No conto anterior contei como passamos o dia na fazenda, o quanto Marco estava magoado e as brincadeiras de todos sobre ele ser meu "namorado".
Após o jantar, com cinco garrafas de vodkas em caipirinhas quentes, totalmente no escuro, apenas com algumas velas espalhadas pela casa e a fogueira em frente a casa grande, o que começou a acontecer era um circo de horrores. Ou não, dependendo do ponto de vista. Fran estava completamente pelada, dançando um tipo de música estranha que vinha do violão do João. Parecia estar possuída, e Paty fazia tipo de puritana, que fingia estar horrorizada. Tudo mentira, porque quem conhecia Paty sabia que ela era muito safada... Até eu, que era gay não assumido, sabia que ela era fácil. Talvez se eu fosse mulher seria puta também. Marco estava tombando de bêbado, e depois de passarmos o dia inteiro com as piadinhas idiotas do Léo, já me chamava de amorzinho pra lá e pra cá. Mas sempre de um jeito de tirar sarro como se eu fosse a esposa submissa que faz todas as vontades ao macho. Tipo "amorzinho, pega lá um copo pra mim", "amorzinho, me deu frio me traz um casaco". Eu só dava risada de tudo e atendia os pedidos.
Claro que quando tem amigos bêbados, sempre alguém sugere jogar verdade ou desafio. E os desafios precisam ser cabulosos. Como a casa da fazenda dos pais do Léo é muito antiga, rola um monte de histórias macabras, e o primeiro desafio foi dar uma volta pelado em volta da casa. Gustavo foi o premiado, e teve que fazer a prova... tirou a roupa toda na sala, saiu correndo e voltou. Nem com vergonha ele ficou. Depois teve desafio pra lamber o pé da Paty, pra beijar a bunda do Boiada, e de repente as coisas começaram a ficar mais quentes. A Fran apelou:
- Eu desafio o Léo a deixar a piroca do Cabra dura...
O Cabra respondeu:
- De jeito nenhum, isso já é apelação...
Mas todos insistiram e começaram a fazer graça... Cabra não teve muito como fugir, e do jeito machista de ser logo respondeu que o Léo podia tentar de todas as formas que não ia conseguir.
- Ahhhhh, duvida é? Ponha pra fora... - disse Léo.
Léo sem a menor cerimônia se ajoelhou e abocanhou de uma só vez aquele pau mole, bonito mas tímido do Cabra...
- Ô, ce é louco mesmo Léo... Vai me chupar aqui na frente de todo mundo.
Léo com a boca cheia só resmungava uma "aham". Alguns minutos depois, Cabra chegou a virar os olhos, e todo mundo começou a rir...
- Olha lá, parece que você se enganou, Cabra! Boquete é boquete cara... tá ficando meia bomba... - disse Boiada.
- Nem tá... ele só tá mais esticado, mas duro meu pau de macho só fica com boquinha de mulher. - respondeu Cabra.
Fran e Paty resolveram se aproximar de Léo, e de repente estavam fazendo uma chupeta tripla, com língua pra todo lado. Cabra chegou a tirar a calça... Gustavo disse em tom de brincadeira:
- Isso é sacanagem! vão me deixar de fora?
E de repente meus amigos estavam todos pelados, numa orgia enorme. Léo, Paty e Fran lambiam todos os pintos com maestria, gemendo, se deliciando com aqueles paus. Todo mundo tava se divertindo... Na verdade todos não.
- Pra mim deu, tô indo deitar... - disse Marco.
- Vou também, cara.
- Não vem não... fica aí e se diverte... eu não quero mais olhar pra cara dessa vadia... fica aí.
- Marco, também não curto essa vibe doida do povo aí. Vou com você. Ou melhor... que tal se a gente fosse dar uma volta por aí... tá bonita a noite.
Saímos da casa só nós dois. De longe ainda dava pra ouvir os gemidos do povo, e lá fora só lua, estrelas, o barulho da mata.
- Puta merda, podíamos ter pego uma bebida... - eu disse a Marco.
- Eu pego pra vc, "amorzinho" kkkk.
Marco voltou com uma garrafa de vinho e um casaco pra mim.
No caminho, a pé, ele perguntou se a casa do sítio era muito longe pra irmos andando.
- É bastante...
- Ótimo, então nós vamos a pé.
Seguimos na estradinha de chão conversando, e de repente eu estava conhecendo um Marco totalmente diferente do que já tinha visto até então.
Falamos de música, de comida, de trabalho, de medos.
Talvez eu estivesse confundindo as coisas, mas só parei de pensar em transar com aquele cara no momento em que ele, quase chegando na casa do sítio, me falou:
- Olha Lucas, vocês viados é que devem ser felizes... eu nunca conseguiria ser viado, nem dar e nem comer um viado... mas pra vocês as coisas é muito mais fácil. Olha lá o Léo, tá se divertindo com todo mundo e pronto. E eu que tava querendo até pedir a Fran em namoro nessa viagem levei um chifrão bem antes de ficar com ela... foda cara. Agora além de descobrir que tenho pau pequeno, descobri que não tenho sorte no amor.
A expressão de Marco mudou completamente. Parecia que o porre tava dando uma bad nele. Fiquei preocupado com essa fala, porque ele tinha me descartado completamente e não parecia estar nada feliz. Eu precisava animar meu novo melhor amigo.
Quando chegamos na casa do sítio, lá a energia havia voltado. E por um instante fiquei triste.
- Tem cama e coberta aqui? - me perguntou.
- Tem sim.
- Então acho que prefiro dormir aqui, tudo bem?
- Tudo! Então hoje dormiremos aqui.
Olhei para o chão, e estávamos sujando a casa toda de barro, porque como havia chovido a estrada estava uma lama só.
- Só precisamos tirar os sapatos, Marco!
- Tira pra mim, "amorzinho"!
Me abaixei rindo, tirei os tênis do menino, as meias, e ele logo abaixou a calça. E ainda rindo me disse:
- Isso aqui não é uma fazendo em que as pessoas ficam peladas? Vou ficar pelado também. Tira tua roupa também.
Até pensei por um instante em ficar, mas meu pau logo que viu aquela mistura de bebida, de homem nu e de situação deu sinais de vida.
- Não não, obrigado. Vou ficar vestido porque estou com frio.
- Eu acendo o fogão a lenha pra você, vem cá...
E começou a puxar minha calça pra baixo. Como ele é mais forte que eu, não consegui segurar muito tempo. Puxou minha calça, minha cueca, e minha rola pulou dura pra fora, me deixando constrangido...
- Eta porra! No que é que você está pensando, moleque? Por que é que está assim?
- É... hum... Sei lá, cara. Tava lembrando da cena lá embaixo...
- Sei! Tem certeza? Não quero homem de pau duro porque me viu pelado... kkkkkk
Fiquei em silêncio, sem saber como responder. Quando fui subir minha cueca novamente, ele disse:
- Relaxa cara... Não tô ligando não, é brincadeira.
(continua)