No conto anterior contei como foi o dia que antecedia a inauguração de meu mais novo empreendimento, uma casa noturna pra sexo gay. O dia seguinte havia começado um caos. Uma chuva intensa, mil coisas a fazer para deixar tudo pronto para a noite, e na frente do imóvel alguns curiosos tentavam a todo custo descobrir o que abriria ali naquela noite. Despistei todos o quanto pude, mas por mais que tudo estivesse em sigilo, em uma cidade como Cuiabá, não demoraria muito pra todos saberem.
Estava segurando uma caixa pesada, e ao apoiá-la na parede para conseguir girar a chave do salão, derrubei e quebrei dez garrafas de vodka.
- Droga! - disse muito bravo.
- Puts, por que não me pediu ajuda, Lucas?
- Bom dia Johny, já cedo por aqui? Te falei que devia chegar a noite apenas...
- Fiz mal? Desculpa, mas imaginei que estava precisando de ajuda, afinal hoje é o grande dia... E eu, você sabe, sou pau pra toda obra...
- kkkkk que piadinha de duplo sentido.. Bom, já que está aqui me ajude a limpar isso.
Mesmo na chuva, Johny se dispôs a pegar uma vassoura e foi pra porta juntar os cacos de vidro. Algum tempo depois, ele entrou enxarcado.
- Nossa, Johny você se molhou muito.
- Não dá nada... vou tirar minha camiseta e torcer, já seca porque está calor.
Enquanto eu digitava uns documentos de fornecedores, observei ele ao fundo. Tirou sua camiseta, torceu. Olhou em volta pra ter certeza não haver ninguém, tirou a calça, torceu também. Ficou só de cueca. Uma cuequinha vermelha com as costuras em branco.
- Olha só, o rapaz tá se preparando mesmo, até cuequinha sexy ele vestiu hoje.
Johny ficou sem graça, e se assustou quando comentei.
- Acha mesmo, Lucas?
- Tô brincando.
- Então não tá boa essa cueca? Preciso de outra?
- Na verdade Johny, o povo aqui usa pouca cueca, eles ficam mais pelado mesmo...kkkkkkk
Em um segundo, Johny agachou e baixou a cueca, revelando um pau lindo, meia bomba, com a cabeça já exposta, pelos bem aparados, coxas grossas e com poucos pelos.
- E agora?
- Johny, por que fez isso? kkkkkk
- Não dá pro gasto? eu quero ganhar dinheiro, ontem até raspei meu pau e meu saco...
- Veste logo sua roupa, rapaz!!!! Antes que eu te agarre aqui mesmo kkkkk
- Gostou então?
- Pare Johny, já disse que sou o patrão aqui. Eu não tenho que gostar, os clientes é que têm.
- Então tenho chance né?
- Digamos que... sim... tem. Mas você vai trabalhar de garçom...
- kkkkk tá, vou começar assim. Mas você vai ver, logo logo vou ser teu melhor acompanhante da casa.
Johny se vestiu, foi embora pra voltar mais tarde, e eu resolvi tirar um cochilo no escritório pra aguentar o tranco da noite. Mas a hora que deitei, comecei a pensar no que eu tinha visto, e inevitavelmente fiquei de pau duro. Fazia tempo que não sentia tesão em alguém, e a simplicidade, a naturalidade e o corpo de Johny me convidaram a tocar uma punheta. Ali no escuro, no sofá, toquei uma boa punheta e senti um tesão imenso quando gozei.
Horas depois estava perto de abrirmos a Glamm. Tudo pronto, decorado, boa música, bons drinks, E Johny estava a postos usando um avental de garçom. Ele era muito esforçado.
A boate estava bombando, uma fila enorme de executivos, casados, ursos e outros machos sedentos se formava na entrada. Todos curiosos. Os rapazes dos shows já vestindo suas fantasias de fetiches, seduzindo os clientes. Beijavam na boca, encoxavam os enrustidos e muita farra numa passação de mãos. Quando começou o show, justamente na hora da primeira apresentação, um segurança constatou um problema num cano. Aparentemente começou um vazamento exatamente na entrada do palco.
- Que merda! E agora? o que vamos fazer? - pensei.
- Calma Lucas, tá fácil arrumar aquilo ali... - me disse Johny prestativo.
Ele tirou o avental, subiu no palco e começou a arrumar o defeito. Ao ver aquele cara fortinho, rústico, com cara de trabalhador, o público foi ao delírio. E ele exibido, começou a fingir que era uma performance. Molhou o resto, usava as ferramentas e rebolava muito.
Depois que consertou, voltou pro balcão e foi servir um cliente, que segurou no seu braço e falou algo no seu ouvido.
Me aproximei e perguntei
- Algum problema, Johny?
- é, não... hum... Não não, patrão.
- Que bom então, precisamos pegar mais bebida no estoque.
No meio do caminho, Johny me olha assustado e pergunta:
- tem certeza que não posso?
- O que?
- Não posso "atender" ninguém.
- Johny, você acha que é simples assim? Não é. Você não tem só que ficar pelado e mostrar sua rola pra alguém... tem que dar tesão e fazer o cara gozar como ele quiser. E isso você não vai saber. Não posso correr riscos...
Johny entendeu e voltou para sua função.
Quase quatro horas da manhã a casa foi fechando. Os clientes tinham ido embora, e aquele lugar cheirava porra e decadência. Os outros garçons já tinham ido embora e eu resolvi olhar como tinha ficado tudo. Nas suítes, provas de que tínhamos faturado bem. Muita camisinha suja de porra, lençóis amassados, copos de bebidas por toda parte...
- Lucas, desculpa pedir, mas... - disse Johny. Me assustei porque não vi que ele tinha descido.
- Opa, pode falar...
- Nossa cara, que estrago hein? Se os quartos ficam assim imagina o rabo dos cara kkkkkk
- kkkk é, e você tava querendo ganhar dinheiro assim kkkkkk
- Sei lá, nunca fiz nem um nem outro... mas vim te perguntar se você não se importa de eu dormir aqui até a hora que amanhecer, porque agora não tem ônibus.
- Claro! Claro... mas aqui embaixo não, porque tá muito sujo. Pode ir deitar lá no escritório.
Ele subiu, tirou a roupa, ficando só com aquela cueca vermelha da tarde e desmaiou de sono. Eu tava saindo da boate, mas resolvi voltar e dar uma espiada. O cara, mesmo dormindo, depois de ter trabalhado tanto, era realmente um tesão.
(CONTINUA)