que é uma droga apenas olhando?
       - Não preciso tomar veneno para saber que mata – sorri pra ele. – Ao menos temos eletricidade?
       - É claro meu bom homem, em que século acha que estamos? Temos eletricidade e telefone fixo, mas devo dizer que não temos internet e o sinal de celular é do tipo autônomo.
       - Autônomo?
       - Só trabalha quando quer! – ele sorria como uma hiena.
       - Rafa eu te amo e você sabe disso, mas as suas piadas são uma porcaria.
       - Eu sei que você gosta delas, admita. – Ele me apertou contra seu corpo. – Olha esse lugar é lindo!
       - Espera até o sol se por, aí nós conversamos.
       - Ainda tem medo do escuro? – ele perguntou sério.
       - Relaxa – disse o Flávio surgindo do nada como um ninja -, eu te protejo. E a bem da verdade não sei por que tem medo do escuro, dormiu no mesmo quarto que seu irmão por tantos anos. – Ele sorriu e eu corei. – Não há nada mais assustador do que a cara do Rafael pela manhã.
       - Há tem sim – disse meu irmão -, a Amanda de TPM.
       - Rafael! – gritou Amanda tirando as malas do carro.
       - Meu Deus ela ouviu? – perguntou ele com medo. – Já estou indo meu bem!
       E lá se foi o meu irmão.
       - É por isso que eu não namoro com mulheres – disse Flávio num sorriso. – E você Lipe, já tem namorada?
       Ele já me chamava pelo apelido.
       - Acho que também optei por não escolher as mulheres. – Corei.
       - Bom saber – ele sorriu novamente.


