Glamm - parte I - uma casa para homens

(Quem curte texto com putaria e nada além, nem comece a ler... meus contos são longos e tem um contexto).

Depois de seis meses em reforma, aquela casa abandonada parecia novinha em folha. Ninguém sabia o que funcionaria ali antes da inauguração, que digamos, despertou a curiosidade de muita gente. Mas a casa funcionando em si não era tão importante quanto dois dias antes do grande dia. Era ousado pra cidade um empreendimento como aquele, eu sabia desde o início. O que nunca imaginei é que seria ousado até mesmo pra mim. Acho que ninguém que abre uma casa noturna para o público gay com o serviço de acompanhantes deve se assustar com as bizarrices e fetiches que as pessoas têm, porque o objetivo por ali é exatamente esse, mas descobri um mundo um pouco mais além do que a minha mente pervertida imaginava.
Dois dias antes da inauguração, Johny, o pedreiro, passou pela porta do escritório e satisfeito com o resultado me disse:
- Tá pronto, Lucas! Tudo pronto... Agora é só abrir.
- É mesmo Johny. Parecia que não ia acabar nunca.
Johny estava visivelmente incomodado e curioso, e parecia não conseguir conter a curiosidade.
- Vi a placa ali na frente. Glamm... Legal o nome... Glamm! Vai ser uma casa de mulher?
- kkkkk não exatamente, Johny. Na verdade vai ser uma casa de homens.
- É, isso mesmo que eu quis dizer.. Os homens vão vim pra ver a mulherada dançando...
- Quase isso kkkk
Não estava a fim de explicar a ele que em pole dance não era só mulher que dançava, e que aquela enorme gaiola no salão não ia ter um monte de buceta, e sim um monte de piroca... Ele dificilmente entenderia porque o tal pedreiro era o tipo de cara que não tinha cara que sabe que existe um mundo gay além daquele mundinho que ele vivia.
- Ah, Lucas... Quando tiver outra obra pra fazer me chame. As coisas não vão bem lá em casa, a 'patroa' também está desempregada e sabe como é...
- Pode deixar, Johny... Apareça qualquer hora e se eu souber de algum trabalho te aviso...
Estava com um pouco de pressa, porque ainda teria que passar no fornecedor de bebidas pra pagar e o dia seguinte seria corrido com o treinamento dos rapazes. Me despedi de Johny e fui embora.
No dia seguinte, doze rapazes fortes, bombados, roludos e bundudos estavam lá pra começarmos a falar de como se portariam na casa. Nenhum deles era tímido, e já tinham experiência. Expliquei a ordem dos shows, como queria que fizessem os streapteases, como deveriam servir os clientes... E logo entramos na explicação sobre os programas.
- Vai funcionar assim, rapazes... O preço de cada programa é esse que está no cardápio. Se o ciente quiser foder aqui, nas suítes, o preço é um. Se quiserem sair com vocês, é 5 vezes mais caro. Teremos uma palavra de segurança, e se vocês disserem, os seguranças entram na hora na parada. Não se envolvam, coloquem preço em tudo e não deixem de fazer os caras gozarem. Quem aqui é ativo?
Todos eles levantaram as mãos.
- Quem aqui é passivo?
Oito disseram que faziam também.
- Ótimo. Então todos os clientes têm que sair daqui satisfeitos. Esse lugar é pra diversão e não quero que ninguém de vocês me traga incômodo, entendido? Alguma dúvida?
- Eu! Quando eles quiserem chupar a gente aqui no meio do salão, pode deixar? - perguntou Rafael, que era um bombadão pauzudo.
- Pode, mas o cliente tem que pagar. Tudo que eles fizerem com vocês, tem que pagar. Tudo! Aqui eles se divertem e nós ganhos dinheiro kkkkk Vou dar um intervalo pra vocês e vamos começar os ensaios, quero ver o que vocês podem oferecer.
Depois de uns dez minutos, Rafael que tinha saído tomar água retorna para o salão conversando com um cara. De longe não vi muito bem quem era, mas quando ele se aproximou levei um susto.
- Johny! Diga, o que procura?
- Ah, Lucas! Hoje não tinha nada pra fazer, aí resolvi ver se estava tudo certo, mas...
- Johny, você não pode ficar aqui (respondi rispidamente, afinal eu não queria que ele visse do que se tratava o empreendimento que ele havia trabalhado na construção). Desculpe, mas seu serviço terminou ontem.
- Não, desculpe eu. Não devia ter vindo mesmo... só que fiquei curioso porque vi esse monte de homem aqui dentro, eles vão ser garçons?
