Meu nome é Suzan. Tenho 22 anos, recém-formada em marketing, e nasci em São Paulo, cidade que sempre me fascinou e me moldou. Sou ruiva natural, com aquele tom intenso de vermelho que sempre chama atenção, combinado com minha pele pálida. Meus olhos são de um azul claro que, dizem, contrasta com o cabelo. Nunca dei muita bola para isso, mas percebo os olhares. Tenho um corpo esbelto, definido de forma natural – 1,72 m de altura e 63 kg bem distribuídos. Meus seios são grandes, sempre atraindo olhares, e, por mais que às vezes me incomode, aprendi a conviver com isso. Me considero alguém comum, tentando encontrar meu lugar no mundo.
Cresci no bairro do Ipiranga, onde meus pais, Edson e Marisa, ainda moram. Somos uma família pequena, só nós três. Fui a típica filha única que sempre teve as coisas sob controle – notas boas na escola, foco nos estudos, poucas amizades, mas as certas. Nunca fui o tipo de garota que atraía muita confusão, mas sempre tive essa sensação de que algo mais intenso, algo maior, estava reservado para mim.
Agora, estou em um momento de transição. Me formei em marketing na USP e decidi alugar um apartamento em Vila Mariana, para ficar mais perto do centro. O prédio onde moro é modesto, mas confortável. Estou a poucos minutos do metrô Ana Rosa, o que é ótimo, já que a empresa onde pretendo trabalhar, a InovaMente, fica na Avenida Paulista.
A InovaMente é uma das agências mais inovadoras de São Paulo. Eles se orgulham de ter uma abordagem criativa e disruptiva, e eu estou morrendo de vontade de trabalhar lá. Ocupam vários andares em um prédio moderno de vidro espelhado na Avenida Paulista. Imagino que o ambiente interno seja daqueles bem dinâmicos, com gente jovem e talentosa, mesas coloridas, áreas de brainstorm, e até mesmo um café com baristas que preparam cappuccinos artesanais.
Ainda não conheci o escritório pessoalmente, mas já fiz entrevistas online com Haroldo, o chefe do departamento de planejamento estratégico. Ele pareceu impressionado com minhas ideias e, para minha surpresa, já marcou uma entrevista presencial. Haroldo é um homem nos seus quarenta e poucos anos, bem-sucedido, direto, mas com um leve sorriso no canto da boca que não me deixou à vontade. Parecia... interessado de uma maneira que não consegui decifrar.
Estou nervosa e empolgada ao mesmo tempo. É a oportunidade que eu estava esperando para me destacar e começar minha carreira.
Meu apartamento é pequeno, mas é tudo o que preciso agora. São apenas 45 metros quadrados, mas bem iluminados, com uma decoração que fiz questão de montar ao meu gosto. É um estilo moderno, com toques de cor nos lugares certos. O aluguel não é barato, mas é o preço de estar perto de onde tudo acontece. O prédio é calmo, com poucos vizinhos que mal vejo, e isso me agrada. Preciso de paz.
As ruas ao redor têm aquele clima agradável de bairro, misturando o velho com o novo. O trânsito é pesado, como sempre em São Paulo, mas andar pela Vila Mariana me faz sentir parte de algo maior. Há uma cafeteria na esquina que visito todo dia, onde os baristas já sabem meu pedido: um café preto simples, sem açúcar.
Capítulo 1: O início de uma nova fase.
A história começa exatamente aqui, comigo de frente para o espelho do banheiro do meu apartamento, ajeitando minha saia preta e a camisa branca que escolhi para a entrevista. A saia fica um pouco justa, mas é o meu melhor visual para parecer profissional e confiante.
Olho para mim mesma e penso em como tudo isso é uma nova fase – sair da faculdade, conquistar minha independência, buscar um lugar ao sol na carreira que escolhi. Mas, lá no fundo, sinto aquele frio na barriga, como se algo imprevisível estivesse por vir.
