Desejos Proibidos - Cap 3 - Mudanças

O homem me deixou tomar outro banho e para minha surpresa me acompanhou, ele ainda parecia tomado pelo tesão, parecia insaciável, me tocava com força e me apertava mas sem nunca me beijar.
Depois do banho me sentei em sua cama.
   - Nem pensar...- ele disse me pegando pelo braço -...pro seu quarto.
Fiquei sem graça.
   - Isso é sério?
   - Por que? Achou que ficaria dormindo aqui comigo? Nada mudou moleque.
Ele me levou de volta pro quartinho mas dessa vez mostrou um pouco de compaixão e me deu um cobertor me deixando um pouco mais confortável.
Dormi melhor do que as outras noites e fui acordado de manhã com ele chutando minha perna devagar. Tinha duas xícaras na mão e me entregou uma.
   - Bom dia - falei.
   - Se prepara por que vou ligar pro teu pai daqui a pouco.
   - Quanto tempo mais eu vou ter que ficar aqui?
   - Depende do seu pai...se ele vai colaborar.
Me sentei no colchão e tomei um gole do café fumegante.
   - Ainda da tempo de sair disso...
Ele riu debochando.
   - Sério que ainda tá tentando me convencer?
   - Não custa tentar... só me deixar ir e não vai dar problema, meu pai não vai deixar isso barato...
   - Garoto, se preocupa com suas coisas, isso é bem mais sério do que você imagina...
Ele se sentou no colchão do meu lado.
O homem estava me surpreendendo com suas pequenas atitudes, não parecia o mesmo homem grosso e mal educado de sempre.
   - Você é um garoto bacana...
Ri debochando
   - O que que é isso agora, me sequestrada, me cobre de porrada...e vem falar uma coisa dessas?
   - Se eu pudesse eu não estaria nessa vida, não sou uma pessoa ruim...mas a vida obrigada a gente a fazer certas coisas...enfim...se eu pudesse não faria isso contigo, não faria com ninguém...
Sentia que o homem estava sendo sincero, ele me olhava nos olhos e falava comigo como nunca tinha feito, parecia literalmente outra pessoa.
   - Então por que não me deixa ir?
   - Por que tem muito mais coisa envolvida do que você imagina, eu só recebo ordens...
   - De quem?
   - Não acha mesmo que eu vou te falar né?... aliás você também não conhece, ele simplesmente manda na cidade, nem seu pai sabe quem é ele exatamente, só fica correndo atrás igual um gato perseguindo o rato, indo atrás dos rastros dele.
   - Meu pai é um cara muito competente, mais cedo ou mais tarde esse esquema de vocês vai cair.
   - Você pode até estar certo, mas enquanto isso não acontece ele ainda vai fazendo seu pai e toda a polícia de bobo.
Revirei os olhos.
Ele se levantou do colchão depois de muita conversa,entreguei minha xícara vazia pra ele.
Ele segurou a xícara mas não soltou minha mão. Seu movimento de carinho me assustou, não estava acostumado com ele fazendo esse tipo de coisa.
Sua mão agarrou meu pulso me fazendo ficar em sua frente.
Ele deixou as duas xícaras no chão e agarrou minha cintura me envolvendo num abraço forte e carinhoso.
   - Eu não sou disso... não sou mesmo...- ele disse rindo enquanto me abraçava - mas você é um garoto bom, depois que for embora daqui se cuida e fica esperto.
Fui precipitado e quando saímos daquele abraço tentei beija-lo, ele me impediu sutilmente.
   - Já falei que não beijo homem.
Fiquei sem graça e sai do abraço.
Depois de um silêncio constrangedor falei:
   - Se cuida também...ainda dá tempo de sair dessa se você quiser.
Parecia uma despedida, não sabia por que, mas sentia isso.
Ele foi saindo do quartinho e quando estava perto da porta se virou e disse:
   - Aliás...meu nome é Miguel.
   - Bom saber Miguel.
Sorri e ele saiu.

