Capítulo 10 – O brinquedo de Bárbara
Eu estava começando a me sentir um pouco mais à vontade depois de toda aquela conversa. As meninas já estavam rindo e brincando, como sempre fazem quando o assunto se torna um pouco mais pessoal, e eu me sentia aliviada por finalmente ter compartilhado algo tão íntimo. No entanto, a noite parecia longe de terminar. De repente, vi Bárbara se levantando da cadeira e indo em direção à sua bolsa, que estava no canto da sala. Sua expressão era enigmática, o que fez com que todas nós a observássemos com curiosidade.
"Ei, Bárbara... já está indo embora?" — perguntei, tentando entender o que estava acontecendo. Parecia cedo para ela querer sair, ainda mais quando a noite parecia estar esquentando de forma descontraída.
Ela me olhou por cima do ombro e deu uma risadinha baixa. "Não, Suzan. Na verdade, acho que a festa está só começando."
Eu franzi a testa, confusa. O que ela estava fazendo? Antes que eu pudesse perguntar mais, Bárbara abriu sua bolsa e, com um gesto quase dramático, retirou algo que me fez congelar no lugar. Era um consolo... rosa. E, sem cerimônia, ela o levantou no ar, segurando-o como se fosse a coisa mais normal do mundo.
"É exatamente disso que você precisa agora, Suzan." Ela apontou o consolo diretamente para mim, com um sorriso divertido no rosto.
Meu coração disparou e eu senti meu rosto esquentar instantaneamente. Eu estava tão chocada que não conseguia formular uma resposta. As outras meninas também estavam sem palavras, mas logo começaram a rir, tentando quebrar o clima de surpresa que tinha se instalado na sala.
"Bárbara!" — Renata exclamou, rindo enquanto cobria a boca com a mão. "Você é impossível!"
Eu ainda estava imóvel, meus olhos fixos naquele objeto estranho que Bárbara segurava. Meu cérebro parecia não conseguir processar a situação. Isso não era algo que eu esperava para a noite... nem de longe.
Enquanto as meninas continuavam conversando e rindo, eu me sentia estranhamente desconectada, quase como se estivesse observando a cena de fora do meu próprio corpo. A noite havia mudado de rumo rapidamente, e embora eu estivesse tentando me manter à vontade, havia uma parte de mim que não sabia ao certo como lidar com o que estava acontecendo. Quando Bárbara colocou o consolo rosa na mesa, algo dentro de mim se mexeu — uma mistura de vergonha e curiosidade que eu não sabia como expressar.
"Você precisa relaxar, Suzan, de verdade", disse Bárbara, com um sorriso cúmplice. "Isso é só uma ferramenta para você se reconectar com seu próprio corpo. Sem pressão, sem julgamento."
Olhei para ela, e para o objeto na mesa, tentando entender o que aquilo significava. O riso suave das outras meninas, os comentários bem-humorados e, ao mesmo tempo, cheios de empatia, tudo parecia muito distante da minha realidade. Não era sobre o objeto em si. Era sobre algo mais profundo que eu nunca havia admitido para ninguém, muito menos para mim mesma.
"Eu... eu nunca pensei muito nisso", confessei, minha voz quase sumindo, mas o suficiente para elas me ouvirem. "Na verdade, eu sempre estive tão focada nos meus estudos, no trabalho... que nunca parei para pensar no que eu realmente queria para mim, nesse sentido."
Elas ficaram em silêncio por um momento. Eu sabia que elas estavam surpresas, e talvez até um pouco preocupadas, mas não havia julgamento em seus olhos. Apenas curiosidade e apoio.
Carla foi a primeira a falar, sua voz suave e compreensiva. "Você nunca teve tempo de pensar em você mesma, né? Sempre foi tudo sobre metas, conquistas, e você esqueceu de dar atenção a... Suzan."
Era isso. Elas haviam acertado em cheio. Eu sempre fui a pessoa que se focava nos estudos, que se destacava no trabalho, mas nunca parei para me perguntar quem eu era de verdade, longe de todas essas obrigações. Eu estava sempre correndo atrás de algo, de um objetivo que achava que me definiria como pessoa. Mas, e quanto à minha própria essência? E quanto aos meus próprios desejos e à minha relação comigo mesma?
"Talvez eu tenha medo", admiti, quase sussurrando, olhando para o consolo na mesa, mas claramente falando de algo muito maior. "Medo de descobrir quem eu sou de verdade, fora de todas essas expectativas que eu coloquei para mim mesma."
