O Despertar de Suzan - Capítulo 5

Esses eventos ocorrem imediatamente após o final do capítulo 4.

Capítulo 5 - O porteiro e a chave mestra

Cheguei ao térreo e, com extremo cuidado, me aproximei da portaria. Vi Oswaldo, o porteiro, sentado atrás da bancada, mexendo em um caderno. Eu senti um alívio imediato. Se alguém pudesse me ajudar, seria ele. Respirei fundo, ajustando minha mão pequena que mal cobria meus pelos pubianos ruivos. Não poderia deixar transparecer a minha situação tão obviamente, então me aproximei da recepção, escondendo-me estrategicamente atrás da bancada.

— Oswaldo! — chamei, tentando manter minha voz firme.

Ele levantou o olhar e sorriu, como sempre fazia. A expressão amigável e despreocupada dele contrastava totalmente com o caos que eu estava sentindo.

— Suzan! Oi, boa tarde. Tá tudo bem? — perguntou ele, sem perceber nada de estranho no primeiro momento.

Eu engoli em seco, tentando ignorar o fato de que estava nua e falando com ele como se nada estivesse fora do normal.

— Olha... eu estou com um probleminha — comecei, minha voz um pouco hesitante. — Eu acabei me trancando do lado de fora do meu apartamento.

— Ah, sério? Isso acontece, não se preocupe — ele disse com um sorriso tranquilo, como se fosse algo rotineiro. — Quer que eu chame o chaveiro?

Meu coração deu um salto. Se ele chamasse o chaveiro, isso significaria que teria que explicar a ele e ao chaveiro o motivo de estar ali nua do lado de fora do meu apartamento. E eu não aguentaria de tanta vergonha, mas isso estranhamente me deixou mais excitada.

— Na verdade... eu estava pensando se você poderia me emprestar a chave mestra, sabe? — perguntei, tentando manter a calma. — Eu só preciso entrar rapidinho e pegar a minha chave, volto aqui e te devolvo a chave mestra logo em seguida.

Oswaldo franziu a testa, como se estivesse considerando a ideia, mas logo balançou a cabeça negativamente.

— Então... eu gostaria de ajudar, mas, infelizmente, as regras do condomínio são bem rígidas quanto a isso. Eu não posso emprestar a chave mestra, sabe como é. Só em situações de extrema emergência.

Minha mente começou a girar. Isso era uma extrema emergência, certo? Mas como eu poderia explicar para ele o quão emergencial era o fato de eu estar presa do lado de fora, sem absolutamente nada para cobrir meu corpo? Não era como se eu pudesse simplesmente dizer: "Ei, Oswaldo, estou completamente nua. Isso não conta como emergência?"

Olhei para ele, que continuava sentado tranquilamente atrás da bancada. Não parecia haver qualquer urgência nos gestos ou no tom de voz dele. Ele estava simplesmente fazendo o trabalho dele, enquanto eu, do outro lado da bancada, lutava contra a vergonha que me consumia.

E então, uma ideia absurda passou pela minha cabeça. E se... eu pedisse para ele ir comigo até o apartamento? Essa seria a única solução no momento. A questão é que ele teria que ir comigo pelas escadas, não pelo elevador. O elevador não era uma opção. De jeito nenhum.

Minha mente começou a correr a mil por hora. As escadas eram mais discretas. Se conseguisse convencê-lo a subir comigo por ali, seria menos provável que encontrássemos alguém. Mas ainda assim, a ideia de caminhar pelos corredores com ele ao meu lado, me deixava ainda mais inquieta. Eu teria que me manter sempre atrás dele e dar um jeito de entrar no apartamento rapidamente, sem que ele me visse nua.

Respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas.

— Oswaldo... eu sei que parece bobo, mas eu realmente estou numa situação complicada. Você poderia subir comigo até o meu apartamento? — perguntei, sentindo minhas mãos suadas enquanto me agarrava à borda da bancada para manter a calma.

Ele me olhou com um pouco de surpresa, mas assentiu.

— Claro, posso subir com você. Mas... vamos rápido, porque não posso deixar a portaria sozinha por muito tempo, ok? — Ele falou, levantando-se devagar.

