Diana e Lobo Guará terminaram sua refeição.
- Nguvu é um nome africano. O cara é um advogado famoso.
- E por que ele estaria participando desse filme?
- O filme teve uma renda milionária. Talvez precisassem de dinheiro para algum projeto. Ou estavam conseguindo pessoas para participarem de seus Rituais.
- Ainda é difícil acreditar.
- Tenho a identidade do casal… Karen e o marido dela. E um endereço. Se ainda morarem lá, podemos confirmar as minhas suspeitas.
- Se é que ela vai aceitar contar alguma coisa, esse filme é bem pesado.
- Existem outros bem piores nesse site.
- Pelo que vejo, você conhece bem essas coisas.
- Lembre-se do meu apelido.
- Danadinha, é difícil esquecer, hehe.Mas já está ficando tarde. Vamos encerrar por hoje. Você tem carro? Quer uma carona?
- Tenho sim, não se preocupe. Está na garagem do prédio, no segundo andar. Recebi o acesso esta manhã.
- Meu carro também está lá, vamos.
Ele jogou os pacotes do restaurante na lixeira, fechou as portas, em seguida pegaram o elevador. Na garagem, Guará teve uma surpresa.
- Esse é o seu carro? Impressionante! É … um carro caríssimo!
- E o seu mostra que não tem fetiche por carros.
- É… eu só uso para vir e voltar do trabalho. Mas é confortável, tem ar condicionado e um bom motor.
- Não vai me perguntar como eu consegui comprar o meu? Todo mundo pergunta, acha que eu fiz programas com caras ricos.
- Não vou perguntar não. Sei que você resolveu um caso dificílimo e recebeu uma recompensa do governo sueco.
- Suíço.
- Que seja, não conheço bem a Europa.
- Tudo bem. O importante não é o que temos, e sim o que somos.
- Bom, meu carro pode não ser caro, mas gasto em outras coisas.
- Não sou curiosa. Mas sei que você já foi membro de uma banda relativamente famosa nos anos 90. Também pesquisei antes de vir aqui. Você deve ter uma bela coleção de instrumentos. E de ex-namoradas.
- Acertou. Mas vamos embora. Amanhã, iremos até a residência desse casal.
O Detetive Guará entrou em seu carro e foi até seu apartamento, em um bairro de classe média. Como morava sozinho e já havia jantado, tomou um banho e foi dormir. Não costumava assistir tevê ou ver noticiários, afinal o que ocorria de mais importante lhe era repassado pela Agência todas as manhãs.
Já Diana foi a um bar situado em um local onde a alta sociedade costumava se encontrar. Ao notarem seu automóvel, os “valets” se apressaram em recebê-la com todas as mesuras, e ela foi recebida pelo porteiro como se fosse uma atriz famosa de cinema ou tevê.
Sentou-se em uma mesa afastada do agito, em um canto à meia-luz. Não demorou para que um jovem bem vestido, ostentando um relógio caríssimo e uma corrente de ouro no pescoço, se aproximasse e lhe passasse uma “cantada” velha e idiota.
Diana pensou “- O cérebro desse cara deve ser menor que um amendoim...mas não estou procurando exatamente um cérebro”. Ela sorriu, tentou conversar com ele.
- Você já leu algum livro do Edgar Allan Poe ou H.P. Lovecraft? Com assuntos sobrenaturais?
- Ãhn... não... mas já assisti a algumas séries de tevê, vi o filme “Pânico”.
- E livros do Neil Gaiman? Stephen King, autores mais modernos.
- Olha, na verdade eu não leio muito, mas gosto de videogames. O “Silent Hill” é bem assustador. Se você gosta de terror, a gente podia ir lá em casa.
- Prefiro um motel. Gosto de ir direto ao ponto, não ficar perdendo tempo com joguinhos.
- Motel? Eba, tudo bem.
Eles foram, cada um em seu carro, até um motel de luxo que ficava a alguns quilômetros dali. Ela solicitou uma suíte grande, com garagem dupla, entrou primeiro, ele em seguida. Diana entrou e foi direto ao chuveiro, tomando um banho. O rapaz argumentou que já havia se lavado e perfumado antes de ir ao barzinho.
“ Mais um que não precisa trabalhar” pensou ela.
Ele estava no quarto, olhando a tevê, quando ela retornou, enrolada apenas na toalha.
- E então, ainda não tirou a roupa?
- Eu estava esperando você, gatinha.
Ela abriu a toalha, exibindo seu corpo nu, de formas perfeitas. O jovem arregalou os olhos, extasiado.
- Nossa, como você é gostosona!!
Ela não perdeu tempo. Abriu os botões da camisa dele, depois afrouxou o cinto, ele tirou o resto, ficando pelado. Era um cara malhado em academia, não exatamente o tipo que Diana apreciava, mas serviria. Ela precisava ter sexo aquela noite.
Com um empurrão, ela o jogou na cama, subindo em cima dele. Colocou uma camisinha e colocou no cacete dele, depois encaixando-o em sua buceta, e começou a cavalgar. Ele estava extasiado, jamais teria imaginado que iria trepar com uma moça tão linda nessa noite.