Nisso, um dos garotos resolveu subir no palco, tirou a cueca e começou a fazer um show erótico. Johny rapidamente se etou e disse baixinho "ô louco... que que é isso?".
- Johny, você precisa ir. Não vai gostar do que vai ver aqui.
- Lucas, o que esses caras vão fazer?
- É isso mesmo que você está pensando..., Aqui é uma casa de shows masculinos.
- Mas eles vão só dançar? Por que tem aqueles quartinhos lá embaixo?
- Não Johny, eles são pagos pra foder também. Tudo que eles fazem eles ganham dinheiro.
Johny ficou visivelmente constrangido. E eu também. Mas ele ficou quieto olhando, sem falar mais nada. E eu quis tirá-lo do salão.
- Lucas, não tem problema. Eu sei que existe essas coisas mesmo, só não sabia que aqui na cidade tinha também... - disse seguindo um silêncio demorado. - Posso perguntar uma coisa, Lucas?
- Ai Johny... fale.
- Você gosta dessas coisas também?
- Johny, eu não falo da minha vida pessoal com ninguém. E aqui eu sou patrão, então não vou ficar me abrindo.
- Susse.. era só pra saber mesmo.
- ok. - eu disse
- E eles vão ganhar bem?
- Por que a pergunta? tá interessado? kkkkkk
- Sei lá, de repente né...
Eu nunca tinha olhado pro pedreiro de uma forma diferente. Não era fetichista desses que imagina os trabalhadores fodendo com força... Mas a resposta dele parecia muito sincera. E meio triste também.
- Tá precisando de grana, Johny?
- Tô Lucas.. tá foda, o que ganhei na obra aqui já gastei tudo, e as contas não param.
- Entendo, mas posso te emprestar dinheiro... Isso aqui não é pra você. Você não ia dar conta do recado kkkk
- Mas tem que dar a bunda? - me perguntou muito naturalmente, o que me causou ainda mais eto.
- é... ham... nem todos dão, mas porque tanto interesse?
- Porque sei lá, se ganhar bem, eu quero tentar.
- Tentar dar a bunda, Johny? kkkkkkkkkkk
- Por que não? Lavou tá novo, não é?
Johny sentou perto de onde eu estava e ficou quieto olhando os ensaios.
Os rapazes dançaram, fizeram o pole dance, as streapteases, e no fim simularam um show de sexo ao vivo. Johny se levantou e chegou perto de mim.
- Lucas, desculpa a curiosidade, mas é assim que eles vão fazer com os clientes?
- Assim como, Johny?
- Assim, mole.
- kkkkkkkkkk não, aqui é só ensaio... kkkkkkkk
- Ah... mas na hora sobe? Ou precisa de remédio?
- Sobe, claro. Sem remédio...
Johny estava em uma curiosidade imensa com aquilo tudo. Eu observei ele várias vezes entortando a cabeça como quem tentava entender. Depois de horas e horas de ensaio, abri uma garrafa de frizante pra comemorar e todos eles se divertiram e brindaram. "Amanhã é o grande dia, então hoje todo mundo descansando pra estar bem na inauguração. Encontro vocês às 22 horas..." eu disse.
Beberam e foram indo embora. Mas Johny apoiado no balcão parecia não ter pressa. Juntei as taças, lavei e ele chegou perto pra ajudar a secar. Estávamos só nós dois lá dentro.
- Ô Lucas, deixa eu te perguntar mais umas coisas...
- Ih, lá vem... kkkkkk fala que se eu souber eu te respondo.
- Quanto custa?
- Pra entrar na casa?
- Não, pra trepar com um desses caras?
- kkkkkkk se animou é?
- Não, só queria saber quanto eles vão ganhar.
- Johny, desiste cara. Isso não é pra você... não é teu tipo.
- Porra, tá dizendo que não sou gostoso? - e levantou a camiseta mostrando a barriga forte e definida pelo trabalho.
- Não, Johny, não é isso. Mas você é um cara de família... não vai se sentir bem de se tornar acompanhante.
- Mas o tamanho do pau não conta?
- kkkk conta muito, mas não... melhor você ir embora.
- Você nem viu meu pau pra saber se eu sou pauzudo, vai que sou sua mina de ouro...
- kkkkkkkkkkkk Johny Johny.
Johny ia começar a abrir sua calça sem fazer cerimônia, e eu segurei sua mão.
- Vá pra casa, Johny. Isso aqui realmente não é pra você.
Ele ficou triste, mas tão triste que achei que ia chorar. Vestiu a camiseta, me disse um "tá bom" sem graça, e estava saindo do salão...
- Espera, Johny... tenho uma proposta pra você. Amanhã te espero às 20, vou te contratar como garçom...ok?
Johny virou muito feliz, me deu um sorrisão e me disse um Obrigado com muita gratidão.
- Até amanhã...

(CONTINUA)