"Escada", pensei imediatamente. Eu não poderia nem cogitar a ideia de estar dentro de um espaço fechado, onde ele pudesse se virar e ver a minha total ausência de roupa.

Quando Oswaldo sugeriu o elevador, meu coração disparou. Não havia chance de eu arriscar o elevador. Respirei fundo, tentando parecer mais calma do que realmente estava.

— Eu acho melhor a gente ir pelas escadas, Oswaldo — sugeri rapidamente, tentando soar casual. — O elevador está sendo usado para a mudança no terceiro andar.

Nesse mesmo momento, eis que, os primeiros dois homens da mudança saíram do elevador, carregando algumas caixas pesadas. Eu me aproveitei da oportunidade, mudando de posição rapidamente, me escondendo atrás da bancada para que eles não me vissem completamente exposta.

Oswaldo observou os homens e assentiu, aceitando minha desculpa. Ele parecia tranquilo, como sempre, mas para mim, cada segundo era uma eternidade.

— É verdade, vai ser mais rápido pelas escadas mesmo. Eles vão ficar ocupando o elevador por um bom tempo — ele disse, confirmando minha escolha.

Suspirei em alívio, mantendo minha posição estratégica atrás da bancada, fora da visão dos homens e de Oswaldo. Assim que os homens se afastaram em direção ao corredor com suas caixas, eu saí do meu esconderijo e fiz um sinal para Oswaldo que já estava se dirigindo às escadas.

Eu caminhei logo atrás dele, tomando cuidado para me manter o tempo todo atrás de seu corpo, como se ele fosse um escudo que poderia me proteger de qualquer olhar curioso. Meus pensamentos estavam em um turbilhão. Cada passo era uma nova onda de ansiedade, misturada com uma adrenalina e tesão. Era como se eu estivesse em um limiar entre o medo e algo que eu não queria admitir. Mas, naquele momento, eu só queria chegar ao meu apartamento.

Chegamos ao primeiro andar, e eu agradeci mentalmente por Oswaldo não ter olhado para trás em nenhum momento. Talvez ele estivesse acostumado a ser solicitado para essas coisas e não via nada de estranho na minha atitude. Ou talvez ele fosse simplesmente atencioso e não queria me deixar desconfortável. De qualquer maneira, minha missão era me manter invisível o máximo possível.

Mas ainda faltavam três andares.

— Vamos lá, só mais alguns lances de escada — disse Oswaldo, sem parecer notar o caos que se passava na minha cabeça.

Eu estava tão focada em seguir seus passos que mal conseguia prestar atenção no que ele falava. Tudo o que eu conseguia pensar era: "Não deixa ele olhar para trás, não deixa ele perceber."

Minhas mãos suavam enquanto eu tentava cobrir meus seios grandes e minha bucetinha com seus cabelos vermelhos espalhados. A cada movimento, parecia que eles se revelavam um pouco mais, deixando a minha nudez mais evidente em minha cabeça. Eu tinha que ser rápida, mas também cuidadosa.

Embora eu estivesse completamente focada em esconder minha situação embaraçosa, uma parte da minha mente começou a vagar. Talvez fosse o nervosismo ou o acúmulo de emoções confusas do dia, mas de repente me vi analisando Oswaldo, o porteiro que sempre foi tão prestativo e discreto.

Ele era um senhor já com mais de 60 anos, e eu nunca tinha realmente prestado muita atenção nele, além do típico cumprimento educado que trocávamos. Mas, enquanto eu o seguia pelas escadas, meu olhar acabou caindo sobre seu corpo de forma diferente, talvez influenciado pela minha própria vulnerabilidade naquele momento. Oswaldo, apesar da idade, parecia estar em boa forma. Eu notava agora que ele tinha ombros largos e costas firmes. Seu uniforme de porteiro, embora simples, não escondia o físico ainda forte e resistente. A camisa azul clara estava justa nos braços, destacando seus músculos, algo que eu nunca tinha reparado antes. Ele tinha um ar robusto, como alguém que já fez muito esforço físico na vida, e ainda mantinha essa vitalidade.