Bárbara, que estava me observando atentamente, falou com calma. "Suzan, se descobrir não é algo que você precisa temer. Faz parte do autoconhecimento, e cada passo nesse caminho é válido. Você não precisa seguir as expectativas dos outros ou mesmo as suas próprias, aquelas que você criou anos atrás. Você só precisa ser honesta consigo mesma."
Aquelas palavras ficaram ecoando na minha mente. Honestidade. Talvez o que eu mais temia não fosse o julgamento dos outros, mas o que eu descobriria se realmente olhasse para dentro. E se eu não fosse a pessoa que eu sempre pensei ser? E se eu quisesse algo diferente, algo fora do padrão que eu havia construído?
Renata, que sempre foi mais reservada, se aproximou de mim com um sorriso acolhedor. "Não é sobre o que você fez ou deixou de fazer no passado, Suzan. A questão é o que você quer daqui para frente. O que te faz feliz. Se isso for algo íntimo, ou algo profissional, ou uma mistura dos dois... isso só depende de você."
As palavras delas, as risadas gentis e o apoio silencioso estavam me dando coragem. Coragem para admitir que, de alguma forma, eu havia me perdido no meio de tantas responsabilidades e expectativas. Eu estava ali, sentada nua diante das minhas amigas, literalmente e metaforicamente exposta. Não havia como esconder mais.
"Eu sempre achei que precisava ser perfeita em tudo", confessei. "Ser a melhor no trabalho, ser a filha perfeita, ser a amiga que nunca falha... e acho que, no meio disso tudo, esqueci de mim mesma. Esqueci de entender quem eu realmente sou."
As meninas assentiram. Carla, a mais experiente entre nós, falou com autoridade, mas sem ser autoritária. "Suzan, o autoconhecimento é libertador, mas também vem com desafios. A melhor parte é que você não precisa fazer isso sozinha. Estamos aqui para você, e isso não precisa ser algo embaraçoso. Pode ser o começo de algo novo."
Ela tinha razão. E, naquele momento, algo dentro de mim começou a mudar. Não era sobre o objeto na mesa. Era sobre permitir-me sentir, explorar, e descobrir partes de mim que eu havia enterrado por medo ou por falta de tempo.
Eu estava pronta para começar essa jornada, não por pressão externa, mas porque eu sentia que era o momento. O momento de finalmente me conectar comigo mesma de uma maneira verdadeira e profunda.
A noite continuou com as meninas trocando histórias engraçadas, rindo de nossas inseguranças, e eu, pela primeira vez, me senti verdadeiramente confortável com a minha vulnerabilidade.
Eu olhei para o objeto que Barbara tinha colocado sobre a mesa. O consolo rosa parecia inofensivo à primeira vista, mas representava algo muito mais profundo para mim naquele momento. Era como se ele fosse um símbolo do meu próprio conflito interno, uma peça de um quebra-cabeça que eu vinha tentando montar há muito tempo, mas que nunca tive coragem de enfrentar completamente.
As meninas me olhavam com sorrisos de incentivo, como se estivessem dizendo que aquilo era algo natural, que eu merecia um momento de descoberta e de relaxamento. No entanto, o sentimento dentro de mim era complexo. Eu estava nua diante delas, algo que eu já havia justificado com uma desculpa qualquer, mas estar vulnerável não era apenas sobre a minha pele exposta. Era sobre expor também meus sentimentos, minhas incertezas, meus desejos mais profundos que, até então, eu evitava reconhecer.
"Você precisa disso", disse Bárbara, segurando meu olhar com firmeza. Eu sabia que ela não falava apenas do consolo. Ela estava falando sobre algo maior, algo que eu sabia que estava negligenciando: minha relação com o meu próprio corpo, com os meus sentimentos e com minha sexualidade. Eu sempre fui muito focada nos estudos e, agora, no trabalho. A parte emocional e íntima da minha vida ficava sempre em segundo plano, como se não fosse importante, ou como se fosse algo que eu pudesse deixar de lado para lidar "depois".
Mas quando é que seria esse "depois"?
Eu respirei fundo, sentindo o calor subir pelas minhas bochechas. As meninas continuavam ali, tranquilas, como se aquela conversa fosse comum, mas, para mim, era um território desconhecido. Parte de mim queria recuar, fugir de tudo isso e voltar ao meu cotidiano focado no trabalho. Porém, outra parte – uma que eu não costumava escutar – dizia que talvez fosse o momento de olhar para dentro, de me permitir explorar meus sentimentos e entender mais sobre quem eu sou de verdade.
