O Despertar de Suzan - Capítulo 3

Esses eventos ocorrem imediatamente após o final do capítulo 2.

Capítulo 3 - O elevador

Eu já estava quase em casa, o que deveria me deixar mais tranquila, mas, ao entrar no elevador, a sensação de alívio foi interrompida.

Eu tinha acabado de chegar com minhas compras, a situação no mercado ainda fresca na minha mente, e a ideia de estar praticamente sem minha saia já me deixava nervosa. Felizmente, o elevador estava vazio, e o porteiro Oswaldo não estava na recepção. Pensei que essa seria minha chance de subir em paz, sem ninguém me notar. Mas, assim que a porta estava prestes a se fechar, ela se abriu novamente, alguém veio correndo e a segurou, e quatro homens fortes entraram carregando caixas.

Eles estavam suados, usando macacões, uniforme de alguma empresa de mudanças. Falaram entre si rapidamente, e o espaço que antes parecia meu refúgio agora ficou apertado. Me senti desconfortável com a presença deles. Eles me olharam por um momento, não de forma imprópria, mas o suficiente para me fazer sentir ainda mais exposta do que já estava. Eu estava usando apenas minha camisa e o blazer, que, felizmente, cobriam o essencial, mas era impossível ignorar a sensação de vulnerabilidade.

Os homens continuaram conversando, despreocupados, e embora não tenham prestado muita atenção em mim, meus pensamentos estavam fora de controle. E se eles soubessem que estou sem saia? E se percebessem que estou praticamente nua da cintura para baixo? A ansiedade começou a me consumir. Eu tentava disfarçar, ficando o mais imóvel possível, enquanto minhas mãos automaticamente ajustavam o blazer, puxando-o levemente para baixo, tentando cobrir mais do que ele realmente podia.

A tensão dentro de mim crescia a cada segundo. Não era sobre os olhares que eles de fato lançavam em minha direção, mas sobre a ideia de que eu poderia ser "descoberta". Meu coração acelerava, e eu senti meu rosto começar a esquentar. Era como se meu corpo inteiro estivesse me traindo, amplificando aquele sentimento de exposição. O elevador parecia menor a cada segundo, e eu não conseguia parar de pensar no que poderia acontecer se a realidade da minha situação fosse percebida por eles.

Eu sabia que minha imaginação estava exagerando, mas era difícil controlar. Eles riam entre si, brincando sobre o trabalho pesado de carregar móveis, e minha mente começou a imaginar o pior: E se, de alguma forma, eles notassem o quão vulnerável eu estava e fizessem algum comentário? O medo de ser vista naquela condição — quase ridícula, sem minha saia — misturava-se com um desconforto físico que eu não sabia explicar. Era como se meu corpo estivesse reagindo à situação de uma forma que eu mesma não entendia.

Senti uma excitação inexplicável, quando imaginei eles percebendo minha nudez parcial, me segurando pelos braços, abrindo meu blazer, removendo o que ainda restava da minha dignidade, meus mamilos enrijeceram na hora, roçando no pano fino da minha blusa, o que me deixou mais excitada ainda, meu medo agora era que eles percebessem o quanto eu estava molhada, pois podia estar escorrendo pelas minhas coxas.

Em minha cabeça eles falavam coisas absurdas, como se eu fosse uma verdadeira atriz pornô e estava ali fazendo uma cena, parecia que eles estavam prestes a abrir seus macacões e me colocar de joelhos no meio deles, logo eu, que sempre abominei essa imagem da mulher como um objeto sexual.

Tentei afastar os pensamentos. Afinal, eram apenas homens normais, trabalhadores que provavelmente nem haviam reparado em mim além de um simples "boa tarde". Mas, ao mesmo tempo, meu cérebro insistia em criar cenários. Eu me via ali, no meio deles, tentando segurar as pontas do meu blazer para cobrir mais, enquanto eles me olhavam e faziam suposições.

A conversa deles continuava casual, mas eu estava completamente presa em minha própria cabeça. “Se eles soubessem…”, repetia uma voz na minha mente. Talvez, se eu estivesse com minha saia, essa situação não teria o mesmo impacto. Mas, de alguma forma, não estar completamente vestida naquela situação transformava tudo. Eu me sentia vulnerável, como se estivesse sendo observada mais intensamente do que realmente estava.

Finalmente, o elevador parou no terceiro andar. Eles se prepararam para sair, e eu fiquei mais rígida do que nunca, tentando parecer indiferente, como se nada estivesse errado. Eles foram saindo um a um, mas não sem antes me cumprimentarem com um rápido “boa tarde” novamente. Eu murmurei um “boa tarde” de volta, tentando não demonstrar nenhum traço de nervosismo. Por mais que tenha sido um simples gesto de educação, eu senti como se estivesse sob o microscópio, como se eles tivessem visto algo que eu estava tentando esconder tão desesperadamente.

O elevador finalmente voltou a subir. Eu suspirei de alívio, sozinha de novo. O terceiro andar já estava atrás de mim, e agora eu tinha apenas mais um lance de escada para me preocupar. Mas os pensamentos não me deixavam em paz. Minha mente estava confusa, embaralhada entre o medo e o alívio, entre o desconforto e uma estranha sensação de que algo havia mudado dentro de mim. Era como se, de repente, aquele sentimento de estar exposta fosse mais do que apenas uma situação passageira. Como se houvesse algo mais profundo ali, algo que eu não estava pronta para confrontar.

