Após o primeiro ato sexual, a amizade dos dois evoluiu bastante, não chegaram a fazer qualquer tipo de sexo novamente, querendo ou não, estavam em um ambiente religioso e receavam cometer sacrilégios naquele lugar. Querendo ou não, os beijos, que agora eram bem mais frequentes - e intensos - atrapalhava um pouco a rotina deles, pois tinham que obedecer rigidamente ao Ordo - normas e horários para orações, tarefas, refeições etc -, algumas vezes se atrasavam porque estavam trocando carícias no quarto. Quando acontecia de algum seminarista se atrasar ou descumprir qualquer regra que fosse, independente da razão, ele era humilhado na frente dos outros e sofria castigos no decorrer da semana; essas atitudes dos padres-formadores faziam que muitos jovens se desligassem da instituição e procurassem uma outra.
Eles temiam passar por isso, e, nas poucas vezes que se atrasaram, deram um jeitinho de não serem pegos, saíam ilesos, cúmplices. O hábito - indumentária religiosa - era uma túnica branca, com detalhes em azul e dourado no dorso, além da clérgima, lógico. Os padres usavam uma faixa com as cores vermelha e verde no peito, os noviços usavam uma faixa azul, no braço direito, também usavam botina.
Samuel já havia se acostumado com toda aquela roupa, diferente de Eliabe, que detestava aquele amontoado de tecidos jogados em seu corpo, sentia um calor e sufoco quando estava vestido com eles, mas não podia reclamar, senão o responsável brigaria. Era acabar as obrigações que ele corria ao seu quarto para tirar aquelas roupas pesadas de si, ficava apenas com um short branco de algodão, o que era impensável para os padres. Para eles, só era aceitável tirar as vestes quando fosse tomar banho ou algo do tipo, mesmo nos quartos era para se usar calça e blusa, no mínimo, mas Eliabe não estava nem aí para aquilo, ninguém nunca o viu assim mesmo, tirando Samuel, que nunca tirava os olhos das belas coxas que ficavam aparentes.
Os dias passavam, a monotonia das rezas diárias e trabalhos repetitivos influenciava no comportamento de todos, e no quarto "045 - Maria é Mãe" (nome do quarto dado pelos administradores), Samuel e Eliabe estavam exaustos, cansados daquilo, nem mesmo um beijo trocavam, por puro tédio, ali, quando não estavam trabalhando, estavam rezando, a única coisa que podiam fazer a mais era brincar um com o outro, porém, amofinaram tanto ao ponto de esquecerem disso.
Foi num dia qualquer que o menor parou para pensar, ele tinha passado mal mais cedo, estava repousando em seu cômodo, os outros trabalhavam, inclusive seu companheiro, ele lembrou que, desde que começaram a se relacionar mais visceralmente, nunca haviam feito sexo, de fato, com penetração, fizeram oral apenas uma vez e nunca mais voltaram a falar naquele assunto, apenas aproveitavam o calor um do outro em beijos e abraços. Não tinha um pensamento tão fechado e temeroso quanto aos outros seminaristas, afinal, não tinha sido a escolha dele ficar ali, por isso teve a ideia de pedir para Samuel que fizessem, de fato, sexo.
A resposta do maior foi negativa, lógico, quase que hilária. Ele levou um susto com o pedido indecente do amigo, os olhos quase saíram do rosto de tão esbugalhados, mas Eliabe não entendia a recusa, eles viviam juntos, escondendo um 'romance', tomavam banho juntos, sempre, e nessas ocasiões geralmente ocorriam as tais mãos bobas e até mesmo já fizeram boquete um no outro ali, achava que era apenas questão de 'progresso', um passo à frente. Samuel, ouvia as explicações, até que fazia sentido, pensava ele, mas permaneceu irredutível, não porque não queria ter um momento daquele, mas sim por ainda tratar como tabu algo como isso no seminário, além de que era perigoso, não se sentia seguro.
Eliabe até consentiu, dando-se por vencido, mas não desistiu da ideia. Ele iria ter o que queria.
Pensou e achou um jeito de fazer o maior mudar de ideia, para isso usaria o próprio charme para enlouquecer Samuel. Sempre que tinha oportunidade provocava o amigo, até mesmo fora do quarto, à vista dos outros, correndo o risco. Na hora da fila da procissão, arrumava uma forma de colar os corpos, mesmo que por uma fração de segundos. Quando iam montar os pratos para o almoço, encostava-se no pênis do amigo e percebia que ele se afetava, era questão de tempo.