Na noite anterior à entrevista, decidi dar uma volta pela Avenida Paulista para sentir o clima. Precisava ver o prédio da InovaMente, o lugar onde, com sorte, eu estaria trabalhando em breve. Fui de metrô até a estação Consolação e saí direto na Paulista. O vento estava mais frio do que eu esperava, e eu me encolhi um pouco no meu casaco fino, mas mesmo assim continuei andando.
O prédio da InovaMente não era difícil de encontrar – aquele prédio de vidro espelhado se destacava. Fiquei ali parada por alguns minutos, observando as luzes acesas em alguns andares, imaginando o que se passava lá dentro. Era uma mistura de ansiedade e excitação. Amanhã, pensei, estarei entrando por aquelas portas.
Continuei meu passeio pela avenida, procurando um lugar para jantar. Acabei escolhendo um restaurante pequeno e acolhedor, com mesas próximas à janela, onde eu podia ver as luzes da cidade. Pedi uma massa simples e um vinho para relaxar. Estava nervosa para a entrevista, mas também animada. Enquanto comia, observava o movimento do lado de fora. Pessoas indo e vindo, a correria típica de São Paulo, mas àquela hora, a Paulista estava começando a desacelerar.
Quando terminei, já eram quase 22h. Resolvi voltar para casa de metrô. A estação Brigadeiro estava tranquila, com poucas pessoas àquela hora. Peguei o vagão vazio e segui até a Vila Mariana, onde moro. O metrô já estava quase no fim do expediente, e isso me deu uma sensação estranha de urgência – aquela leve tensão de ser uma das últimas pessoas a passar pela estação antes de fecharem tudo.
Desci na Estação Ana Rosa, as luzes um pouco mais fracas do que o usual, e caminhei em direção às roletas. Foi quando tudo aconteceu.
Eu estava prestes a passar pela roleta automática, um pouco distraída, pensando ainda na entrevista de amanhã. Segurei minha bolsa de lado, passei o bilhete, mas de repente senti um puxão. Minha saia... presa.
Tentei puxar delicadamente, mas parecia que a barra da saia estava completamente enredada no mecanismo da roleta. Olhei em volta, e a estação estava praticamente vazia, exceto por um segurança distraído do outro lado. Tentei de novo, com mais força dessa vez, mas o que consegui foi pior – ouvi o som inconfundível de tecido rasgando. Meu coração disparou.
Em pânico, continuei tentando soltar a saia, mas com cada movimento desajeitado, parecia que mais da minha roupa se enroscava na máquina. Senti o frio no corpo antes mesmo de entender o que tinha acontecido: a saia simplesmente rasgou de vez. Eu estava ali, de pé, só de calcinha e blusa, na estação de metrô quase deserta.
A adrenalina me dominou. Olhei ao redor, tentando pensar rápido, mas não havia muito o que fazer. Tinha que sair dali, e rápido. Peguei a parte rasgada da saia, cobrindo o máximo que pude com minha bolsa e saí correndo, sem olhar para trás. O som dos meus saltos ecoava pelas paredes da estação. Se alguém viu, não tive coragem de parar e descobrir.
Quando finalmente cheguei à rua, o frio da noite bateu ainda mais forte. Corri para o meu prédio, minhas mãos tremendo enquanto tentava segurar os pedaços da saia e abrir a porta ao mesmo tempo. Finalmente, entrei no meu apartamento, fechei a porta atrás de mim e desabei no sofá. Meu coração ainda estava disparado.
Olhei para o relógio – quase 23h. Amanhã, eu tinha uma entrevista importante, e tudo o que conseguia pensar era que quase cheguei em casa nua da cintura para baixo, se não fosse pela minha calcinha.
Eu precisava de um banho... e talvez de uma nova saia.
Apesar do susto monumental na noite anterior, consegui dormir surpreendentemente bem. Acho que o esgotamento emocional e físico me derrubou assim que deitei na cama. Acordei cedo, com a luz suave do amanhecer invadindo as frestas da cortina. Era o grande dia. Mas eu estava um pouco molhada entre as pernas, talvez por conta da tensão da noite anterior.