       A tarde foi passando e todos estavam ajudando a organizar a casa – que para a minha surpresa não estava tão bagunçada quanto eu pensei -, alguns variam e outros lavavam banheiros e eu abastecia os armários e geladeira. Tínhamos comida o bastante para dois meses, mesmos sabendo que só passaríamos uma semana naquele lugar, e eu sabia que era culpa do meu irmão, ele sempre teve medo de morrer de fome.
       "Exagerado!" Pensei.
         No começo da noite tudo ficara pronto e todos estavam jantando, alguns na mesa que comportava doze pessoas e outros espalhados pela casa. O jantar era cuscuz recheado com ovos, sardinhas e salada, e como acompanhamento suco de laranja industrializado – pois ninguém se lembrou de trazer café. Após a janta, meu irmão e outros rapazes discutiam o que deviam fazer quando o sol voltasse a dar o a de sua graça, alguns queriam ficar o dia todo na praia e outros preferiam aproveitar o artesanato local na cidade que ficava há mais de dez quilômetros. Depois de muita conversa sobre achar um posto de gasolina e outras coisas, eles decidiram que na manhã seguinte iriam para a praia e no outro dia para a cidade. O tempo passou e já era mais de onze e meia da noite e metade do grupo estava dormindo, eu fiquei na sala, sozinho, lendo um livro de terror sentado numa poltrona velha sobe a luz do abajur, todo o aposento estava em total escuridão – do jeito que tem eu ser para uma leitura assustadora. Estava chegando à melhor parte do capítulo quando uma mão gélida toca meu ombro nu.
       - Há! – gritei me jogando da poltrona.
       - Calma Lipe, sou eu. – Falou Flávio.
       Deitado no chão eu olhei para cima e pude vê-lo conter um riso, ele era lindo, vestia uma bermuda jeans acima dos joelhos e assim como eu estava sem camisa, mostrando seu físico bem cuidado.
       - Eu quase enfartei – disse sussurrando temendo ter acordado alguém.
       - Vem, levanta – ele me estendeu a mão e me ajudou a levantar. – O que você estava lendo para ter levado esse susto?
       - O assassino do zodíaco.
       - Já ouvi falar, mas nunca li. – Ele sorriu e eu corei. Então ele sorriu ainda mais.
       - Quando vai parar de rir? – corei mais ainda.
       - Desculpe. – Ele segurou o riso. – Você fica fofo quando está envergonhado. Suas bochechas ficam avermelhadas como nos animes.
       Eu podia sentir meu rosto quente, seria a vermelhidão da vergonha? Pensar nisso me deixou ainda mais envergonhado e sem ter coragem de olha-lo nos olhos eu fingi procurar o livro que naquela hora estava sabe-se lá Deus onde.
       - Desculpe, eu não falei por mal. – Disse Flávio. – Não precisa ficar assim, é que eu acho legal saber que ainda existam pessoas assim.
       - Assim como?
       - Verdadeiras. – Ele veio até mim e me deu um beijo na face esquerda, meu rosto queimou. – É melhor irmos dormir, amanhã o Rafael pretende acordar todo mundo bem cedo.
       - Sim... – Disse num sussurro e ele apagou a luz do abajur.
       Acordei às seis horas da manhã com o meu irmão gritando ordens como um sargento na linha de frente da guerra. Havia pessoas por todos os lados, andando, discutindo, e comendo enquanto corriam pela casa, o banheiro do meu quarto estava ocupado por um casal de namorados fazendo aula de anatomia humana um no outro. Fui para o quarto ao lado e quando entrei vi o Flávio só de sunga, ele tinha pernas firmes e com pelos loiros, a bunda dele não era tão grande quanto a minha, mais ainda assim era linda.
       - Bom dai flor do dia! – disse ele quando me viu e se virou.
       O tamanho do volume que ele carregava entre as pernas me fez suar e imaginar o que ele guardava atrás daquele pedaço de tecido vermelho. Meus lábios começaram a secar e eu pude sentir que meu pênis estava começando a ficar duro, como eu dormia sem cueca uma ereção seria totalmente visível naquela bermuda de algodão que terminava no meio das minhas coxas.
       - Bom dia! – disse tentando disfarçar. – Posso usar o banheiro?
       - Claro, eu já tomei banho.
       - O brigado! – sai correndo para o banheiro e fechei a porta.
       - Não demore muito, o Rafa quer sair logo e você ainda não tomou café... Digo; suco de laranja! – disse ele rindo do outo lado da porta.
       - Pode deixar! – ouvi a porta do quarto se fechar.