"Eu nunca realmente... me permiti sentir essas coisas", confessei em voz baixa, quase como se estivesse falando mais para mim do que para elas. "Eu sempre achei que, se eu me focasse nos meus objetivos, essas partes de mim não importariam tanto."
Carla, que até então estava em silêncio, olhou para mim com um sorriso suave. "Você não pode ignorar uma parte tão importante de quem você é, Suzan. Todo o autoconhecimento vem da aceitação de todas as facetas do nosso ser, inclusive aquelas que evitamos."
Aquelas palavras ressoaram em mim de uma maneira que eu não esperava. Eu sempre vi minhas conquistas acadêmicas e profissionais como o reflexo de quem eu era, mas agora percebia que havia tanto mais para descobrir. E, de certa forma, a nudez física que eu sentia naquele momento refletia a minha vulnerabilidade emocional. Eu estava diante de um momento em que poderia me permitir ser inteira, sem compartimentar minha vida entre o que é importante e o que pode esperar.
Olhei para o consolo novamente, desta vez com menos receio e mais curiosidade. Não era sobre o objeto em si, mas sobre o que ele simbolizava. Era sobre me permitir sentir, explorar, conhecer meu corpo e minhas emoções sem medo ou vergonha. Eu sabia que não seria fácil quebrar anos de barreiras que eu mesma havia construído, mas aquele momento com minhas amigas parecia um primeiro passo, mesmo que pequeno.
"Eu não sei se consigo... de imediato", murmurei, sentindo uma mistura de vergonha e excitação. "Mas vocês estão certas, eu preciso me permitir mais."
Natalia sorriu, compreensiva. "O importante é que você está começando a perceber isso. O processo de autoconhecimento leva tempo, e não é algo que acontece da noite para o dia."
Renata assentiu, acrescentando: "Nós estamos aqui para te apoiar, Suzan. E isso não é só sobre sexo ou orgasmos, é sobre você se sentir bem consigo mesma, seja física ou emocionalmente."
Aquelas palavras acenderam algo dentro de mim. Eu nunca tinha permitido que minhas amigas vissem esse lado mais vulnerável, mas agora eu percebia que elas estavam ali para me apoiar, e que eu poderia confiar nelas.
"Eu vou tentar, de verdade", disse, sentindo o peso daquela promessa, não para elas, mas para mim mesma.
E naquele momento, não era sobre o consolo na mesa ou sobre o que ele representava. Era sobre me dar permissão para sentir, para viver, para ser mais do que apenas o rótulo de uma profissional dedicada ou uma jovem mulher disciplinada. Eu queria ser completa. E, pela primeira vez, eu estava disposta a começar essa jornada de descoberta.
Peguei o consolo macio da mesa, me molhando de imediato, encaixei ele na minha bucetinha, me apoiando no sofá, sentada no tapete da sala. Eu fechei os olhos, sentindo um tremor percorrer meu corpo. Era como se, naquele momento, todo o peso que eu carregava por tanto tempo, todas as barreiras que eu havia erguido, começassem a se dissolver. Pela primeira vez, eu estava me permitindo sentir plenamente, sem julgamentos, sem medo. As risadas e conversas animadas das meninas ao meu redor ainda preenchiam o ambiente, mas, internamente, era só eu e o meu corpo.
Eu respirei fundo, me concentrando apenas nas sensações. A tensão dos últimos dias, dos meus próprios conflitos internos, tudo parecia desvanecer lentamente. Era uma espécie de liberação, algo que eu nunca tinha experimentado tão profundamente antes. O calor que subia pelo meu corpo não era apenas físico, era emocional. Era uma resposta ao fato de que eu finalmente estava me permitindo explorar quem eu era, não só como profissional dedicada ou uma pessoa metódica, mas como uma mulher que merece se conectar com sua própria essência.
Minha mente voava para momentos em que eu nunca me deixei sentir dessa forma, enquanto eu iniciava um vai e vem gostoso, soltando alguns gemidos timidos. Anos de dedicação aos estudos, a pressão de sempre ser exemplar, e até mesmo as relações que eu mantive com meus dois namorados, sempre limitadas, sempre interrompidas antes que eu pudesse me conectar verdadeiramente com o que meu corpo pedia.
Eu nunca imaginei que, em um cenário tão íntimo e incomum, cercada por minhas colegas de trabalho – Carla, Natalia, Bárbara e Renata –, eu conseguiria me libertar assim. Eu sentia uma mistura de nervosismo, excitação e... liberdade. Pela primeira vez, eu estava deixando de lado todas as amarras que mantinham meus desejos reprimidos, agora com aquele consolo totalmente enfiado em mim, escorregando no líquido da minha excitação.
