Naquela noite, o casal deitou-se e permaneceu em silêncio, pois nada havia para ser dito; Lana voltou-se para o marido e o enlaçou com a perna sobre seu abdômen e a cabeça em seu peito; pareciam respirar em uma conjunção harmônica, e assim adormeceram; na manhã do dia seguinte, Lana acordou sobressaltada, vendo-se só sobre o leito; mas, no instante seguinte viu Heitor sentado na beirada do leito olhando para o nascer do sol.
Ela o enlaçou por trás trançando suas mãos sobre o peito do marido e beijando sua nuca; ambos puderam sentir o calor de seus corpos fluindo como uma onda contínua e irrefreada de desejo. Heitor, rapidamente, desvencilhou-se da esposa, trazendo-a para a frente; Lana sentou-se sobre o colo do marido sentindo seu membro rijo roçar suas carnes em brasa.
E não demorou para que a espartana acolhesse o membro do marido dentro de si, subindo e descendo sobre ele desfrutando da boca sempre ávida de Heitor sugando seus mamilos intumescidos, concretizando o frenesi orgásmico redundante que vertia ardente de seus entranhas premiando o esposo com gemidos de imenso prazer; deu-se mais um término profuso com Lana recebendo o sêmen de seu marido alagando suas entranhas, desfalecendo ante tal clímax.
Acordou pouco tempo depois; olhou para a sala de banho e viu seu marido preparando-se para partir. Ao vê-la de pé, nua e aflita, encostada no batente de mármore do arco, Heitor voltou-se para ela e sorriu; ele já vestira sua túnica branca e tinha nas mãos o peitoral de bronze que usaria; depois de olhares aflitos e também afetuosos, Lana aproximou-se do marido e ajudou-o com o peitoral e costal, ambos de bronze, amarrados pelas laterais com tiras de couro curtido, assim como também fê-lo calçar as sandálias; ao vê-lo pronto, com a espada pendendo do cinto, a capa rubra e o elmo em uma das mãos, Lana sentiu seu coração ficar apertado.
E sol já projetava seus raios dourados sobre a terra quando o bravo exército espartano pôs-se em marcha rumando para a batalha; Heitor e Orestes saudaram Lana que juntamente a outras mulheres despediam-se entoando cânticos em louvor de Ares para que os conduzissem para o bom combate. Dias e noites se sucederam, todos iguais, tormentosos e amargurantes. Lana passava todos os momentos orando para Ares e também para a deusa Héstia, rogando para que seu marido e seu filho retornassem da batalha “com seu escudo ou sobre ele”, como dizia-se sempre.
Certo fim de tarde, quando o sol já perdia todo o seu ímpeto, ela viu uma figura caminhando pela estrada …, tratava-se de uma mulher usando longa túnica branca com a cabeça coberta por um véu, trazendo nas mãos uma pequena lâmpada ardente …, por um momento, Lana pensou que enlouquecia imaginando que a própria Héstia viera apaziguar seu coração …
A mulher aproximou-se com passos medidos e somente ao encontrar-se em frente a Lana, decidiu retirar o véu revelando seu rosto; para surpresa de Lana não era a deusa que viera lhe consolar, mas sim sua irmã amada, Isméria. Há muito que elas não se viam, já que na adolescência, Isméria recebera a convocação divina de tornar-se uma mediadora dos Éforos com os deuses, servindo como oráculo; elas se abraçaram carinhosamente. “Vim em teu auxílio, minha querida irmã …, assim os deuses quiseram!”, disse Isméria com sorrisos eloquentes.
Lana recebeu-a em sua casa, servindo-lhe uma boa refeição e vinho; conversaram muito e Isméria trouxe consolo ao coração da irmã, embora não pudesse revelar detalhes de suas visões, ela afirmava que tudo corria como o fio da vida tecido pelas Moiras e que Lana precisava manter sua fé. Mesmo com tantas palavras de alento da irmã, Lana não conseguia conter seus temores, o que levou Isméria a propor um banho relaxante que ela mesma prepararia.
Entraram na banheira de granito cheia de água tépida e óleo de lavanda e pêssego e Isméria passou a esfregar o corpo da irmã com o pano de algodão; estavam sentadas uma de frente para a outra com as pernas entrelaçadas e joelhos flexionados. Inexplicavelmente, Lana sentia um arrepio percorrer seu corpo em resposta ao movimentos da mão de sua irmã, assim como tinha a nítida impressão de que aquilo lhe excitava ao ponto de pressentir sua vulva verter e seus mamilos enrijecerem.
