Se conheciam desde a adolescência, quando nutriram uma "amizade". Esta nunca foi sólida, Guilherme sempre foi um garoto meio tóxico e mal resolvido psicologicamente - lê-se rebelde e descontrolado. Isso fazia com que tratasse, muitas vezes, Pedro com descortesia ou até mesmo com certa brutalidade. Mas o amigo sempre o perdoou por tais ações. Podemos dizer que nutriu por ele certos sentimentos que blindava-o de qualquer zanga. Então, a amizade incomum dos dois seguiu até entrarem na faculdade.
Ambos faziam cursos divergentes, mas era praxe se encontrarem pelos arredores do campus e, às vezes, trocarem algumas palavras.
Pedro notava como Guilherme evoluíra desde o tempo que conheceram-se. Sempre foi um menino deveras vigoroso e isso só se aperfeiçoou com o tempo. Ele fazia esportes e - isso é segredo - podia vê-lo fazer exercícios em sua casa todos os dias, espiando pela janela. Claro, um colírio ver aquele pedaço de mau caminho sem camisa, suado e se esforçando... Chegava a ter alucinações fantasiosas com ele daquele jeito, mas... só fantasias mesmo. O máximo que conseguiu dele foi um beijo, claro, no sigilo. Depois disso, nunca mais tocaram no assunto.
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Um certo dia chuvoso, num dos dias de recesso acadêmico, alguns poucos alunos se dirigiram à faculdade para entregar alguns documentos; entre eles: Pedro e Guilherme.
Foram para consignar alguns certificados. Guilherme, conversando com um colega lá na porta - já se preparando para ir - ouviu um grito que o fez alertar imediatamente. Ele conhecia a voz do emissor, era do seu amigo. Mesmo que não nutrisse um relacionamento de certa forma agradável, sempre teve pelo menor um sentimento de proteção e foi de encontro ao brado.
Chegando lá, viu Pedro sentado no chão, massageando o tornozelo. Poderia imaginar o que se passou, não precisou nem de muita explicação. Pedro, entusiasmado com um pássaro diferente que pousou no gramado, correu para tentar fotografá-lo... escorregou no piso molhado e torceu a região. Gênio.
Não restou muita opção para Guilherme, o amigo morava meio longe, não tinha como deixá-lo até lá ou até mesmo mandar que fosse só. Escolheu levá-lo até a própria casa enquanto a chuva passasse, então, daria um jeito. Era dono de sua casa, então não teria problema. O problema era: levar o amigo até lá. Não era distante, só andariam duas quadras, o empecilho era que Pedro não conseguia nem levantar-se direito.
Pensou, pensou, pensou...
Decidiu que a forma mais fácil e rápido seria o carregando nas costas.
Assim fez, segurou bem as panturrilhas do amigo em seu torso, enquanto ele apoiou-se em suas costas. Levava o amigo com a costumeira cara emburrada de sempre, mas com uma emoção um pouco confusa na mente. Pedro, astuto que era, concebeu uma ideia um tanto ousada. Aproveitando-se da situação - e do destino -, deslizou as mãos por dentro da regata do amigo, deixando-as no peitoral firme do maior. Uma surpresa para ambos. Guilherme esbugalhou os olhos com a atitude do amigo, Pedro pasmou-se em como ele estava em forma - funcionou todo esse tempo malhando mesmo, hein...
- O que pensa que está fazendo? - Guilherme protestou.
- Ora, nada demais... - falando cinicamente, com aquele tom de voz atrevido, alisando a região.
O maior bufou, estava gostando, mas queria manter a compostura. O que tornou-se uma tarefa quase impossível quando o amigo subitamente apertou seu peitoral.
- Argh! Pare com isso, caralho!
- Por que? Você não gosta?
Não respondeu.
- Você é tão forte, Gui... Olhe só esses músculos! - apertou novamente, de leve - Como você prefere as minhas pernas envoltas à sua cintura? - provocou, falando em seu ouvido.
Sentiu o amigo estremecer, notou o arrepio, mas só não tinha visto o quão duro ele estava e em como ele tentava disfarçar.
"Ah, Pedro... Você vai me pagar por ter me provocado..."
Bom o conto, e o fato de estar na terceira pessoa me faz querer que fosse um livro.
Muito bom o Conto
Ruinzao conto na 3a pessoa. Flw
Parece interessante.Votado Tambem tenho um conto...Passe la e leia ou comente.
Conto maravilhoso, espero a continuidade.