E aconteceu. Foi num finalzinho de tarde, eles foram liberados das funções mais cedo por conta de que parte dos seminaristas haviam saído para visitar os pais, então, os que permaneceram ficariam um pouco mais livres, pelo menos naquele dia. Eliabe tinha voltado de viagem no domingo, era segunda-feira quando os dois estavam naquele quarto, os dois sentados numa cadeira, do lado do outro, Samuel lendo um livro, Eliabe à toa, com a perna em cima da do colega, que gostara daquilo e às vezes passava a mão nela, apertando.
O que não sabia Samuel era que Eliabe não tinha viajado em vão, não, ele trouxera em sua bolsa, escondido, lógico, um vinho forte e algumas camisinhas - essas bem mais escondidas -, tinha um plano para pôr em ação. Mostrou a garrafa para o amigo, esse não pôde acreditar na ousadia o menor e em como ele conseguiu entrar sem ser visto com ela. Não se negou a beber, até porque fazia tempo que não bebia nada do tipo, então, aproveitaria, o que era ótimo para Eliabe.
Samuel tinha bebido quase três taças de vinho, já estava meio embriagado, mais "feliz" que o normal, Eliabe, bebeu bem menos, esperto. Viu que o amigo já estava um pouco alterado e começou a mudar o tom, já tocava bem mais o corpo dele, falava baixinho, em seu ouvido, e até beijinhos dava, Samuel sentia tudo, se arrepiava com aquilo, mas não estava percebendo ainda as pretensões do amigo. O menor, então, resolveu tirar a camisa de manga longa que cobria seu dorso, fingindo estar com calor. O olhar de Samuel para ele foi penetrante, ele parecia um lobo olhando a presa. O short apertado ajudou, pois marcava bem a bonita coxa e também a bela bunda que tinha, seu corpo era magro, mas bonito, sim, pois antes de entrar no seminário havia praticado natação e até uma arte marcial, tinhas as pernas bem definidas pelo esforço do esporte.
Samuel aproximara-se, ficou de frente ao amigo, o encarando, ainda segurava uma taça na mão, largou-a na mesinha e pegou Eliabe pela cintura, unindo os dois corpos. Desceu os lábios, Eliabe ficou na ponta dos pés para alcançá-lo bem, um beijo, lento, diferente. Já não era mais um beijo como outro qualquer que trocavam, agora era um beijo bem mais quente, que envolvia sentimentos e desejos. O ósculo evoluiu-se de uma forma que Samuel passou a ficar esbaforido e puxou Eliabe pelas coxas, colocando-o no colo e o prensou na parede, segurando seus pulsos, sequenciando o beijo, que já descia pela mandíbula e pela extensão do pescoço, região sensível para o menor, que fechava os olhos tentando controlar-se para não gemer muito alto.
A pegação estava muito boa, para os dois, mas tiveram que interromper, pois alguém batia a porta.
- Por favor, abram a porta.
Eliabe olhou para o amigo assustado, como quem perguntasse o que faria, mas foi rápido, pegou as taças, a garrafa de bebida e trancou-se no banheiro, enquanto isso, Samuel foi atender quem chamava. Ora, era o padre Bílio Marques, responsável pelos dois e mais sete seminaristas. Tinha ele ouvido uns ruídos vindos do quarto, como se alguém estivesse chorando ou sentindo dor, pensou que seria melhor ter ido averiguar o que se passava no quarto. Samuel riu, disfarçando, falou que Eliabe apenas estava com uma dor de cabeça e tinha ido tomar banho para esfriar-se e logo dormiria. O padre estava quase convencido que estava tudo certo ali, mas estranhou o jeito esquisito que o eremita estava, meio zonzo e até mesmo com um bafo de vinho.
- Você está bêbado, Samuel? – perguntou incrédulo.
Seu corpo gelou, porém, tinha a desculpa perfeita:
- É que eu estava quase dormindo, me levantei d’uma vez, minha pressão caiu... O cheiro de vinho é porque eu tomei a eucaristia hoje à noite, achei que faria bem para minha alma.
A resposta agradou o superior, que decidiu deixá-los descansar. Foi por pouco, Samuel trancou a porta e soltou o ar, aliviado. O som da água do chuveiro ecoava naquele silêncio, de fato o companheiro resolveu tomar banho, ah, entrou vagarosamente naquele banheiro, devagarinho abriu a porta e deu-se de cara com aquela cena, talvez a mais perfeita de sua vida. Eliabe, completamente nu, com gotículas d’água escorrendo em seu corpo, por suas costas e descendo, o cabelo molhado... não que nunca tivesse visto o amigo pelado, pelo contrário, quase sempre tomavam banhos juntos, mas, dessa vez, foi diferente, sentiu algo pulsar dentro de si.
