BALADA - Parte 1

BALADA - Parte 1

A essa altura já estava morando novamente em SP e dividia um apê com outras duas meninas, num lugar perto do meu trabalho, uma loja num shopping.

Um sábado qualquer, Vanessa, uma das meninas, me chamou para ir com ela a uma certa festa, dizendo que não queria ir sozinha e que ia ser bem bacana, aceitei. O problema seria meu look ! Ia amar sair toda produzida, montada, bem mocinha. Mas era cedo para compartilhar meu segredinho com o povo. Pensei muito e acabei optando por um lookzinho masculino fashion, mas que dificilmente um hétero usaria. Um jeans tipo baggy cintura alta, camiseta baby look e uma ankleboot, fecham o look. Minha cara !

Lá fomos nós, no carrinho dela, eu ainda não dirigia e nem tinha carro. Quando chegamos a balada ainda estava vazia, mesmo que fosse quase meia-noite. Entramos, damos uma olhada na pista e no DJ, na sequência para o bar externo. Pedimos duas vodkas, logo ela encontra uns amigos e ficamos conversando. Enquanto isso, o lugar vai enchendo. Então, o estilo de música muda para um que me agrada mais, vamos para a pista. Mas antes de chegarmos lá, um amigo de Vanessa que tinha algo a ver com a festa, nos dá umas pulseirinhas para a tal área VIP; um tipo de cercadinho de frente para o palco do DJ e um bar dentro.

Confesso que adorei, já que a festa parecia que ia lotar de verdade. Agora, o negócio era beber, dançar e me divertir. O som parece que aumenta e dançar é a saída.
Depois de suar um bocado, resolvo pegar uma água e uma vodka, minha amiga me acompanha. Caixa, ficha, balcão, pedimos as bebidas. Nisso ela me chama a atenção.

- Olha, aquele cara na ponta do balcão não tira os olhos de você, percebeu ?
- Que cara ... ah , agora vi ... mas acho que é pra vc ...

Só que quando olho de novo, ele tipo que me faz um brinde com a garrafa de cerveja. Como esta escuro e a melhor luz é aquela da festa, não consigo ver muitos detalhes, basicamente careca, aparentemente alto e forte. Nossas bebidas chegam a gente volta para nosso cantinho. Como curiosidade é meu nome do meio, tento ver se acho o cara do bar, mas não consigo. Relaxo e me concentro na música e sigo dançando. A balada cada vez mais cheia, umas pessoas bonitas, outras nem tanto. Mistura total do pessoal, legal isso. Adoro.

Mas as bebidas cobram seu preço e acabo tendo que ir ao banheiro. Descubro que é na área externa, aviso minha amiga, que responde um “tá bom” e la vou eu. Maior dificuldade para ir e voltar, de tanta gente agora. Quando vou entrar no galpão onde esta a pista de dança, uma mão me segura pelo cotovelo. Ao me virar para olhar, vejo que era o cara do balcão.

- Oi, estava preocupado !
- Por que ??
- Achei que você poderia ter ido embora e eu nem conseguisse te conhecer !
- Huuummm, sério ? Por quê ?
- Não sei dizer, mas quando te vi la no bar, pensei “ Tenho que conhecer essa menina !”
- E agora ?
- O quê ? Não importa, te vi saindo do banheiro, continua lindo ! É o que me importa !
- Sério isso ?
- Sim, muito sério, acho meninos do seu tipo muito cativantes, interessantes na verdade.

Isso deu início a uma longa conversa.
Resumindo, o nome dele era Cláudio, 42 anos, engenheiro, pouco mais alto que eu, 1 e 80 acho, cabelo raspado, olhos verdes, meio bombadinho.

Voltamos para o cercadinho, vamos para o bar, dessa vez ele paga minha bebida, é meio óbvio que ele não é de dançar e tambem que aquele não é o ambiente dele. Mal penso isso e ele me conta que estava ali para avaliar o lugar e como era a festa, para poder apresentar um projeto de uma casa noturna para um cliente.

Dessa hora em diante, eu meio que ficava dançando com minha amiga, meio conversando com ele, eu ia e voltava.

Lá pelas 3 e pouco da manhã, ele me faz sair com ele, vamos em direção a saída. Quando a gente passa por um tipo de coluna mais larga, ele me empurra contra ela, quase me imobilizando e me beija. Ele faz com tanta vontade, que tenho que retribuir, afinal aquilo começou a me deixar com tesão. Beijos molhados, tesudos. Abraço apertado. De repente, estou com uma perna dele entre as minhas e apertando bem forte. Ele segura meu queixo e me olha fixo.

- Delicia de boca a sua ...
- Delicia de beijo o seu ! (rindo)
- Gostaria de te ver amanhã, garoto, pode ser ????
- Quer mesmo ?
- Quero e muito ...
- Mas tem um detalhezinho, amanhã (hoje) eu trabalho e saio tipo 10 da noite.
- Sem crise pra mim, quer que eu te pegue ?
- Se não for incômodo ...
- Imagina, incômodo nenhum, vai ser um prazer ...

Quando ele fala isso, um brilho aparece em seus olhos. Passo meu número para ele que malandramente, me liga em seguida, argumento básico, para que eu salve seu número. Na sequência combinamos dele me esperar no café quase em frente a loja. Outro beijo demorado e molhado, ele se despede e vai embora, volto para meu lugar.

Minha amiga me pergunta se não quero ir embora, são 4 horas e ela tem que trabalhar antes do meio dia, eu as duas da tarde. Vamos embora. No caminho de volta, ela fala do cara que conheceu e me pergunta sobre o “careca” digo que conversamos bastante e que trocamos telefones e só. Detalhe interessante, enquanto falo dele, meu grelinho se manifesta, o que é um bom sinal sobre Cláudio.

Em casa, vou direto para a cama. Acordo por volta de 11 horas, já imaginando como será o encontro. Confesso, lembrar dos beijos me instiga.

- segue 02 -