Aos poucos, o ápice dessa experiência foi tomando conta de mim, e não demorou muito, quando finalmente atingi aquele momento de liberação total, foi como se eu tivesse rompido um ciclo. Um suspiro longo e profundo escapou dos meus lábios, e eu deixei meu corpo relaxar completamente. Eu não percebi de imediato, mas as meninas, que haviam sido parte dessa jornada, começaram a aplaudir em tom de brincadeira, rindo e me incentivando.
"Isso, Suzan!", disse Renata, com um sorriso largo no rosto. "É disso que você precisava!"
Carla balançou a cabeça, ainda rindo. "Finalmente! Você merece se sentir assim."
Bárbara, a responsável por começar tudo, olhou para mim com aquele olhar de aprovação. "Eu sabia que você só precisava se libertar. Isso é sobre mais do que o momento em si, é sobre se reconectar com você mesma."
Senti meu rosto corar, mas não era mais por vergonha, era por gratidão. Elas estavam certas, e eu sabia disso. Não era sobre o consolo ou sobre qualquer objeto específico. Era sobre permitir que eu fosse autêntica, livre e conectada comigo mesma, nada melhor do que um orgasmo para me mostrar isso.
Ainda me recuperando do momento, abri os olhos lentamente, sentindo o calor do ambiente ao meu redor e o apoio das minhas colegas. Era estranho, de certa forma. Eu havia passado tanto tempo construindo uma imagem de perfeição, de seriedade, que agora me via quebrando todas essas barreiras de maneira tão natural, quase sem esforço.
"Eu... eu não sei o que dizer," comecei, ainda um pouco atordoada com tudo o que acabara de acontecer. "Isso foi... intenso, mas ao mesmo tempo libertador."
Natalia, que sempre tinha uma palavra encorajadora, se inclinou para mim e disse: "Você não precisa dizer nada, Suzan. Apenas aproveite. O autoconhecimento é uma jornada, e você acabou de dar um passo muito importante."
Era verdade. Eu sentia isso agora. Todos os medos, inseguranças e a pressão que eu sentia em relação à minha vida pessoal e sexual pareciam tão pequenos diante do que eu acabara de vivenciar. As minhas poucas experiências com os dois namorados não eram o reflexo de quem eu era, e sim de quem eu tinha medo de ser. Agora, eu começava a entender que eu merecia explorar essas partes de mim sem culpa.
Eu olhei ao redor da sala, para as minhas colegas que tinham sido parte de algo tão íntimo, mas também transformador. Elas haviam sido a ponte para algo maior, algo que eu ainda não compreendia por completo, mas que agora sabia que fazia parte da minha jornada de autodescoberta.
Sorri, com o coração leve. "Obrigada, de verdade. Acho que isso foi algo que eu realmente precisava."
"Você é incrível, Suzan," disse Bárbara, colocando a mão no meu ombro. "E agora, mais do que nunca, você está começando a perceber isso."
Naquele momento, percebi que, apesar de todas as dificuldades, chantagens, incidentes embaraçosos e pressões do trabalho, eu estava no caminho certo. Eu estava finalmente descobrindo uma nova parte de mim mesma – uma parte que merecia ser explorada, acolhida e celebrada.
E essa era apenas o começo da jornada.
Enquanto ainda estava absorta em meus pensamentos e nas sensações que acabara de experimentar, algo inesperado aconteceu. Bárbara, com seu jeito ousado e confiante, se aproximou de mim. A princípio, não percebi o que estava prestes a acontecer, mas quando ela se inclinou para frente, seus lábios tocaram os meus em um beijo suave e surpreendente.
O mundo ao nosso redor pareceu desaparecer por um momento. Eu não sabia como reagir. Minhas colegas de trabalho ficaram em silêncio, os olhares fixos em nós. O beijo foi tão inesperado que, por um breve instante, meu cérebro se desconectou da realidade. O gosto dela era doce, e o toque dos seus lábios era delicado. Era uma sensação completamente nova, e, para minha surpresa, eu não me sentia ameaçada nem confusa. Era como se aquela ação tivesse sido natural, como se fosse a culminação de tudo que havíamos compartilhado naquela noite.
Quando Bárbara finalmente se afastou, um sorriso iluminava seu rosto. “Um momento como esse não poderia terminar sem um beijo,” ela disse, ainda mantendo os olhos em mim, como se estivesse avaliando a minha reação. “E você sabe que eu estou certa.”