       Lá dentro do banheiro eu continuei a imaginar o corpo seminu do Flávio, aqueles cabelos loiros avermelhados bagunçados após o banho, aquela pele levemente bronzeada, o peito musculoso e é claro o volume entre suas pernas. Meu pau começou a ficar duro e eu me despi, entrei em baixo do chuveiro e a água fria caiu sobre meu corpo, passei minhas mãos por minhas partes intimas imaginando o toque do Flávio, imaginando o beijo dele no meu rosto, imaginando ele sem aquela sunga vermelha. Imaginado ele na minha cama. Meu pênis latejava e eu me masturbava, mas eu queria mais, então coloquei dois dedos dentro do meu ânus e comecei a mexê-los de um lado para o outro, era bom, mas não era o Flávio. Eu o queria. Gozei.
       Depois de meu orgasmo matinal voltei de toalha para o meu quarto e percebi que o banheiro já estava desocupado, mas parecia que a tsunami do Japão havia passado por lá, escovei meus dentes e vesti minha sunga branca e uma camiseta e uma bermuda de surfe que eu tinha ganhado do Rafa no Natal passado. Tomei um café da manhã rápido e partimos rumo à praia, cruzamos o pequeno mangue a pé e cheios de tralha, o mar não ficava longe, há menos de um quilometro, segundo um dos amigos do meu irmão. Quando nós chegamos eu realmente fiquei surpreso, era lindo, eu não sabia que o mundo selvagem podia ser tão belo. Um mar de águas claras e ondas grandes, areia fofa e quente, árvores para todos os lados e ninguém além da gente para encher o saco. Os homens começaram a armar os guarda-sóis e a preparar as churrasqueiras, as mulheres organizavam as bebidas e as comidas, e em pouco tempo tudo já estava pronto e pessoas bebiam e riam alto. Por volta das dez e meia da manha resolvi entrar na água, estava fria e reconfortante, todos os outros estavam na areia, fechei meus olhos e fiquei boiando no mar por um período de tempo que não me recordo.
       - Ei pequeno tritão! – era a voz do Flávio, e estava perto.
       Abri os olhos e percebi que estava um pouco longe da praia, a correnteza havia me puxado sem que eu percebesse.
       - Flávio! – eu disse com medo, pois não nadava muito bem.
       - Calma, continua boiando eu estou chegando! – ele nadava como um verdadeiro tubarão, em pouco tempo chegou perto de mim e colocou seus braços em volta do meu corpo e começou a nadar de costas voltando para a praia. – Calma você está bem.
       - O brigado – eu estava com medo e me agarrava a ele com tanta força que deixei uma marca vermelha no seu braço. – Não conta nada pro meu irmão, por favor.
       - Pode deixar, eles estão tão bêbados que nem perceberam que saímos da areia. – Ele sorria mesmo naquela situação, ele conseguia sorrir sempre e aquilo me deixou mais tranquilo. O sorriso dele aliviou meu coração.
       Quando chegamos a uma parte onde meus pés alcançavam o fundo ele me soltou e saímos da água como se nada tivesse acontecido, Flávio tinha acabado de salvar minha vida, mas ninguém tinha visto, ele era um herói. Meu herói!
       - Sabe qual o problema de usar sunga branca? – perguntou ele quando estávamos indo para perto do grupo.
       - Qual?
       - Quando molhada ela fica quase transparente – ele sorriu, piscou o olho para mim e apontou para a minha sunga.
       Ele tinha razão, estava quase transparente, minhas partes intimas estavam quase amostra para qualquer um ver, fiquei vermelho, quando chegamos onde os outros estavam tratei de me enrolar rapidamente com uma toalha que havia levado, isso fez o Flávio rir até chorar, e não sei por que eu também cai na gargalhada. Foi-se o fim da manhã e toda a tarde, agora o dia começava a escurecer e eu queria saber quando íamos em bora, perguntei ao meu irmão e o idiota disse que pretendiam virar a noite na praia em umas barracas que um amigo dele que servira o exército trouxera e sabia como monta-las. Ouvir aquilo gelou o meu sangue, mas um milagre aconteceu.
       - Eu vou voltar para casa, não me agrada nem um pouco ficar aqui a céu aberto – disse Flávio.
       Meu coração se encheu de esperança.
       - Ótimo! Eu vou com você.
       - Oh minhas doces crianças do verão! – disse uma das garotas citando o livro As crônicas de gelo e fogo. – Se pretendem ir, então vão logo. O sol está se pondo e a noite é escura e cheia de terrores. – Todos riram.
       - Eu vou levar o Felipe e volto depois – disse meu irmão levantando aos poucos.
       - Não é necessário, eu levo ele – disse Flávio –, se você for só voltará aqui no meio da noite e na escuridão pode se perder. Relaxa aí que eu tomo conta dele.