Enquanto subíamos o segundo lance de escadas, tentei afastar aqueles pensamentos, mas eles voltavam de forma involuntária. “O que estou fazendo?”, pensei, sentindo minhas bochechas queimarem de vergonha e minha buceta se molhar mais ainda de tesão. Não fazia sentido eu estar ali, naquela situação absurda, e ainda por cima deixar minha mente divagar sobre o corpo do Oswaldo, que sempre foi tão respeitoso comigo.

Eu tentava focar na tarefa de chegar ao apartamento, mas uma parte da minha mente, aquela parte que parecia estar descontrolada hoje, começou a se perguntar: como seria o corpo dele por baixo daquele uniforme? Será que, mesmo com a idade, ele ainda mantinha aquela firmeza em outras partes do corpo?

Essa ideia me fez sentir ainda mais constrangida. Não era hora para isso, mas meu cérebro parecia estar em um estado de caos absoluto. Era como se, ao mesmo tempo que eu estivesse mortificada por estar sem roupa, meu corpo e minha mente tivessem se rebelado contra a razão. Eu balancei a cabeça levemente, tentando me recompor. Não podia me deixar levar por pensamentos tão impróprios naquele momento.

Passamos pelo segundo andar, e Oswaldo não olhou para trás nem uma vez. Para meu alívio, ele estava totalmente focado em nos levar até o quarto andar, provavelmente sem a menor ideia do turbilhão que estava acontecendo dentro da minha cabeça. Cada passo meu era uma mistura de alívio por estar mais perto do meu apartamento e vergonha por esses pensamentos que surgiam sem minha permissão.

“Só mais dois andares”, pensei, tentando concentrar toda minha atenção no movimento das escadas sob meus pés e no som dos sapatos de Oswaldo batendo contra os degraus. Eu precisava chegar logo ao meu apartamento, me trancar no quarto, e tentar entender o que estava acontecendo comigo.

O som dos homens fazendo a mudança no terceiro andar fez meu coração disparar de imediato. Afastando os pensamentos que eu estava tendo sobre o corpo de Oswaldo. Era como se o barulho ecoasse diretamente no meu peito, me trazendo de volta ao momento presente com um susto. A ideia de Oswaldo parar para conversar com eles, ou até mesmo me apresentar, me apavorou de um jeito quase irracional. Imaginei, por um breve momento, o olhar de surpresa e confusão que aqueles homens teriam ao me ver ali, naquela situação vergonhosa, totalmente exposta. Meu corpo nu, seria revelado de uma forma que eu mal podia suportar imaginar.

Eu olhei para Oswaldo com apreensão. Ele não tinha mostrado o menor indício de que fosse parar, mas meu medo era tão grande que qualquer movimento dele parecia suspeito. Não sabia o que seria pior: ele tentar falar com os homens, ou algum deles olhar para a escada e me ver atrás da figura de Oswaldo, usando apenas minhas mãos para me cobrir. O som das vozes dos homens ressoava alto no corredor do terceiro andar. Eu os ouvia discutindo sobre o melhor jeito de levar os móveis, os ruídos de caixas e objetos pesados sendo arrastados. Tudo aquilo estava me deixando à beira de um colapso nervoso.

Por sorte, Oswaldo seguiu em frente sem dar a menor atenção à movimentação no andar. Ele parecia focado em apenas me ajudar a resolver o problema da chave, como o bom profissional que sempre foi. Meu alívio foi imediato, mas ainda assim, meu corpo continuava tenso, o medo de ser vista não me deixava relaxar completamente. Fiquei o tempo todo colada atrás dele, me escondendo da visão de qualquer pessoa que pudesse aparecer. O corredor do terceiro andar estava tão próximo, e a ideia de ser flagrada me deixou um pouco tonta.

Respirei fundo e tentei focar apenas nos degraus que faltavam. “É só mais um lance de escadas. Só mais um. Você está quase lá”, repetia mentalmente como um mantra, tentando manter a calma. O medo de ser descoberta ainda estava lá, mas aos poucos fui recuperando algum controle sobre minha mente e consegui afastar os pensamentos perturbadores sobre o corpo de Oswaldo. Havia algo mais urgente a se preocupar, afinal.

Enquanto subíamos, senti o alívio de estar a um passo de me livrar dessa situação surreal. Eu precisava me manter firme. Controlar meus pensamentos. Cada passo me levava mais perto da segurança do meu apartamento, e eu só precisava aguentar mais um pouquinho. Só mais um andar, e tudo estaria resolvido.