Me espreguicei longamente, sentindo meus músculos relaxarem, e fui direto para a cozinha. Preparei um café da manhã caprichado – suco de laranja fresco, torradas com abacate e um bom café preto. Enquanto comia, olhava pela janela, vendo a movimentação tímida das pessoas na rua lá embaixo, e tentava manter a calma. Hoje seria o primeiro passo para a carreira que eu sempre sonhei, e a InovaMente parecia ser o lugar perfeito para isso.
Após o café, fui direto escolher a roupa. Queria algo que passasse a impressão certa: profissional, confiante, mas ainda assim com meu toque pessoal. Escolhi um terninho preto sob medida, que valorizava minha silhueta sem ser vulgar, e uma camisa branca de seda. O tecido macio caía bem, mas discreto. Coloquei uma saia lápis preta, que ia até os joelhos, justa na medida certa. Desta vez, certifiquei-me de que nada poderia ser pego em roletas de metrô.
Enquanto me arrumava, a memória da noite anterior voltava à minha mente de forma estranha. Me peguei rindo sozinha. Como aquilo tinha acontecido? Passei pela roleta tantas vezes, e justo naquela noite minha saia decidiu se enroscar. Era cômico, mas também me lembrava da fragilidade das situações – como tudo pode mudar de uma hora para outra. Pensei em como minha vida parecia estar se desenrolando ultimamente: cheia de surpresas e contratempos, mas sempre me levando adiante, de alguma forma.
Respirei fundo e me olhei no espelho. O terninho caía perfeitamente. Minha maquiagem estava leve, o suficiente para destacar meus olhos azuis e dar um toque de cor ao rosto pálido. O cabelo ruivo estava solto, levemente ondulado, como eu gostava. Estava pronta.
Desci até a estação de metrô sentindo uma mistura de ansiedade e excitação. As ruas estavam mais movimentadas agora, o sol já alto. Quando cheguei na estação Ana Rosa, aquele lugar, cenário do desastre da noite passada, parecia um velho conhecido. Ao passar pela roleta, senti um leve arrepio. "Dessa vez, não", pensei, segurando firme minha bolsa e conferindo que a saia estava bem presa ao corpo. Passei pela catraca sem problemas, e uma sensação de alívio tomou conta de mim. A cidade me deu uma segunda chance, aparentemente.
O trajeto até a Avenida Paulista foi rápido. O metrô estava cheio, mas consegui me focar nos meus pensamentos sobre a entrevista. A ansiedade me acompanhava, é claro, mas tentei me concentrar no que eu sabia: minhas habilidades, minhas ideias, e o quanto queria essa vaga.
Cheguei cedo à InovaMente, quase uma hora antes da entrevista marcada. O prédio de vidro espelhado parecia ainda mais imponente à luz da manhã. Entrei no saguão e fui recebida pela recepcionista, uma mulher jovem e simpática que me guiou até a sala de espera. Ela me entregou uma ficha para preencher, o que me deu algo para fazer enquanto esperava. Minhas mãos tremiam levemente, mas tentei disfarçar.
A sala de espera era moderna e elegante, com sofás confortáveis e uma enorme janela que dava vista para a Avenida Paulista, movimentada como sempre. A luz natural invadia o espaço, e eu me senti por um momento num daqueles filmes onde a protagonista está prestes a conseguir a oportunidade de sua vida.
Eu estava ali, aguardando. O relógio parecia andar mais devagar, e enquanto olhava em volta, tentava imaginar quem iria me entrevistar. Sabia que seria o Haroldo, o diretor do departamento de planejamento estratégico. Ele havia se mostrado bastante interessado durante nossas conversas online, mas pessoalmente as coisas poderiam ser diferentes. Haroldo parecia ser um homem exigente, um daqueles profissionais que sabem exatamente o que querem e esperam o mesmo dos outros.
Meu coração batia um pouco mais rápido a cada minuto que passava. O silêncio da sala de espera só aumentava minha expectativa. Será que eu estava realmente pronta? Era a pergunta que ecoava na minha cabeça.