       - Obedece ele. – Disse o Rafa me olhando.
       - Eu não tenho mais seis anos sabia? Já fiz dezoito ha três meses.
       - Se ele se machucar a minha mãe me enforca – disse olhando para o Flávio.
       - Relaxa, cuidarei dele como se fosse meu irmão.
       E saímos pelo mangue adentro.
       Ainda podíamos contar com alguns fracos raios de sol que transpassavam as folhas das árvores, mas precisávamos andar rápido ou ficaríamos na escuridão. Eu havia deixado minha bermuda na praia, já que a Amanda a fizera de toalha e usava para sentar na areia, estava apenas com a camiseta do U-2 e a sunga branca não mais transparente, pois já estava seca. Flávio estava de bermuda e sem camisa, seus músculos desenvolvidos davam sinal de vida a cada passo. Caminhávamos e conversamos sobre tudo, musica, filmes, livros e por aí vai. A luz estava acabando e a mando do Flávio apertamos o passo, andamos pela trilha o caminho todo até ele encontrar o que chamou de atalho. No começo fiquei com medo, mas afinal ele salvara minha vida, então confiei no julgamento dele o segui pelo atalho. Má ideia. Chegamos a uma área de muita lama e pedras, começamos a atravessar por cima das rochas e eu consegui chegar até o outo lado, mas o Flávio escorregou e caiu de pé na lama, e rapidamente começou a afundar até a cintura.
       - Areia movediça! Socorro Lipe! – ele gritou para mim e eu ri alto. – Você está rido? – ele perguntou perplexo. – Estou chocado!
       - Chocado estou eu! – eu não conseguia parar de rir. – Areia movediça? Fala sério! Isso é só lama! – eu ria sem parar.
       - Tem certeza? – ele estava assustado.
       - Sim eu tenho. – Consegui parar de rir. – Sabe de uma coisa? Eu achava que um estudante de veterinária saberia um pouco sobre o habitat dos animais que estuda.
       - Haha! – ele desdenhou. – Eu faço veterinária e não biologia. Como eu saio daqui? Minhas pernas estão presas.
       - Relaxa, vou te ajudar. – Olhei em volta e achei um galho de árvore longo jogado no chão, peguei o galho passei uma ponta para ele enquanto eu segurava a outra. – Agora faz força com as pernas e segura firme enquanto eu te puxo.
       - Beleza – disse ele.
       Eu puxava o mais forte que meus braços permitiam, mas ele nem se mexia. Flávio fazia esforço para sair da lama e eu podia ver o cansaço no seu belo rosto. Apoiei meus pés numa pedra e fiz força para puxa-lo, Flávio saiu da armadilha do mundo selvagem sem a bermuda que havia sido tragada pela lama do manguezal. Vestido apenas com aquela sunga vermelha maravilhosa ele estava melado da cintura para baixo, o que o deixou ainda mais sexy aos meus olhos.
       - Estou vivo! – disse ele ofegante quando se sentou ao meu lado.
       - Vivo? – eu sorri. – Essa história que areia movediça tem a capacidade de engolir um ser humano por inteiro é só invenção de Hollywood.
       - Sério?
       - Foi o que eu li numa revista – disse sorrindo.
       - Vamos sair daqui – ele levantou e andamos.
       Ainda havia muitas pedras no caminho e a luz não estava mais presente, apenas o brilho de uma pequena lua minguante iluminava o nosso andar. Diminuímos o ritmo para evitar algum acidente, mas foi em vão. Senti meus pés descalços escorregarem e perdi o equilíbrio, tentei me manter firme e prendi meu pé esquerdo entre uma pedra e outra, uma dor lacerante tomou conta da minha perna e eu gemi.
       - Acho que quebrei a perna! – disse e o Flávio veio às cegas tentar me ajudar.
       - Não, não quebrou. – Com cuidado ele soltou meu pé e o examinou com as mãos em toques suaves. – Foi uma torção, apenas isso, não chegou a quebrar. – Flávio me colocou em seus braços e me conduziu por entre as árvores. Eu sabia que não era pesado, mas havíamos passado a noite toda na praia e ele ainda tinha caído na lama e agora me carregava nos braços com tanta facilidade que me deixou surpreso.
       - Pode me colocar no chão Flávio, acho que da pra andar até a casa, não devemos estar muito longe. – Falei com vergonha da situação.
       - Esta tudo bem, já estamos chegando e você não é pesado – disse ele com aquele sorriso nos lábios. – Além do mais não quero arriscar o seu pé, quando chegarmos vou da uma olhada com mais calma.
       - Mas você disse que era apenas uma torção.
       - E é uma torção, mas pode agravar se não cuidarmos disso.
       - Como sabe de tudo isso?