E foi pega desprevenida quando os lábios de Isméria vieram sequiosos ao encontro dos seus, selando um beijo tórrido e intenso; Lana ainda esboçou rechaçar o gesto, mas algo em seu interior deixou-a submeter-se ao insólito ósculo da irmã. Mais beijos se sucederam, sempre mais exacerbados e ousados, enquanto as mãos de Isméria apalpavam as mamas de sua irmã, apertando-as carinhosamente, recebendo o mesmo em doce retribuição.
De um momento para o outro Lana viu-se em sua cama com sua irmã entre suas pernas saboreando seu sexo cálido e molhado, fazendo-a perder o tino ante a onda de orgasmos que passaram a varrer seu corpo chacoalhando-a ao seu ritmo; a espartana estava atônita com a deliciosa ousadia de sua irmã, cuja performance oral era arrebatadora; e somente após propiciar mais prazer para a irmã, Isméria decidiu obter um regalo em troca; deitou-se por sobre Lana, deixando ao alcance de sua boca o sexo ardente que piscava ansioso por ver-se também contemplado com a boca e língua de Lana.
Aquela felação mútua redundou em sucessivos orgasmos que deixavam as mulheres atordoadas de tanto prazer e satisfação; exibindo uma maestria na arte do prazer carnal, Isméria entrelaçou suas pernas com as da irmã, permitindo que seus sexos se esfregassem um ao outro causando mais um delirante impacto comemorado por gritos e gemidos. Não contente com seu desempenho, Isméria deitou-se ao lado da irmã, separando suas pernas com as dela e dedicando-se a massagear o clítoris de Lana, que não aguentou e entregou-se a mais prazer.
Sempre com ousadia indômita, Isméria usou seus dedos para tanger o sexo da irmã, avançando em seu interior aplicando uma esfregação tão veemente, que mais uma vez, Lana foi submetida a mais ondas de prazer; a esposa de Heitor não permaneceu como mera espectadora por muito tempo, tratando logo de recompensar Isméria com o mesmo gesto, fuçando sua vagina com a mesma voracidade.
Os primeiros raios de sol anunciando um novo dia, banharam o aposento de Lana resplandecendo sobre os corpos desnudos das fêmeas ainda adormecidas e plenas de prazer; coube a Isméria acordar a irmã com uma sequência de beijos carinhosos e toques insinuantes; elas se entreolharam e sorriram; levantaram-se e tomaram um longo banho com direito a mais carícias manuais e orais. Esposas dos Arcadianos que residiam no entorno da morada de Heitor trouxeram frutas frescas, pão, leite e mel para o café da manhã.
-Preciso partir ainda hoje, minha irmã – anunciou Isméria com tom sério – Porém, antes de fazê-lo tenho um pedido a te fazer …
-E que pedido seria esse que a fez descer do templo dos Éforos e vir até mim? – perguntou Lana um tanto curiosa.
-Descobrimos a presença inoportuna de um conjurador – respondeu Isméria com tom soturno – Ele é uma ameaça ao nosso povo e precisamos que tu, a mais corajosa das espartanas vá ao seu encontro e o submeta …
-E como farei isso? Onde o encontrarei? – interrompeu Lana cheia de questionamentos.
-Ele virá até você por uma imposição – respondeu Isméria – Para submetê-lo você deverá fornicar com ele até que não lhe reste mais energia …, depois, derrame sobre seu corpo um pouco do óleo que arde na lâmpada que lhe trouxe …, e tudo estará consumado …
-E porque eu? Porque fui escolhida? – tornou a questionar a espartana em tom inseguro.
-Porque? É simples, minha adorada irmã – respondeu Isméria, pousando sua mão sobre o colo de Lana – Eu me apresentei em seu lugar …, estava prometida a Heitor e eu sabia dos desígnios dos Éforos …, então, fui até lá e tomei teu lugar …, agora, chegou tua vez de cumprir parte de tua dádiva divina …
Lana irrompeu em prantos ao saber que sua irmã sacrificara-se em seu lugar; Isméria a abraçou consolando-a com beijos e afagos. Pouco antes do almoço, Isméria partia sem olhar para trás, deixando na mente a frase de imposição do conjurador. Ao longo do dia, a espartana cuidou de suas tarefas diárias e assim que o manto da noite tomou seu lugar no firmamento, ela se recolheu aos seus aposentos e preparou-se para o embate com o conjurador.