Enquanto aguardava ser chamada, tentava organizar meus pensamentos. Eu tinha estudado a InovaMente por semanas, sabia o que eles buscavam, mas mesmo assim, aquele nervosismo antes da entrevista era inevitável.
A qualquer momento, alguém iria me chamar. Eu me ajeitei no sofá, tentando manter a postura. Sorri para mim mesma, em silêncio, como uma pequena injeção de confiança. Hoje, tudo poderia mudar.
Finalmente, depois de alguns minutos que pareceram horas, uma assistente apareceu e me chamou. Levantei-me, ajeitando minha roupa pela última vez, e segui-a até o escritório de Haroldo. Meu coração estava acelerado, mas mantive a postura ereta, respirando fundo.
O escritório era espaçoso e bem iluminado, com uma enorme janela que deixava entrar a luz da manhã. Haroldo já estava lá, de pé, ao lado da mesa. Ele era exatamente como eu o lembrava das entrevistas online: um homem nos seus cinquenta e poucos anos, cabelos grisalhos, de aparência impecável. Usava um terno que parecia caro e ostentava um sorriso profissional, mas um tanto frio.
— Suzan! Prazer em finalmente conhecê-la pessoalmente — disse ele, estendendo a mão. Seu aperto era firme, confiante.
— O prazer é meu, Haroldo — respondi, tentando manter minha voz firme.
Ele indicou que eu me sentasse numa das poltronas em frente à mesa. Sentei-me com cuidado, cruzando as pernas e ajustando a saia, agora mais consciente de cada movimento que fazia. Haroldo foi direto ao ponto, algo que já esperava.
— Bem, vamos falar um pouco sobre suas qualificações, certo? Eu li seu currículo, e tivemos algumas conversas produtivas online, mas agora quero conhecer mais sobre você. Vamos começar pelas suas habilidades técnicas.
E assim, ele começou a disparar as perguntas, uma após a outra.
— Quais ferramentas de análise de dados você domina?
— Como você lida com campanhas que não trazem os resultados esperados?
— Conte sobre uma situação em que você teve que pensar fora da caixa para resolver um problema.
— Como você costuma gerenciar o tempo e as prioridades em um ambiente de alta pressão?
— Qual foi o maior desafio profissional que enfrentou até agora, e como o superou?
Eu respondi com a maior calma que consegui reunir, falando sobre as ferramentas que aprendi na faculdade, minhas experiências com estágios e projetos, e como sempre tento trazer soluções criativas e estratégias de adaptação. À medida que respondia, percebia que Haroldo não deixava escapar nenhum detalhe, seus olhos atentos em cada palavra minha, analisando cada nuance.
Enquanto ele me fazia essas perguntas, minha mente começou a divagar. Involuntariamente, a lembrança da noite anterior veio à tona. O som da minha saia rasgando, o frio na pele... e antes que eu percebesse, minha mente deu uma guinada totalmente inesperada. Imaginei, sem querer, como seria estar ali, naquele exato momento, sem saia.
"Por que estou pensando nisso agora?", perguntei a mim mesma, tentando reprimir o pensamento intrusivo. Mas não adiantou. A imagem surgiu, vívida na minha cabeça: eu, sentada de frente para Haroldo, sem saia, apenas com a camisa e a calcinha à mostra. Meu rosto começou a esquentar.
Tentei me concentrar na próxima pergunta, mas o pensamento se infiltrava, me distraindo. O olhar impassível de Haroldo parecia penetrar diretamente nas minhas inseguranças. Ele continuava a falar, mas por um momento, tudo que eu conseguia imaginar era aquela cena surreal – eu ali, sem saia, tentando responder suas perguntas como se nada tivesse acontecido. Será que ele teria a mesma expressão séria? Será que perceberia? O que eu faria?
O desconforto tomou conta de mim. A sensação de vulnerabilidade, combinada com o pensamento absurdo de estar praticamente nua na entrevista, me fazia tremer por dentro. E se algo assim acontecesse de novo? A ideia era ridícula, mas não conseguia afastá-la.
