Pela manhã, quando íamos tomar café , cruzamos com René e Odile. Eles estavam fazendo o “Check-Out” do Resort, após a chuva amainar. Ela sorriu para mim. Regina me olhou torto.
“-Tudo bem com vocês?” Perguntei.
“- Tudo muito bem. Terminamos com Stanislas , ele levou um choque quando confrontou você , bem menos avantajado fisicamente que ele, e perdeu. René sentiu que ele não deve mais nos dominar. Ele não gostou nada, mas teve que aceitar .”
“- Até que enfim”, disse Regina. René olhou para ela, parecia meio desnorteado. Talvez sentisse que precisava de mais alguém para satisfazer Odile, ele que era podólatra.
Regina continuou:
“- Entre em contato com Bernard. Ele não está mais curtindo apenas pés...”
René ficou surpreso. Ela sorriu para ele, que entendeu o que ela queria dizer.
Olivia olhou para minha esposa e perguntou:
“- Você conseguiu fazer com que ele...?”
“- Hum, hummmmmmmm...... Ele tem jeito” Regina piscou o olho para ela. Isso não quer dizer que ter fetiche exclusivamente por pés seja um problema, longe disso. Mas, para Odile e René, curtir os pés e o corpo inteiro provavemente seria muito bom.
René pareceu mais animado. Lá fora, o tempo começava a clarear. Resolvemos também nos arrumar para prosseguir viagem.
Logo mais, encontramos Pierce no Templo de Eos, e nos despedimos, não sem antes recebermos alguns presentes muito interessantes ( mas isto será contado em outro momento). Ele estava realmente feliz.
Voltamos ao iate.
Após nossa “festa de despedida”, o clima era muito amigável, Regina brincava com todos, e aproveitou para passar os últimos dias completamente nua, depois teria a árdua tarefa de , todo dia, escolher uma roupa, combinar blusa e saia, sapatos... por isso mesmo, ficava pelada, e conversava naturalmente com os quatro. Finalmente estávamos chegando, e nos despedimos de Leon, Nero, Antonio e Ruiz. Regina deixou para colocar a roupa na última hora, quando o iate já estava atracando. Ela beijou os quatro, gostosamente, e descemos.
De La Habana, iríamos para Londres, onde teríamos instruções mais diretas sobre nosso trabalho em Moscou. Obviamente, seria necessário fazer um relatório completo ( bem... nem tanto) sobre a missão no Templo Oculto.
La Habana, não sei se contei antes, tem música o tempo todo. E, como toda cidade grande, tem a parte central muito bem asfaltada, praças grandes e bonitas, e a periferia. Comparando mal, mais ou menos como o Rio de Janeiro. Como não fumamos, não experimentamos os famosos charutos. Compramos uma garrafa de rum local, “Legendario”, e mais algumas coisinhas. Mas foi só o tempo de aguardar o vôo. Logo estávamos indo rumo a Londres.
O vôo demorou nove horas, pousamos em Heathrow. Desta vez, ficamos em um hotel simples, perto da Euston Station, mas com um ótimo pub na esquina, e um restaurante indiano ( premiado por sua comida) que ficava a uma quadra dali. Tinha um ótimo “Tikka Masala”, e duas cervejas com nomes inusitados, “Cobra” e “Kingfisher”.
No dia seguinte, bem cedo, Diana ( a espiã britânica) veio nos buscar para irmos à sede da Agência, que finalmente conheceríamos. Regina, finalmente vestida, usava um vestido de seda colorido , sem nada por baixo.
Diana já foi avisando que provavelmente teríamos alguns problemas, algumas coisas a explicar.
“- Como conheço vocês e sei que sempre arrumam encrenca, peço que “peguem leve”. Não é incomum agentes especiais terem atritos com os superiores, então não levem isso para o lado pessoal. Basta dar uma explicação honesta sobre o que aconteceu, e como resolveram.”
Eu e Regina nos entreolhamos. Podia ser qualquer coisa, desde a encrenca com o Negão, a encrenca no Templo Oculto, a encrenca no Templo de Eos...pensando bem , encrenca não faltava.
“- Ahhhh Diana” disse Regina, “- Você sabe que como é...uma encrenca leva à outra...”
Diana riu.
“- Mas tem um cara que está puto com vocês, só estou avisando.”
“- O Negão? Mas ele mereceu aquele plugão no cu!”
A espiã riu de novo, sem se conter.
“- Mas...hahahaa....não é ele...hahah... André está detido em uma das instalações da Agência.”
“- Mas e quem é, então???”
“- Vocês vão saber logo.”
Chegamos à sede. Era um edifício imponente, em Lambeth.
“- Ei, mas aqui não é...?”
“- Não, e vocês não sabem de nada e nunca vão mencionar isto para ninguém, OK?”
“- OKeeeeeeeeiiiiiii”, Regina falou.
Entramos, andamos por corredores muito longos, descemos escadas, mais corredores, até chegarmos a uma ala sem nenhuma placa de identificação.
Lá, entramos em um escritório amplo. Embora o estilo fosse sóbrio, britânico, o local estava cheio de estátuas e artefatos de várias religiões e culturas do mundo. Fomos apresentados ao Mestre Drake , que estava com um terno elegante, mas com uma faixa ritualística em diagonal, e outra na cintura.
“- Prazer em conhecê-los pessoalmente. Lembro de tê-los visto brevemente em uma cerimônia que reunia dignitários de várias Ordens...
(- Aquela que acabou em suruba ) sussurrou Regina.
“- Ritos sexuais, cara Regina. Ritos sexuais .” Ele era bem o cara britânico.
Então, entra na sala quem menos esperávamos.
“- Ah não....”
“- STANISLAS!”
CONTINUA
EOS, excelente capítulo.