       - Eu estudo veterinária, lembra? – ele sorrio. – Já cuidei de uma torção assim na pata de um filhote.
       - Que tipo de filhote? – perguntei sério e ele riu alto.
       - Um bezerro! – ele riu ainda mais alto.
       - Bezerro?
       - É mais você é outro tipo de filhote - agora ele sorria com carinho. – É um filhote de gatinho loiro. – E me deu um beijo afetuoso na testa.
       Eu corei.
       Finalmente chegamos a casa e Flávio me examinou novamente, era apenas uma torção no fim das contas, e segundo ele precisamos apenas imobilizar. Flávio fez uma tala improvisada com o kit de primeiros socorros e algumas madeiras que encontrou pela casa, meu pé não doía mais, havia tomado dois comprimidos que auxiliaram nisso. O ruivo maravilhoso estava no banho, tirando a lama do mangue e eu fiquei na sala, imaginando como ele seria sem aquela sunga. Alguns minutos depois ele voltou, aquele cabelo loiro avermelhado todo desalinhado me deixava em êxtase, mas não fora isso que fez meu pênis inchar dentro da sunga branca, ele estava apenas de toalha. O peito ainda um pouco molhado e o cheiro do shampoo e do sabonete exalavam dele. Meu coração acelerou.
       - O pé melhorou? – perguntou ele sentando ao meu lado no sofá.
       - Sim – eu disse colocando uma almofada em cima das minhas pernas para que ele não visse minha ereção.
       - Amanhã vamos à cidade e levamos você na emergência, lá eles colocaram uma tala melhor. Talvez até tirem um raio x, mas acho que não será preciso.
       - Tudo bem, eu estou ótimo. – Sorri para ele.
       - Eu caí na lama, você torceu o pé – ele sorriu -, quase se afogou. Pior que isso não fica.
Assim que ele terminou de falar ouve um apagão e todas as luzes da casa se extinguiram.
       - Você dizia? – perguntei em tom de deboche.
       - Caraca maluco! – ele ria. – E eu achando que isso só acontecia em filmes.
       Flávio procurou pela casa e encontrou muitas velas, mas era exagerado igual ao meu irmão e acabou acendendo todas elas. Pareia que estávamos na idade média.
       - Não acha que exagerou? – perguntei.
       - Na verdade não. – Ele sorria e percebi que Flávio era ainda mais belo sobe a luz das chamas das velas. Meu pênis ficara ainda mais duro.
       Flávio sentou-se novamente ao meu lado eu estava louco para tirar aquela toalha dele e cair em cima daquele corpo, mas ele era amigo do meu irmão, eu não sabia se era certo.
       - Sabe? – ele começou. – Só vim nessa viagem por sua causa.
       - O que? – perguntei incrédulo. – Como assim?
       - Eu sempre gostei de você, desde o Natal passado. Lembra? Passei com vocês, na sua casa, você nem deve ter me notado estava cercado por primos e amigos. Mas eu fiquei a noite toda te olhando. E o Rafa percebeu.
       - Com assim?
       Ele se aproximou de mim e colocou seu braço em volta do meu pescoço e disse em meu ouvido.
       - Eu falei que não namoro com mulheres Lipe, e seu irmão sabe disso. – A voz dele me arrepiava. – O Rafa percebeu que você também não namora com mulheres e resolveu tentar nos aproximar, ele te ama de verdade. Somos amigos há muito tempo e ele sabe que o que sinto por você é verdadeiro e sei que é reciproco, pois você fica todo vermelho quando me vê. Está tentando esconder uma ereção com essa almofada nas pernas, mas não precisa, pois eu te amo. – E ele me beijou, não na face, mas na boca. Um beijo quente e poderoso.
       Flávio veio com suas mãos sorrateiras e retirou minha camisa, a almofada caiu no chão e ele passou a mão pelo volume na minha sunga.
       - Lindo... – sussurrou.
       - Eu quero você... – disse baixinho em seu ouvido me entregando ao prazer.
       - Eu sei, pois eu também quero você.
       Passei minhas mãos por aquele corpo quente e cheiroso, a textura era macia e ondulante onde os músculos se destacavam, ele era lindo como um deus. Puxei-lhe a toalha e o vi por completo, seu membro rígido pulsava e eu estava certo, era grande. Ele beijava meu pescoço e ia descendo aos poucos até chegar a minha sunga.
       - Não precisamos mais disso – ele disse eu me deitei no sofá, Flávio foi tirando minha sunga com cuidado até que me deixou sem nada. – Você é tão lindo!
       - Não mais do que você... – Eu disse num sussurro.
       - Sim, você é.
       Ele continuou a me beijar e a acariciar meu corpo, suas mãos eram firmes e gentis, eu o olhava e o desejava, eu o queria dentro de mim. Flávio pois dois dedos na boca e salivou neles, depois os passou com delicadeza no meu ânus e eu gemi.