Haroldo passou então para as perguntas pessoais.
— Como você lida com situações estressantes na sua vida pessoal?
— O que você faz para relaxar após um dia cheio de trabalho?
— Qual foi a última coisa que te fez sair da sua zona de conforto?
— Como você se vê daqui a cinco anos?
— Se pudesse mudar algo em você, o que seria?
Essas perguntas me pegaram de surpresa. Normalmente, eu teria boas respostas preparadas, mas meus pensamentos estavam tão fragmentados que comecei a hesitar. Tentei falar sobre como costumo praticar ioga para lidar com o estresse, como adoro ler no tempo livre e como procuro sempre me desafiar, mas cada vez que abria a boca, parecia que o calor nas minhas bochechas aumentava. A minha imagem sem saia, ali na frente de Haroldo, se tornava cada vez mais intensa, e com uma rotina bem apertada, eu não dei atenção aos meus pelos pubianos, os deixando cheios, agora eles se faziam notar pela sensação que estava me dominando, sentia eles molhados tocando minha calcinha comportada de algodão.
"Por que isso está acontecendo agora?" Era um pensamento absurdo, mas não conseguia parar de imaginar. E se eu tivesse mesmo vindo sem saia? O que Haroldo estaria pensando? Ele continuaria com aquela mesma expressão implacável, ou levantaria uma sobrancelha, me repreendendo de forma impiedosa?
Eu tentava controlar minha respiração, focar na conversa, mas a cena mental me fazia sentir uma espécie de vergonha estranha. Era como se eu estivesse lutando contra algo invisível, tentando parecer composta enquanto, por dentro, eu estava em pânico com a possibilidade irracional de estar exposta.
Finalmente, consegui me concentrar um pouco mais, respondendo sobre meus planos futuros e o que eu gostaria de melhorar em mim. Mas, por dentro, eu sabia que estava sendo testada por algo além da entrevista. Era como se meu próprio cérebro estivesse jogando contra mim, criando cenários impossíveis no pior momento possível.
Haroldo continuava me analisando, sem dar pistas do que pensava. Eu sorri, um pouco nervosa, tentando não deixar transparecer o turbilhão de pensamentos que passava pela minha cabeça.
Haroldo recostou-se na cadeira, cruzou as mãos sobre a mesa e me lançou um olhar avaliativo por um breve momento, deixando o silêncio pairar no ar. Eu, sentada em frente a ele, tentava manter a calma, apesar de tudo o que estava se passando dentro de mim. A lembrança da saia rasgada ainda persistia, como um fantasma incômodo. Eu continuava lutando para me concentrar na entrevista, mas as imagens intrusivas não me deixavam em paz.
— Suzan, eu tenho que dizer — começou ele, com a voz firme, mas agora ligeiramente mais descontraída. — Seu currículo é excelente, e as recomendações dos seus professores confirmam o que eu já havia percebido durante nossas conversas online. Você tem o perfil exato que buscamos para essa vaga. Sua capacidade de pensamento estratégico e sua criatividade se destacam.
Fiz um esforço enorme para manter minha expressão neutra, balançando a cabeça levemente em concordância, enquanto ele continuava.
— Eu conversei com alguns dos seus professores da faculdade, e todos foram unânimes em te elogiar. Disseram que você sempre foi uma aluna dedicada, com uma visão criativa acima da média, e que seus trabalhos de conclusão de curso foram excepcionais. Isso reforçou a decisão que eu já estava inclinado a tomar.
Ele fez uma pausa, sorrindo de forma discreta antes de finalmente soltar a frase que eu estava esperando ouvir, mas que, de certa forma, parecia me pegar desprevenida.
— Considerando tudo isso... você está contratada, Suzan. Vamos formalizar agora com o RH, e você começa amanhã. Hoje ainda é dia 29 de setembro, então você terá algumas horas para se preparar.