Poucos minutos depois ouvi um barulho alto e uma gritaria ensurdecedora, a porta da casa parecia ter sido arrombada, comecei a ficar nervoso sem entender o que estava acontecendo e um medo enorme tomou conta de mim.
Ouvi Miguel gritando por um tempo até que um tiro foi dado. Ouvi alguém cair, passos fortes vinham em minha direção e a porta do quarto onde eu estava também foi arrombada.
A essa altura eu já estava chorando, minhas mãos tremiam e eu não conseguia tirar a cabeça do meio de minhas pernas.
   - Filho!
A voz do meu pai era sofrida e me fez levantar subitamente.
Era meu pai, ele tinha vindo me buscar.
Eu não conseguia parar de chorar, nem falar nada, só o abracei e desabei em seus braços.
   - Vinícius, você tá bem? - ele dizia desesperado - alguém te fez mal? Fala comigo filho.
   - Eu só quero minha casa - falei chorando - ninguém me fez mal.
Meu pai me tirou de dentro do quartinho e vi Miguel no chão, segurando sua perna toda ensanguentada, ele tinha levado o tiro que ouvi.
Ele olhou bem nos meus olhos quando eu passei e eu fiz o mesmo, mas não consegui dizer nada.
Alguns policiais o cercaram, algemando-o.
Entrei no carro e em uns 30 minutos estávamos na delegacia.
   - Eu quero ir pra casa, por que tenho que vir pra cá?
   - Precisa dar seu depoimento, contar tudo que aconteceu.
Minha mãe estava na porta da delegacia, abraçada a Carlos, com os olhos inchados mas seu rosto transpareceu alívio assim que me viu. Me abraçou com força.
   - Meu filho...- ela não me largava - achei que ia te perder...
   - Tô bem mãe...fica tranquila.
Conversamos por mais uns minutod até que entrei e falei rapidamente sobre a traumática experiência.
E algum tempo depois cheguei em casa com meu pai.
No depoimento tentei não falar mal de Miguel, por algum motivo tinha me afeiçoado a ele e não queria que ele sofresse.
Tomei um banho quente e fui para meu quarto, meu pai estava lá, parecia também estar de banho tomado, usava um shortinho de dormir e seu rosto tinha uma expressão de alívio enorme.
Ele não esperou nem eu me trocar e veio me abraçar.
Seus braços musculosos me apertavam e eu fazia o mesmo, acariciando suas costas.
   - Tava morrendo de saudades pai.
   - Você nem imagina como eu tava...tava apavorado, com medo de te perder...eu...
Não deixei ele terminar, só levei meus lábios até os dele e começamos a nos beijar com uma vigor e uma paixão inexplicáveis. Era o melhor beijo que já tinha dado em meu pai.
Sua pele tocando a minha, suas mãos me segurando com força e seus braços me protegendo, nem podia acreditar que estava em casa, são e salvo.
Ele me acariciava, me apertava, me protegia.
Depois de me beijar muito ele parou por um tempo e disse:
   - Eu vou sentir falta disso...
   - Vai sentir falta por que?
   - É...precisamos conversar...- o tom de voz do meu pai tinha mudado - essa história de sequestro deixou todo mundo muito preocupado e percebemos que esse bandido é mais perigoso do que imaginávamos...
   - Ainda não tô entendendo - falei.
   - Nós achamos que é mais prudente você passar um tempo longe.
   - Nós quem?
   - Eu, todos que trabalham comigo, sua mãe... você já foi alvo uma vez, nada impede eles de te pegarem de novo e fazerem algo pior...eles vão continuar tentando me atingir de alguma forma..
Saí de perto ainda sem entender.
   - Eu acabei de voltar pra casa e vocês querem que eu vá embora?
   - Você sabe que é pro seu bem, pra sua segurança.
   - Eu me sinto seguro aqui, com você.
   - E olha onde você foi parar...preso num quartinho nojento por quase uma semana, sequestrado...
Não gostava da idéia nem um pouco, mas no fundo eu sabia que era algo prudente a se fazer.
   - Se eu realmente for embora...onde eu vou ficar?
   - Nós conversamos e decidimos que a melhor opção é ficar um tempo com...sua tia Sônia.
   - Vocês só podem estar brincando, tanto parente espalhado por aí e vocês querem me enfiar na casa da família evangélica e maluca que vai me obrigar a ir a igreja todo dia? Sem contar que eles moram no fim do mundo.
   - Justamente por isso Vinícius, são os que temos menos contato, ninguém vai desconfiar que você vai estar lá.
   - O marido da tia Sônia é pastor, tem certeza que ele vai me aceitar na casa deles? Aquela casa é um convento, vou enlouquecer.
   - Já conversamos com eles e estão dispostos a ajudar.
Revirei os olhos.
   - E quando eu tenho que ir?
   - O quanto antes, pensamos em deixar você passar a noite aqui e te levo amanhã bem cedo.
   - Vou providenciar sua transferência de colégio o quanto antes...vai dar tudo certo.
Lágrimas começaram a rolar, não queria ir mas tinha que ser sensato e maduro pra entender a gravidade dessa situação.
Meu pai me abraçou e passamos a noite juntos matando a saudade.