Ao chegar ao terceiro andar, tentei ao máximo não fazer nenhum som que pudesse chamar a atenção dos homens da mudança. Qualquer ruído poderia arruinar meus esforços. Continuei me escondendo atrás de Oswaldo, meus olhos fixos no lance de escadas vazio à nossa frente, esperando a hora de finalmente escapar dessa situação.

Estávamos quase lá.

Enquanto subíamos o último lance de escada em direção ao quarto andar, um som familiar e desconcertante me atingiu. Era o senhor Menelau, chamando por Pelúcia, o gato fujão. A cada “Pelúciaaa, cadê você?”, eu sentia um calafrio. Já era suficientemente incômodo lidar com Menelau nos dias comuns, quando eu estava completamente vestida, mas agora... a situação era outra.

De repente, Oswaldo fez um comentário casual: “Esse gato deve odiar o Menelau, sempre fugindo. Eu não culpo ele”. Isso me arrancou uma risada pequena, curta e quase involuntária. A verdade é que eu também não gostava de Menelau. Ele sempre me olhava de uma forma estranha, com um brilho nos olhos que me deixava desconfortável. Talvez Pelúcia só estivesse tentando escapar do mesmo desconforto.

Mas a leveza daquele momento desapareceu rápido quando Oswaldo, do nada, gritou das escadas: “Seu gato não tá nas escadas, Menelau!” Minha risada morreu instantaneamente na minha garganta, substituída por um pavor absoluto. Meu coração acelerou. Se Menelau saísse do apartamento e olhasse para a escada, ele me veria. Completamente desprotegida, sem chance de me esconder. Era um pensamento aterrorizante.

Por sorte, o destino foi gentil dessa vez. Ouvi Menelau agradecer de dentro do apartamento, sem abrir a porta. O alívio foi tão profundo que quase me senti tonta por um segundo. Estávamos no corredor do meu andar, e a porta do meu apartamento estava à nossa frente, a apenas alguns passos de distância. Eu podia ver a fechadura, quase sentindo o toque da segurança do meu próprio lar. Agora só dependia de Oswaldo encontrar a chave mestra em seu enorme molho de chaves. Eu o observava com atenção, nervosa, enquanto ele tentava identificar qual era a correta.

Cada segundo parecia uma eternidade. A tensão crescia dentro de mim como uma tempestade, pronta para explodir. Minhas mãos estavam suadas e meu coração não parava de martelar contra o peito. Eu precisava entrar naquele apartamento. Agora. Mas então, um ruído familiar ecoou pelo corredor, como um presságio de pavor: a porta do senhor Menelau abriu-se novamente.

Senti meu corpo inteiro enrijecer de pânico, meu coração batendo ainda mais rápido, se é que isso era possível. Se ele saísse e me visse ali, tão exposta... não queria nem pensar no que aconteceria. Porém, naquele exato momento, Oswaldo finalmente girou a chave e abriu a porta do meu apartamento. Num reflexo, ele se virou para o lado oposto do corredor, onde Menelau estava saindo. Aproveitei essa distração rápida e, sem hesitar, mergulhei para dentro do apartamento, fechando a porta com um estrondo atrás de mim.

“Obrigada, Oswaldo!” gritei do outro lado da porta, sem ousar abrir novamente. Não me importava se ele estava confuso, ou se Menelau tinha achado a situação estranha. Eu estava segura. E isso era tudo o que importava naquele momento.

Ainda do lado de fora, ouvi Menelau iniciar uma conversa com Oswaldo sobre o gato. A voz grave de Menelau ecoava pelo corredor. “Essa menina é meio maluquinha, não é?” comentou ele, com seu tom habitual de desdém misturado com curiosidade. Eu sabia que ele estava se referindo a mim, e, naquele instante, preferi nem pensar no que eles estavam conversando.

Apenas respirei fundo, encostando-me na porta, aliviada por estar finalmente sozinha e longe de olhares indesejados.


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Ficha do conto

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Nome do conto:
O Despertar de Suzan - Capítulo 5

Codigo do conto:
220709

Categoria:
Exibicionismo

Data da Publicação:
06/10/2024

Quant.de Votos:
2

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