Meu coração deu um salto dentro do peito. Estava contratada! Uma onda de alívio misturada com uma euforia contida me atravessou, mas, ao mesmo tempo, aquele pensamento maldito sobre estar sem saia voltou, mais forte do que nunca. Por um segundo, a imagem ridícula de eu, nua da cintura para baixo, se levantando para cumprimentá-lo me deixou sem ar. Eu podia sentir minhas mãos suando, e o calor nas minhas bochechas aumentava, com minha bucetinha ruiva molhando minha calcinha. Toda essa sensação era muito nova para mim.
— Muito obrigada, Haroldo — consegui dizer, com a voz um pouco mais fraca do que eu queria. — É uma oportunidade incrível, e eu prometo que vou dar o meu melhor.
Eu me levantei com cuidado, tentando manter a compostura, enquanto estendia a mão para ele. Cada movimento parecia exagerado na minha mente. A cada passo, a sensação de estar vulnerável, imaginando a cena absurda de estar sem a saia, me fazia sentir um misto de vergonha e ansiedade. "Pare com isso", eu me dizia. Era apenas um pensamento irracional, mas ele estava me perturbando profundamente.
Haroldo se levantou também e apertou minha mão, seu aperto ainda firme e confiante. Eu nem imaginava que sentir a pele de um homem mais velho naquele momento, faria meu corpo tremer um pouco por dentro, aumentando a minha excitação, minha mente vagou pela imagem da minha bunda um pouco empinada e totalmente nua, enquanto aquele senhor que exalava experiência de vida, apertava minha mão.
— Eu tenho certeza de que você vai se destacar aqui, Suzan — disse ele. — Vá até o setor de RH, eles vão finalizar a papelada. Eu já vou enviar o e-mail agora mesmo, informando sobre sua contratação. Amanhã, às 9h, esperamos você para começar o treinamento.
Eu sorri, tentando manter a expressão de gratidão, mas por dentro a luta era outra. Aquele pensamento ridículo persistia, e eu mal conseguia acreditar que minha mente havia escolhido o pior momento possível para isso. Imaginei de novo, sem querer, como seria se eu tivesse de fato levantado da cadeira, com Haroldo olhando diretamente para mim, enquanto eu estivesse ali, sem saia, exposta. O pensamento me atingia como um choque, e a sensação de constrangimento me tomava por completo, mesmo que fosse apenas uma criação da minha mente.
— Obrigada, de verdade — eu disse, tentando soar confiante. — Vou direto ao RH.
Ele sorriu, acenando levemente com a cabeça, e eu saí da sala, tentando controlar minha respiração. Enquanto andava pelo corredor, minhas pernas pareciam um pouco trêmulas, mas eu sabia que precisava seguir em frente, esquecer aquele pensamento. "Você conseguiu", repeti para mim mesma, tentando me concentrar no fato de que havia sido contratada, que tinha dado um passo enorme na minha carreira.
Mas, enquanto me aproximava do elevador que me levaria ao andar do RH, aquele pensamento continuava rondando minha mente. Era como se eu não conseguisse me livrar da sensação de estar vulnerável, mesmo sabendo que era tudo fruto da minha imaginação. Fiquei pensando se isso era um reflexo da noite anterior, do incidente com a saia, e como, de alguma forma, aquilo havia ficado marcado em mim, provocando esse medo irracional de exposição.
Entrei no elevador e apertei o botão para o andar do RH. A música ambiente tocava suavemente, e eu tentei me focar nela, respirei fundo e repeti para mim mesma que estava tudo bem. O trabalho era meu, eu estava preparada para isso. As pessoas confiam em mim, eu confio em mim mesma. Mas minha calcinha molhada indicava que meu corpo não estava alinhado com o meu foco.
Quando as portas do elevador se abriram, caminhei em direção ao setor de RH, seguindo as orientações que Haroldo havia me dado. As paredes eram claras, os escritórios bem organizados, e o ambiente ali parecia menos formal, mais descontraído do que no andar onde Haroldo estava. Uma recepcionista simpática me atendeu, confirmando que Haroldo já havia enviado o e-mail, e me pediu para esperar um pouco enquanto eles preparavam os documentos para a assinatura.