- Hoje eu dei sorte.
- Pode acreditar nisso.
Ela acelerou seus movimentos, e ele gozou logo. Mas ela não deixou que ele relaxasse. Chupou o membro dele, e assim que ficou duro novamente, fez com que ele continuasse. Isso por algumas vezes.
- Ahn...acho que estou ficando meio cansado...vamos dar uma paradinha?
- Cara, você faz academia! Faz de conta que está correndo uma maratona! Vamos!
Ele gozou de novo, e de novo. Finalmente, caiu de lado e dormiu.
- Putz, pensei que ele aguentaria mais.
Ela escreveu um bilhete para ele, agradecendo pelos “bons momentos”, mas que eles não iriam mais repetir aquilo.
Ela achou uma boa coisa que ele tivesse dormido em seguida, assim não teria que explicar o brilho dourado ao redor do seu corpo, que acontecia após uma sessão prolongada de sexo. Era sua Energia Sexual se manifestando. Mas ao vestir as roupas, a luminosidade enfraquecia. Em raras vezes, ela tinha que dizer que era um “brilho corporal” especial, importado.
Diana entrou em seu carro e foi embora, deixando o rapaz dormindo. Na portaria do Motel, pagou a conta, dizendo que deixasse o jovem descansar o quanto quisesse.
Depois, foi para sua casa, uma mansão em um bairro nobre. Ela pensou consigo mesma:
- Eu precisava recarregar minhas baterias. Nunca se sabe o que pode acontecer, amanhã as coisas podem ficar difíceis.
Ela não deixou transparecer ao seu Chefe que possuía habilidades especiais, e que a sua “viagem” ao associar o filme do Canal Secreto com a mulher nua da pousada era resultado de seu dom de Psicometria. Quando ela via alguém ou tocava em algo, recebia impressões psíquicas, geralmente acertadas.
A seguir, tomou um banho demorado em sua banheira de hidromassagem, depois foi dormir na cama Super King Size.
Na manhã seguinte, Diana chegou cedo ao escritório. O Detetive Guará sorriu, gostava de gente pontual.
- Vamos entrevistar aquela moça, Karen. Talvez seja melhor irmos em uma viatura oficial.
- Chefe, ela mora em um bairro de classe alta. A vizinhança pode pensar mal, e ela é no máximo uma testemunha...ou vítima em certo grau, se o que eu deduzi tem algum fundamento. Podemos ir no meu carro.
- Tudo bem. A primeira impressão é importante. Não quero que o casal fique assustado e se negue a nos dar qualquer informação.
Os dois seguiram no carrão de Diana.
- Hum... seu carro é super confortável e silencioso.
- Eu gosto de conforto. Talvez porque às vezes tenha que passar por maus bocados.
- É, sei que você nunca fugiu de uma boa briga.
- Fui treinada para isso, Chefe.
Eles chegaram à casa de Karen e seu marido, estacionaram em frente. Não era tão imponente quanto a mansão de Diana, mas dava para ver que eles estavam bem de vida.
Diana saiu primeiro e tocou a campainha. Notou que uma cortina na janela da sala se moveu. Após algum tempo, a porta da garagem foi aberta, mas o gradil do portão externo continuou fechado.
- Bom dia. Senhora Karen?
- Sim. O que deseja?
Nesse instante, o Detetive Guará saiu do veículo. Karen deum uns passos para trás e fez menção de voltar à garagem.
- Espere, Senhora. Somos detetives a serviço da Agência Oficial. Talvez a Senhora e seu marido possam nos auxiliar em uma investigação.
- Que tipo de investigação?
Diana respondeu:
- Tem a ver com pessoas que entraram em contato com vocês. Seria melhor que entrássemos, pelo menos para evitar que aquelas suas vizinhas ouçam.
Realmente, havia algumas mulheres do outro lado da rua, conversando e olhando para eles.
- Não sei. Vocês têm identificação?
Eles mostraram suas identidades oficiais.
- É coisa séria?
- Se abrir o portão, podemos conversar com mais privacidade. Pode ser dentro da garagem mesmo.
- Não, não...desculpem, estou sendo grosseira. Por favor, entrem.
Ela abriu o portão externo com o controle, e os dois entraram. Karen foi em direção à garagem, seguida por Diana e Guará. Assim que entraram, ela fechou o portão.
- A Senhora parece muito preocupada. Vocês estão sendo seguidos? Foram ameaçados por alguém?
- Por que você falou isso?
- Porque o caso que estamos investigando pode estar relacionado a uma Seita Oculta...
- Ah não! Isso não! Meu marido ainda não chegou, nós achamos que tudo havia terminado!
- Espere, Karen – disse Diana – você pode nos contar algo sobre aquela criatura que está sendo vista, rondando a pousada onde vocês estiveram?
- Como sabem disso? Eu...eu... ah não!!! Por favor , vão embora!
O Detetive Guará se aproximou dela, para tentar acalmá-la. Quando foi colocar a mão no seu ombro, sentiu como uma descarga elétrica percorrendo seu corpo.
- Fique longe.
Ele cambaleou e caiu. A expressão de Karen havia mudado. Olhava impassível para os dois.
CONTINUA