       - Flávio, eu quero você e quero agora – disse e meu rosto queimou.
       - Eu sei meu amor – ele segurou minha perna com o pé torcido e a levantou com cuidado até seus ombros, fez o mesmo com a outra e puxou-me para perto de se pelos quadris, e depois eu pude sentir seu pênis entrando em mim. – Está doendo?
       - Não, continue... – Gemi.
       Ele continuou e colocou seu pênis ainda mais fundo, eu gemia de prazer e ele não parava, eu sempre me masturbava com um ou dois dedos dentro do meu ânus, mas nada se comparava aquilo, ao calor daquele homem, ao pau dele dentro do meu cu apertado, a dor e a ardência que eu estava sentindo lá embaixo. Era ótimo, era perfeito. Tinha um homem dentro de mim e ele pulsava de prazer por está ali, comigo. As mãos de Flávio varreram meu corpo e pararam em meu pênis duro, e subitamente ele começou a me masturbar, às vezes rápido, depois devagar, com força e depois levemente. Meu ânus se contraia e o pau dele pulsava lá dentro. Eu gemia.
       Flávio começou a fazer movimentos com o corpo e seu pau começou a entrar ainda mais fundo e depois saia, aquilo me fez gritar.
       - Tudo bem? – ele parou, - Foi a perna? Quer que eu pare?
       - Não! – disse ofegante. – Não pare. Não pare.
       Ele sorriu.
       Ele voltou a executar os movimentos e eu voltei a gritar de prazer, não havia ninguém para ouvir além de nós dois, então gritei alto. Ele metia com força mais ao mesmo tempo com gentileza, evitando me machucar. Meu ânus doía e eu queria mais, ele me masturbava e eu queria mais, o pau dele se debatia dentro de mim eu queria mais. Ele era o meu homem. E eu o queria mais.
       Nossos corpos nus a luz das velas suavam de prazer, a libido dominava o ambiente e um cheiro de sexo e macho exalava pelos quatro cantos da casa. Estávamos fodendo! Ele estava me fodendo e eu queria mais. Eu sentia o membro dele dentro de mim e as bolas batendo no lado de fora, ele era incrível.
       Minhas mãos corriam por aquele corpo e eu apertava todas as partes, queria senti-lo, saber se era real. Ele era tudo. Flávio aumentou as estocadas e eu gemia a cada uma delas, ele estava bombando. Por fim eu pude sentir uma jorrada de sêmen dentro do meu ânus e aquilo me fez gozar também, tão abundante quanto ele, minha ejaculação melou a ambos no rosto e isso nos fez rir.
       - Você tinha muita coisa guardada aí dentro em? – disse ele balançando meu pênis.
       - Parece que sim.
       Flávio retirou seu pau do meu ânus com cuidado e repousou minhas pernas no sofá, depois veio até mim e nos beijamos, dividindo com nossas línguas a minha gala que ainda tínhamos no rosto. Depois ficamos ali, deitados, nus e quentes, sobe a luz de várias velas numa noite fria onde o prazer aqueceu nossos corpos.
       Adormecemos... Um nos braços do outro, pele com pele, pelo com pelo, suor com suor. Ele e eu abraçados em um só.


                            Fim.


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Comentários


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cadu87 Comentou em 28/04/2015

Cara seus contos sao maravilhosos

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ksadopp Comentou em 23/04/2015

Muito bom seu conto cara, vc sabe realmente narrar uma história

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goodboy Comentou em 21/04/2015

parabéns pelo conto!

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ricque Comentou em 20/04/2015

Nossa, esse com certeza foi o melhor conto que eu já li, não vi nem um erro, parabéns, e se isso aconteceu mesmo vs é um garoto de sorte :D

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ricque Comentou em 20/04/2015

Nossa, esse com certeza foi o melhor conto que eu já li, não vi nem um erro, parabéns, e se isso aconteceu mesmo vs é um garoto de sorte :D

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ricque Comentou em 20/04/2015

Nossa, esse com certeza foi o melhor conto que eu já li, não vi nem um erro, parabéns, e se isso aconteceu mesmo vs é um garoto de sorte :D




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Ficha do conto

Foto Perfil inverno
inverno

Nome do conto:
Calor, praia e um pé torcido

Codigo do conto:
63814

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
19/04/2015

Quant.de Votos:
10

Quant.de Fotos:
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