Sentei-me numa cadeira confortável, agora tentando relaxar de verdade. Eu estava prestes a assinar meu contrato com a InovaMente. A ansiedade ainda estava ali, é claro, mas agora misturada com um sentimento de realização. O pensamento ridículo da saia começava, aos poucos, a se dissipar. Afinal, eu tinha conseguido. Amanhã seria o primeiro dia do resto da minha vida profissional.
Aguardava na cadeira do setor de RH, tamborilando os dedos de leve na borda da prancheta que acabara de preencher. A euforia da contratação ainda reverberava em mim, mas aquele maldito pensamento, o de estar exposta de uma forma completamente imprópria, não deixava minha cabeça em paz. Era estranho como isso continuava a me afetar, mesmo após a entrevista com Haroldo. Eu tinha conseguido o trabalho! Deveria estar apenas feliz, mas em vez disso, minha mente parecia determinada a brincar com minhas inseguranças.
Pouco tempo depois, uma mulher saiu de uma sala lateral e veio até mim. Ela usava um vestido social azul-marinho, bem ajustado ao corpo esbelto, e o sorriso em seu rosto era acolhedor. Seus cabelos eram castanhos claros, presos num coque elegante, e ela parecia ser um pouco mais velha que eu, talvez uns 30 anos, com uma aura tranquila e profissional.
— Suzan? — ela perguntou, confirmando que era eu quem estava ali para o processo final. Assenti com a cabeça, entregando a ficha preenchida. — Muito prazer, meu nome é Paula. Vou cuidar da sua documentação. Parabéns pela vaga, ouvi dizer que o Haroldo ficou bastante impressionado com seu currículo!
— Ah, muito obrigada — respondi, tentando soar natural.
Ela pegou a ficha das minhas mãos, e ao fazer isso, seus olhos percorreram brevemente minha roupa.
— Adorei seu estilo. Elegante e bem profissional. Combina muito com o ambiente da InovaMente.
Senti meu rosto esquentar levemente com o elogio. Era sempre bom receber esse tipo de comentário, especialmente num ambiente tão competitivo, mas naquele momento, as palavras dela me atingiram de um jeito inesperado.
— Obrigada, eu gosto de tentar passar uma boa impressão — sorri, um pouco nervosa, enquanto observava Paula caminhar de volta à sua mesa, pronta para formalizar os papéis.
E foi aí que, de repente, minha mente, como uma traição interna, voltou a me atacar. A imagem apareceu do nada: eu, ali naquela sala, totalmente nua, entregando os papéis de minha contratação para Paula. Cada centímetro do meu corpo exposto, sem nada para esconder. Ela sorrindo como se fosse a coisa mais natural do mundo, como se eu estivesse completamente vestida, mas em vez disso, eu estava entregue, sem barreiras, nua diante dela.
Meu coração deu um salto, e um calor intenso subiu pelo meu corpo. Pisquei rapidamente, tentando afastar aquela imagem absurda, mas ela só ficava mais vívida. Imaginei meu corpo nu, vulnerável, enquanto Paula analisava os documentos e sorria. Não era um sorriso de reprovação, mas um sorriso gentil, como o que ela acabara de me dar, como se nada estivesse fora do normal. E ali estava eu, nua, como se fosse a coisa mais comum do mundo. A sensação de exposição era ao mesmo tempo aterrorizante e, de forma confusa, libertadora.
Por que diabos minha mente estava fazendo isso? Fiquei tensa na cadeira, quase paralisada, tentando entender o que estava acontecendo comigo. Eu nunca havia experimentado pensamentos tão estranhos em momentos de tanta importância. E então, de repente, tudo fez sentido. Era como se, depois de anos focada inteiramente nos meus estudos, nos meus objetivos profissionais, minha mente estivesse gritando por algum tipo de liberdade. Eu havia reprimido tanto a minha vida pessoal, meus desejos e vontades, que agora, no momento em que parte dos meus sonhos estava se tornando realidade, essa outra parte de mim, que eu mal reconhecia, estava buscando uma forma de equilíbrio.