Cheguei ao quarto andar e saí do elevador, tentando recuperar o controle sobre meus pensamentos. Tudo estava bem agora. Eu estava segura, finalmente em casa, e longe de olhares curiosos ou da possibilidade de ser descoberta. Mas o eco daquela experiência ainda ressoava dentro de mim.

O elevador finalmente estava subindo para o quarto andar. Eu respirava mais profundamente, tentando me acalmar após a interação inesperada com os homens que haviam embarcado no térreo. Mesmo que tudo tivesse sido superficial — apenas olhares e cumprimentos formais — algo dentro de mim estava mudando. Havia uma tensão no ar, algo que eu não conseguia afastar, como se estivesse sendo testada pela situação.

Minhas mãos ainda estavam instintivamente puxando o blazer para baixo, tentando cobrir o máximo possível, mesmo sabendo que ele não era longo o suficiente para isso. Cada movimento parecia destacar ainda mais a vulnerabilidade da minha situação. Mesmo sem que eles tivessem dito nada de inapropriado, os olhares deles — aquele breve escaneamento de cima a baixo — pareciam cravar em mim um sentimento de exposição que eu não conseguia ignorar.

Eu estava consciente de cada detalhe: do tecido do blazer roçando minha pele, da falta de qualquer outra peça que pudesse me proteger daquela sensação incômoda. Era um conflito interno constante. Por um lado, a vergonha de estar naquela situação, tão exposta e, ao mesmo tempo, disfarçada. Por outro lado, uma estranha excitação — não a de um desejo físico, mas de estar em uma situação tão fora do meu controle. Era como se meu corpo estivesse reagindo de maneiras que minha mente não aprovava. Como se algo dentro de mim estivesse lutando para se libertar.

O elevador subiu mais um andar, e eu fechei os olhos por um momento, tentando afastar a tensão. Por que minha mente insistia em criar esses cenários? Talvez fosse o resultado de tantos anos em que eu me mantive focada exclusivamente nos estudos e no trabalho. Talvez, agora que eu estava começando a viver minha vida adulta, essas sensações reprimidas estavam emergindo de formas inesperadas.

Os homens saíram no terceiro andar, e, assim que as portas se fecharam, um suspiro involuntário escapou dos meus lábios. Eu estava sozinha novamente, mas a tensão ainda pulsava dentro de mim. Não era como se algo físico tivesse acontecido, mas a ideia de estar tão próxima de ser descoberta, a possibilidade de que alguém pudesse perceber minha situação, deixava tudo mais intenso.

Minha mente voltou àqueles olhares que eles lançaram. O modo como, por um breve momento, me senti despida, mesmo estando parcialmente coberta. Se soubessem que, na verdade, eu estava sem minha saia, será que teriam agido diferente? Será que teria havido algum comentário? E como eu reagiria? Esses pensamentos me deixavam ansiosa, mas, ao mesmo tempo, havia uma parte de mim que não conseguia afastá-los.

Era como se eu estivesse sendo puxada entre dois extremos: o desejo de ser invisível, de não ser notada, e a excitação estranha de estar tão exposta, tão vulnerável. Eu não queria esses sentimentos, mas eles estavam lá, como uma presença incômoda e crescente. Eu sentia o calor subir pelo meu rosto, a sensação familiar de constrangimento que, por algum motivo, parecia impossível de ignorar.

Finalmente, o elevador chegou ao quarto andar. As portas se abriram, e eu saí rapidamente, meu coração ainda acelerado, mas agora com uma sensação de alívio. Cada passo em direção ao meu apartamento parecia mais pesado, como se aquela tensão não quisesse me deixar.

Entrei no apartamento, fechando a porta atrás de mim, e soltei um suspiro longo. Eu estava finalmente segura. O que quer que tivesse acontecido lá embaixo, fosse real ou apenas fruto da minha imaginação, estava agora no passado. Mas, por mais que eu quisesse afastar esses pensamentos, eles ainda pairavam no ar, me deixando inquieta.

Me sentei no sofá, ainda tentando processar o que havia acontecido. Era mais do que apenas o constrangimento de estar sem saia; era a sensação de ser vista de uma maneira que eu não estava acostumada. Como se a versão de mim que sempre controlei estivesse começando a se despedaçar, revelando algo que eu não estava pronta para confrontar.

O que estava acontecendo comigo? Talvez fosse o estresse do novo emprego, ou o fato de que minha vida, por tanto tempo, foi dedicada exclusivamente ao estudo e ao trabalho. Talvez eu estivesse finalmente entrando em contato com partes de mim mesma que sempre reprimira. Havia algo de libertador, mas também de aterrorizante, em admitir que esses sentimentos estavam lá, crescendo, mesmo que eu não soubesse o que fazer com eles.

A noite já começava a cair, e eu me levantei para começar a organizar as compras. A rotina normal deveria me ajudar a voltar ao estado de normalidade, mas a verdade é que nada parecia normal agora. O que antes parecia ser uma situação simples, como pegar o elevador, agora carregava um peso emocional que eu não estava pronta para encarar.


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Ficha do conto

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karryn

Nome do conto:
O Despertar de Suzan - Capítulo 3

Codigo do conto:
220700

Categoria:
Exibicionismo

Data da Publicação:
05/10/2024

Quant.de Votos:
2

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