Tomou um longo e cuidadoso banho, oleando os cabelos e a pele; trouxe a lâmpada para perto de sua cama, deixando-a em um lugar estratégico; deitou, cerrou os olhos e mentalizou. “Oh, poderoso Hermes! Traga a mim o elemental chamado de conjurador! Rogo por tua intercessão!”, pensava ela concentrando-a ao máximo …, até que …, ele surgiu! Lana abriu os olhos e surpreendeu-se com o que viu; o conjurador tomara a forma de um homem muito atraente que esbanjava sensualidade. Sua nudez exuberante era um convite à luxúria. “Impossível não almejar uma entrega pecaminosa a um espécime com este!”, ela pensou, traindo a si mesma.
-Eu sei que é isto que queres, espartana – disse ele com um sorriso maledicente – Entregue-se a mim e os teus serão poupados …
-Cale-se, ser imundo! – berrou Lana com firmeza – Queres usufruir de meu corpo? Mas serei eu a usufruir de ti! …, de joelhos, agora!
Ao ouvir o tom de comando da espartana a expressão da entidade tornou-se servil e ele caiu de joelhos; Lana levantou-se da cama a caminhou até ele; fê-lo encará-la e depois abriu suas pernas. “Saboreia o sexo quente de tua dona!”, disse ela com o mesmo tom de comando. Como um animal esfomeado, ele passou a lamber e sugar a vulva quente e úmida da espartana que continha-se para não gritar de prazer, já que precisava demonstrar domínio.
-Chega! Agora, de pé! – ordenou ela afastando-se somente o necessário; segurou o mastro rijo e o massageou – Queres fornicar-me com teu instrumento, não é?
-Sim! Sim, minha senhora! É o que almejo! – balbuciou ele com o corpo tremelicando ao ritmo da massagem peniana.
-E o que me darás em troca? – tornou a questionar a mulher.
-Tudo que quiseres, minha senhora …, tudo! – murmurou ele, contorcendo-se de excitação.
Imediatamente, Lana puxou o ser para perto da cama e fez com que ele se apoiasse sobre ela, abrindo as pernas; ela, então, puxou o membro para trás com vigor, iniciando uma masturbação violenta que o fez gemer no limiar entre o prazer e a dor; ao mesmo tempo, Lana acariciou o selo anal do conjurador e não demorou a meter dois dedos dentro dele, simulando uma penetração. A resposta foi imediata! Ele gemeu e gritou de prazer.
-Não vais permitir que eu a penetre, minha senhora? – perguntou ele com voz entrecortada.
-Não! Tu não merece confiança! Como saberei que cumprirás com tua parte? – devolveu ela acelerando ambos os movimentos.
-Ahhhh! Senhora! Faço o que pedires …, queres a preservação de alguém na batalha? …, então, está feito! – disse ele com tom trêmulo.
Ao ouvir a frase, Lana empurrou o sujeito sobre a cama, girando seu corpo e subindo sobre ele; com movimentos precisos, ela aproximou sua vulva da glande avermelhada e desceu sobre ela com um único movimento. Teve início uma cavalgada feroz, seguida de contrações vaginais que apertavam o membro fazendo o ente gritar enlouquecido. Somente após muito castigar o conjurador, Lana saltou para o lado, passando a manusear o membro até o gozo; e enquanto ele ainda respirava com dificuldade, ela alcançou a lâmpada, derramando algumas gotas do óleo quente sobre seu corpo.
Ficando em pé com um salto viu seu corpo flamejar, enquanto um portal se abria sugando seu corpo com força. “Ah! Sua víbora! Serei arrastado ao submundo de Hades …, mas não cante vitória ainda! Apenas um dos que ama retornará com vida!, blasfemou ele, enquanto um halo de fogo envolvia seu corpo e Cérbero surgia no portal, com suas cabeças grunhindo.
Que maravilha de conto. E que lufada de ar fresco, conseguir ler finalmente um conto escrito sem assassinar a língua de Camões. Votado, parabéns.
Conto sensacional, mto foda msm. Pena só poder votar uma vez, caso contrário teria uns 100 votos meus.