Eu nunca tinha dado muita atenção a esse lado da minha vida. Minha dedicação ao estudo e à carreira sempre esteve em primeiro plano, e o resto... bem, o resto parecia ter sido adiado indefinidamente. Mas agora, ali, sentada naquela sala de RH, com o futuro profissional finalmente se desenrolando diante de mim, minha mente parecia determinada a liberar algo que eu nem sabia que estava reprimido.
Eu não conseguia evitar. A imagem de mim, nua, continuava a pulsar na minha mente, enquanto Paula trabalhava nos documentos. Ela entregaria os papéis de volta a mim, eu assinaria, ainda nua, e ela simplesmente continuaria com seu sorriso sereno. Como se estivesse completamente alheia ao fato de que eu estava exposta, vulnerável. A cena me causava uma mistura estranha de vergonha e... algo mais. Algo que eu não conseguia definir completamente.
Minha respiração estava um pouco mais acelerada. "É só a sua mente pregando peças", eu dizia a mim mesma, tentando controlar o fluxo de pensamentos. Mas lá no fundo, uma pequena parte de mim reconhecia que isso tinha a ver com mais do que apenas ansiedade. Eu estava despertando algo. Talvez fosse, de fato, o resultado de anos de foco unilateral. Meu corpo e minha mente, que eu negligenciara por tanto tempo, agora queriam ser ouvidos.
Paula voltou para mim com uma pasta de documentos, interrompendo meus devaneios com sua voz suave.
— Aqui está, Suzan. Preciso que você assine essas três vias para formalizar tudo, e depois, já estará pronta para começar amanhã. Não se preocupe, o RH vai cuidar de todo o processo de integração.
Ela me entregou os papéis, e enquanto eu pegava a caneta para assinar, mais uma vez, aquele pensamento louco de estar nua enquanto assinava os documentos passou pela minha mente. Imaginei o peso da caneta em minha mão, o papel frio sobre minha pele, minha postura descontraída enquanto tudo estava à mostra. Era um cenário tão absurdo, tão surreal, mas tão insistente. Eu me mexia na cadeira, tentando manter a compostura. Assinei as vias com cuidado, tentando bloquear os pensamentos intrusivos, mas sem muito sucesso.
Enquanto terminava de assinar o último documento, me peguei questionando: talvez fosse justo que eu desse atenção a esse lado que por tanto tempo ignorei. Talvez fosse hora de encontrar um equilíbrio entre meus desejos profissionais e pessoais, entre meu lado racional e minhas emoções e desejos mais íntimos. Eu sabia que não poderia continuar reprimindo partes de mim sem que isso tivesse consequências. Esses pensamentos, que agora me desafiavam em momentos cruciais, eram um sinal de que algo dentro de mim precisava de atenção.
— Tudo certo? — perguntou Paula, interrompendo meus devaneios pela segunda vez. Ela parecia completamente alheia ao turbilhão de pensamentos que passava por minha mente.
— Sim, tudo certo. Muito obrigada — respondi, com um sorriso que tentei fazer parecer natural. Eu entreguei os papéis assinados de volta, e ela os guardou com eficiência.
— Bem, então nos vemos amanhã! Novamente, parabéns pela vaga. Tenho certeza de que você vai se dar muito bem aqui.
— Obrigada, Paula. Agradeço muito.
Levantei-me, mais uma vez sentindo aquele calor incômodo pelo corpo, mas agora com uma leve sensação de alívio. Talvez, de certa forma, esses pensamentos fossem meu próprio chamado para viver uma vida mais completa, sem tanta repressão. Ao sair do setor de RH e me encaminhar para a saída do prédio, tentei focar na nova jornada que me aguardava, mas sabia que algo dentro de mim havia despertado naquele dia.
Li atentamente seu conto e imaginei você em todos os momentos inclusive na estação de metrô, uauuu me imaginei lhe massagear de forma única, as vezes passo por essa região e por essas estações de metrô, e me imaginei lhe encontrando, uma menina mulher Ruiva bonita e sensual..., parabéns
Delícia, votado!