Imediatamente tirou a blusa e o restante das roupas, estava bem excitado, o amigo ainda não tinha notado a presença d’outrem ali, continuava a banhar-se, de olhos fechados, até que Samuel agarrou-se por trás, abraçou-o. Sentiu o grande pênis do amigo em suas costas, naquele momento o fogo subiu e falou mais alto, Eliabe empinou bem a bela bunda que tinha, e rebolou, só para provocar o outro.
Terminaram de tomar banho, uma mão-boba cá ou lá, uns beijinhos aqui e outro ali, mas nada demais aconteceu. Samuel pôs a toalha na cintura, Eliabe saiu com o seu roupão de banho, um sentou-se na cadeira, outro na cama, ficaram avulsos, olhando para o nada.
- E aí.... Não vamos terminar o que começamos? – Eliabe perguntou, atiçando, mostrando as coxas para o amigo.
Não demorou muito e os dois já estavam na cama, se beijando novamente. Agora nus, Eliabe beijava o amigo, até que ele deu a sugestão de fazerem um 69, o menor aceitou. Ficaram na posição, Eliabe chupava o pau do amigo, em troca, Samuel lhe fazia um beijo grego de tirar o fôlego. Separava os glúteos com as mãos e linguava-o com força, era possível perceber algumas vezes que ele se contorcia com prazer.
Alguns minutos foram-se, Samuel queria foder o amigo logo, já nem ligava para nada, apenas o momento importava, Eliabe buscou a camisinha na bolsa e colocou no amigo. Logo ficou de quatro, também queria muito e tinha esperado bastante por isso. Samuel aprumou-se atrás de Eliabe, viu aquela visão maravilhosa de ter o amigo de quatro a sua frente, pedindo por ele. Pôs um de seus grandes dedos no amigo, para prepara-lo, não tinham lubrificante, seria do jeito que podia.
Pôs o dedo com um pouquinho de dificuldade, mas conseguiu, sentia os músculos comprimirem seu dedo, imaginou como seria com o seu pênis, enfiou dois de seus dedos e devagarinho enfiava-os. Eliabe soltava alguns gemidos baixinhos, até rebolava, queria mais, muito mais.
Foi então que o maior encostou a glande, mas não o penetrou, dava algumas pinceladas. Nem sabia como conseguia controlar-se tanto naquela hora, estava louco, mas, não perderia a chance de provocar o amigo ao máximo, uma vingancinha pelas vezes que Eliabe instigou-o, quer seja com um olhar, ou até mesmo lhe tocando e roçando o corpo contra o seu. E como era boa a visão, a entrada lisinha dele até piscava e Eliabe contorcia-se querendo ser fodido de uma vez.
E era esse o desejo de Samuel: fodê-lo. Resolveu cessar a tortura mútua e, enfim, enfiou, devagar, o pau por inteiro em Eliabe; este gemeu bem arrastado, manhoso. Tendo colocado tudo, não se deixou ser rude com o companheiro, esperaria ele acostumar-se com o grande e espesso falo, então, juntou o abdome às costas do menor e o beijou no pescoço e mordiscou sua orelha, falando algumas besteiras no ouvido. Eliabe sentia seu corpo arrepiar-se.
Samuel começou as estocadas, a priori aproveitavam mais o momento, como se fossem até dois namorados tendo o seu primeiro sexo. As mãos grandes deslizavam pelo tronco, cadenciado, apalpava levemente o belo par de glúteos do amigo. Resolveram mudar de posição, Eliabe foi para o seu colo, as coisas começaram a esquentar. Os olhos escuros de Samuel fitavam os esmeraldinos olhos de Eliabe, este rebolava bem no colo do amigo, levando para trás a cabeça e revirando o belo par ocular, de tanto prazer.
O lume fraco do abajur, e a luz prateada da lua cheia, juntos, eram as únicas luzes que contrastavam aquele cenário de amor e desejo. Uma mão na cintura, o outro apertando as costas. Uma conexão, o ápice. Chegaram à apoteose do prazer, então, um ao outro, cara a cara, sorriram para si e beijaram-se, incendiando ainda mais o ambiente, de paixão.
Votado - Belo conto, queria ter visto !
Já tive vontade de entrar numa igreja, ir no confessionário e seduzir o padre, para ele me comer...fico trêmulo de TESÃO. Moro no ES. Betto o admirador do que é belo
O melhor conto que eu fiz flopou fkafaifaj Ótimo, passou dois dias para liberarem, perfeito, está com menos votos que muito conto chinfrim que eu fiz.