As outras garotas estavam atônitas, com expressões que variavam entre a surpresa e a diversão. Carla foi a primeira a quebrar o silêncio, soltando uma risadinha nervosa. “Eu não esperava por isso, mas preciso admitir que foi um toque adorável para a noite!”
Natalia parecia estar em choque, mas, ao mesmo tempo, havia um brilho nos olhos dela. “Quem diria que a Suzan teria um momento romântico com uma mulher?” disse, com um tom de brincadeira. “Talvez eu precise começar a prestar mais atenção na minha própria vida amorosa!”
Renata, ainda com a boca aberta em incredulidade, finalmente se recuperou e gritou: “Meu Deus, isso é histórico! Você sabe que você não vai viver isso de novo tão cedo, Suzan. Aproveite!”
Eu olhei para Bárbara, ainda um pouco atordoada, mas uma sensação de alívio e aceitação começou a preencher meu coração. O beijo não era apenas um gesto impulsivo; era uma celebração de tudo o que eu estava aprendendo sobre mim mesma naquela noite. Era como se a liberdade e o autoconhecimento que eu havia descoberto também se estivessem refletindo naquela conexão inesperada.
“Eu… wow,” eu murmurei, tentando encontrar palavras que parecessem apropriadas. “Isso foi… inesperado, mas muito bem-vindo. Obrigada, Bárbara.”
Ela sorriu para mim, com aquele brilho travesso nos olhos. “Eu sabia que você precisava disso. E não se preocupe, não precisa ser mais do que isso, a menos que você queira.”
As risadas e as conversas começaram a fluir novamente, mas algo tinha mudado. Eu me sentia mais leve, mais conectada com aquelas mulheres e, acima de tudo, mais conectada comigo mesma. Não importa onde a vida me levasse a partir daí, eu sabia que esse momento ficaria gravado na minha memória, como um lembrete de que eu poderia me permitir sentir, amar e explorar – de maneiras que eu nunca havia imaginado.
Bárbara se levantou devagar, com aquele sorriso no rosto, claramente satisfeita. Havia algo no olhar dela, como se ela soubesse exatamente o que eu estava sentindo. Com um ar de leveza e confiança, ela me estendeu a mão, incentivando-me a me recompor.
“Vamos, meninas.” ela disse com um tom suave, mas firme. “É hora de descansar. Foi uma noite cheia e... cheia de descobertas.”
Eu ainda estava ajoelhada no chão e toda molhadinha, sentindo o peso daquele momento e do que acabara de acontecer. As outras meninas começaram a se levantar, pegando bolsas e casacos, trocando olhares cúmplices, mas ninguém parecia desconfortável. Pelo contrário, elas tinham expressões de satisfação, de alegria genuína por mim, como se tivessem feito parte de algo importante. Ainda assim, uma parte de mim não queria que essa noite terminasse.
Bárbara notou minha hesitação e, com um sorriso acolhedor, se aproximou mais uma vez, colocando a mão no meu ombro. “Olha, Suzan,” ela começou, “hoje foi só o começo. Você se permitiu explorar, sentir, ser você de um jeito que talvez nunca tenha sido antes.” Ela me olhou nos olhos, como se estivesse falando diretamente com minha alma. “Mas agora é hora de você descansar e deixar isso se assentar. Vai ver como se sente amanhã. Prometo que a sensação vai ser ainda melhor depois.”
As outras garotas sorriram e acenaram em concordância. “Foi realmente uma noite incrível,” Carla disse, com uma expressão calorosa. “Estamos aqui para você, sempre que precisar. E vamos combinar outra dessas noites logo, quem sabe?”
Apesar de tudo, me senti rodeada de carinho e compreensão, sentindo que podia, de fato, contar com elas. “Obrigada, de verdade, meninas,” murmurei, tentando colocar em palavras o que estava sentindo. “Não sei o que teria feito sem vocês.”
Uma a uma, elas se aproximaram para me dar um abraço, cada uma deixando uma pequena palavra de apoio, uma risada, ou um conselho ao pé do ouvido. O apartamento ficou em silêncio depois que a porta se fechou, e eu fiquei ali, no meio da sala, com as lembranças daquela noite ainda pairando no ar.
Eu respirei fundo, sentindo uma sensação de plenitude e paz como há tempos não sentia. A noite tinha sido libertadora, um passo decisivo em direção ao meu próprio autoconhecimento e auto aceitação. Embora o caminho ainda fosse longo, eu sabia que estava pronta para enfrentar o que viesse.