De manhã, arrumei todas as minhas coisas com aperto no coração.
Me despedi de minha mãe e Carlos, avisei professor Marcelo que não poderia mais continuar o projeto com ele mas não disse o motivo.
Meu pai dirigiu por pelo menos umas três horas e então tínhamos chegado na cidadezinha que meus tios moravam.
Antes de entrarmos na rua do meu tio, meu pai me deu um beijo delicioso, que me acalmou.
   - Vai dar tudo certo - ele disse - isso é tudo provisório e nós vamos manter contato.
Entramos na rua dos meus tios e para minha surpresa eles estavam no quintal de casa, como uma família americana de cinema me esperando, muito bem vestidos e com um sorriso no rosto. Minha tia Sônia, seu marido Tio Cláudio e o filho deles, meu primo Bruno que era só dois anos mais velho que eu.
Desci do carro e não conseguia nem forçar um sorriso.
   - Bem vindo Vinícius - disse tia Sônia me dando um abraço caloroso.
   - Bem vindo garoto - tio Cláudio apertou minha mãe com um sorriso e depois cumprimentei Bruno.
   - Quanto tempo né... - falei - a gente quase não se vê e tem que se encontrar numa situação dessas...
   - São os planos de Deus meu filho - começou tio Cláudio - está tudo nas mãos dele e ele sabe o que cada uma de nós precisa!
Revirei os olhos e um silêncio constrangedor se instaurou até que meu pai falou:
   - Bom... obrigado mais uma vez gente, nem sei como agradecer.
   - Nem precisa - disse tia Sônia - é nosso dever como família e como servos de Deus.
   - Amém - falei debochado.
   - Se comporta filho - disse meu pai me abraçando - eu venho te ver de vez em quando.
Ele entrou no carro e partiu, me deixando alí com a família beata.
Estava nervoso, não queria nem pensar como seria chata e cansativa a estadia nessa casa com essas pessoas.
Só esperava que o tempo realmente passasse rápido.
   - Vamos te ajudar com as malas - disse tio Cláudio pegando uma delas que estava do meu lado e sendo seguido por Bruno.
   - Bom, você vai precisar dividir o quarto com Bruno - disse tia Sônia - espero não ser problema e que se respeitem.
Que se "respeitem" parecia um aviso de "não tente transformar meu filho em gay"
Ele me levaram pra dentro e me mostraram a casa, o quarto de Bruno agora tinha outra cama de solteiro no canto onde eu ficaria, era um quarto relativamente grande e realmente não teria problema em dividir.
   - Fica a vontade - disse tio Cláudio - Usa o dia pra se adaptar, organizar suas coisas por que hoje a noite temos culto e esperamos que você passe a frequentar a igreja conosco.
Mais rápido do que eu imaginei.
   - Olha, não sou muito fã de...igreja e coisa e tal... não consigo gostar de algo que me abomina não é mesmo?
Ele limpou a garganta.
   - Eu te entendo, mas enquanto tiver aqui é a única exigência que fazemos, participar das atividades da igreja com todos, vai te fazer bem.
   - E eu tenho opção? - falei revirando os olhos - não né, então fazer o que...
Depois de mais um pouco de silêncio constrangedor.
   - Bom, eu estou indo pra igreja cuidar de uns problemas - voltou a dizer tio Cláudio - Bruno vai estagiar agora e sua tia vai estar em casa se precisar de qualquer coisa.

Passei a tarde toda praticamente no quarto, arrumando minhas coisas ou não fazendo absolutamente nada.

A noite me arrumei e fomos de carro para a igreja, fui apresentado pra muitas pessoas e passei todo o culto sentado com a cabeça nas nuvens, teria que atirar aquilo por quanto tempo mais?
Era meu primeiro culto e eu já não aguentava mais. O tempo todo alguém vinha me cumprimentar, e percebi que todos os homens era muito bonitos em seus ternos bem ajustados.
Acho que eu poderia dar um jeito da minha estadia alí ser um pouco mais interessante.


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Comentários


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Comentou em 29/06/2019

kkkkkkkkkk tmb odeio igrejas e seus frequentadores, mas um outro é bom de se ter entre as pernas

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adimy Comentou em 06/03/2019

Muito bom seu safado kkkkkkkkkk. Pelo jeito vai fazer a alegria de muitos irmãos da igreja kkkkkkkkk

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rabao2018 Comentou em 27/01/2019

Cara parabéns pelos contos,tu e incrível pra escrever,manda mais.votado ,nossa será que ele vai levar pica nessa cidade.




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Ficha do conto

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naughtyboy

Nome do conto:
Desejos Proibidos - Cap 3 - Mudanças

Codigo do conto:
131979

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
27/01/2019

Quant.de Votos:
16

Quant.de Fotos:
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